“Os sãos não precisam de médico” é um dos subitens do capítulo XXIV — “Não por a Candeia Debaixo do Alqueire” de O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec. Os demais subtítulos são: A Candeia Debaixo do Alqueire. Porque Fala Jesus por Parábolas — Não ir aos Gentios — A Coragem da Fé — Carregar a Cruz. Quem Quiser Salvar a Vida.
O endereço bíblico: E aconteceu que, estando Jesus assentado à mesa numa casa, eis que, vindo muitos publicanos e pecadores, se assentaram a comer com ele e com os seus discípulos. E vendo isto os Fariseus, diziam aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores? Mas, ouvindo-os, Jesus disse: Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos. (Mateus, IX: 10-12).
A doença é uma condição que causa desvio ou interrupção do funcionamento normal de um organismo, manifestando-se por um conjunto de sinais e sintomas que limitam a capacidade funcional de um indivíduo. Ela pode ser física, mental e espiritual. Sua causa pode ser encontrada nesta ou em outras existências. Em se tratando da cura: para um problema físico, buscamos a orientação de um médico; se o problema é mental, um psicólogo; se for obsessão, um Centro Espírita.
Mediunidade é uma faculdade humana, natural em que se estabelecem as relações entre o médium o espirito comunicante. É a relação entre encarnados e desencarnados. É uma condição humana, que não depende da moral do médium. Por isso, não devemos nos revoltar quando virmos médiuns cometendo os mais graves absurdos.
No item em questão, há uma extensa dissertação sobre a mediunidade, orientando-nos a não criticarmos a conduta dos médiuns, pois são eles que precisam do médico. Lembremo-nos de que na época da codificação do Espiritismo, Kardec preferia o médium letrado ao moralizado, com a seguinte explicação: ao divulgar os ensinamentos da nova doutrina, primeiro prega para si mesmo. É a história do dedo indicador apontando para o público, enquanto os outros três voltam-se para si mesmo.
Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E onde estaria o limite da dignidade e da indignidade? A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico: aos virtuosos, para os fortalecer no bem; e aos viciosos, para os corrigir. Estes últimos não são os doentes que precisam de médico?
No livro Educandário de Luz, o Espírito Irmão X relata-nos o diálogo entre D. Clara que, por meio de diversas perguntas, feitas ao Espírito Júlio, protetor daquele grupo espírita, tinha o seguinte objetivo: organizar um círculo de criaturas elevadas e sinceras, que apenas cogitem da virtude praticada. No final, pergunta se o Espírito Júlio poderia fazer parte desse grupo, ao que ele responde que não, por causa da sua imperfeição. Concluindo a conversa, o Espírito diz: — Sim, minha filha, um grupo assim tão perfeito deve existir... Com toda certeza deve ser o grupo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A humildade é o fundamento de todas as virtudes. Por mais influência que estivermos recebendo dos mentores espirituais, conscientizemo-nos de que somos simples intermediários dos bons Espíritos. https://sbgespiritismo.blogspot.com/2025/10/os-saos-nao-precisam-de-medico.html
1. INTRODUÇÃO
Quem são os doentes? E os sãos? Qual a razão dessa frase? Qual a sua simbologia? Somente os doentes é que devem ir ao médico? Onde está posta esta frase?
2. CONTEXTO DO EVANGELHO
“Os são não precisam de médico” é um dos subitens do capítulo XXIV — “Não por a Candeia Debaixo do Alqueire” de O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec. Os demais subtítulos são: A Candeia Debaixo do Alqueire. Porque Fala Jesus por Parábolas — Não ir aos Gentios — A Coragem da Fé — Carregar a Cruz. Quem Quiser Salvar a Vida.
O endereço bíblico: E aconteceu que, estando Jesus assentado à mesa numa casa, eis que, vindo muitos publicanos e pecadores, se assentaram a comer com ele e com os seus discípulos. E vendo isto os Fariseus, diziam aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores? Mas, ouvindo-os, Jesus disse: Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos. (Mateus, IX: 10-12).
3. SOBRE A DOENÇA
3.1. O QUE É?
Doença é uma condição que causa desvio ou interrupção do funcionamento normal de um organismo, manifestando-se por um conjunto de sinais e sintomas que limitam a capacidade funcional de um indivíduo. Ela pode ser física, mental e espiritual.
3.2. CAUSA
Onde está a causa de nossa doença, de nosso sofrimento, de nossa dor? Os bons Espíritos nos instruem a buscar a causa na vida presente. Se não a encontramos, devemos pensar em existências anteriores. Pode-se dizer que a causa está no nosso subconsciente, mais especificamente em nossa mente, que é o retrato do nosso modo de ser.
3.3. REMÉDIO
Num problema físico, buscamos a orientação de um médico, que nos avia receitas, incluindo injeções e comprimidos. Se nosso problema é mental, pedimos orientação a um psicólogo. Caso nos deparamos com um problema espiritual, um Centro Espírita é o mais indicado.
4. MEDIUNIDADE
4.1. O QUE É?
Mediunidade é uma faculdade humana, natural em que se estabelecem as relações entre o médium o Espírito comunicante. É a relação entre encarnados e desencarnados. É uma condição humana, que não depende da moral do médium. Por isso, não devemos nos revoltar quando virmos médiuns cometendo os mais graves absurdos.
4.2. A ESCOLHA DOS MÉDIUNS
No texto do Evangelho, há uma extensa dissertação sobre a mediunidade, orientando-nos a não criticarmos a conduta dos médiuns, pois são eles que precisam do médico. Lembremo-nos de que na época da codificação do Espiritismo, Kardec preferia os médiuns letrados aos moralizados, com a seguinte explicação: ao divulgarem os ensinamentos da nova doutrina, primeiro pregam para si mesmos. É a história do dedo indicador apontando para o público, enquanto os outros três voltam-se para si mesmo.
4.3. A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS
Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E onde estaria o limite da dignidade e da indignidade? A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico: aos virtuosos, para os fortalecer no bem; e aos viciosos, para os corrigir. Estes últimos não são os doentes que precisam de médico?
5. NA ORIENTAÇÃO DOS MÉDIUNS
5.1. OS BENFEITORES DO ESPAÇO
Os benfeitores do espaço nada mais fazem do que reciclar nossos pensamentos para que possamos manter a nossa mente focada em algo superior. Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que pode tirá-lo da lama? Os Bons Espíritos vêm assim em seu auxílio, e seus conselhos, que ele recebe diretamente, são de natureza a impressioná-lo mais vivamente, do que se os recebesse de maneira indireta.
5.2. O GRUPO PERFEITO
No livro Educandário de Luz, o Espírito Irmão X relata-nos o diálogo entre D. Clara que, por meio de diversas perguntas, feitas ao Espírito Júlio, protetor daquele grupo espírita, o seguinte objetivo: organizar um círculo de criaturas elevadas e sinceras, que apenas cogitem da virtude praticada. No final, pergunta se o Espírito Júlio poderia fazer parte desse grupo, ao que ele responde que não por causa da sua imperfeição. Concluindo a conversa, o Espírito diz: — Sim, minha filha, um grupo assim tão perfeito deve existir... Com toda certeza deve ser o grupo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
5.3. A IMPLICAÇÃO MEDIÚNICA
“A mediunidade não implica necessariamente as relações habituais com os Espíritos superiores. É simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou menos dócil, aos Espíritos em geral. O bom médium não é, portanto, aquele que tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só por eles é assistido. É neste sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade”.
6. CONCLUSÃO
A humildade é o fundamento de todas as virtudes. Por mais influência que estivermos recebendo dos mentores espirituais, conscientizemo-nos de que é muito mais um auxílio para focarmos a nossa tarefa do que pelos nossos próprios méritos,
Nota 1
... Conclui a medicina que o homem precisa desembaraçar-se de tudo o que lhe possa constituir motivo à cólera ou tensão, em favor do próprio equilíbrio.
Ensinou Jesus, por fórmula de paz e proteção terapêutica: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos façam mal e orai pelos que vos perseguem e caluniam.”
Afirma a psicanálise que todo desejo reprimido marca a personalidade à feição de recalque.
Aclarou o Divino Mestre: “Não é o que entra na boca do homem o que lhe torna a vida impura, mas o que lhe sai do coração.”
A penalogia transforma os antigos cárceres de tortura em escolas de educação e de reajuste.
Proclamou o Eterno Amigo: “Misericórdia quero e não sacrifício, porque os sãos não necessitam de médico.”... (Capítulo 76 — "Jesus e a Atualidade", do livro Religião dos Espíritos)
Nota 2
... — Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou. Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil. Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. (Capítulo 18 — "Amizade Real", do livro Alvorada Cristã)
Nota 3
Tão fácil relegar ao infortúnio os nossos irmãos caídos!... Muitos passam por aqueles que foram acidentados em terríveis enganos e nada encontram a fim de oferecer-lhes, senão frases como estas: "eu bem disse", "avisei muito"...
No entanto, por trás da queda de nosso amigo menos feliz estão as lutas da resistência, que só a Justiça Divina pode medir.
Este foi impelido à delinquência e faz-se conhecido agora por uma ficha no cadastro policial; mas, até que se lhe consumasse a ruína, quanto abandono e quanta penúria terá arrastado na existência, talvez desde os mais recuados dias da infância. (Capítulo 42 — "Perante os Caídos", do livro Alma e Coração)
Nota 4
Não estranhes, assim, a atitude dos Espíritos benevolentes que estendem as mãos através da mediunidade, a companheiros do mundo que te pareçam indignos.
Recorda os lírios que desabrocham no estrume, as mães que se escravizam, por sublime renúncia, ao pé de filhos ingratos, e, ainda mesmo diante do irmão reconhecidamente criminoso ou viciado que te fale de esperanças e consolações recebidas do Alto, aprende a respeitar, junto dele, a manifestação da Esfera Superior que o solicita à renovação para o bem, tanto quanto já sabes rejubilar-te perante a luz que dissipa as trevas. E se alguém dogmatiza, acerca de supostos privilégios na Criação, não olvides que o Criador é Bondade e Justiça para todas as criaturas, refletindo no Cristo que asseverou claramente não ter vindo a Terra para curar os sãos. (Capítulo 40 — "Divino Amparo", do livro Justiça Divina)
Nota 5
Uma mãe, nas asas do sono , se vê diante do anjo solícito.
— Anjo amigo — sou mãe na Terra e tenho dois filhos.
— Venho pedir em particular para um deles, que há muito tempo se encontra entre a vida e a morte.
O anjo foi fazendo uma série de perguntas a respeito dos seus dois filhos: um bem sucedido financeiramente, e o outro o que estava acamado.
Depois desse diálogo, o anjo diz:
— Volta à Terra e reconsidera as atitudes do teu carinho! O enfermo do corpo vai muito bem; já entende a necessidade de união com o Divino Pai e o que distingue, em verdade, os homens uns dos outros, é o grau de suas relações com a vida mais alta. Renova, pois, os votos de tuas preces ardentes, porque o doente grave é o outro. (Capítulo 6 — "Doente Grave", do livro Pontos e Contos, pelo Irmão X)
Nota 6
Martinho Souza estava possuído por uma ideia fixa: doença, bula de remédio... não queria saber do Espiritismo.
Ao tentar subir no pé da mangueira, cai e quebra as duas pernas.
Foi então que Martinho Sousa, imobilizado no gesso, pôde ouvir a leitura reconfortante de Luís Vilela, partilhar os serviços de oração e receber passes curativos, libertando-se da obsessão terrível e insidiosa.
Transcorridas algumas semanas, quando conseguiu locomover-se, era outro homem. Sua queda da mangueira fora o remédio providencial. (Capítulo 7 — "O Acidente Providencial", do livro Pontos e Contos, pelo Irmão X)
Sentido médico. Sãos são aqueles que têm o corpo e a mente funcionando dentro dos parâmetros considerados normais pela medicina. Doentes são os que sofrem de alguma disfunção física ou mental diagnosticável.
Sentido psicológico. Sãos seriam os que têm equilíbrio emocional, autoconsciência e capacidade de se adaptar à vida. Doentes seriam os que estão dominados por conflitos internos, sofrimentos não elaborados ou comportamentos autodestrutivos.
Sentido espiritual ou moral. Sãos são os que buscam a verdade, a bondade e a harmonia com os outros. Doentes são os que se afastam do amor, vivem no egoísmo, na inveja ou no ódio. Aqui, a “doença” é do espírito, e a “cura” vem pela consciência e pelo amor.
Para Platão, no sentido filosófico, o ser humano “doente” é aquele cuja alma está desordenada — dominada pelos desejos e paixões. O “são” é o que governa sua alma pela razão e pela busca do Bem. “O corpo é a prisão da alma; a verdadeira saúde é a harmonia interior.”
a doença seria a ignorância, e a saúde, o conhecimento de si e do verdadeiro.
No sentido espiritual. O são vive em paz consigo e com os outros. Não se deixa dominar pelo ego, pelo orgulho ou pelo medo. O doente vive centrado no “eu”, separado da vida. Busca poder, prazer ou segurança como fins em si mesmos.
O jogo das aparências. Na vida em sociedade, aprendemos desde cedo a parecer bem — calmos, racionais, produtivos, educados. Mas essa aparência pode ser apenas uma máscara de adaptação.
O são de verdade é aquele que reconhece sua própria loucura.
O doente é o que acredita ser plenamente são. (ChatGPT)
Os publicanos eram os cobradores de impostos na época de Jesus. Eles trabalhavam a serviço do Império Romano, que dominava a Palestina, e por isso eram malvistos pelo povo judeu.
Função dos publicanos. Encarregados de arrecadar tributos e taxas alfandegárias para Roma. O sistema era muitas vezes terceirizado: um romano (ou um rico local) comprava o direito de cobrar impostos em determinada região, e depois empregava outros cobradores — esses eram os publicanos — para fazer a coleta. O que eles cobravam acima do valor devido era lucro pessoal, o que dava margem à exploração e corrupção.
Por que eram odiados. Traidores nacionais — eram vistos como colaboradores do poder opressor romano. Exploradores — muitos cobravam mais do que o justo, enriquecendo às custas do povo. Impureza moral e religiosa — lidavam com gentios (romanos) e com dinheiro “impuro”, sendo, portanto, desprezados pelos fariseus e religiosos.
No Evangelho. Jesus escandaliza os religiosos ao conviver e comer com publicanos (cf. Mt 9,10-13; Lc 5,27-32).
Na linguagem simbólica dos Evangelhos, os publicanos representam: Os pecadores conscientes, dispostos à conversão; Aqueles que, mesmo marginalizados, abrem o coração à graça; A crítica de Jesus ao orgulho religioso e à hipocrisia dos “justos”.
O publicano, na linguagem do Evangelho, representa o ser humano que enxerga a própria falha. Ele vive à margem, condenado pelos “justos”, e por isso carrega o peso da exclusão. Mas é justamente esse reconhecimento do erro que abre o coração à graça.
“Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.” (Lc 18,13)
No plano filosófico, ele encarna a consciência trágica: aquele que sabe da sua limitação, e por isso se torna capaz de humildade e transformação.
O contraste entre o pecador sincero e o justo aparente. O fariseu e o publicano, lado a lado no templo, são imagens de dois modos de estar no mundo: O fariseu representa a aparência de sanidade e pureza, o “eu” que se julga correto; O publicano representa o homem despido das máscaras, que se vê como realmente é. Jesus revela, assim, que a verdadeira saúde espiritual não está em parecer justo, mas em reconhecer-se doente e desejar a cura interior.
Dentro de cada um de nós, há um fariseu (que julga) e um publicano (que se arrepende). A tarefa espiritual é ouvir o segundo — aquele que, mesmo ferido, ainda busca o Bem. É nesse movimento de humildade que o ser humano se torna verdadeiramente são.
O publicano, na alma, é o início da cura —
o momento em que o orgulho cede lugar à verdade. (ChatGPT)
"As grandes doenças da alma, bem como aquelas do corpo, renovam o homem; e as convalescenças espirituais não são menos agradáveis nem menos miraculosas do que as físicas." (G. D'Annunzio)
"É a doença que torna a saúde agradável e boa, o mesmo faz a fome com a saciedade, e o cansaço, com o repouso." (Heráclito)
"A cura está ligada ao tempo e às vezes também às circunstâncias." (Hipócrates)
"Para males extremos, extremos remédios, levados ao máximo rigor, são os mais válidos." (Hipócrates)
"Cheguei à conclusão de que a única doença que eu não tinha era inchaço no joelho." (J. K. Jerome)
"Quão poucas casas de amigos um homem escolheria para ficar quando está doente." (S. Johnson)
"Deve-se rezar para se ter mente sã em corpo são." (Juvenal)
"Como a doença amplia as dimensões internas do homem!" (Ch. Lamb)
"A doença deve ser combatida ao nascer." (Pérsio)
"A doença é o preço que a alma paga por ocupar um corpo, como o aluguel que um inquilino paga pelo seu apartamento em que mora." (Shri Ramakrishna)
"As pessoas sadias são doentes que ignoram sê-lo." (J. Romains)
"Em geral, nove décimos da nossa felicidade baseiam-se exclusivamente na saúde. Como ela, tudo se transforma em fonte de prazer." (A. Schopenhauer)
"Às vezes faz bem ficar doente." (H. D. Thoreau)
Alguma Coisa
“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos.” — Jesus. (Lucas, 5:31.)
Quem sabe ler não se esqueça de amparar o que ainda não se alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu à mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das trevas.
Quem possua recursos para trabalhar não olvide o irmão menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível, a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria divida a graça do contentamento com os tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas, sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício integral em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum. (Fonte Viva, capítulo 28)
Remédio Salutar
Emmanuel
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para que sareis.” Tiago: 5:16
A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição, entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.
A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.
Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.
Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?
Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável.
Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.
Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.
O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua por remédios salutares.
O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno.
Quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual e, embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo “sem-fio” do pensamento.
A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário e, quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o dos atos de cada dia, constituem apelos que endereçamos aos que nos cercam.
A prestação de um serviço por mais humilde, sem a expectativa de retribuição, é a reserva de simpatia.
A frase que estimula o bem gera alegrias imorredouras.
O sorriso espontâneo recebe a confiança e o carinho.
O esquecimento das faltas alheias enriquece a compreensão ao redor de nós.
O otimismo invoca, em nosso auxílio, as energias invisíveis da renovação e da paz.
O fiel cumprimento dos nossos deveres estabelece, ao nosso lado, a prosperidade e a segurança.
O trabalho desinteressado e constante é o melhor tipo de oração, de espírito para espírito e, sem dúvida, representa uma escada viva pela qual o socorro divino pode descer facilmente da Vida mais Alta, em nosso favor.
Ninguém conseguirá testemunhar amor a Deus sem amor para com os outros.
Entre nosso Pai e nós, permanece ele, nosso irmão.
O próximo é o degrau de acesso ao Senhor da Vida.
Não nos despreocupemos de nossa comunhão espiritual com Gênios Divinos que nos regem a evolução, mas estejamos atentos ao serviço que devemos aos nossos semelhantes, de vez que, somente pela paz da reta consciência é que poderemos entesourar em nós a Paz Celestial.("Remédio Salutar", do livro Tarefa Espírita)