Em algum momento havia cruzado toda a extensão de serras e estradas que separam o Mar de Minas do Sertão do Itaqueri, ilusões e vertentes de caminhos, matas e plantações.
Evidentemente converti as últimas quilometragens em tantos passos perdidos, lembranças da paisagem e fotografias. Certo mesmo que de leste a oeste estas terras guardam histórias e cicatrizes de tempos passados.
O horizonte ao longe exibe sua imponência e beleza, imensidão para olhos descuidados da rotina imposta pela atualidade.
Entre o cruzamento do passado e futuro, o presente é inserido num contexto nada realista e deformado de toda verdade, mesmo que estes sonhos durem apenas algumas horas, mas na lembrança durará para sempre.
Vertigens de caminhos de terra ausentes de identificação, geograficamente inseridos em imagens do coração e da alma, lembranças de velhos amigos e tempos passados, mesmo distante muitas milhas da Serra do Lopo.
No alto destas terras, a parábola do pássaro perdido se insere no contexto de fronteira e limites acima do tolerável, carregado pelo vento eterno que sopra além de um abraço apertado.
No entanto, o corpo coberto da poeira do tempo não reflete a pureza de um coração menino, aprendendo a ser feliz num mundo cada vez mais louco. Olhos de jardineiro, canteiros de sonhos de um moleque de pés descalços...
Espiritualidade ao som de passos solitários, tendo ao longe algum destino perdido ou assombração repentina. Sem saber sentimos a própria sombra, caminhos e carinhos de tanta estrada e histórias do sertão.
Diferente do pensado por muitos, talvez sigamos em frente simplesmente por seguir, sem conceitos novos ou frases construídas. Entre tantas trilhas, gente nova e um embornal, o vazio de plantações expande um olhar cheio de esperança... Ou seria mais uma ilusão criada pelo trecho?