Perpetua o silêncio em minha alma, num vazio sem precedentes nos livros de história. Um velho mapa havia me transportado além do tempo e do espaço geográfico, cruzando o infinito de uma paisagem modificada por homens e máquinas.
Enquanto escuto meus passos, a mente caminha por um longo vazio de sons e vida, nada mais do que a poeira da estrada. Seria o fim da linha ou mais um recomeço?
Talvez o sol do meio dia já surtia efeito ou era uma simples ilusão... Certo que o som dos passos continuavam ecoando almas que aqui cruzaram tempos atrás.
Este é mais um caminho sem volta, conhecido e frequentado por poucos discordantes da rotina imposta pela atualidade. No correr de águas cristalinas como o coração de criança é possível matar a sede, de água e vida renovada, seios da natureza criados por espíritos peregrinos.
Anjos e andantes, sombras e pedintes, velhos e jovens, seres não registrados em livros cartoriais, somente na lembrança de companheiros de jornada.
Um voo solitário rompe as regras e imagens compostas por ciclistas e suas coloridas roupas, uma miragem aos seus olhos... Na verdade o andarilho do trovão continua rompendo barreiras sempre seguindo em frente.
Entre um encontro e tantos desencontros, solitariamente cruza a extensão da Estrada 040, passando divisas municipais sem se preocupar com o que ficou pra trás e nem com o que virá...
Ao final do trecho, na sombra de uma árvore o céu demonstra cada centímetro de beleza, sem distinguir sonho da realidade. Desvirtuado de toda construção de imagem, o caminho termina onde começou, aos pés de uma cruz e seus mistérios...
Perto dos olhos, longe do coração! Metros e mais passos pela Estrada 040...