Religião e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1) Qual é a origem da religião?

Em linhas gerais, a origem das religiões pode ser encontrada nas cosmogonias, no sincretismo, na criação do mundo etc. 

2) O que é religião?

É a ligação com o objeto que a pessoa considera sagrado. Sistema de crenças não testáveis existentes para uma ou mais deidades, e as práticas que acompanham a adoração e os sacrifícios.

3) Qual é o papel da religião?

O papel da religião é o de explicar os conteúdos existenciais do ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde iremos depois da morte.

4) Em que se fundamenta a religião? 

Salvação, revelação, fé.

5) Como se explica a revelação espírita?

A revelação espírita é de origem divina, mas fruto da elaboração humana. 

6) Há diferença entre religião e religiões?

A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios. 

7) Por que o Espiritismo é Ciência, Filosofia e Religião?

Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica de onde dimanam consequências morais (religião).

8) Há referências sobre religião na codificação? 

Sim. O Livro dos EspíritosO livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Céu e Inferno tratam da revelação. O único livro propriamente dito científico é A Gênese — mas ainda voltado para uma explicação científica dos fatos religiosos, tais como os milagres e as curas.  

9) O Espiritismo é uma religião? 

Sim, pois toca em Deus, alma e vida futura. Não é uma religião constituída, pois não tem culto, nem rito e nem templo. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/religi%C3%A3o-e-espiritismo)


Texto Curto no Blog

Religião e Espiritismo

Religião é a crença na existência de uma força superior considerada como criadora do Universo. O termo vem do latim "religio" que parece derivar de "re + ligare". Com o prefixo iterativo "re" significaria um sentimento de vinculação, de obrigação para com o Ser Supremo. Em linhas gerais, a origem das religiões pode ser encontrada nas cosmogonias, no sincretismo, na criação do mundo etc.

A religião é a ligação com o objeto que a pessoa considera sagrado. Sistema de crenças não testáveis existentes para uma ou mais deidades, e as práticas que acompanham a adoração e os sacrifícios. Segundo o Espírito Emmanuel, é o sentimento divino que liga a criatura ao Criador. Tem o papel de explicar os conteúdos existenciais do ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde iremos depois da morte. Fundamenta-se na salvação, na revelação e na fé. 

O Espírito Emmanuel, no capítulo IV de Emmanuel, reforça a ideia de que em vista do dogmatismo e dos diversos rituais, estabelecer a diferença religião e religiões. "A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios"; "muitas delas, porém, estão desviadas do bom caminho pelo interesse criminoso e pela ambição lamentável dos seus expositores".

Em se tratando da revelação, Allan Kardec, no capítulo I ("Caráter da Revelação Espírita") de A Gênese, explica-nos que todas religiões tiveram os seus reveladores, pois a revelação é a forma pela qual o homem recebe as verdades religiosas. Embora estivessem longe de conhecer toda a verdade, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriadas ao tempo e ao meio em que viviam". Infelizmente, as religiões hão sido sempre instrumentos de dominação. Para o Espiritismo, considerado a terceira revelação, houve, naturalmente duas anteriores, ou seja: a de Moisés e a de Jesus.

L. M. Barros, em Contribuição para o Esclarecimento do Tema: O Espiritismo como Religião, aponta para a existência da religião na codificação kardequiana. O Livro dos Espíritos. Trata-se de um trabalho de "revelação", o que é fundamentalmente uma Religião, pois não há Religião sem "revelação", sem profetismo. O Livro dos Médiuns. Estudo aprofundado da mediunidade, e portanto, de revelação, o que implica no aspecto religioso. O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Céu e O Inferno tratam ainda do problema religioso. O único livro propriamente dito científico é A Gênese, mas ainda voltado para uma explicação científica dos fatos religiosos, tais como os milagres e as curas.

Allan Kardec, em Obras Póstumas, à página 247, diz: "O Espiritismo é uma doutrina filosófica que tem consequências religiosas como toda a filosofia espiritualista, pelo que toca forçosamente nas bases fundamentais de todas as religiões: Deus, alma e vida futura. Não é ele, porém, uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templo, e entre os seus adeptos nenhum tomou nem recebeu o título de sacerdote ou "papa"". (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/08/religiao-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

O Papel da Religião

1. Introdução  

O papel da religião é o de explicar os conteúdos existenciais do ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para aonde vamos depois da morte. Quando indagamos sobre o papel da religião, associamo-lhe a idéia do  sentimento religioso, um dos mais complexos sentimentos que fundamentam a essência do ser humano. É um sentimento natural, como se vê claramente na Lei de Adoração. É sempre uma reverência ao Criador, ao Ser Supremo, ao Ser Sobrenatural, ao Desconhecido etc. Ele, em si, independe da razão, da inteligência, da cultura, do estudo. É natural, e por isso mesmo adquire diversas formas.           

2. Conceito de Religião  

2.1. Histórico 

O Totemismo, a mais primitiva das religiões, com a idéia de totem, maná e tabu,  subordina um grupo de homens chamado clã aos seres considerados sagrados. O totem refere-se a tudo o que os membros de um clã julgam sagrados. Podem ser animais, árvores, pessoas etc. O termo mana designa uma força, material e espiritual, comum aos seres e coisas sagrados. O tabu — proibições — visa, essencialmente, a separar o sagrado do profano. (Challaye, 1981, cap. I)

O animismo é a religião que coloca em toda a natureza espíritos mais ou menos análogos ao espírito do homem. O Animismo foi, a princípio, chamado Fetichismo, coisa encantada, dotada de força mágica (Challaye, 1981, cap. II).

A Religião do Egito mostra-nos numerosas sobrevivências do Totemismo; um Animismo manifestado especialmente pela importância atribuída à vida futura dos mortos; um Politeísmo que alguns tentaram orientar para o Monoteísmo (Challaye, 1981, p. 44). Diz Emmanuel “Que o destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para eles problemas solucionados e conhecidos” (Xavier, 1972, p. 45)  As Religiões da Índiaapresentam-nos uma mistura de abundantes sobrevivências totêmicas e animistas e de um Politeísmo que se orienta ora para o Monoteísmo, ora para um piedoso Ateísmo (Challaye, 1981, p. 59).

O Judaísmo é a religião dos israelitas ou hebreus ou judeus. O documento essencial sobre o Judaísmo é o livro sagrado de Israel, o Antigo Testamento. A palavra testamento foi introduzida pela Igreja Cristã; é má tradução do vocábulo aliança, pois trata-se da aliança entre Deus e a humanidade. O Decálogo que a tradição atribui a Moisés, é uma bela página de literatura religiosa (Challaye, 1981, p. 140-152).

O Cristianismo é a religião dos Cristãos. É uma religião monoteísta que coloca em primeiro plano a comunhão com Deus, o Pai, por intermédio de seu filho Jesus Cristo, Salvador da humanidade (Challaye, 1981, p. 202).

O Islamismo é termo erudito que designa a religião do Islão (assim chamdo pelos muçulmanos, seus adeptos), fundada pelo profeta Maomé e baseada no Corão (livro que lhe foi revelado por Deus) (Enciclopédia Luso-Brasileira).

Historicamente, a religião é a crença em forças, poderes, deuses sobre-humanos; impotência perante esses poderes; desejo de salvação.

Fenomenologicamente, a religião está ligada ao sagrado: objeto, lugar, tempo, ritual, palavra etc. 

2.2. Etimologia  

A palavra religião é de origem latina (religio). O significado não é claro. Cícero (106-43 a. C.) no De Natura Deorum afirma que a palavra vem da raiz relegere (“considerar cuidadosamente”), oposto de neglere, descuidar. Já Lactâncio, escritor cristão (m. 330 d.C.), diz que vem de religare (“ligar”, “prender”). Para Cícero, a religião é um procedimento consciencioso , mesmo penoso, em relação aos deuses reconhecidos pelo Estado. Para Lactâncio, a religião liga os homens a Deus pela piedade. Um termo de partida e um de chegada, em que princípio e fim são os mesmos. As duas raízes complementam-se. (Enciclopédia Luso-Brasileira) 

3. Concepções Redutivas da Religião  

a) CONCEPÇÃO MÍTICO-MÁGICA: a Religião é uma ilusão ou uma superstição. A Religião ao entrar em conflito com a razão, torna-se dogmática para poder subsistir.

b) CONCEPÇÃO GNÓSTICA: a filosofia, filha rebelde da teologia, transforma-se numa religião, ao buscar a salvação através do conhecimento (gnose).

c) CONCEPÇÃO MORAL: o objeto da Religião é o mesmo da moral natural.

d) CONCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA: para  D. Hume  a experiência  do terror é a origem da religião. Augusto Comte ao propor uma religião da humanidade abre uma nova perspectiva religiosa à consideraçào do homem moderno, limitando o âmbito do conceito de transcendência às coordenadas intramundanas.

e) CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA: segundo E. Durkheim as concepções religiosas têm por objeto, antes de mais, explicar e exprimir não o que as coisas têm de extraordinário, mas ordinário. 

f) CONCEPÇÃO IRRACIONALISTA: de acordo com vários filósofos, a religião é um campo autônomo: não é o do conhecer, nem o do fazer, nem o do esperar, mas a contemplação extática do infinito.

g) CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA: segundo Freud a religião é uma neurose obsessiva. (Enciclopédia Luso-Brasileira) 

4. Os Fundamentos da Religião  

4.1. Salvação           

Muita gente acredita que salvar-se será livrar-se de todos os riscos, na conquista da suprema tranquilidade. Observe os primeiros cristãos: quanto não foi o sofrimento pelas suas mortes nas arenas romanas? Não são poucos os apodos, os sarcasmos, as zombarias daqueles que empreendem a grande batalha de se unir ao Cristo.

Salvar-se, pois, não será subir ao Céu com as alparcas do favoritismo religioso, mas sim converter-se ao trabalho incessante do bem, para que o mal se extinga no mundo. Salvar-se é, portanto, levantar, iluminar, ajudar e enobrecer, e salvar-se é educar-se alguém para educar os outros. É a responsabilidade de se conduzir e melhorar-se. 

4.2. Revelação   

Os fundadores de religiões tinham revelações e visões nas quais o próprio Deus os chamava a atuar. Deus revelou-se a Moisés numa sarça que ardia. Quando Paulo foi chamado por Jesus, no caminho de Damasco, cegou-o um resplendor celestial. Maomé encontrou-se com o arcanjo Gabriel, que o reteve sem soltar, até que ele lhe prometeu seguir o seu mandato de reconhecer a vontade de Alá.

A Revelação Espírita, por sua natureza, participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Quer dizer, sua origem é divina e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem. Nesse sentido, o Espiritismo procede da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental, ou seja, faz hipóteses, testa-as e tira as suas conclusões. Por exemplo: à hipótese de que os Espíritos que não se consideram mortos, os Espíritas devem provocar a manifestação de Espíritos dessa categoria e observar (Kardec, A Gênese, p. 19 e 20). 

4.3. Fé            

A religião identifica-se com a fé. Para a maioria das religiões o que importa não é o que acreditamos mas como acreditamos. No uso popular dizemos isso quando uma pessoa acredita ou faz algo “religiosamente”. Acontece que ter a convicção ou “fé” em certas verdades não nos isenta de estarmos em erro. Por isso Allan Kardec, no capítulo XIX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, esclarece-nos sobre os fundamentos da fé. Tenta distinguir a fé cega da fé raciocinada bem como a fé humana da fé divina. Traça-nos as diretrizes para o robustecimento de nossa fé, baseada na razão. 

5. Sentimento Religioso  

5.1. Religião e Religiões            

Do ponto de vista social, as religiões são sistemas de símbolos, dependentes de um fundador, que teve a experiência religiosa original com modalidade própria. Esse sistema organizado de símbolos, ligado à tradição, contribui para que os indivíduos concretos adotem atitude religiosa pessoal. Desde a mais alta Antigüidade a apresentação externa do símbolo vem se modificando, mas, muitas vezes, o conteúdo intrínseco continua o mesmo, ou seja, apenas transferimos os valores que eram próprios do Totemismo, do Fetichismo, e do Animismo para a época moderna: instituímos  tabus, adoramos os santos e seguimos cegamente as determinações de um líder religioso.

Faz-se preciso, na época atual, estabelecer a diferença entre religião e religiões. A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo o acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturadas com os elementos da terra em que caíram. Muitas delas, porém, estão desviadas do bom caminho pelo interesse criminoso e pela ambição lamentável dos seus expositores; mas, a verdade um dia brilhará para todos, sem necessitar da cooperação de nenhum homem”.(Xavier, 1981, p. 37) 

5.2. Religião como Sistema 

Alguns autores, como Émile Durkheim, Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss, enfatizaram todos a idéia de que a religião corresponde a certas estruturas profundas. Embora contrários em muitos pontos de vista, o que há de comum principalmente entre Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss é que ambos valorizam as “regras” segundo as quais a religião é construída e, portanto, o seu caráter sistêmico; e ambos ressaltam a autonomia da religião em relação à sociedade.

Como traduzir para a prática a noção vaga de que a religião é um sistema? “No caso dos dogmas cristãos, é impossível saber (empiricamente) se Jesus Cristo pertence à mesma categoria de Deus Pai ou se lhe é inferior e, se não for nenhum desses o seu caso, qual é a relação hierárquica exata entre os dois.

Mas é perfeitamente possível predizer, se forem conhecidos os dados do sistema (neste caso, que há uma Trindade divina composta por três “pessoas” ou, pelo menos por três membros que têm nomes individuais), todas as soluções possíveis para o problema, as quais, na realidade, não são em absoluto “históricas” (embora tenham sido enunciadas por personalidades distintas em épocas distintas), pois estão sincronicamente presentes no sistema”. (Eliade, 1994, p. 18 a 20) 

5.3. Meios e Fins  

O fim da religião é a salvação da alma. Contudo, preferimos prender muitas pessoas a nós ou à nossa Igreja, impedindo-as de se salvarem em outra qualquer. Quer dizer, confundimos os meios com os fins. É preciso, pois, muito tato e muita perspicácia para não criarmos uma falsa adoração em todos aqueles que nos ouvem e que por nós tem certa simpatia. 

5.4. Ter Religião e Ser Religioso 

O filósofo Dewey faz uma distinção entre ter uma religião e ser religioso. Para ele, ter uma religião é pertencer a uma Igreja e obedecer aos dogmas por ela impostos. Ser religioso é encaminhar o pensamento para os aspectos cósmicos da vida, ou seja, para a humildade, a simplicidade e o amor ao próximo. A Parábola do Bom Samaritano, pronunciada por Jesus, é um bom exemplo. Nela, Jesus retrata o Samaritano, considerado  herege, fazendo o que os conhecedores da lei e da religião deveriam fazer e não o faziam. 

6. Espiritismo  

É o Espiritismo uma religião? Prende-se ao sentimento religioso? É uma manifestação fortuita? Tornar-se-á uma crença comum? Será uma Religião Universal? Eis algumas perguntas valiosas em nossa reflexão sobre a religião.

Muita tinta se gastou para afirmar ou negar que o Espiritismo seja uma religião. De acordo com Allan Kardec, O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na terra. Reformará a legislação, retificará os erros da História, restaurará a religião do Cristo, instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai direto a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo. (Kardec, Obras Póstumas, p. 299) 

7. Conclusão  

Se Doutrina Espírita é de libertação, por que ainda nos aprisionamos em algumas atitudes dogmáticas? Os Espíritos amigos sempre nos advertem que cada um terá de fazer a caminhada evolutiva por si mesmo. Mas, acostumados a sermos mandados por outrem, não temos iniciativa própria. Eis uma advertência que deve ser constantemente lembrada.

8. Bibliografia Consultada

CHALLAYE, F. As Grandes Religiões. São Paulo, IBRASA, 1981.

ELIADE, M. e COULIANO, I, P. Dicionário das Religiões. São Paulo, Martins Fontes, 1994.

Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Lisboa, Verbo, s. d. p.

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

XAVIER, F. C. Emmanuel (Dissertações Mediúnicas), pelo Espírito Emmanuel. 9. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1981. 



Religião e Vivência Religiosa

1. Introdução

O objetivo deste estudo é buscar a essência do sentimento religioso, muitas vezes escondido no fundo da ortodoxia das religiões. Analisaremos, assim, o conceito de religião, a sua relação com a ciência e a filosofia, o par exotérico/esotérico etc., no sentido de esclarecer o conteúdo doutrinal de nossa vivência religiosa. 

2. Conceito de Religião

Religião é a crença na existência de uma força superior considerada como criadora do Universo. Trata-se de uma experiência universal da humanidade, através da qual tenta-se compreender os mistérios que envolve o homem e o seu relacionamento com o Criador. Essa crença, sendo manifestada de diversas formas, torna duvidoso o significado etimológico da palavra "religião". Alguns acham que ela deriva de reler, isto é, a atenta e cuidadosa observância dos rituais; outros acham que vem de reeleger, ou seja, opção básica de vida diante de sua meta última; outros ainda acham que procede de religar, ou seja, a vinculação do homem com sua origem e destino. 

A opção etimológica de religar é a mais usada. Contudo, ainda aí, faz-se confusão. O termo vem do latim "religio" que parece derivar de "re + ligare". Com o prefixo iterativo "re" significaria um sentimento de vinculação, de obrigação para com o Ser Supremo. Não deve ser entendido como uma volta a Deus, porque nunca Dele estivemos separados. 

3. Ciência, Filosofia e Religião 

Na antiguidade grega não havia divergência entre Ciência e Religião, mesmo porque a Ciência não existia nos moldes como a vemos hoje, ou seja, no seu sentido positivo de provas e contraprovas. A luta era entre a Filosofia e a Religião. É que os primeiros filósofos queriam combater a mitologia pelo advento da deusa razão. Contudo, já naquela época surgiram alguns filósofos, tais como, Platão e Aristóteles que tentam conciliar a razão com o mito. Em Platão, o mito da caverna e o mito da reminiscência das idéias. Em Aristóteles, a razão perfeita chamava-se Deus, e de acordo com o seu pensamento, se a razão afastava-se da religião natural era para fundar, sobre o conhecimento da própria natureza, uma religião mais verdadeira. 

A Idade Média, período que se estendeu por quase mil anos, caracterizou-se pela administração religiosa dos eventos humanos. A Igreja, no topo do poder, ditava as regras; a Filosofia e a Ciência obedeciam-na. Aqueles que contrariavam os dogmas religiosos eram excomungados e, muitos deles, tiveram suas cabeças decepadas. A Escolástica, utilizando-se da lógica aristotélica e todos os seus silogismos, fizeram da simplicidade do Cristo um campo de disputas filosóficas, longe da compreensão dos menos letrados. Aos críticos respondiam com a criação da sua dogmática em que conciliavam fé e razão. Não é de se estranhar que esse processo de se encarar a religião pudesse permanecer eternamente. 

Renascença, período pós-Idade Média, é o reflorescimento de tudo o que estava incubado. Filosofia e Ciência adquirem vidas próprias. A primeira tratou da condução lógica do pensamento; a segunda, tornou-se teórica-experimental. Nesse sentido, o dogma da Igreja é substituído pelos conhecimentos obtidos através da metodologia científica. A descoberta do telescópio e a invenção da imprensa muito contribuíram para os avanços tecnológicos ocorridos nestes últimos séculos. A autoridade divina é posta em cheque. Por isso, a luta que se travou e ainda se trava entre ciência e religião. 

4. Religiões Históricas

As ideias religiosas estão presentes em todos os povos e em todos os estádios culturais. Certas religiões recrutam seus adeptos apenas dentro de um grupo determinado, p. ex., uma tribo ou aldeia: são as chamadas religiões tribais e nacionais. Isso deve-se ao fato de que as nações e hábitos religiosos estão estreitamente vinculados a uma forma cultural muito peculiar que não se torna compatível com as vigências em outras partes. Outro motivo pode ser a crença de que os deuses a quem se adora exclusivamente se preocupam com o grupo humano que pratica tal religião. Podem ser classificadas nesse grupo não só as religiões primitivas, como também outras como o confucionismo e o taoísmo, na China, o xintoísmo e suas numerosas seitas no Japão, e o judaísmo. Denominam-se religiões universais as que recrutam seus adeptos por todo o mundo. As principais são o cristianismo, o islamismo e o budismo, que, através de missionários, difundiram-se longe de seus países de origem. O hinduísmo constitui um tipo intermediário. Hindu autêntico só se é por nascimento; no entanto, os atuais movimentos reformistas do hinduísmo procuram fazer com que suas verdades sejam conhecidas fora de seus pais. 

5. O Cristianismo

O Cristianismo surge na confluência do misticismo oriental, do messianismo judeu, do pensamento grego e do Universalismo romano. O núcleo da doutrina cristã é a fé num Deus revelado como Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, crença comum a todas as igrejas. É uma religião monoteísta que coloca em primeiro plano a comunhão com Deus, o Pai, por intermédio de seu filho Jesus Cristo, o Salvador da Humanidade. 

O Cristianismo, religião dos cristãos, está centrado na vida e obra de Jesus Cristo. À semelhança de Sócrates, Cristo não nos deixou nada escrito. Seus ensinamentos são anotados pelos apóstolos e passam, mais tarde, a constituir os Evangelhos. A palavra Evangelho, no singular, representa a unidade do pensamento de Jesus, ou seja, o alegre anúncio; no plural, a diversidade de interpretação dos evangelistas. Por isso, dizemos o Evangelho segundo Mateus, o Evangelho segundo Lucas, o Evangelho segundo Marcos e o Evangelho segundo João. 

6. A Religião como Sistema

Alguns autores, como Émile Durkheim, Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss, enfatizaram todos a ideia de que a religião corresponde a certas estruturas profundas. Embora contrários em muitos pontos de vista, o que há de comum principalmente entre Mircea Eliade e Claude Lévi-Strauss é que ambos valorizam as "regras" segundo as quais a religião é construída e, portanto, o seu caráter sistêmico; e ambos ressaltam a autonomia da religião em relação à sociedade. 

Como traduzir para a prática a noção vaga de que a religião é um sistema? "No caso dos dogmas cristãos, é impossível saber (empiricamente) se Jesus Cristo pertence à mesma categoria de Deus Pai ou se lhe é inferior e, se não for nenhum desses o seu caso, qual é a relação hierárquica exata entre os dois. 

Mas é perfeitamente possível predizer, se forem conhecidos os dados do sistema (neste caso, que há uma Trindade divina composta por três "pessoas" ou, pelo menos por três membros que têm nomes individuais), todas as soluções possíveis para o problema, as quais, na realidade, não são em absoluto "históricas" (embora tenham sido enunciadas por personalidades distintas em épocas distintas), pois estão sincronicamente presentes no sistema" (Eliade, 1994, p. 18-20)

7. Visões e Revelações 

Os fundadores de religiões tinham revelações e visões nas quais o próprio Deus os chamava a atuar. Deus revelou-se a Moisés numa sarça que ardia. Quando Paulo foi chamado por Jesus, no caminho de Damasco, cegou-o um resplendor celestial. Maomé encontrou-se com o arcanjo Gabriel, que o reteve sem soltar, até que ele lhe prometeu seguir o seu mandato de reconhecer a vontade de Alá. 

8. A Mística

A mística do grego mystica, de myo, eu calo é o termo utilizado para retratar a atividade que produz o contato da alma individual com o princípio divino. O modelo do pensamento místico é baseado no retiro de mundo, ou no desligamento das coisas do mundo e no da união com Deus para receber suas luzes. 

A iluminação súbita pode ser verificada pesquisando a biografia dos grandes pensadores. O filósofo Sócrates que viveu no século V a. C. teve seu insight depois de uma visita que fizera ao Oráculo de Delfos, quando, a partir daí, passou a ensinar o conteúdo da autoconsciência do homem. René Descartes (1596-1650) teve sonhos que lhe indicaram sua missão divina: construir o método para a nova ciência. O íntimo da maioria dos grandes pensadores mostra essa relação com o divino. 

O retiro do mundo marca o modo e vida dos religiosos. Hugo de São Vitor distinguia cinco graus ascéticos: primeiro, lectio ou doutrina; segundo, a santa meditação; terceiro, a oração; quarto, a operação; quinto, a contemplação. Em França, no século XVII, funda-se o Oratório, uma instituição religiosa, cujo objetivo era não uma Doutrina Comum mas uma tendência comum para a vida interior e mística, concedendo aos seus adeptos a liberdade mais completa de reverenciar Deus. 

Durante o período da Idade Média, alguns cristãos mais ou menos isolados e, por vezes, suspeitos, foram chamados místicos, porque haviam reivindicado, para a consciência individual, o direito de comunicar diretamente com Deus, pondo de lado intermediários filosóficos e mesmo teológicos. 

9. Esotérico e Exotérico 

Esotérico - do grego esotericos significa ensinamento que, em escolas filosóficas da Antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. Exotérico - do gr. Exotericos, pelo lat. exotericu ensinamento, que nestas mesmas escolas, era transmitido ao público sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser expresso, por se tratar de ensinamento dialético. 

O par de termos "esotérico/exotérico", corresponde à oposição entre interno-externo, secreto-público, reservado-profano, privilegiado-popular e semelhantes. Dos dois termos, o esotérico é o mais significativo porque acentua o aspecto positivo da relação, ou seja, o âmbito propriamente reservado e secreto. A antítese evoca essencialmente o privilégio de alguns e a exclusão de outros, um critério de seleção e de discriminação para com uma massa indiferenciada e a favor de poucos eleitos. 

Desde as sociedades primitivas até os nossos dias, a oposição esotérica/exotérica está presente no seio da sociedade. O clã, ao transformar-se em tribo, é o primeiro característico desta antítese. Na Grécia antiga, os mistérios elêusicos e órficos são fundamentais para a distinção entre o sagrado e o profano. A formação de várias sociedades secretas, tais como a cabala, a rosa-cruz, a maçonaria e a própria teosofia corroboram a tese do hermetismo e sua veiculação somente aos iniciados. 

10. Vivência Religiosa 

Vivência religiosa é caracterizada pelo sentimento de dependência do crente em relação ao Ser Supremo. Desde a Antiguidade até os nossos dias, manifesta-se sob vários matizes: ora menos racional, ora mais. Contudo, sempre imerso num mundo sobrenatural, estigmatizado pelo amor e pelo temor. 

Os propagadores das religiões primitivas apoiavam-se nas músicas barulhentas, nas danças e nos rituais para incutir, primeiramente, o medo e depois, o êxtase, aos assistidos. No Cristianismo, o temor é representado pela obediência à Lei de Moisés; o amor, pela crença no Evangelho. Essa dualidade pode ser melhor visualizada pela criação do diabo, contrapondo-se ao Deus de misericórdia e de bondade. 

A vivência religiosa profunda imprime sua marca às relações do crente com o próximo e a sua própria vida. Quem procura afastar-se do mundo e entregar-se à divindade escolhe uma vida recolhida na meditação e no ascetismo. As religiões que colocam o homem debaixo do amor de Deus acentuam especialmente os deveres para com o próximo e fomentam uma atividade voltada para o mundo exterior. Essa atitude pode ser ilustrada com a parábola evangélica sobre o "bom samaritano". 

A diferença fundamental entre as diversas crenças reside no caráter da vivência religiosa básica. O budista considera todo o tipo de vida como um sofrimento absoluto. Na essência do cristianismo está o amor de Deus, que nos impõe condições e estende-se inclusive aos pecadores. A palavra árabe "islam" significa submissão. A vontade de Alá marca toda a existência, e o primeiro dever do bom crente é submeter-se a ela inteiramente. 

Durante as vivências religiosas particularmente profundas, o crente entra em êxtase. Conta-se que o santo italiano Francisco de Assis, depois de uma intensa meditação sobre a paixão de Cristo, recebeu em seu corpo as chagas de Jesus. Essa é a citação mais antiga de uma estigmatização. 

11. Conclusão 

Do estudo ora encetado, cabe-nos distinguir o ser religioso do ser que tem uma religião. Podemos frequentar uma Igreja, atender à sua ortodoxia e nem por isso sermos religiosos. O verdadeiro religioso é aquele que pratica a lei da Justiça, do Amor e da Caridade na sua maior pureza. Nesse sentido, estejamos cônscios de que não é o "rótulo" religioso que nos salvará, mas o bem que fizermos ao nosso próximo. Aí está todo o conteúdo doutrinal da religião. Atendamo-lo e teremos paz de consciência, apesar de todas as tribulações de nossa alma inquieta. 

12. Bibliografia Consultada 

Dicionário das Religiões. São Paulo, Martins Fontes, 1994. 

Enciclopédia Combi VisualEnciclopedia Einaudi. Lisboa, Imprensa Nacional, 1985-1991. 

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983. 

MENDONÇA, E. P. O Socratismo Cristão e as Origens da Metafísica Moderna. São Paulo, Convívio, 1975. 



Notas do Blog

O Papel da Religião 

A religião fundamenta-se na revelação. Os fundadores das religiões tinham revelações e visões nas quais o próprio Deus os chamava a atuar. Deus revelou-se a Moisés numa sarça que ardia. Quando Paulo foi chamado por Jesus, no caminho de Damasco, cegou-o um resplendor celestial. Maomé encontrou-se com o arcanjo Gabriel, que o reteve sem soltar, até que ele lhe prometeu seguir o seu mandato de reconhecer a vontade de Alá. Todas dignas de acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir. Muitas delas, porém, desviadas do bom caminho pela ambição dos seus expositores. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/o-papel-da-religio.html)

Religiões Universais e Espiritismo

Religião é sentimento divino que prende o ser humano ao Criador. É a ligação do crente com o seu objeto de adoração (pedras, árvores, Deus, Jeová etc.). Religiões universais são aquelas que acreditam ter importância para todo o mundo e tentam, com maior ou menor intensidade, converter pessoas. Elas podem ser classificadas por meio de famílias: família semítica (Judaísmo, Cristianismo, Islamismo); família indiana (Hinduismo, Budismo, Jainismo); família do extremo oriente (Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo). (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/01/religioes-universais-e-espiritismo.html)

Filosofia e Religião

Como a religião cristã faz o anelo com a filosofia grega? De três maneiras: 1) como a morte de Sócrates foi vista como um martírio, a Igreja cristã julgou-o quase como um cristão pré-cristianismo; 2) os cristãos primitivos, tomando o demiurgo ou "Logos" (o "Verbo") platônico, por meio do qual o mundo é criado e as formas ideais são infundidas ao cosmo em permanente mudança, associaram-no a Jesus, o Verbo (ou "Logos") de Deus"; 3) como Aristóteles acreditava num "Motor Imóvel" (ou "Primeiro Motor"), um ser remoto e imutável que transmite ao mundo a mudança, a Igreja cristã veio a adotar o Motor Imóvel de Aristóteles como Deus cristão. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2006/09/filosofia-e-religio.html)


Notas da Revista Espírita

Por que o Espiritismo não é um Religião

O Espiritismo repousa, pois, sobre princípios gerais independentes de todas as questões dogmáticas. Ele tem, é verdade, conseqüências morais como todas as ciências filosóficas; essas conseqüências estão no sentimento do Cristianismo, porque o Cristianismo, de todas as doutrinas, é a mais clara, a mais pura, e é por esta razão que, de todas as seitas religiosas do mundo, os cristãos são os mais aptos a compreendê-lo em sua verdadeira essência. O Espiritismo não é, pois, uma religião: de outro modo teria seu culto, seus templos, seus ministros. Cada um, sem dúvida, pode se fazer uma religião de suas opiniões, interpretar ao seu gosto as religiões conhecidas, mas daí à constituição de uma nova Igreja, há distância, e creio que seria imprudente dar-lhe a ideia. Em resumo, o Espiritismo se ocupa com a observação dos fatos, e não com as particularidades de tal ou tal crença, da procura das causas, de explicações que esses fatos podem dar de fenômenos conhecidos, na ordem piorai como na ordem física, e não impõe mais um culto aos seus adeptos do que a astronomia impõe o culto dos astros, nem a pirotécnica o do fogo. (KARDEC, A. Revista Espírita de 1859, página 148). 

No Sentido Filosófico, o Espiritismo é uma Religião

Se assim é, dir-se-á, o Espiritismo é, pois, uma religião? Pois bem, sim! sem dúvida, Senhores; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e disto nos glorificamos, porque é a doutrina que fundamenta os laços da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre as bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza. 

Por que, pois, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Pela razão de que não há senão uma palavra para expressar duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; que ela desperta exclusivamente uma ideia de forma, e que o Espiritismo não a tem. Se o Espiritismo se dissesse religião, o  público não veria nele senão uma nova edição, uma variante, querendo-se, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com um cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo, e dos abusos contra os quais a opinião freqüentemente é levantada.

O Espiritismo, não tendo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não se poderia, nem deveria se ornar de um título sobre o valor do qual, inevitavelmente, seria desprezado; eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica e moral. (KARDEC, A. Revista Espírita de 1868, página 357)

O Abuso das Religiões Desaparecerá sob o Império da Razão

Infelizmente, as religiões foram em todos os tempos instrumentos de dominação; o papel do profeta tentou as ambições secundárias, e viu-se surgir uma multidão de pretensos reveladores ou messias que, ao favor do prestígio desse nome, exploraram a credulidade em proveito de seu orgulho, de sua cupidez ou de sua preguiça, achando mais cômodo viver às expensas de seus ingênuos. A religião cristã não está ao abrigo desses parasitas. A esse respeito, chamamos uma atenção séria sobre o capítulo XXI de O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Haverá falsos Cristos e falsos profetas. A linguagem simbólica de Jesus tem favorecido singularmente as interpretações mais contraditórias; cada um, esforçando-se em torturar-lhe o sentido, acreditou nela encontrar a sanção de seus objetivos pessoais, freqüentemente mesmo a justificativa das doutrinas mais contrárias ao espírito de caridade e de justiça, dos quais é a base. Aí está o abuso que desaparecerá pela própria força das coisas, sob o império da razão. Não é esse ponto do qual vamos nos ocupar aqui. Somente constatamos as duas grandes revelações sobre as quais se apoia o Cristianismo: a de Moisés e a de Jesus, porque elas tiveram uma influência decisiva sobre a Humanidade. O islamismo pode ser considerado como um derivado de concepção humana, do mosaísmo e do Cristianismo. Para dar crédito à religião que queria fundar, Maomé teve que se apoiar sobre uma pretensa revelação divina. (KARDEC, A. Revista Espírita de 1866, página 101)


Frases

"Na religião, tudo é verdade, exceto o sermão; tudo é bom, exceto o sacerdote". (Alain, Considerações II)

"O homem, por constituição, é um animal religioso." (Man is by his constitution a religious animal) (Edmund Burke)

"Toda a história da humanidade condensa-se necessariamente na da religião. A lei geral do movimento humano consiste, sob um aspecto, em que o homem se torna cada vez mais religioso." (Comte, Catecismo positivista)

"Existem pessoas de quem não se deve dizer que são tementes a Deus, mas sim que têm medo dele." (Diderot, Pensamentos filosóficos)

"Um dia perguntaram a alguém se existiam verdadeiros ateus. Acreditais, respondeu ele, que existam verdadeiros cristãos?" (Diderot, Pensamentos filosóficos)

"Todas as religiões, artes e ciências são ramificações da mesma árvore." (Albert Einstein)

"Não há sentido em disfarçar o fato de que nossas necessidades religiosas são as mais profundas. Não teremos paz enquanto elas não forem atendidas." (Isaac Hecker, padre católico)

"A Doutrina Espírita é Ciência, Filosofia e Religião. Se tirarmos a Religião, o que é que fica? Fica um corpo sem coração; se tirarmos a ciência, fica um corpo sem cabeça; se tirarmos a filosofia, fica um corpo sem membros." (Chico Xavier)

"A única forma de demonstrar e confirmar a imortalidade da alma é mediante a sua comunicabilidade, o que oferece consolações e esperanças inimagináveis." (Espírito Joanna de Ângelis, no livro O Homem Integral)

"Na comunicabilidade com os chamados mortos deparamo-nos com a profunda consolação de constatarmos com certeza a continuidade da vida extrafisicamente transformada, a certeza da eternidade para o Espírito submetido às necessidades da matéria densa." (Chico Xavier, no livro Janelas para a Vida)