Parábola do Filho Pródigo

Perguntas e Respostas

Texto: Disse ainda Jesus: Certo homem tinha dois filhos, e o mais moço disse a seu pai: — Dai-me a parte da herança que me cabe. E o pai repartiu entre ambos a sua fazenda.

1) Quem é o pai?

Resposta: O pai da família é Deus. Esta parábola procura mostrar os descasos do coração humano e o beneplácito do amor divino. O filho mais moço representa o ser humano sem experiência e, portanto, mais afoito pelas aventuras na vida.

Texto: Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e partiu para um lugar distante, onde dissipou a sua fortuna vivendo luxuriosamente.

2) Por que o lugar distante?

Resposta: O lugar longínquo representa a distância dos conselhos e das recriminações do pai. É o lugar do erro, da liberdade viciosa, do dinheiro, dos prazeres. De certa maneira, ficou carente da proteção espiritual do pai e, por isso mesmo, não pode evitar os males pelos quais passou.

Texto: Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para a roça, cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam.

3) O que podemos entender por essa fome?

Resposta: A parábola é sempre interpretação. Nesse caso, podemos entender como a indigência do amparo divino. Afastando-se dos ensinos de Jesus e dos bons Espíritos, precipitou-se no vazio espiritual. Caiu nas garras do maligno.

Texto: Então, caindo em si, disse: Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados. Então se levantou, e foi ao encontro do pai.

4) Como interpretar o "caindo em si"?

Resposta: É preciso ponderar se o "caindo em si" não é demasiadamente tardio. Judas sonhou com o domínio político, mas quando caiu em si, Jesus já tinha sido entregue aos juízes. O "caindo em si" mostra a nossa percepção do erro, o arrependimento e a tomada de posição para a nova vida, como fizeram Maria de Madalena, Pedro, Paulo e outros. O Espírito Emmanuel, ao comentar essa passagem, diz: "Cai, contudo, em mesmo, sob a benção de Jesus e, transferindo-te, então, da inércia para o trabalho incessante pela tua redenção, observarás, surpreendido, como a vida é diferente".

5) E o levantar-me-ei e irei ter com meu pai...?

Resposta: É sair da obscuridade para a luz, da ociosidade para a ação no bem, do remorso, do arrependimento para a edificação em Jesus. Quantos de nós, chafurdados nos desvarios das paixões, não clamamos para os benfeitores nos ajudarem nessa posição, exigindo que atendam aos nossos desejos. Lembremos de que o aperfeiçoamento pede esforço, labuta, trabalho de regeneração interior.

Texto: Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos. Então o filho disse: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho.

6) Como explicar a compaixão do pai?

Resposta: O pai não esperou que o filho lhe explicasse toda a sua amargura. Teve compaixão do filho que voltou ao lar. O pai, de relance, percebeu toda a dor que o seu filho tinha passado. Para que aumentá-la com exigências ou explicações? Simplesmente recebeu-o nos braços.

Texto: Mas o pai disse aos empregados: Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés.

7) O que significam a túnica, o anel e as sandálias?

Resposta: A túnica representa a recompensa do perdão. O anel era um sinal de distinção. O calçado indicava um homem livre, porque os escravos andam descalços.

Texto: Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado. E começaram a festa.

8) Por que o novilho?

Resposta: Os judeus usavam de carne muito raramente. O banquete em que se servia um novilho gordo e dos melhores do rebanho, indicava bem a alegria que reinava na casa.

Texto: O filho mais velho estava na roça. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados, e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: É seu irmão que voltou. E seu pai, porque o recuperou são e salvo, matou o novilho gordo. Então, o irmão ficou com raiva, e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele.

Mas ele respondeu ao pai: Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho gordo.

Então o pai lhe disse: Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas, era preciso festejar e nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado.

9) Como entender a censura do outro filho?

Resposta: Se um filho foi perdulário, o outro foi egoísta. Este procede como quem lastima o dever cumprido.

10) O que se depreende desta parábola?

Esta é uma das mais conhecidas e sugestivas parábolas evangélicas. Foi apresentada por Jesus, aos que o censuravam por dar bom acolhimento aos "pecadores". Jesus quer chamar a atenção do ser humano quanto ao perdão incondicional. Quer ensinar-nos que o Pai, misericordioso que é, está sempre disposto a nos dar uma nova oportunidade, mesmo que tenhamos caído nos maiores deslizes. Basta apenas nos arrependermos e fazermos os esforços necessários para nos redimirmos do erro.

(Reunião de 13/06/2009)

Fonte de Consulta

XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, [s.d.p.], capítulo 13 e 88.

XAVIER, F. C. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. 8. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1986. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/par%C3%A1bola-do-filho-pr%C3%B3digo?authuser=0 )


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Parábola do Filho Pródigo

Esta é uma das mais conhecidas e sugestivas parábolas evangélicas. Foi apresentada por Jesus, aos que o censuravam por dar bom acolhimento aos “pecadores”. Jesus quer chamar a atenção do ser humano quanto ao perdão incondicional. Quer ensinar-nos que o Pai, misericordioso que é, está sempre disposto a nos dar uma nova oportunidade, mesmo que tenhamos caído nos maiores deslizes.

A parábola do filho pródigo retrata a história de um mancebo que, tendo recebido a sua herança, parte para um país longínquo. Depois de muitas contradições e sofrimento, volta para o seio paterno, disposto a pedir-lhe perdão pelos erros cometidos. O seu pai o recebe com muita alegria e lhe dá uma grande festa, matando, inclusive, um novilho, para festejar. O outro filho, o que ficou cuidando dos negócios do pai, vendo aquela festa se sente menosprezado, censurando gravemente o seu pai.

Esta parábola procura mostrar os descasos do coração humano e o beneplácito do amor divino. O filho mais moço representa o ser humano sem experiência e, portanto, mais afoito pelas aventuras na vida. O lugar longínquo representa a distância dos conselhos e das recriminações do pai. É o lugar do erro, da liberdade viciosa, do dinheiro e dos prazeres. Distante dos ensinamentos morais, sofreu todo o tipo de indigência, precipitou-se no vazio espiritual e foi presa fácil do maligno.

Ponderemos o “caindo em si” desta parábola. Judas sonhou com o domínio político, mas quando caiu em si, Jesus já tinha sido entregue aos juízes. O “caindo em si” mostra a nossa percepção do erro, o arrependimento e a tomada de posição para a nova vida, como fizeram Maria de Madalena, Pedro, Paulo e outros. O Espírito Emmanuel, ao comentar essa passagem, diz: “Cai, contudo, em ti mesmo, sob a bênção de Jesus e, transferindo-te, então, da inércia para o trabalho incessante pela tua redenção, observarás, surpreendido, como a vida é diferente”.

Quando o filho se apresentou ao pai, este não esperou que o seu filho lhe explicasse toda a sua amargura. Teve compaixão. O pai, de relance, percebeu toda a dor que o seu filho tinha passado. Para que aumentá-la com exigências ou explicações? Simplesmente recebeu-o nos braços. Quis, em contrapartida, dar uma festa, para comemorar. O outro filho, porém, censurou-o. Moral da história: podemos tender tanto para a prodigalidade quanto para o egoísmo.

O filho mais novo foi dissipador; o que ficou procedeu como quem lastima o dever cumprido. Ambas as situações devem ser motivos de reflexão para a nossa caminhada espiritual. Estamos sempre sujeitos a cometer os mesmos erros dos outros. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/07/parabola-do-filho-prodigo.html)


Em Forma de Palestra

Parábola do Filho Pródigo

1. Introdução

O que pretendia Jesus ao proferir esta parábola? Por que tantas pessoas famosas usaram-na em suas prédicas? O que ela contém de especial? Analisemos, portanto, o filho pródigo, o pai e o filho que ficou.

2. Conceito

Parábola. Do grego parabolé, que vem de pará (= ao longo de, ao lado de, passando perto, junto de) e bolé (= o que foi jogado). Bolé vem do verbo grego bállo, que significa jogar, lançar. Para expressar o ato de lançar uma pedra, que passa de raspão, os gregos usam o verbo paraboleúomai. 

Pródigo. Que despende mais do que é necessário ou conveniente; gastador, esperdiçador; perdulário, dissipador; esbanjador: pródigo em excesso, deu cabo do seu e de muito alheio.

Prodigalidade Tendência particular da pessoa para despesas injustificadas e ruinosas, a qual pode conduzir, através de processo jurídico, a uma situação de incapacidade de exercício.

3. Resumo do Texto Bíblico 

A parábola é introduzida com estas palavras: "Costumavam aproximar-se de Jesus os publicanos e os pecadores para escutá-lo. E os fariseus e os escribas murmuravam entre si: ‘Esse acolhe os pecadores e come com eles’. Então Jesus lhes disse esta parábola": (Lucas, 15, 11-32)

Um pai de família tinha dois filhos. O mais novo pediu-lhe parte da herança que lhe cabia. Tão logo a obtém, desloca-se para um país distante, gastando-a luxuriosamente. Sem um vintém no bolso, foi obrigado a trabalhar na roça e cuidar dos porcos. Nesse estado, sente até vontade de comer as lavagens que eram dadas aos porcos. Tem, contudo, um insight: pensa em voltar ao lar paterno, para pedir perdão ao seu pai. Foi o que fez.

Aproximando-se da antiga propriedade, é recebido pelo seu pai que, para comemorar o evento, manda preparar-lhe uma festa. Não pergunta sobre os motivos do retorno; apenas é movido pelo seu sentimento de compaixão.

Nos preparativos da festa, o outro filho, que estava labutando na fazenda, chega e indaga sobre a razão de tal festividade. Informam-lhe que é por causa da volta do seu irmão. A notícia deixou-o transtornado. Em seguida, parte para um confronto com o seu pai, dizendo-lhe: "O senhor nunca permitiu que eu matasse um novilho para que eu pudesse festejar com os meus amigos, mas o está fazendo para o filho que se prostituiu na vida".

"Então o pai lhe disse: Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas, era preciso festejar e nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado".

4. O Filho Pródigo

4.1. País Longínquo

O país longínquo representa o estado de alma daqueles que não querem ouvir a voz da consciência, a voz de Deus. São as pessoas que optam por ficar distante das recriminações e admoestações de seus pais, pensando que adquirirão a perfeita liberdade. Agradam-lhe o a luxúria, a riqueza e o poder. Por isso, refocilam-se no vício.

4.2. Comer Lavagem dos Porcos

Desprovido dos conselhos paternos, o filho acaba na indigência. Transpassado para o campo da alma, é o vazio, a distância para com os ensinamentos morais, os avisos salutares. Os porcos representam as paixões desordenadas, a carência de virtudes. Daí, sua queda e submissão ao maligno. A misericórdia de Deus, porém, nunca falta: há sempre uma esperança, um despertamento para o retorno às leis naturais. "Então, caindo em si, disse: Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados. Então se levantou, e foi ao encontro do pai".

4.3. Volta ao Lar Paterno

O sofrimento, longe do aconchego familiar, era tamanho que o abateu um arrependimento profundo. Pensou: lá, os empregados de meu pai têm comida e bebida, e eu aqui, estou morrendo de fome. Tomarei uma decisão e voltarei para o meu pai. Este insight é uma espécie de aviso espiritual, pois os benfeitores do espaço aproveitam todas as oportunidades para despertar as almas caídas, pois querem a nossa salvação e não a nossa ruína.

5. O Pai

5.1. Compaixão

A ideia central desta parábola é salientar a compaixão do pai, no caso Deus, o criador do universo. Deus está sempre pronto a ouvir qualquer um de seus filhos, mesmo aquele que, movido pela sua ignorância, acabou chafurdando nas trevas. Contudo, basta uma chispa de arrependimento sincero, que Ele já está prestes a nos receber em seus braços.

5.2. A Festa

A festa lembra-nos de uma outra passagem evangélica: "Haverá mais alegria no céu por um pecador que se converta que por noventa e nove justos que não tenham necessidade de conversão". O pai ficou contente com a volta do filho; para festejar, ofereceu-lhe o que há de melhor: a túnica, que representa a recompensa do perdão; o anel, o objeto de distinção; o calçado, a liberdade, pois os escravos não usavam calçados.

5.3. A Matança do Novilho

Os judeus muito raramente usavam a carne; deixavam-na para as grandes solenidades. Para o pai, a volta do filho pródigo é um motivo sobejamente solene, pois preenche o seu coração entristecido por longos anos. Quantas noites mal dormidas, quantas preocupações, quantas agonias não lhe perpassaram pela cabeça, pois nunca mais tivera notícia de seu filho. A sua volta é como ter um novo filho, uma nova experiência paternal, por isso o banquete.

6. O Filho que Ficou

6.1. Responsabilidade ou Comodidade?

Não se arriscar na vida é comodidade ou responsabilidade? O filho mais velho preferiu ficar para cuidar, juntamente com pai, da propriedade. É preciso verificar o móvel desta ação. Se o fez por obediência à sua consciência, ao seu dever, estará cumprindo a sua missão nesta vida. Se o fez por medo da aventura, dos riscos da vida, a sua missão estará comprometida. Para o nosso progresso espiritual, o mar alto das grandes provações tem mais valor do que passar uma vida inteira na comodidade.

6.2. Egoísmo

O Espírito Emmanuel, no capítulo 98 de Palavras de Vida Eterna, compara o filho mais velho a um censor: "Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; entretanto, reprova e confronta. Procede como quem lastima o dever cumprido, age à feição de um homem que desestima a própria nobreza". Não percebe que a festa em nada diminuirá o que já possui. Em realidade, perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz. Ainda: "Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tranquilidade somente para si".

6.3. As Sombras do Rancor

Quando alguém não reclama, na geme, todos à sua volta acham que não tem problema algum. É o caso do filho mais velho. Até o irmão retornar, tudo lhe corria a contento, sendo o queridinho do pai, inclusive com a possibilidade de herdar toda a propriedade, caso seu progenitor viesse a falecer. Ninguém percebia as suas sombras egoístas. Bastou, porém, uma modificação no seu quadro externo, que vociferou toda a sua mágoa, todo o seu rancor, todo o seu egoísmo. Daí, a veracidade do: "não há nada oculto que não venha a ser conhecido". Mais cedo ou mais tarde, o mundo toma conhecimento de nossos méritos e deméritos.

7. Conclusão

Em cada parábola, tenhamos mente o seu poder de despertamento. Nesse caso, esse poder está associado à compaixão que todo o pai deve ter para com os seus filhos, sejam bons ou ruins. Lembremo-nos de que a paternidade também é uma missão.

São Paulo, julho de 2009.