Gritos ecoam no interior de minha mente, registro histórico do terror da guerra que marcou para sempre a humanidade. Os assustadores campos de concentração e a destruição do próprio homem, causado pela loucura insana do poder.
Atordoado pelos relatos, acordei num pequeno arraial rural, uma velha igreja e algumas construções completamente abandonadas. Àquela visão solitária me fez lembrar as vilas europeias durante a guerra, vazias e sem vida.
Cor, raça e religião, o que importa? São detalhes pertencentes a cada indivíduo, na essência somos iguais. Impossível é negar o Holocausto e a tristeza dos períodos de guerra... Mas pra que lembrar?
Para valorizarmos e cultivarmos a paz, com todos os cuidados que ela merece. Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter... Vamos viver as coisas novas que também são boas, o amor e o humor das praças cheias de pessoas, agora quero tudo, tudo outra vez.
Viva a paz!
Meus gritos ecoam no centro do arraial, mesmo que ninguém me escute continuarei a gritar... Acha que estou louco?
Louco não, loucura é construir bombas e negar tamanho genocídio, a história não pode e nem deve ser apagada.
Vamos lá meu camarada, vamos dar as mãos e marchar pela paz. Iniciemos plantando uma árvore, colhendo flores, limpando as praças e curtindo um som... Traga as nossas amadas, viva o amor!
Ao abrir as portas da velha igreja novamente encontrei a paz, no silêncio de um altar tomado por poeira. É o reflexo do tempo, o mesmo que nos faz reviver o passado pensando no futuro. É a verdadeira fé, que dá forças para superar os obstáculos.
Na sombra de um grande jatobá cochilei mais uma vez, acordei sobre as páginas de um jornal, com o relato de uma sobrevivente dos campos de concentração nazistas intitulado:
“Sonhar faz parte da sobrevivência”.
Viva os loucos! Viva o amor! Viva a paz! E viva os sonhos!