“Eles me roubaram os sonhos, as piores sequelas daquele período são as que afligem a alma. Os dias eram tristes, eternos e cheios de medo e angústia. Lutávamos pela sobrevivência, quando recuperaríamos nossa liberdade?”
E pensar que tem gente que ainda nega o Holocausto, loucos, insanos ou delirantes?
Nesta história sou apenas mais um ouvinte, sentado embaixo de uma árvore no alto da serra, atento a cada parágrafo, cada página de seu relato, de suas lembranças.
A protagonista é natural de Amsterdã, capital da Holanda, nascida em 1929, que se esforça folheando velhas fotografias do período anterior à guerra, buscando a confirmação que àqueles momentos felizes aconteceram mesmo, que não são uma fantasia de sua mente.
Nanette enfrentou tempos de terror, incompreensíveis para os que não foram aprisionados num campo de concentração na Segunda Guerra Mundial. Seu crime: ser judia. Neste período, os nazistas e seus aliados exterminaram mais de seis milhões de judeus e outras minorias, como ciganos, homossexuais e testemunhas de Jeová.
Intolerância, ignorância, loucura pelo poder e uma insana cultura que ainda é o motivo de pesadelo de tantos sobreviventes, histórias vivas de uma triste página da humanidade.
Ela nunca teve coragem de retornar a Bergen-Belsen, “O Campo do Horror”, melhor assim Nanette... Os dias passados nunca serão esquecidos, mas você permaneceu viva e retomou sua liberdade, valorizando as coisas mais simples da vida, o que muitos não dão valor.
Sua vida, sua história e sua liberdade são um exemplo para um mundo tão turbulento, ainda cheio de guerras, violência e intolerância.
Que possamos entender o verdadeiro significado das palavras paz e tolerância!
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KONIG, N.B. Eu sobrevivi ao Holocausto: o comovente relato de uma das últimas amigas vivas de Anne Frank. São Paulo: Universo dos Livros, 2015. 192p.