Mulher forte, guerreira e charmosa. Alguns dos adjetivos que resumem esta mulher, Sinha Aline. Muito mais que eu mereço, verdade seja dita.
De vez em quando passo o tempo a imaginar como era a vida antes e depois de Sinha Aline. As lembranças e momentos se fundiram em memória e tempo vividos. Guardo apenas boas lembranças do passado, vivendo intensamente o presente e planejando o futuro.
Sinha Aline insegura quanto ao futuro, ansiosidade típica do sexo feminino. Fica louca quando digo: Fica tranquila, vai dar tudo certo!
O que mais poderia dizer?
Ao lado de Sinha Aline tenho a certeza do bom futuro. Ela é detentora de algumas manias, como largar as coisas espalhadas pela casa. Também tem um carinho enorme pelas crianças e estas com ela. Vivem dizendo: A sinha é muito linda!
No amanhecer preguiçoso, antes de ir trabalhar, maquia-se em frente à penteadeira. Nos últimos tempos entrou num regime, consultando-se com uma nutricionista. Alimentação e vida mais saudável, vários quilos a menos. Teve até de renovar o guarda-roupa.
No retorno do trabalho, ao voltar pra casa, o cachorro exalta de alegria ao vê-la. Mas Sinha Aline não quer saber de elogios: Arreda!
Do seu lado há instantes de agitação e de calmaria. Já o coração sempre palpita. Havia vezes que Sinha Aline tinha crises de choro, logo passava... Meiga e carinhosa, mulher de pulso. Às vezes eu imagino que era ilusão, logo percebendo que é a mais pura realidade. Brigas existem, mas logo são resolvidas.
A menina e o mar, seus cabelos ao vento, olhos como duas jabuticabas. Brilho da mais intensa estrela, refletido em gestos simples e numa alma valorosa. Eu, um caipira chucro; Sinha Aline, uma princesa do reino dos laranjais.
E assim os dias seguem ao lado dela, vivendo a vida...
"Eu amunhecara, porque realmente mulher é bicho difícil de entender."
GRACILIANO RAMOS. Vidas secas (1938).
Por Diego de Toledo Lima da Silva
Data: 01 de Outubro de 2015