A esperança e fé no embarque se tornaram histórias e caminhos trilhados, hoje longe do meu velho amigo e do meu blusão de couro.
Sabe, depois de tanto tempo estive a refletir sobre aqueles dias, sobre meus tempos de estudante e da força jovem.
Até parece que foi ontem que abraçava entre as mãos o diploma de sofrer da universidade, arriscando frases ou palavras do estrangeiro. E ainda lembro o dia do sim, ela estava linda, refletindo todas as luzes no altar... Que memorável!
Por quantas vezes sentei à beira do caminho esperando novos rumos ou soluções para os problemas do cotidiano, por estradas e trilhas que cortam o coração do Brasil. O importante mesmo foi viver as coisas novas que também são boas, até o amor e o humor das praças cheias de pessoas, como naquele canto de Minas.
Mas eu devia estar contente por tudo que conquistei, agradecer ter alcançado tanta coisa, aquietar o corpo em algum lugar monótono. Mas e daí?
Com o mundo todo aqui fora, não posso ficar parado. Não quero me acostumar com a rotina, nem sonhar com a loteria. Prefiro correr atrás, lutar, viver tudo outra vez.
Verdade que tenho sido amigo da ralé da minha rua, àquela gente que bebe pra esquecer que somos fracos e pobres... A mesma gente que luta por um emprego, pelo pão na mesa.
Quantas vezes pensamos em passar a fronteira? E em voltar à nossa terra e esquecer todas as mazelas do dia-a-dia?
Convivendo entre os limites bancários, Deus há de me dar sorte... Quem sabe até o dinheiro do ônibus ou trem?
A resposta está no ar, acima de novas questões apontadas por um velho crítico social... Ainda sim, prefiro essa gente simples, pobre e cheia de dúvidas...