O ônibus interurbano nos deixou na entrada da pequena cidade, localizada aos pés do morro. Ainda na viagem, da janela do ônibus, enxergávamos a paisagem, estradas e núcleos urbanos, buscando entender as conexões de cada pedaço do mapa.
Logo nos associamos à paisagem do alto do morro, um quebra-cabeça de plantações, campos, matas, caminhos e cidades, encaixados em figuras de diferentes tamanhos.
Estendemos o mapa sobre algumas pedras e localizamos a velha estrada de chão que ligava à cidade vizinha, tantas vezes considerada apenas um ramal oriundo das plantações.
Penetramos na inexatidão de um tracejado e alguns rabiscos de caneta, com a visão de um mundo próprio, de temporalidade duvidosa. Próprio pelos passos dos caminhantes e pela poeira do caminho. Tempo duvidoso, pois o passado, presente e futuro divergiam entre si, criando uma confusão que impedia qualquer reunião de palavras.
Poemas encantados de dias tão iguais, instantes e estradas, versos e segredos do caminho. Envoltos na poeira do sertão, tendo um ao outro como apoio para vencer todo desafio.
E lá se vai mais um dia...
Nosso sentimento soprou para longe o pó da estrada, retomando a visão para a pedra dormente e o trajeto final da jornada.
Pouco tempo depois embarcamos no ônibus de volta à origem, na toada de sentimentos tão companheiros quanto nossas histórias de vida, venha o que vier!