Sabe amigo, estive pensando no que o tempo nos proporcionou nestes últimos anos, a distância e as experiências. Lembrei-me dos nossos tempos de escola, da eternidade de histórias contadas e bate papos ainda presentes na memória.
Amigo... Amigo verdadeiro é bom que diga... Mesmo esta distância toda não é capaz de desfazer tais laços de amizade. Semana passada, cruzando estradas de chão, veio a lembrança dos caminhos que ligavam nossas casas, percorridos por almas felizes e despreocupadas com a rotina.
Coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, amigo. Uma canção no rádio traz a lembrança das noites de sábado na praça central, em que éramos amigos próximos da madrugada, num soprar definitivo do vento da eternidade.
Amigo, simples rapazes latino-americanos, homens soltos num mundo velho e afetado por tantas guerras. E a paz de que tanto falávamos meu camarada? Estaria perdida como nós?
Confesso que não chorei na despedida, amigo. Pudera, entendia perfeitamente seus motivos e convicções. Mas o tempo, carrasco do coração e da alma, trouxe de volta sentimentos ainda vivos no lado esquerdo do peito.
Seja o que vier, venha o que vier, um dia estaremos reunidos em algum lugar e este encontro será marcado por três coisas: a poeira, o canto e você!
Contaremos causos do cotidiano, histórias da vida e paisagens de todos os cantos da terra, do céu e do mar. Ligaremos o rádio para ouvir tudo outra vez, mais uma “Canção da América”.
A velha música composta por Milton e Brant, interpretada pelas vozes do nosso interior, numa versão acústica acompanhada pela natureza, pois o que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Qualquer dia amigo... Qualquer dia meu camarada... O tempo nos dirá!