Vazias promessas contornavam templos e construções, fragmentos de verdades mal faladas, olhares e dias intermináveis.
Pela janela, pingos d’água corriam lentamente, empoçando lembranças na alma. E você, meu amor, por onde tem andado?
Primavera de novembro, sabor de lua nova, lábios vermelhos que ainda restam do último vendaval. Passado, presente e futuro, sonho marcado para todo sempre.
As ruas da cidade e as estradas do campo me levam até você, canção mais que perfeita, um lugar junto ao mar, tão bela recordação... A lua cheia blinda sua beleza, seu brilho e seus olhos, uma viagem inesperada.
Esquina mais que frequentada, passos que simbolizam o registro de nossa alma, compasso e consigo. Ladeira vazia de canções, eternas de asfalto e gente.
Mais um dia, outra noite de lua cheia, transformo em caçador de mim, de minha essência, longe e perto da luta diária. Por um momento, abro o peito para as armadilhas de sua alma feminina, descobrindo o quão simples somos.
Lembra que nos olhamos num domingo tantos anos atrás? O pensamento voou longe, ouvindo a voz do coração. Que sintonia, que encontro perfeito.
Canteiro de ilusões, verdades entrelaçadas numa teia de renda, cercado por uma saudade sem fim, tempos de luz e caminhadas. Certeza mesmo é que te verei no final da estrada, não é?!
Confesso que sou um homem xucro, um poeta sem brilho e sem palavras, mas o que importa tudo isso para o coração?
Pela varanda dos seus olhos vislumbro muito mais que eu mereço, tudo que procuro. Por isso só queria te falar destes dias tão iguais, tão bons.
Que este amor seja eterno e belo como esta paisagem, sinal de glória de coisas comuns.
Só quero acreditar, apenas acreditar...