Conceito

Perguntas e Respostas

1) Que é um conceito? 

É a apreensão ou representação intelectual e abstrata da quidade (essência) de um objeto. (1) 

2) Que é uma concepção? 

Em sentido genérico, designa um conjunto de conceitos ou ideias abstratas organizado logicamente num corpo doutrinal (concepção de mundo, vida, espaço). Em sentido restrito, operação abstrativa onde se elaboram os conceitos. (1) 

3) Em regra geral, o que é um conceito? 

É um particular, como uma mesa e uma cadeira, com a diferença de que ele é mental. (1) 

4) Percepção e intuição são sinônimos de conceito? 

Não. Pelo seu caráter representativo e abstrato, o conceito se opõe à percepção. Limita-se à simples apreensão de uma essência, sem nada afirmar ou negar. É a forma mais simples do pensamento. Aqui, cabe lembrar a célebre fórmula de Kant: "A percepção é cega sem o conceito, enquanto o conceito é vazio sem a percepção". (1) 

5) Como entender a compreensão e extensão de um conceito? 

Compreensão é o conjunto de caracteres de um objeto. Extensão é o maior ou menor número de objeto a que o conceito pode ser aplicado. Daí o princípio: quanto maior a compreensão, menor é a extensão, e inversamente. (1) 

6) Os conceitos estão no centro da atividade cognitiva? 

Sim. A aprendizagem é uma aquisição de conceito; a crença é uma atitude cognitiva acerca de uma proposição; a inferência é uma aplicação de conceitos; o raciocínio é um correlacionamento de inferências. (2) 

7) Quais aspectos são relevantes no estudo do conceito? 

O invariante. O conceito é um universal que representa particulares. O critério. Para se poder julgar que uma coisa pertence à categoria, o conceito deve especificar uma regra que permita estabelecer sobre a inclusão da coisa na categoria. A aquisição e o formato. A abstração pode ser adquirida por diferentes tipos de representação. A organização. As coisas podem ser agrupadas em categorias e as categorias também podem ser agrupadas em categorias superiores. (2) 

8) Quais são os cinco tipos de universais que os medievais distinguiam? 

O gênero, a espécie, a diferença, o próprio e o acidente. Sócrates seria da espécie homem, do gênero animal, sua diferença com relação aos animais é de ser dotado de razão, raciocinar é seu próprio e, por acidente, ele vivia em Atenas. (2) 

Um pequeno exercício: Qual o conceito de Espiritismo? O Espiritismo é uma doutrina fundada sobre a crença da existência de Espíritos e nas suas manifestações. O que é uma doutrina? Doutrina é um conjunto de princípios que fundamenta uma filosofia, uma religião, uma ciência. Quais são os princípios fundamentais da Doutrina Espírita? Deus, imortalidade da alma, reencarnação, pluralidade dos mundos habitados, entre outros. 

(Reunião de 07/03/2015)

(1) Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. 

(2) HARDY-VALLÉE, Benoit. Que é um Conceito? Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2013.  (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/conceito?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Que é um Conceito

Conceito. É a apreensão ou representação intelectual e abstrato da quidade (essência) de um objeto. Concepção. Em sentido geral, é o conjunto de conceitos ou ideias abstratas organizado logicamente num corpo doutrinal. Exemplo: concepção de mundo, de vida, de cosmos. Em sentido restrito, é a operação mental onde se elaboram os conceitos. Pode-se dizer que, em regra geral, conceito é um particular, como um lápis e uma mesa, com a diferença de que ele é mental

O conceito opõe-se à percepção e à intuição. Limita-se a apreender a essência, sem nada afirmar ou negar. É a forma mais simples do pensamento. Contudo, não podemos esquecer da célebre frase de Kant: "A percepção é cega sem o conceito, enquanto o conceito é vazio sem a percepção". 

No estudo do conceito, devemos enfatizar a relação entre compreensão e extensão de um conceito. A compreensão é o conjunto de caracteres de um objeto. Extensão é o maior ou menor número de objeto a que o conceito pode ser aplicado. Daí o princípio: quanto maior a compreensão, menor é a extensão, e inversamente. Exemplificando: a compreensão do cão (animal domesticado) deve estar relacionada com a extensão do simples animal.

Os conceitos estão no centro da atividade cognitiva: a aprendizagem é uma aquisição de conceito; a crença é uma atitude cognitiva acerca de uma proposição; a inferência é uma aplicação de conceitos; o raciocínio é um correlacionamento de inferências. 

Os aspectos relevantes no estudo do conceito são: o invariante. O conceito é um universal que representa particulares. O critério. Para se poder julgar que uma coisa pertence à categoria, o conceito deve especificar uma regra que permita estabelecer sobre a inclusão da coisa na categoria. A aquisição e o formato. A abstração pode ser adquirida por diferentes tipos de representação. A organização. As coisas podem ser agrupadas em categorias e as categorias também podem ser agrupadas em categorias superiores. 

Fonte de Consulta

Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia.

HARDY-VALLÉE, Benoit. Que é um Conceito? Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2013. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2014/11/que-e-um-conceito.html)

Opinião e Conceito

Sócrates, filósofo grego da Antiguidade, instituiu um método para a construção do saber, ou seja, o diálogo. O diálogo socrático realizava-se sob dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Na ironia procurava confundir o interlocutor a respeito do que este julgava saber; na maiêutica instruía sobre o que ele poderia aprender. As perguntas que Sócrates fazia tinha por objetivo aprofundar o tema em questão. Dizia que nada sabia, e por isso perguntava a quem ele julgava que soubesse.

Para Sócrates as opiniões devem ser destruídas. De acordo com o pensamento deste filósofo, o indivíduo, movido pela sensação, vai adquirindo conhecimentos falsos e incorporando muitos vícios ao seu patrimônio intelectual. Acha ele que esses pseudo-conhecimentos são adventícios, e, que uma reflexão mais cuidadosa sobre eles fará o indivíduo mudar de parecer, motivando-o na busca do conceito.

Após confundir o interlocutor sobre aquilo que ele julgava saber (opinião), Sócrates partia para a construção do conceito. O conceito era o resultado das perguntas que ele fazia com o objetivo de aprofundar o tema em questão. Penetrava no âmago do problema, sem contudo ter a pretensão de descobrir a verdade total. Pelo contrário, indo até às últimas conseqüências, deixava sempre um campo aberto para posteriores pesquisas.

O método socrático, como vemos, é o de perguntar. A avaliação pedagógica atual está muito mais interessada nas respostas do que nas perguntas dos alunos. Aliás, a maioria dos testes psicotécnicos medem a capacidade de responder; poucos, a de perguntar. Por isso, diz-se que as pessoas deveriam ser avaliadas pelas perguntas que fazem, e não somente pelas respostas que dão. É que as perguntas revelam o caráter espontâneo do indivíduo, enquanto a resposta aquilo que ele tira do livro.

A apreensão do conceito, sendo racional, deveria encaminhar o indivíduo para a prática da virtude, pois a razão não pode conceber a Verdade à parte do bem. Conceber as pessoas dentro da totalidade, imaginando-as como parte integrante de uma população cósmica e espiritual, é de suma importância para a ampliação de nossa visão com relação ao "eu", ao "outro" e ao "nós".

Renunciemos às nossas opiniões particulares. Posteriormente, procuremos descobrir o conceito que se oculta por trás das coisas sensíveis. Esta é a regra áurea para bem conduzir o nosso pensamento na busca da verdade.

Fonte de Consulta

GRISI, R. Didática Mínima. 13. ed., São Paulo, Editora Nacional, 1988 (Atualidades pedagógicas, volume 84). http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/opinio-e-conceito.html


Em Forma de Palestra

Análise Filosófica

1. Introdução 

O objetivo deste estudo é exercitar o pensamento, no sentido torná-lo mais racional e lógico. Para tanto, vamos tratar da análise filosófica, da análise dos conceitos e dos exercícios filosóficos.

2. Conceito

Analisar é decompor e discernir as diferentes partes de um todo, mas também reconhecer as diferentes relações que elas mantêm, quer entre si, quer com o todo. Pode-se dizer que é a quebra de um todo em seus componentes e suas mútuas relações.

Análise Conceitual distingue sem desmantelar. Refere-se às ideias. 

Análise empírica consiste em separar os componentes de um todo concreto.

3. Histórico

A lógica aristotélica dá-nos as primeiras noções da análise, principalmente quando visava resolver qualquer raciocínio nas figuras do silogismo. Na lógica do século XVII, a análise e a síntese são postas como dois métodos de ensino: a análise vai do todo para as partes; a síntese, das partes para o todo. A partir de Descartes, a análise e a síntese deixaram de ser consideradas dois métodos de ensino e passaram a ser dois processos diferentes de demonstração. A lógica de Port-Royal chamou a análise de "método da invenção" e a síntese de "método de composição" ou "método de doutrina".

Na filosofia moderna e contemporânea, a tendência analítica, isto é, a tendência a reconhecer a análise como método de investigação, disseminou-se e mostrou ser muito fértil, principalmente no empirismo. Na filosofia de Bérgson, a análise tem como alvo a consciência, isto é, a experiência interior, e tende a encontrar os dados últimos, isto é, imediatos, de tal experiência. Na filosofia de Dewey, a análise está voltada para a experiência humana em seu caráter total e tende a resolvê-la em operações naturais. (Abbagnano, 1970)

4. Análise Filosófica

4.1. Análise e Definição 

A análise é análoga à definição. As definições procuram explicitamente dar o sentido das palavras. As análises procuram explicitamente dar as condições necessárias e suficientes para os conceitos.

4.2. Analysans e Analysandum 

Toda a análise, assim como toda a definição, consiste em duas partes, um analysandum e um analysans. O analysandum é a noção que precisa ser explicada e esclarecida devido ao fato de haver nela algo que não é compreendido. O analysans é a parte da análise que explica e esclarece o analysandum, seja ao decompô-lo em partes, seja ao especificar suas relações com outras noções.

Uma análise tenta especificar em seu analysans as condições necessárias e suficientes para o conceito expresso no analysandum. Condições necessárias são aquelas que o analysans tem que conter a fim de evitar ser demasiado fraco.

4.3. Os Defeitos das Análises 

Uma análise pode ser defeituosa por ser: 1) circular; 2) forte demais; 3) demasiadamente fraca.

Uma análise é circular se seu analysandum, ou termo-chave, ocorre no analysans. Por exemplo, se se tenta analisar "congelamento", é um erro propor como analysans "algo que acontece com um líquido quando ele congela".

Uma análise será demasiadamente forte se for possível dar um exemplo da noção sob análise que não satisfaça todas as condições especificadas no analysans; inversamente, será demasiadamente fraca a análise em que seja possível descrever alguma coisa que satisfaça todas as condições estabelecidas no analysans, mas que não é um exemplo do analysandum. (Martinich, 2002)

4.4. Os Resultantes da Análise 

Demolição de problemas mal concebidos;

Reformulação clara de problemas mal colocados;

Desvelamento de pressuposições;

Elucidação;

Erradicação de ideias preconcebidas.

5. Análise de Conceitos 

Analisar conceitos é mapear os usos possíveis e efetivos das palavras e suas consequentes aplicações. Geralmente, as perguntas sobre conceitos nos parecem estranhas porque não sabemos como responder a elas.

5.1. Um Pequeno Incômodo 

Pensar com conceitos é um incômodo para muitas pessoas que tem os seus pensamentos arrumadinhos. Depois de uma sessão de discussão acerca de conceitos, elas falam: "tantas palavras para nada"; "ninguém chegou à conclusão nenhuma". Esquecem-se de que a conclusão deve ser feita no âmago do Espírito, por cada um de nós.

5.2. Os Benefícios de se Pensar com Conceitos 

Um melhor uso das palavras e mais clareza dos pensamentos. Buscando os vários significados de cada termo, teremos condições de empregá-los corretamente, dando maior fluidez aos nossos raciocínios. Quando uma pessoa diz: "Este é um bom livro", podemos perguntar-lhe: O que você entende por um bom livro? Queremos que ela explique o entendimento dela acerca de um bom livro e não aquilo que está escrito no dicionário.

Haverá sempre algo novo a dizer sobre um tema, pois a nossa mente corre atrás dos seus significados e, com isso, vamos enriquecendo o nosso conhecimento acerca do assunto proposto. Sendo aplicado nesse exercício, eliminamos também o erro crasso de nos acharmos o dono da última palavra sobre o tema. A criatividade implica em ver sempre de forma diferente o mesmo assunto. Desta forma, quando alguém quer mudar tudo, não soube mudar a si mesmo a respeito do tema, pois há sempre uma forma atual de abordá-lo.

5.3. Distinguindo Fato, Valor e Conceito 

O exercício de análise de conceitos deve se basear na distinção entre fato, valor e conceito. O fato é algo que se observa; pode-se quantificar. Por exemplo, O metal funde-se a x graus centígrados. Temos que ir esquentando o metal e, paralelamente, anotando os valores obtidos, a fim de chegarmos ao grau de ebulição do mesmo. O valor é um juízo que fazemos acerca de um fato, no sentido de gostar ou não gostar, de achar bom o ruim. O conceito é algo mais complexo. Temos que colocar em palavras o que concebemos com a mente. Se nos perguntarem, por exemplo, sobre o conceito de Deus, temos alguma dificuldade de dar uma resposta. (Wilson, 2001)

6. Exercícios Filosóficos 

Um bom método para nos colocarmos de frente para o conhecimento é nos propormos a fazer exercícios filosóficos. O que são os exercícios filosóficos? É o rigor da análise filosófica. Dada uma frase, temos que nos colocar em contradição para perceber o seu real sentido, pois se a aceitarmos sem discussão não a colocamos dentro de nós, mas simplesmente absorvemos como elemento externo.

6.1. Ousar Enfrentar a Complexidade 

A análise filosófica é a exigência da comunicação na liberdade, na clareza e na vontade de compreender. É tentar enfrentar a complexidade das coisas e das pessoas. É desafiar as idéias para que as tenhamos como posse. Ora, se o sentido permanece como fruto de vitrine, vou continuar sendo expectador desta ou daquela significação. Não entro nela e ela não entra em mim. Somente volvendo e revolvendo, esquadrinhando e mastigando é que vamos dar às palavras o seu verdadeiro sentido.

6.2. Precauções a Tomar 

- Evitar unir num mesmo momento a compreensão do que é dito e o juízo de valor que formamos do objeto. Isso gera confusão e sentimento de que não há nada por dizer.

- Cercar por todos os lados possíveis as evidências comuns, a fim de que a reflexão filosófica descubra verdadeiras questões por trás das falsas certezas.

- Não se render à tentação de responder à pergunta sem mesmo examinar sua forma e seus termos. Muitos se esquecem da pergunta e começam a discorrer sobre as palavras que mais lhes chamam a atenção.

- Muitos dão importância à resposta sem uma análise da pergunta. Cercar a pergunta por todos os lados. Quando tomamos o que é dito como simples pretexto para o nosso próprio discurso é preenchimento e não filosofia.

6.3. Perguntas Chaves para o Bom Exercício Filosófico 

Por que? Como? Em que medida? Em que condições? Estejamos sempre atentos ao que nos for perguntado e oferecido como pensamento para a análise. (Arondel-Hohaut, 2000)

7. Conclusão

O pensamento é a chave de toda a nossa existência. Se tivermos o cuidado de adorná-lo e alicerçá-lo nas esferas superiores do conhecimento, com certeza alcançaremos maior liberdade em nossas ações diárias.

8. Bibliografia Consultada 

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

ARONDEL-ROHAUT, Madeleine. Exercícios Filosóficos. Tradução por Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MARTINICH, A. P. Ensaio Filosófico: o que é, como se faz. Tradução Adail U. Sobra. São Paulo: Loyola, 2002.

WILSON, John. Pensar com Conceitos. Tradução por Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2001. (Ferramentas)

São Paulo, 27/08/2004.



Notas do Blog

Aprofundamento Doutrinário

Para aprofundar, façamos perguntas relevantes, pois há perguntas e perguntas. A pergunta relevante tende para a compreensão do tema proposto. As perguntas levam-nos aos conceitos. O conceito é uma imagem da coisa e não a coisa em si. Exemplificando, o conceito árvore diz respeito a todas as árvores e não a uma pretensa árvore que estamos olhando. Ao lado do conceito, a definição. A definição consiste em determinar a compreensão que caracteriza um conceito. Segundo Aristóteles, a essência de uma coisa compõe-se do gênero e das diferenças. De onde a regra escolástica segundo a qual a definição se faz "per genus proximum et differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica). Assim, Definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/01/aprofundamento-doutrinario.html)

Os Cuidados com a Terminologia Espírita

O conceito constitui o intermediário entre a imagem e a forma. É função criadora que organiza a ordem interna do discurso. Ao lado do conceito, temos a definição que, de acordo com a regra escolástica, se faz "per genus proximum et differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica). Assim, definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no gênero próximo e na diferença específica. Para que possamos comunicar os termos, temos de conhecê-los. Para conhecê-los, temos que nos debruçar sobre os princípios doutrinários do Espiritismo, ou seja, sobre os livros básicos da codificação. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/os-cuidados-com-terminologia-espirita.html)

Erro Filosófico

O conceito de conceito dado por Descartes é um dos primeiros erros. Para Descartes o conceito equivale à ideia, o que gerou uma série de confusões na cabeça de muita gente. Partindo da cognição e da intencionalidade, temos melhores condições de absorver a verdade do conceito. A cognição é um ato imanente (consciente) do sujeito com relação ao objeto. A mente tende para o objeto, ou seja, é intencional. A intencionalidade é algo de que as coisas são feitas. Fugir ou obnubilar a intencionalidade é confundir, é estar em erro. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/erro-filosfico.html)

Gênero e Espécie

Os nossos sentidos são a base da abstração: eles captam apenas uma parte da realidade: a vista apreende a forma dos objetos; o ouvido, os sons; o olfato, os odores. A razão, por seu turno, não só elabora os conceitos; ela os compara, encaixa-os uns nos outros, dá-lhes uma hierarquia quantitativa, os reduz a conteúdo e continente, classificando-os. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2020/04/genero-e-especie.html)

Conceito de Filosofia

O conceito de Filosofia deve ser elaborado de acordo com as características filosóficas de um determinado período de tempo, no curso de sua história. Na Antiguidade, os filósofos; na Idade Média, a Escolástica; na Atualidade, os problemas. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/conceito-de-filosofia.html)

Pensar com Conceitos

Pensar com conceitos é um incômodo para muitas pessoas que tem os seus pensamentos arrumadinhos. Depois de uma sessão de discussão acerca de conceitos, elas falam: "tantas palavras para nada"; "ninguém chegou a conclusão nenhuma". Esquecem-se de que a conclusão deve ser feita no âmago do Espírito, por cada um de nós. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2005/10/pensar-com-conceitos.html)


Sites e Blogs

Introdução ao Espiritismo Kardecista/Conceitos

Durante a história da humanidade sempre houve relatos de fenômenos ligados ao sobrenatural.

No século XIX, Allan Kardec iniciou uma observação criteriosa de tais fenômenos que também aconteciam em sua época, como por exemplo, um desses fenômenos que foi denominado de Fenômeno das Mesas Girantes, pois que as mesas começavam a se erguer e girar no espaço.

Ao observar que tais fenômenos eram inteligentes, deduziu que sua causa só poderia ser inteligente e postou-se a desenvolver métodos de comunicação, constatando aí a comunicabilidade com os causadores de tais fenômenos, os espíritos, termo que foi por ele criado.

Allan Kardec analisou que as informações enviadas pelos Espíritos tinha importante cunho filosófico e decidiu que todas as informações reveladas pelos Espíritos, por um critério científico, fosse catalogado de forma didática e publicado o resultado desse trabalho em 5 livros conhecidos pelo termo Codificação Espírita, que são: O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Céu e o Inferno; A Gênese.

Embora o termo Kardecismo tenha se popularizado, dando a falsa impressão de que o Espiritismo é de autoria de Allan Kardec, é perfeitamente claro que não existe a necessidade de se chamar Espiritismo Kardecista, pois só existe um Espiritismo com base na Doutrina dos Espíritos. Allan Kardec apenas observou os fatos e catalogou de forma didática as informações enviadas dos Espíritos. Ele mesmo afirma a necessidade de criar o termo Espiritismo pela particularidade de seus fundamentos que inexistem em qualquer outra doutrina, filosofia, seita ou religião, conforme podemos entender em O Livro dos Espíritos, na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, diferenciando assim o Espiritismo de tudo o que existe em termos de doutrina, filosofia, seita ou religião. (https://pt.wikiversity.org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_ao_espiritismo_kardecista/Conceitos)

Espiritismo – Doutrina Espírita 

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.

A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.

É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.

Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra. (Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. I, nº 5 O Espiritismo)

“O Espiritismo esclarecido, como o é hoje, procura destruir as idéias supersticiosas, mostrando o que há de real ou de falso nas crenças populares, denunciando o que nelas existe de absurdo, fruto da ignorância e dos preconceitos. (https://www.verdadeluz.com.br/espiritismo-conceitos-fundamentais/)


Dicionário

Conceito. A simples apreensão, que é a primeira operação do espírito, é o ato pelo qual se capta, noeticamente, alguma coisa. E o que mente capta (de capio, ceptum, daí cum - ceptum) é o conteúdo do conceito, que é construído na mente e expresso pela mente. (1)

Conceito. A definição de conceito como apreensão ou representação intelectual e abstrata da quidade (essência) de um objeto. Pelo seu caráter representativo e abstrato, o conceito opõe-se à percepção ou intuição imediata; enquanto intelectual, distingue-se de toda a representação, meramente sensível. Por outro lado, limitando-se à simples apreensão de uma essência, sem nada afirmar ou negar, constitui a forma mais simples e elementar do pensamento. É frequente a identificação do conceito com ideia, empregando-se indiscriminadamente um termo pelo outro. No entanto, ideia possui originariamente o sentido mais determinado de forma exemplar, por vezes intuitiva, na mente do artista. Outras expressões condenadas sinônimas têm sido utilizadas, como: noção, intenção, verbo mental, espécie expressa, termo mental, mas todas elas se revelam mais ou menos inadequadas por acentuam de preferência um ou outro aspecto do conceito. 

Relativamente ao termo, o conceito é aquilo que confere sentido a um vocábulo ou conjunto de vocábulos. Chama-se compreensão do conceito ao conjunto de caracteres ou notas representativas nele expressas. Extensão do conceito é o maior ou menor número de objetos ou realidades a que o conceito se pode aplicar. Da comparação entre extensão e compreensão vale o princípio: quanto maior a compreensão, menor é a extensão, e inversamente. Ajuntando, por exemplo, à compreensão animal a nota doméstica, aumenta a compreensão, mas diminui, por isso mesmo, a extensão, pois é menor o número de animais domésticos do que o número de animais simplesmente. (2)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.

(2) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.


Pensamentos

"Entre a imagem e o conceito, nenhuma síntese. Tampouco essa filiação, sempre dela, jamais vivida, pela qual os psicólogos fazem o conceito emergir da pluralidade das imagens. Quem se entrega com todo o seu espírito aos conceitos, com toda a sua alma às imagens, sabe bem que os conceitos e as imagens se desenvolvem em linhas divergentes da vida espiritual." (Bachelard)

"Não nego a utilidade das ideias abstratas e gerais, como não contesto o valor das notas de dinheiro. Mas, da mesma forma que a nota de dinheiro não passa de uma promessa de ouro, uma concepção só vale pelas percepções eventuais que representa." (Bergson)

"O conceito é o que impede o pensamento de ser uma simples opinião, um conselho, uma discussão, uma tagarelice." (Deleuze)

"Unicamente no conceito a verdade encontra o elemento de sua existência." (Hegel) 

"Todo conhecimento exige um conceito, por mais imperfeito ou obscuro que ele possa ser." (Kant)

"É da maior importância ter definido de antemão muito exatamente o conceito que se quer esclarecer por observações antes de interrogar a experiência a seu respeito; porque a experiência só pode nos proporcionar aquilo de que necessitamos se soubermos antes o que nela devemos procurar." (Kant)


Mensagem Espírita

Maus Obreiros

“Guardai-vos dos maus obreiros.” —  Paulo. (Filipenses, 3:2.)

Paulo de Tarso não recomenda sem razão o cuidado a observar-se, ante o assédio dos maus obreiros.

Em todas as atividades do bem, o trabalhador sincero necessita preservar-se contra o veneno que procede do servidor infiel.

Enquanto os servos leais se desvelam, dedicados, nas obrigações que lhes são deferidas, os maus obreiros procuram o repouso indébito, conclamando companheiros à deserção e à revolta. Ao invés de cooperarem, atendendo aos compromissos assumidos, entregam-se à crítica jocosa ou áspera, menosprezando os colegas de luta.

Estimam as apreciações desencorajadoras.

Fixam-se nos ângulos ainda inseguros da obra em execução, despreocupados das realizações já feitas.

Manuseiam textos legais a fim de observarem como farão valer direitos com esquecimento de deveres.

Ouvem as palavras alheias com religiosa atenção para extraírem os conceitos verbais menos felizes, de modo a estabelecerem perturbações.

Chamam covardes aos cooperadores humildes, e bajuladores aos eficientes ou compreensivos.

Destacam os defeitos de todas as pessoas, exceto os que lhes são peculiares.

Alinham frases brilhantes e complacentes, ensopando-as em óleo de perversidades ocultas.

Semeiam a dúvida, a desconfiança e o dissídio, quando percebem que o êxito vem próximo.

Espalham suspeitas e calúnias, entre os que organizam e os que executam.

Fazem-se advogados para serem acusadores.

Vestem-se à maneira de ovelhas, dissimulando as feições de lobos.

Costumam lamentar-se por vítimas para serem verdugos mais completos.

“Guardai-vos dos maus obreiros.”

O conselho do apóstolo aos gentios permanece cheio de oportunidade e significação. (XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 74)

Diferenças

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” – Jesus. (João, 13:35.)

Nas variadas escolas do Cristianismo, vemos milhares de pessoas que, de alguma sorte, se ligam ao Mestre e Senhor.

Há corações que se desfazem nos louvores ao Grande Médico, exaltando-lhe a intercessão divina nos acontecimentos em que se reconheceram favorecidos, mas não passam das afirmativas espetaculares, qual se vivessem indefinidamente mergulhados em maravilhosas visões.

São os simplesmente beneficiários e sonhadores.

Há temperamentos ardorosos que impressionam da tribuna, através de preleções eruditas e comoventes, em que relacionam a posição do Grande Renovador, na religião, na filosofia e na história, não avançando, contudo, além dos discursos preciosos.

São os simplesmente sacerdotes e pregadores.

Há inteligências primorosas que vazam páginas sublimes de crença consoladora, arrancando lágrimas de emoção aos leitores ávidos de conhecimento revelador, todavia, não ultrapassam o campo do beletrismo religioso.

São os simplesmente escritores e intelectuais.

Todos guardam recursos e méritos especializados.

Existe, no entanto, nos trabalhos da Boa Nova, um tipo de cooperador diferente.

Louva o Senhor com pensamentos, palavras e atos, cada dia.

Distribui o tesouro do bem, por intermédio do verbo consolador, sempre que possível.

Escreve conceitos edificantes, em torno do Evangelho, toda vez que as circunstâncias lho permitem.

Ultrapassa, porém, toda pregação falada ou escrita, agindo incessantemente na sementeira do bem, em obras de sacrifício próprio e de amor puro, nos moldes de ação que o Cristo nos legou.

Não pede recompensa, não pergunta por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.

Semelhante companheiro é conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar. (XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 63)