Jogamos vozes ao alto, buscando ser escutados por alguém. Gritos em vão, olhamos para o lado e nada, para o outro e nada também...
O céu escurecia, vendaval a caminho e uma inesperada encruzilhada. Sem rumo, perdidos, tudo perdido.
Ah! Meu amigo, quando se pensa que tudo está perdido é que nada está perdido!
Viramos à direta e novos rumos se abriram para algum lugar, ou para qualquer novo rumo a lugar nenhum. A luz vinda do céu trouxe à tona horizontes que achávamos estarem perdidos a tempo.
Nossa história estava sendo escrita em algum livro perdido na prateleira, de alguma biblioteca da vida.
Sabe, estive por horas escutando trechos de vida e de amores perdidos, senti que tudo que ele precisava era conversar com alguém, desabafar... Também pudera, tantos acontecimentos nestes últimos tempos. Quantas vezes ele deve ter sido ignorado por outros?
Quem somos nós para julgar ciclano ou fulano, aparências e referências?
Depois de calmamente escutar suas palavras, disse-lhe que, às vezes, é preciso dar dois passos atrás para dar um passo à frente, que a situação é passageira e é preciso superar tudo àquilo.
Passamos por outras encruzilhadas e alcançamos a pequena vila, quilômetros de mais algumas histórias de vida da gente do sertão.
Sertão de gente alegre e triste, amada e magoada, mas uma gente viva e forte. Cruzar estes cantos faz com que as histórias de sua gente sejam suas histórias também, integrando vida e alma toda vez que são contadas.
Certo mesmo é que nada está perdido e nunca estará perdido enquanto existir gente de bem nestas terras... Assim seja!