Traiçoeiras foram as palavras que se esconderam nestes muitos momentos, acompanhando o tempo e suas eloquências. Possivelmente as lembranças que vieram à tona são resquícios de bons sentimentos, transbordando o coração caipira. E o sertão se abriu em flor, como nas escrituras sagradas...
Pelas lentes de meu velho óculos uma janela se abre para toda a extensão da paisagem, às vezes limpa e em outras coberta pelo pó da estrada.
Já a poeira do tempo acende a chama da saudade de tanta gente, lugares e histórias... E num simples piscar de olhos tudo muda, nesse vai e volta típico da loucura cotidiana.
Abraçando o pouco do que sobrou noto que tenho muito mais que mereço e necessito, enquanto seu belho olhar resplandece num céu azul típico do outono. Entre as curvas dessa estrada retomo rumos e vertigens, pensamentos que moram do lado esquerdo do peito.
Tendo percorrido tantos lugares confesso que já me acostumei com a saudade que frequentemente retorna, passa e vai embora... A única certeza entre tanta estrada é que ela sempre volta, muitas das vezes nas ruínas de velhas construções que resistem às intempéries e ao tempo.
Detalhes são os sonhos, que transportam corpos e mentes por locais nunca pensados, abrindo porteiras e superando mata-burros. E mais um dia se vai na estrada da vida, sobrando somente o amanhã...
Mesmo o passado tendo ficado para trás, suas lembranças, histórias e ruínas permanecem vivas no coração. Que sorte a minha!