Possessão e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por possessão?

Possessão. Do latim possessio, onis. O que se tem, ocaupa ou controla; posse. Estado de quem está controlado por sentimento ou ideia. Incorporação de entidade espiritual no corpo e/ou no espírito de alguém.

2) Como as culturas do mundo veem a possessão?

Os estados mentais (a epilepsia, o êxtase religioso, os transes) e os físicos (barulhos, deslocamentos de objetos) foram explicados em termos da intrusão, no indivíduo, de uma potência sobre-humana. Este indivíduo porta-se como uma marionete diante da ordem sobre-humana. (1)

3) Como a possessão é definida no ocultismo?

Para o ocultismo, a personalidade invasora (espírito desencarnado) pretende estabelecer uma comunicação com o mundo através do organismo do médium, em transe, e a linguagem usada para isso pode ser tanto a falada como a escrita. (1)

4) Quais são as três espécies de possessão apontadas pelo ocultismo?

São: personificação, possessão parcial e possessão plena. Na personificação, a personalidade do médium ainda está presente; na possessão parcial, o espírito desencarnado excita os centros motores ou sensórios do médium; na possessão plena, dá-se a entrada de outro espírito no organismo do médium. (1)

5) Em termos cristãos, como a possessão é vista?

Na tradição cristã, a doutrina da possessão tem origem em certos relatos do Novo Testamento que descreve o Cristo expulsando os demônios. Durante a Idade Média, falava-se muito da demonologia, cujos espíritos provocavam convulsões, vômitos de objetos estranhos (alfinetes, ervas, unhas) e alterações da voz com palavrões e aversão ao nome de Cristo. (1)

6) Como se tratava a possessão?

A possessão era tratada pelo exorcismo, com prece para a vítima, uso de relíquias e invocação de santos. Há casos em que faziam o sujeito (sob o jugo dos demônios) inalar vapores fétidos na suposição de que estes seriam expulsos do corpo. (1)

7) O que é, para o Espiritismo, a possessão?

Dá-se o nome de possessão à substituição pelo Espírito atuante ao Espírito encarnado. O Espírito atuante toma o corpo do Espírito encarnado para domicílio sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. (2)

8) Qual a diferença entre obsessão e possessão?

Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este enlaçado por uma teia e constringindo-o a proceder contra a sua vontade. Na possessão, ele se substitui ao espírito encarnado. (2)

9) Na possessão há sempre um Espírito malfeitor?

Não. Às vezes é um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes toma o corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta. (2)

10) O que diferencia a possessão de um Espírito mau da do Espírito bom?

O Espírito malfeitor arrebata o Espírito encarnado, caso este não possua força moral para lhe resistir, podendo, inclusive, chegar às raias da loucura. (2)

11) As possessões são sempre pessoais?

Não. Temos também possessões coletivas, como as narradas por Allan Kardec no livro Obsessão. Cita-se, como exemplo, a epidemia demoníaca de Sabóia. Nesse caso, “fazer Espiritismo sem estudo é fazer manipulações químicas sem conhecer química”. (3)

12) Como Espírito André Luiz descreve a situação de um encarnado ante o fenômeno da possessão?

“Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias de equilíbrio aparecem completamente perturbadas...” (4)

(Reunião de 26/11/2011)

Fonte de Consulta

(1) Dicionário do Inexplicado. Edições Planeta.

(2) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

(3) KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed. São Paulo: O Clarim, 1978.

(4) XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. (página 80) (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/possess%C3%A3o-e-espiritismo?authuser=0 )


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Possessão e Espiritismo

Possessão. Do latim possessio, onis. O que se tem, ocupa ou controla; posse. Estado de quem está controlado por sentimento ou ideia. Incorporação de entidade espiritual no corpo e/ou no espírito de alguém.

As culturas do mundo veem a possessão como estados mentais (a epilepsia, o êxtase religioso, os transes) e físicos (barulhos, deslocamentos de objetos) explicados em termos da intrusão, no indivíduo, de uma potência sobre-humana. Para o ocultismo, a personalidade invasora (espírito desencarnado) pretende estabelecer uma comunicação com o mundo através do organismo do médium, em transe, e a linguagem usada para isso pode ser tanto a falada como a escrita. Na tradição cristã, a possessão, dita demoníaca, era tratada pelo exorcismo, com prece para a vítima, uso de relíquias e invocação de santos. Há casos em que faziam o sujeito (sob o jugo dos demônios) inalar vapores fétidos na suposição de que estes seriam expulsos do corpo.

No Espiritismo, dá-se o nome de possessão à substituição pelo Espírito atuante ao Espírito encarnado. O Espírito atuante toma o corpo do Espírito encarnado para domicílio sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. Há uma diferença fundamental entre obsessão e possessão: na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este enlaçado por uma teia e constringindo-o a proceder contra a sua vontade; na possessão, ele se substitui ao Espírito encarnado.

Ressaltemos que na obsessão há sempre um Espírito malfeitor; na possessão, não. Às vezes é um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes toma o corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta. Disto resulta que, enquanto o Espírito malfeitor arrebata o Espírito encarnado, caso este não possua força moral para lhe resistir, podendo, inclusive, chegar às raias da loucura, o Espírito bom simplesmente toma o corpo emprestado graciosamente pelo encarnado.

Lembremo-nos de que há também possessões coletivas, como as narradas por Allan Kardec no livro Obsessão. Cita-se, como exemplo, a epidemia demoníaca de Sabóia. Nesse caso, “fazer Espiritismo sem estudo é fazer manipulações químicas sem conhecer química”.

Fonte de Consulta

(1) Dicionário do Inexplicado. Edições Planeta.

(2) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

(3) KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed. São Paulo: O Clarim, 1978.

(4) XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. (página 80) (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/06/possessao-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

Possessão e Espiritismo

1. Introdução

O que se entende por possessão? Como as culturas veem a possessão? Como é vista no ocultismo? Como se tratava a possessão? De que maneira é vista pelo Espiritismo? Qual a diferença entre obsessão e possessão? Na possessão há sempre um Espírito malfeitor?

2. Conceito

Possessão. Do latim possessio, onis. O que se tem, ocupa ou controla; posse. Estado de quem está controlado por sentimento ou ideia. Incorporação de entidade espiritual no corpo e/ou no espírito de alguém.

3. Considerações Iniciais

Falar de possessão é falar da sintonia entre as mentes.

A possessão pode ser vista sob diversos ângulos: cristianismo, ocultismo e Espiritismo.

No cinema, é tema bem explorado sobre a sujeição de alguém a algo invisível.

A possessão era tratada pelo exorcismo, com preces para a vítima, uso de relíquias e invocação de santos.

Há casos em que faziam o sujeito (sob o jugo dos demônios) inalar vapores fétidos na suposição de que estes seriam expulsos do corpo.

4. Crenças e Possessão

4.1. Culturas do Mundo

As culturas do mundo veem a possessão como estados mentais (a epilepsia, o êxtase religioso, os transes) e físicos (barulhos, deslocamentos de objetos) explicados em termos da intrusão, no indivíduo, de uma potência sobre-humana.(1)

4.2. Ocultismo

Para o ocultismo, a personalidade invasora (espírito desencarnado) pretende estabelecer uma comunicação com o mundo através do organismo do médium, em transe, e a linguagem usada para isso pode ser tanto a falada como a escrita.

Há três categorias: personificação, possessão parcial e possessão plena. Na personificação, a personalidade do médium ainda está presente; na possessão parcial, o espírito desencarnado excita os centros motores ou sensórios do médium; na possessão plena, dá-se a entrada de outro espírito no organismo do médium. (1)

4.3. Tradição Cristã

Na tradição cristã, a doutrina da possessão tem origem em certos relatos do Novo Testamento que descreve o Cristo expulsando os demônios. Durante a Idade Média, falava-se muito da demonologia, cujos espíritos provocavam convulsões, vômitos de objetos estranhos (alfinetes, ervas, unhas) e alterações da voz com palavrões e aversão ao nome de Cristo. (1)

5. Mediunidade

5.1. Sintonia entre Mentes

Pela mente os Espíritos absorvem o fluido cósmico, transmudando-o em um subproduto, a matéria mental vibrátil, um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, em processo vitalista semelhante à respiração, cujas vibrações são as impressas pela mente que a emitiu, cuja ação influencia, a partir de si mesma e sob a própria responsabilidade, a Criação.

O Espírito André Luiz diz: "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir".

5.2. Obsessão, Fascinação e Subjugação

Os graus da obsessão são: 1) Obsessão Simples: persistência do Espírito em comunicar-se, quer o médium queira, quer não, impedindo que outros Espíritos o façam; 2) Fascinação: ação direta exercida por um Espírito inferior sobre a do indivíduo, perturbando ou embaralhando suas ideias; 3) Subjugação: constrição exercida por Espírito (ou Espíritos inferiores), a qual paralisa a vontade de maneira contrária aos próprios desejos e sentimentos, levando-o à aberração das faculdades psicofisiológicas. Pode apresentar-se de forma moral ou corporal. (2)

5.3. O Monoideísmo

Vingança, desespero, paixões e desânimo são algumas das causas da fixação mental. Nosso cérebro funciona à semelhança de um dínamo. Dado o primeiro estímulo, interno ou externo, o que passa a contar é a manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de ideia. Quanto mais tempo permanecermos num assunto mais as imagens do tema se cristalizarão em nosso halo mental.

6. Possessão e Espiritismo

No Espiritismo, dá-se o nome de possessão à substituição pelo Espírito atuante ao Espírito encarnado. O Espírito atuante toma o corpo do Espírito encarnado para domicílio sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte.

6.1. Diferença entre Obsessão e Possessão

Há uma diferença fundamental entre obsessão e possessão: na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este enlaçado por uma teia e constringindo-o a proceder contra a sua vontade; na possessão, ele se substitui ao Espírito encarnado.

6.2. Possessão de Espírito Bom

Às vezes é um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes toma o corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta. Diferença: o Espírito malfeitor arrebata o Espírito encarnado, caso este não possua força moral para lhe resistir, podendo, inclusive, chegar às raias da loucura. (3)

6.3. Outros Aspectos da Possessão

Temos também possessões coletivas, como as narradas por Allan Kardec no livro Obsessão. Cita-se, como exemplo, a epidemia demoníaca de Sabóia. Nesse caso, “fazer Espiritismo sem estudo é fazer manipulações químicas sem conhecer química”. (4)

Descrição do Espírito André Luiz sobre a situação de um encarnado ante o fenômeno da possessão: “Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias de equilíbrio aparecem completamente perturbadas...” (5)

7. Conclusão

A causa inicial da possessão pode ser, por exemplo, um pensamento de vingança. Dessa primeira fagulha vem a obsessão, a fascinação e a subjugação. Depois, a possessão propriamente dita. Para estancar o processo, há que se mudar as “atitudes mutuamente assumidas”.

8. Bibliografia Consultada

(1) Dicionário do Inexplicado. Edições Planeta.

(2) KARDEC, A. O Livro dos Médiuns.

(3) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo.

(4) KARDEC. A. A Obsessão.

(5) XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz.

São Paulo, janeiro de 2021.