A Filosofia Espírita e os Problemas Existenciais

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por Filosofia e Filosofia Espírita?

Filosofia é a ciência geral dos princípios e das causas. A Filosofia Espírita é a Filosofia vista sob o ponto de vista dos princípios codificados por Allan Kardec. Nos dizeres de J. H. Pires, a “Filosofia Espírita apresenta-se, para o investigador imparcial, como o delta natural em que desemboca no presente toda a tradição filosófica”.

2) O que é existencial? E existencialismo?

Em metafísica, é qualificável de existencial tudo o que, por oposição ao essencial ou ao conceitual, concerne à afirmação de uma existência. O existencialismo é qualquer doutrina que admite, por oposição aos filósofos do conceito cujo modelo é o sistema hegeliano, a existência como centro de sua reflexão.

3) Qual é o foco, a base, a origem do existencialismo moderno?

O existencialismo moderno surgiu como decorrência das duas grandes mundiais: a Primeira Guerra (1914-1918); a Segunda Guerra (1939-1945). Na guerra, um ser humano destrói o outro sem o menor constrangimento. Daí, a percepção do sentido do absurdo juntamente com a do sentimento trágico da vida: desespero, náusea, nada. 

4) Como Emmanuel Mounier expôs a sua árvore existencialista?

Em Introdução aos Existencialismos (1947), Mounier descreve a sua árvore existencialista da seguinte forma: RAIZ: Sócrates, os estóicos e Santo Agostinho. TRONCO: Pascal, Maine de Biran, kierkegaard e a fenomenologia de Hegel. PRIMEIRO RAMO: Nietzsche, Heidegger e Sartre. SEGUNDO RAMO: Jaspers, Gabriel Marcel. (Descamps, 1981, p. 201-238)

5) Como você resumiria a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre?

A filosofia existencialista de Sartre é a filosofia da consciência. Procura demonstrar que o Ego não está na consciência mas no exterior, no mundo, onde encontra o seu lugar de existência. No mundo, o ego aparece em “perigo”. Para ele, o cogito surge ofuscado pela inquietude da “facticidade”, e pensa: mesmo “estilhaçado”, o cogito se abre à liberdade, pois existir é superar a existência em direção à impossível essência, mas esse movimento é também transcendência.

6) A existência precede a essência. Comente.

Para o existencialismo, conforme o ser humano vai vivendo, ele vai formando a sua existência. Assemelha-se à tabula rasa de Locke. A essência é como uma folha em branco, que vai sendo preenchida pelas nossas experiências do cotidiano. No Espiritismo, não é assim que acontece, pois o Espírito, o princípio inteligente do universo (essência), toma um corpo (existência), mas é anterior ao corpo, porque já teve outras vivências passadas.

7) A liberdade, baseada na escolha da existência autêntica, gera angústia e o desespero? Por quê?

Segundo o existencialismo, se as pessoas agirem de conformidade com as atitudes inautênticas, ou seja, de modo mecânico e superficial, elas não sentirão nem medo, nem angústia. Quando, porém, optam pelo comportamento autêntico, em que a verdade se desvela, sentirão a angústia, que é a impossibilidade do possível.

O Espiritismo não despreza o medo e a angústia, sintomas de nossa ignorância com respeito à lei de Deus. Mas, uma vez compenetrados dos ditames dessa lei, passamos a vê-los como um estado de transição para a perfeição de nosso Espírito imortal.

8) O que nos leva ao niilismo?

A sociedade individualista e consumista. Vendem-nos a ideia de que temos que ser ricos, poderosos, famosos. Com isso, todos os nossos recursos pessoais são deslocados para esse fim. A livre busca do saber e os sentimentos profundos da alma são considerados maus e reprimidos. Voltemos os nossos olhos para o saber dos antigos, principalmente o dos gregos.

9) Como explicar o desespero, a falta de fé, a dor e sofrimento na atualidade?

Muitos desses sentimentos são consequência da falta de valores morais sólidos, os quais têm sido medrados em nosso meio, principalmente no âmbito político. Quando relaxamos os valores morais, outros entram em seu lugar. Necessitamos urgentemente de uma mudança comportamental, para que possamos nos ater ao que é realmente vital para o nosso progresso espiritual.

(Reunião de 30/10/2010)

Bibliografia Consultada

COLETTE, Jacques. Existencialismo. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

DESCAMPS, Christian. Os Existencialismos. In: CHATELET, François. História da Filosofia: A Filosofia do Século XX. Lisboa: Dom Quixote, 1981.

DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita. São Paulo: Paidéia, 1983.

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/filosofia-esp%C3%ADrita-e-os-problemas-existenciais-a )


Texto Curto no Blog

A Filosofia Espírita e o Existencialismo Moderno

Filosofia é a ciência geral dos princípios e das causas. A Filosofia Espírita é a Filosofia vista sob o ponto de vista dos princípios codificados por Allan Kardec. Em metafísica, é qualificável de existencial tudo o que, por oposição ao essencial ou ao conceitual, concerne à afirmação de uma existência. O existencialismo é qualquer doutrina que admite, por oposição aos filósofos do conceito cujo modelo é o sistema hegeliano, a existência como centro de sua reflexão.

O existencialismo moderno surgiu como decorrência das duas grandes guerras mundiais: a Primeira Guerra (1914-1918); a Segunda Guerra (1939-1945). Na guerra, um ser humano destrói o outro sem o menor constrangimento. Daí, a percepção do sentido do absurdo juntamente com a do sentimento trágico da vida: desespero, náusea, nada.

Dentre os existencialistas, talvez Sartre seja o mais conhecido. A sua filosofia é a filosofia da consciência. Procura demonstrar que o Ego não está na consciência mas no exterior, no mundo, onde encontra o seu lugar de existência. No mundo, o ego aparece em “perigo”. Para ele, o cogito surge ofuscado pela inquietude da “facticidade”, e pensa: mesmo “estilhaçado”, o cogito se abre à liberdade, pois existir é superar a existência em direção à impossível essência, mas esse movimento é também transcendência.

Para o existencialismo, conforme o ser humano vai vivendo, ele vai formando a sua existência. Assemelha-se à tabula rasa de Locke. A essência é como uma folha em branco, que vai sendo preenchida pelas nossas experiências. No Espiritismo, não é assim que acontece, pois o Espírito, o princípio inteligente do universo (essência), toma um corpo (existência), mas é anterior ao corpo, porque já teve outras vivências passadas.

Segundo o existencialismo, se as pessoas agirem de conformidade com as atitudes inautênticas, ou seja, de modo mecânico e superficial, elas não sentirão nem medo, nem angústia. Quando, porém, optam pelo comportamento autêntico, em que a verdade se desvela, sentirão a angústia, que é a impossibilidade do possível. O Espiritismo não despreza o medo e a angústia, sintomas de nossa ignorância com respeito à lei de Deus. Mas, uma vez compenetrados dos ditames dessa lei, passamos a vê-los como um estado de transição para a perfeição de nosso Espírito imortal.

A sociedade individualista e consumista leva-nos irremediavelmente ao niilismo. Vendem-nos a ideia de que temos que ser ricos, poderosos, famosos. Com isso, todos os nossos recursos pessoais são deslocados para esse fim. A livre busca do saber e os sentimentos profundos da alma são considerados maus e reprimidos. Voltemos os nossos olhos para o saber dos antigos, principalmente o dos gregos.

O desespero, a falta de fé, a dor e sofrimento na atualidade são consequência da falta de valores morais sólidos, os quais têm sido medrados em nosso meio, principalmente no âmbito político. Quando relaxamos os valores morais, outros entram em seu lugar. Necessitamos urgentemente de uma mudança comportamental, para que possamos nos ater ao que é realmente vital para o nosso progresso espiritual. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/10/filosofia-espirita-e-o-existencialismo.html )


Em Forma de Palestra

A Filosofia Espírita e os Problemas Existenciais:

1. Introdução

O objetivo deste estudo é tomar consciência das teses metafísicas dos existencialistas, analisando-as sob o ponto de vista dos princípios codificados por Allan Kardec.

2. Conceito

Filosofia. Ciência geral dos princípios e das causas. Podemos determinar o campo da filosofia moderna subtraindo ao domínio do que os gregos chamaram filosofia todas aquelas espécies de conhecimento que foram construindo como ciências positivas, isto é, de caráter experimental e com aplicação da matemática.

Filósofo. Termo cuja paternidade a tradição atribui a Pitágoras, que, por modéstia, teria renunciado a se dizer "sábio" para se contentar em ser "amigo da sabedoria". Foi insistindo no aspecto moral dessa "amizade" que o próprio Sócrates se declarava filósofo.

Filosofia Espírita.  Apresenta-se, para o investigador imparcial, como o delta natural em que desemboca no presente toda a tradição filosófica.

Existencial. Em metafísica é qualificável de existencial tudo o que, por oposição ao essencial ou ao conceitual, concerne à afirmação de uma existência.

Existencialismo. Qualquer doutrina que admite, por oposição aos filósofos do conceito cujo modelo é o sistema hegeliano, a existência como centro de sua reflexão.

3. Considerações Iniciais

Potência e ato, essência e existência, transcendentalismo, liberdade e escolha etc. sempre foram motivo de preocupação por parte dos filósofos. Na Grécia antiga, Sócrates, Platão e Aristóteles argumentavam exaustivamente sobre o ser, a existência e os mais diversos problemas da humanidade.

Observe o “conhece-te a ti mesmo”, dístico encontrado no frontispício do templo de Delfos e que Sócrates usou para nos ensinar a filosofar, no sentido de conhecermos a nós mesmos, tomando consciência de nossas fraquezas e de nossas potencialidades. Passados mais de 2.500 anos, ele ainda é atual, como forma de autoconsciência do ser humano.

Os problemas existenciais acompanham o ser humano. A vida e a morte, a dor e o prazer, a saúde e a doença, a felicidade e a infelicidade são de todos os tempos.

Acontece que o significado de muitas palavras se modifica ao longo do tempo. Isso ocorreu com os termos existência e existencialismo, pois na modernidade passou a designar uma corrente de pensamento que se opunha ao conceitual, ao essencial.

O nosso propósito é detectar essa corrente de pensamento, verificar os seus defensores, captar a sua estrutura básica e fazer uma comparação com os pressupostos espíritas.

4. O Existencialismo

4.1. O Foco, a Base, a Origem

O termo “existencial” surgiu na segunda metade do século XIX; o existencialismo, entre 1930 e 1950. As duas grandes Guerras Mundiais tiveram grande influência na concepção do existencialismo moderno. Na guerra, um ser humano destrói o outro como se estivesse destruindo um brinquedo qualquer. Daí, deduz-se que o ser humano estava sendo usado como um objeto, como um bem de consumo. Dentro dessa perspectiva, os pensadores existencialistas começaram a vislumbrar um mundo pessimista, negativo, incluindo as noções de morte, angústia, náusea. É a percepção do sentido do absurdo juntamente com a do sentimento trágico da vida. O que antes era dito psicológico ou moral, será dito existencial. (Colette, 2009, Introdução)

Segundo Levinas, “O existencialismo é mais do que uma filosofia em moda (...), em sua essência mais geral, ele tem a ver com a estrutura e a angústia do mundo moderno”.

4.2. A Árvore Existencialista

Emmanuel Mounier, em sua Introdução aos Existencialismos (1947), diz: “A história do pensamento é pontuada por uma série de despertares existencialistas”. A sua árvore é assim composta: Sócrates, os estóicos e Santo Agostinho são suas raízes. O tronco reúne Pascal, Maine de Biran, kierkegaard e a fenomenologia de Hegel. O primeiro ramo suporta Nietzsche, Heidegger e Sartre. O segundo, Jaspers, Gabriel Marcel. (Descamps, 1981, p. 201-238)

4.3. Jean-Paul Sartre

Dentre os existencialistas, Sartre se destaca. Sua filosofia é a filosofia da consciência. Procura demonstrar que o Ego não está na consciência mas no exterior, no mundo, onde encontra o seu lugar de existência. No mundo, o ego aparece em “perigo”. Para demonstrar essa periculosidade, começa com o pressuposto de que a existência precede a essência. A consciência, para ele, não é algo interior ao pensamento, mas um ato de exteriorização de si. 

A certeza reflexiva do cogito mantém a consciência. O cogito, porém, surge ofuscado pela inquietude da “facticidade”. Mesmo “estilhaçado”, o cogito se abre à liberdade, pois existir é superar a existência em direção à impossível essência, mas esse movimento é também transcendência. Em sua lucubração filosófica, a náusea é o inverso da liberdade. (Descamps, 1981, p. 201-238)

Questões de liberdade e escolha são de importância vital no existencialismo. Sartre pensa que as escolhas autênticas são indeterminadas. Como ele chega à angústia? Quando nos tornamos conscientes de que a nossa existência não é como a dos objetos físicos, somos deslocados do mundo material e desviados para uma perspectiva autêntica e fluida e ficamos fluidos e livres da angústia.

5. Questões Existencialistas à Luz do Espiritismo

5.1. Essência e Existência

Na tradição filosófica, a essência precede a existência. Sartre inverte esta noção e afirma que a existência precede a essência. Segundo a sua concepção, entendemos que, à medida que os dias se passam, a essência vai se formando. Assemelha-se à folha de papel em branco, a tabula rasa de Locke. A essência é uma folha em branco, que vai sendo preenchida pelas nossas experiências do cotidiano.

Para o Espiritismo, a essência precede a existência, pois a essência, o Espírito, o princípio inteligente do universo, toma um corpo (existência), mas é anterior ao corpo, porque já teve outras vivências passadas. Lembremo-nos de que mediunidade explica algo que vai além do consciente, do aqui e agora. Nela também podemos observar que uma essência (desencarnada) pode se comunicar com um existente (essência encarnada). (Pires, 1983, cap. VI)

5.2. Liberdade e Escolha

Sartre afirma que a escolha é compulsória, ou seja, mesmo não escolhendo, estamos escolhendo. Para os existencialistas, a liberdade tem conexão com a escolha certa, baseada nas atitudes autênticas, o que gera a angústia e o desespero.

Para o Espiritismo, a escolha é baseada no livre-arbítrio, que dá ao Espírito a capacidade de optar entre o bem e o mal e, com isso, as suas respectivas consequências. Optando pelo bem, terá, como consequência, mais liberdade; pelo mal, menos liberdade. A razão é simples: o bem livra o nosso Espírito do remorso, do arrependimento; o mal requer que refaçamos o erro cometido. É da Lei Divina que o ser humano receba, em si mesmo, o que plantou, nesta ou em outras encarnações. A lei de causa e efeito nos mostra que tudo o que fizermos de errado nesta ou em outras vidas deve ser reparado. O primeiro passo é o remorso. O remorso é um estado de alma que nos faz remoer o que fizemos de errado, mostrando as nossas falhas e os nossos deslizes com relação à lei natural. O arrependimento, que vem em seguida, torna-nos mais humildes e mais obedientes a Deus. Depois de remoída e arrependida, a falta deve ser reparada, por isso o resgate. Remorso, arrependimento e resgate fecham o ciclo de uma determinada dor, de um determinado sofrimento. (Kardec, 1995, livro III, cap. X)

A liberdade não implica em angústia, náusea, mas em felicidade, felicidade de encontrar a verdade e rejubilar-se com isso.

5.3. Medo e Angústia

Os filósofos existencialistas cunharam os termos medo e angústia, atribuindo-lhes certa ambiguidade. Se as pessoas agirem de conformidade com as atitudes inautênticas, ou seja, de modo mecânico e superficial, atendendo apenas ao consumismo da tecnocracia, elas não sentirão nem medo e nem angústia. Quando, porém, optam pelo comportamento autêntico, em que a verdade se desvela, sentirão a angústia, que é a impossibilidade do possível.

O Espiritismo não despreza o problema do medo e da angústia, sintomas de nossa ignorância com respeito à lei de Deus. Mas, uma vez compenetrados dos ditames dessas leis, passamos a vê-los como um estado de transição para a perfeição de nosso Espírito imortal. A morte não nos assombra; ao contrário, para os justos é a verdadeira libertação de seu Espírito do corpo físico, que lhe serviu de morada transitória.

Lembremo-nos de que a filosofia nada mais é do que uma preparação para a morte.

6. Outros Problemas Existenciais

6.1. Niilismo

A sociedade individualista e consumista, nos dias presentes, leva o ser humano ao niilismo. A grande mídia passa-nos a ideia de que devemos ter status, ganharmos muito dinheiro, virarmos celebridade. Com isso, todos os nossos recursos pessoais são deslocados para esse fim. A livre busca do saber e os sentimentos profundos da alma são considerados maus e reprimidos.

Para ilustrar esse pensamento, lembremo-nos dos livros de George Orwell (1984), escrito em 1948, e de Aldous Huxley (Volta ao Admirável Mundo Novo), de 1958. Eles vislumbram, em virtude do progresso, um ser humano esvaziado e jogado ao abismo do nada. 

Há necessidade se buscar a filosofia antiga, a filosofia dos clássicos, a filosofia que nunca fica desatualizada. Aliada a essa busca, temos também os princípios da Doutrina Espírita, norteando as nossas ações, para que não nos percamos nos fogos-fátuos das necessidades materiais. (Reale, 1999, Prólogo)

6.2. Violência, Depressão e Psicopatia

A busca desenfreada pelo poder, pelo concreto, pelo atendimento das necessidades vitais rouba-nos parte da nossa consciência, principalmente a consciência de nós mesmos, já apregoada por Sócrates, na antiguidade. Com isso, temos a violência, os desvios da personalidade, a depressão, a psicopatia. 

Em se tratando da depressão, há previsão de que, em algum momento, uma em cada cinco pessoas venha a sofrer desse mal. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou a depressão como uma das doenças que mais causam incapacidade. É a 4.ª numa lista de 5. Até 2020 terá ocupado o 2.º posto.

Em se tratando da psicopatia, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, acredita-se estar em 4% da população mundial.

A grande parte dessas ocorrências, não resta dúvida, é a falta de uma posição mais firme com relação aos valores morais e éticos, que o Espiritismo nos oferece a cada instante. Se não somos honestos, se não cumprimos as nossas promessas, como querer que os outros o façam?

6.3. Desespero, Falta de Fé, Dor e Sofrimento

Como estamos vendo, a falta de valores morais sólidos tem medrado em nosso meio, principalmente no âmbito político. Quando relaxamos os valores morais, outros entram em seu lugar.

Poder-se-ia discorrer longamente sobre cada um dos itens mencionados. Preferimos esclarecer que, problema central, está na mudança comportamental do ser humano. Se conseguíssemos atender ao que é importante, em vez de apagar incêndios, com certeza estaríamos habitando uma zona mais confortável do nosso progresso espiritual.  

7. Conclusão

O Espiritismo é a síntese de todo o processo de conhecimento adquirido. Nesse caso, sempre que pudermos analisar qualquer tema dentro de uma visão científica, filosófica e religiosa, vamos construindo um edifício racional e espiritual, que nos dá a garantia da evolução plena de nosso Espírito imortal.

8. Bibliografia Consultada

COLETTE, Jacques. Existencialismo. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

DESCAMPS, Christian. Os Existencialismos. In: CHATELET, François. História da Filosofia: A Filosofia do Século XX. Lisboa: Dom Quixote, 1981.

DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita. São Paulo: Paidéia, 1983.

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999. 



Notas do Blog

O Termo Filosofia Espírita

José Herculano Pires, no livro Introdução à Filosofia Espírita, diz: “Na verdade, a Filosofia Espírita se apresenta, para o investigador imparcial, como o delta natural em que desemboca no presente toda a tradição filosófica”. (2) (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/10/o-termo-filosofia-espirita.html)

Existencialismo e Espiritismo

O existencialismo espírita aproxima-se da possibilidade do possível. De acordo com os princípios codificados por Allan Kardec, a essência (possível) é o princípio inteligente (Espírito na fase humana), que se atualiza em cada existência. O elo de ligação é a reencarnação, em que se processa a união da essência ao corpo físico, através do perispírito. O ir-e-vir dá consistência à essência, deixando-a cada vez mais purificada. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/existencialismo-e-espiritismo.html)