Meu Reino não é deste Mundo

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por reino?

A palavra “reino” evoca a ideia de rei, reinado, pessoa poderosa, senhor de muitos domínios e muitos súditos.

2) Como o reino é visto em termos religiosos?

Em termos religiosos, o reino transforma-se em Reino de Deus, tema central da pregação de Jesus.

3) Qual o significado de reino de Deus?

Estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição adquirida; estado de sublimação da alma.

4) Como está posto o texto evangélico?

Pilatos, tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe disse: Sois o rei dos Judeus? Jesus lhes respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minhas gentes teriam combatido para me impedir de cair nas mãos dos Judeus; mas meu reino não é daqui: Pilatos, então, lhe disse: Sois, pois, rei? Jesus lhe replicou: Vós dissestes: eu sou rei; eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade escuta a minha voz. (João, cap. XVIII, v. 33, 36 e 37)

5) Qual a visão de conjunto?

Este estudo evoca o povo judeu, eleito por Deus, o cristianismo, como extensão da revelação dada por Deus ao povo de Israel e o Espiritismo, como extensão do cristianismo primitivo.

6) Como cada um via a vida futura?

Os judeus tinham ideias muito vagas sobre a vida futura; A vida futura é o ponto de partida, o dogma central da doutrina de Cristo. Para o Espiritismo, a vida futura é uma realidade baseada em fatos, pois segue as normas da ciência positiva: formulam-se hipóteses, testam-nas e tiram-se conclusões. 

7) Qual a relação entre mérito pessoal e realeza de Jesus?

Representa o esforço na prática do bem, na paciência ante os infortúnios.

8) A perspectiva da vida futura muda a a vida presente?

Sim. Tendo em vista a vida após a morte, os sofrimentos da vida presente têm curta duração e não pesam muito na caminhada evolutiva do ser humano.

9) E aquele que duvida a vida futura?

Todos os seus esforços concentram-se na vida presente, e por isso deleitam-se nos prazeres mundanos.

https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/meu-reino-n%C3%A3o-%C3%A9-deste-mundo


Texto Curto no Blog

Meu Reino não é deste Mundo

O objetivo deste tema é mostrar que a essência da vida está além da existência física. A palavra “reino” evoca a ideia de rei, reinado, pessoa poderosa, senhor de muitos domínios e muitos súditos. Ao tratarmos de “meu reino não é deste mundo”, tentemos diferenciar o mundo material do mundo espiritual.

Pilatos, tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe disse: Sois o rei dos Judeus? Jesus lhes respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minhas gentes teriam combatido para me impedir de cair nas mãos dos Judeus; mas meu reino não é daqui: Pilatos, então, lhe disse: Sois, pois, rei? Jesus lhe replicou: Vós dissestes: eu sou rei; eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade escuta a minha voz. (João, cap. XVIII, v. 33, 36 e 37)

Para bem compreendermos este texto evangélico, convém lembramos, mesmo que sucintamente, dos termos “judaísmo”, “cristianismo” e “Espiritismo”. No judaísmo, o povo judeu é o povo eleito para cumprir uma missão universal: a da aliança de Deus com a humanidade. No Cristianismo, Jesus Cristo é o eixo norteador dos Evangelhos. No Espiritismo, Allan Kardec é codificador que, auxiliado pelos Espíritos iluminados, desvenda-nos os mistérios do Consolador Prometido.

O princípio da vida futura pode ser assim sintetizado: os judeus tinham ideias muito vagas acerca da vida futura. Eles acreditavam nos anjos, mas não tinham conhecimento de que eles mesmos poderiam, no futuro, vir a ser anjos. Jesus Cristo coloca a vida futura como um dogma central de seus ensinamentos. Por isso, não se dizia rei deste mundo. Para o Espiritismo, a vida futura é uma realidade baseada em fatos, fatos estes mostrados pelos próprios Espíritos desencarnados. 

A realeza de Jesus representa o esforço na prática do bem, na paciência ante os infortúnios. A crença na vida futura muda o ponto de vista que se tem da vida presente. Pensa-se a encarnação como uma passagem, uma transição para o verdadeiro mundo, o mundo espiritual. Nesse caso, a dor e o sofrimento têm curta duração; a abnegação, a humildade e a caridade tornam-se preocupações relevantes: não se pergunta a posição que uma pessoa ocupa, mas as lágrimas que procurou enxugar.

Enalteçamos a vida futura, mas não nos esqueçamos de viver plenamente o dia que passa, pois é este que prepara um porvir bom ou ruim. 

http://sbgespiritismo.blogspot.com/2013/03/meu-reino-nao-e-deste-mundo.html


Em Forma de Palestra

Meu Reino não é Deste Mundo

1. Introdução  

O objetivo deste tema é mostrar que a essência da vida está além da existência física.  

2. Conceito  

Reino. Nação ou Estado governado por um rei ou uma rainha; domínio longínquo pertencente ao rei.  

Reino de Deus. Estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição adquirida; materialização da felicidade dos bem-aventurados; obra divina no coração dos homens; estado de sublimação da alma, criado por ela própria, através de reencarnações incessantes. (Equipe da FEB, 1995)  

Mundo. Na concepção clássica, o mundo é o sistema harmônico composto pela Terra e os astros. Em termos geográficos, o mundo é a Terra. Em sentido mais amplo, o mundo é tudo aquilo que existe, o próprio Universo. 

3. Considerações Iniciais   

A palavra “reino” evoca a ideia de rei, reinado, pessoa poderosa, senhor de muitos domínios e muitos súditos. Historicamente, há os desmandos registrados pelos detentores de poder, principalmente em países que adotaram a ditadura.  

Em termos religiosos, o reino transforma-se em Reino de Deus, tema central da pregação de Jesus. Ele ocupa lugar de destaque em várias de suas parábolas - principalmente o grão de mostarda -, a menor das sementes que, depois de plantada, dará a maior das árvores. 

Ao tratarmos de meu reino não é deste mundo, tentemos diferenciar o mundo material, o mundo espiritual e o mundo interior.  

4. O Texto Evangélico 

Pilatos, tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe disse: Sois o rei dos Judeus? Jesus lhes respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minhas gentes teriam combatido para me impedir de cair nas mãos dos Judeus; mas meu reino não é daqui: Pilatos, então, lhe disse: Sois, pois, rei? Jesus lhe replicou: Vós dissestes: eu sou rei; eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade escuta a minha voz. (João, cap. XVIII, v. 33, 36 e 37) 

5. Visão de Conjunto  

Para bem compreendermos este texto evangélico, convém lembramos, mesmo que sucintamente, dos termos “judaísmo”, “cristianismo” e “Espiritismo”.  

5.1. Judaísmo 

O povo judeu é, desde Abraão, o povo eleito por Deus para cumprir uma missão universal: a aliança de Deus com a humanidade, renovada em diferentes ocasiões, pela qual se compromete a uma eterna proteção em troca de fidelidade e do cumprimento de seus preceitos.  A Bíblia é o seu livro sagrado. O sincretismo Greco-judaico, a Sinagoga e o Sinédrio são elementos-chave para a sua compreensão. Moisés é o protagonista da primeira revelação divina. Há uma lei civil e uma lei moral, esta baseada nos Dez Mandamentos. 

5.2. Cristianismo  

O cristianismo surgiu como uma extensão e aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo de Israel. O núcleo da doutrina cristã é a fé num Deus revelado como Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, crença comum a todas as igrejas. O Cristianismo, religião dos cristãos, está centrado na vida e obra de Jesus Cristo. À semelhança de Sócrates, Cristo não nos deixou nada escrito. Seus ensinamentos são anotados pelos apóstolos e passam, mais tarde, a constituir os Evangelhos.  

5.3. Espiritismo 

O Espiritismo, tal como o Cristianismo, surgiu como uma extensão do cristianismo. Enquanto no judaísmo e no cristianismo tivemos reveladores individuais, tais como Moisés e Jesus, respectivamente, no Espiritismo, a revelação foi dada pelos Espíritos, e, por esta razão, dizemos Doutrina dos Espíritos e não doutrina de Allan Kardec. O Espiritismo é uma doutrina fundada sobre a crença de existência de Espíritos e nas suas manifestações. A doutrina pressupõe um conjunto de princípios, princípios estes fundamentalmente diferentes de outros princípios espiritualistas, pois só admite fatos experimentais, e suas respectivas deduções. Distingue-se, também, da Metafísica ao repelir todo o raciocínio a priori e toda a solução puramente imaginativa. 

6. Vida Futura  

6.1. No Judaísmo 

Os judeus tinham ideias muito vagas sobre a vida futura. Eles acreditavam nos anjos, mas não sabiam que os homens podiam, no futuro, se tornar também anjos e partilhar da felicidade dos bem-aventurados. Como consequência da obediência a Deus tinham as posses dos bens materiais. As calamidades públicas e as derrotas nada mais eram do que a desobediência ao Deus Supremo, aquele que pune os que não seguirem os seus mandamentos.   

6.2. No Cristianismo 

A vida futura é o ponto de partida, o dogma central da doutrina de Cristo. Para que isso se torne uma realidade, há necessidade de mudança de concepção, ou seja, transcender a vida presente e focalizar o que há de vir. Jesus, em virtude do grau de evolução dos seres humanos naquela época, não podia expor a totalidade de sua doutrina. Por essa razão, falava por parábolas, anunciando o Consolador Prometido, aquele que, no tempo oportuno, daria informações mais detalhadas sobre esta verdade fundamental. Aceitemos ou não, ninguém pode escapar da vida futura.  

6.3. No Espiritismo   

O Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus, aquele que viria complementar o que Ele dissera apenas por parábolas. Estudando e refletindo sobre o conteúdo doutrinal espírita, encontraremos as explicações sobre esta e muitas outras questões, principalmente aquelas que parecem sem sentido: anomalias, aleijões, idiotia. Para o Espiritismo, a vida futura é uma realidade baseada em fatos, pois segue as normas da ciência positiva: formulam-se hipóteses, testam-nas e tiram-se conclusões.  

7. Aspectos Práticos da Realeza de Jesus 

7.1. Mérito Pessoal  

A realeza de Jesus diz respeito ao mérito pessoal. Não é aquela baseada em corrupção e falcatruas, como acontece na vida política. Representa o esforço na prática do bem, na paciência ante os infortúnios, pois quando isso faz parte intrínseca da alma humana, ela transporta-se para outro mundo, um mundo totalmente diferente da mesquinharia do mundo material que ainda domina a maioria dos seres humanos.   

7.2. A Perspectiva da Vida Futura muda a Vida Presente  

A crença na vida futura muda o ponto de vista que se tem da vida presente. Tendo em mente a vida após a morte, a encarnação é vista como uma passagem, como um ponto no total de nossas existências. Nessa perspectiva, a dor, o sofrimento e todo o tipo de dificuldade têm curta duração por mais longo que pareçam. Assim sendo, a abnegação, a humildade e a caridade tornam-se preocupações relevantes: não se pergunta a posição que ocupa, mas as lágrimas que se procurou enxugar. Além disso, o crente sincero procurará caminhar entre sarças e espinhos e não entre flores.   

7.3. A Dúvida sobre a Vida Futura Atrapalha o Progresso da Alma 

Quando se duvida da vida futura, todos os esforços são concentrados na vida presente. As pessoas não conseguem compreender a utilidade do sofrimento. Não sabem que tudo é passageiro, que dura pouco tempo. Nesse sentido, o Espiritismo não condena a busca de prazeres, mas condena o seu abuso, o seu excesso, principalmente quando prejudica os anseios evolutivos da alma. Em outras palavras, o Espiritismo expande o pensamento a novos horizontes.  

8. Conclusão  

Pensemos, reflitamos e evoquemos a vida futura, mas não nos esqueçamos de viver plenamente o dia que passa, pois é este que trará a recompensa da felicidade dos bem-aventurados. 

9. Bibliografia Consultada   

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984, cap. 2.

São Paulo, março de 2013.


Notas do Blog

Realeza de Jesus 

A realeza de Jesus diz respeito à moral e ao mérito pessoal. "A realeza terrestre acaba com a vida; a realeza moral governa ainda, e sobretudo, depois da morte. A esse título Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi, pois, com razão que disse a Pilatos: Eu sou rei, mas meu reino não é deste mundo". (Kardec, 1984, cap. II, item 4) (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/12/realeza-de-jesus.html

Judas Iscariotes

No capítulo 5 "Judas Iscariotes", de Crônicas de Além-Túmulo,  Judas diz: "o Sinedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas ideias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria".

No capítulo 24 "A Ilusão de Discípulo", de Boa Nova, há um diálogo entre Judas e Tiago. Judas critica a demasiada simplicidade do Jesus, dizendo que as reivindicações do nosso povo exigem um condutor enérgico e altivo... Tiago, por sua vez, contrapõe tal argumento: "Israel sempre teve orientadores revolucionários; o Messias, porém, vem efetuar a verdadeira revolução, edificando o seu reino sobre os corações e nas almas!"... (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2018/01/judas-iscariotes.html)

Reino de Deus

Tanto no Antigo como no Novo Testamento há alusão ao reino de deus. No Velho Testamento, desde a época da instalação de Israel em Canaã, Iavé é reconhecido como seu Rei e, mesmo depois da queda da monarquia, pensava-se ainda na realização do reino de deus nos fins dos tempos. No Novo Testamento, Jesus interpreta-o sem o caráter de nacionalismo, reservado somente aos descendentes de Abraão, mas como a grande esperança na vida futura e a transcendência pelo qual importava sacrificar tudo na terra, inclusive a própria vida. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/o-reino-de-deus.html)

Desequilíbrio Mental e Reino de Deus

O Desequilíbrio mental opõe-se ao Reino de Deus. Se a noção de Reino de Deus é a busca da perfeição, da felicidade, do altruísmo, ou seja, da realização da obra divina em nossos corações, logo todo o desequilíbrio mental é, por sua própria natureza, contrário a este conceito. Isso não quer dizer que toda a pessoa desequilibrada esteja impossibilitada de alcançar o Reino de Deus. Se o próprio mestre Jesus disse que Reino de Deus está dentro de nós, o que precisamos é edificá-lo em nós mesmos, dia após dia. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/desequilbrio-mental-e-reino-de-deus.html)

Internet

O "Decálogo do reino"

O escritor e filósofo José Herculano Pires publicou em 1946 a obra O reino, baseada em uma tese que defende a construção de um novo mundo em que se estabeleceria o reino de Deus na Terra. 

“O reino é uma graça e uma conquista. Vivem na ilusão os que se esquecem daquelas palavras: ‘Busca primeiro o reino de Deus e a sua justiça’... Porque pensam que o reino é dado a troco de palavras, de crenças, de sacramentos, de símbolos e sinais exteriores. E se enganam a si mesmos”, reflete Herculano sobre a maneira de atingi-lo. 

O livro estrutura-se com base na história de encontros entre o narrador e um mensageiro do reino, com observações de Herculano sobre vários assuntos, mostrando que o reino não pode ser atingido por violência, mas com justiça e amor. “O jovem Carpinteiro veio mostrar-nos o caminho pelo seu próprio exemplo”, mas “o exemplo do reino era tão estranho como um pesadelo. O mundo o via, mas não entendia”, escreve.

Como parte da obra, para concluir, Herculano descreve o “Decálogo do reino”. 

“Para podermos conquistar o reino, o jovem Carpinteiro nos deu o seu exemplo e seu Evangelho. Depois, nos prometeu e enviou o Espírito da Verdade. Estamos agora em condições de avançar dia a dia para o reino? Que faremos?”, pergunta Herculano, concluindo que as luzes do reino já brilham aos nossos olhos. “Confiemos e avancemos sem desfalecimentos”, destaca.

Eis o “Decálogo” para os que, segundo Herculano, quiserem entrar para as fileiras dos trabalhadores do reino:

Para entrar no reino

1) Ao acordar pense no reino antes de pensar nas coisas terrenas. E ore. Peça ao jovem Carpinteiro que lhe dê forças para não se deixar fascinar pelos pequenos reinos dos homens e para amar a todos.

2) Antes de iniciar o seu dia, lembre-se e grave na sua mente que tudo o que você fizer deve ser feito em favor do reino, mesmo no seu trabalho e nas suas mínimas obrigações rotineiras.

3) Afaste do seu coração qualquer ressentimento contra quem quer que seja. Comece o dia com um sentimento de gratidão a Deus pela bênção da vida e pela bênção maior da compreensão do reino.

4) Faça ou renove o seu voto de humildade, prometendo a você mesmo não ceder ao orgulho, à vaidade, à cólera, à arrogância, à ambição, à prepotência, à violência, pois todas essas coisas conduzem aos reinos dos homens, desviando-nos do reino de Deus.

5) Prometa manter-se calmo e buscar a serenidade em todas as circunstâncias.

6) Tenha confiança na verdade. Só assim você não perderá a razão quando o injuriarem, caluniarem, disserem mentiras a seu respeito, pois compreenderá que só a verdade prevalece e que ela não necessita da força, da astúcia ou de qualquer manobra para se impor.

7) Busque a pureza: Todas as coisas são puras quando as encaramos com amor, compreensão e pureza. Não há atos impuros para o homem que mantém o seu coração puro. É nossa malícia que faz impuras as coisas de Deus. Evite sempre os excessos, que são provenientes do egoísmo, fonte da impureza.

8) Não se esqueça de que o pior dos homens é seu semelhante, seu irmão. Trate a todos com amor e justiça. Mas cuidado na Justiça, que o nosso egoísmo facilmente transforma em injustiça. E seja abundante no amor, em que somos sempre tão pobres e avaros.

9) Não roube; não aprove o roubo; não elogie o roubo; não queira possuir mais do que o necessário, porque para isso é preciso tirar dos outros e aumentar a miséria do mundo, em prejuízo da riqueza do reino; afaste-se da corrupção do século e dê o exemplo do amor e da justiça do reino.

10) Não se apresse nem se iluda, pois o reino não vem por sinais exteriores; precisamos construí-lo paciente e corajosamente no coração dos homens, pelo nosso exemplo. Amor, desapego e pureza são os instrumentos de construção do reino de Deus na Terra. Aprenda a trabalhar com esses instrumentos e você ajudará a construir o reino. 

Herculano avisa que este decálogo tem os seus mistérios. “Na proporção em que você o seguir os mistérios irão se revelando. Em cada mandamento há coisas que não percebemos na simples leitura. Só a prática nos revela a amplitude e a profundidade de algumas frases e de algumas palavras.” Isso porque, segundo ele, ao nos aproximarmos do reino, nossa visão se amplia e se aguça, nossa compreensão se esclarece. As luzes do reino vão a pouco e pouco iluminando as trevas do mundo, em que a nossa alma está mergulhada.

https://correio.news/reflexoes/o-decalogo-do-reino


Notas de Livro

O Reino, por José Herculano Pires 

Quem menospreza a frase — “Busca primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” — vive na ilusão. Engana-se, também, aquele que pensa que o Reino é apenas subjetivo ou pertence ao Outro Mundo. Outro erro é querer chegar ao Reino por meio da Política, da Religião, da Filosofia, ou seguindo as ordens deste ou daquele Mestre em particular. Ou seja, cada um de nós pode fundar o seu Reino.

Os fundamentos do Reino são: Deus, Amor e Justiça. Deus quer que seus filhos cresçam responsáveis. Há liberdade no escravo? No robô? Daí, que a responsabilidade só nasce e cresce no clima de liberdade. Lembremo-nos de Paulo: ele nos ensinou que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Quando o homem se julga dono pessoal dos frutos da terra, ele acaba destruindo a maior riqueza do Universo, que é o espírito. Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.

Cristo nos ensinou que o Reino não é privativo de ninguém, privilégio de nenhuma seita, de nenhuma Escola, de nenhuma raça. Pois se todos são filhos de Deus, todos são herdeiros do Reino. 

Como a semente de trigo que não germina se não morrer, o mesmo deve acontecer conosco, ou seja, morrer para o mundo material para renascer no mundo espiritual.

O sonho do Reino eclodiu na alma de Rousseau em três tempos. O CONTRATO SOCIAL era a nova utopia, com a cidade renovada em bases de Amor e Justiça; o Emílio era o homem novo, liberto do pecado original, criado no amor de Deus e educado pela Natureza; A NOVA HELOÍSA era o novo amor que cimenta a família nova formada pelo sentimento puro, livre das impurezas e do julgo doloroso das ambições.

Marx queria o Reino, a igualdade dos homens, a sociedade sem classes, sem governos, sem opressões, sem propriedades egoístas, sem riquezas famigeradas. Queria restabelecer o valor do trabalho contra o falso, o mentiroso e ímpio valor da moeda. Mas o seu caminho ainda não era um caminho. Era um atalho. Um áspero atalho, cortando violentas rampas na montanha exigindo sacrifícios enormes, lutas sem tréguas, convulsões sociais espantosas, assassinatos em maça, masmorras e algemas, tiranias e fuzilamentos.

O Jovem Carpinteiro ensinara com tamanha doçura: — O Reino de Deus não começa por sinais exteriores. Ele está dentro de vós. — Mas os homens não aceitaram a lição da renúncia, não compreenderam o ensino do desapego. Queriam poder, dinheiro grandeza! E cortaram o solo do Mundo de Deus com atalhos escabrosos.

A Tese do Reino exige reflexão constante, decisão Espiritual, Amor e Justiça no coração e na Consciência, para que o Cristão não se extravie pelos atalhos ideológicos. O Cristão possui a Ideologia do Evangelho e o Manifesto do Reino. 


Frases

"Faz dum grão de mostarda maravilhoso símbolo do Reino de Deus." (Espírito Emmanuel)

"Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de autoeducação, de conversão substancial do “eu” ao Reino de Deus."  (Espírito Emmanuel)

"Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima."  (Espírito Emmanuel)

Na edificação íntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à deserção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no âmago do coração:

– “Porventura existirá alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?”  (Espírito Emmanuel)


Mensagem Espírita

Estima do Mundo

“Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” — Jesus. (MATEUS, capítulo 10, versículo 25.)

Muitos discípulos do Evangelho existem, ciosos de suas predileções e pontos de vista, no campo individual.

Falsas concepções ensombram-lhes o olhar.

Quase sempre se inquietam pelo reconhecimento público das virtudes que lhes exornam o caráter, guardam o secreto propósito de obter a admiração de todos e sentem-se prejudicados se as autoridades transitórias do mundo não lhes conferem apreço.

Agem esquecidos de que o Reino de Deus não vem com aparência exterior; não percebem que, por enquanto, somente os vultos destacados, nas vanguardas financeiras ou políticas, arvoram-se em detentores de prerrogativas terrestres, senhores quase absolutos das homenagens pessoais e dos necrológios brilhantes.

Os filhos do Reino Divino sobressaem raramente e, de modo geral, enchem o mundo de benefícios sem que o homem os veja, à feição do que ocorre com o próprio Pai.

Se Jesus foi chamado feiticeiro, crucificado como malfeitor e arrebatado de sua amorosa missão para o madeiro afrontoso, que não devem esperar seus aprendizes sinceros, quando verdadeiramente devotados à sua causa?

O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade de trabalho proveitoso e não do uso de vantagens efêmeras que, em muitos casos, lhe anulariam a capacidade de servir. Se a força humana torturou o Cristo, não deixará de torturá-lo também. É ilógico disputar a estima de um mundo que, mais tarde, será compelido a regenerar-se para obter a redenção. (XAVIER, F.C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, lição 103) 

Vinda do Reino

“O reino de Deus não vem com aparência exterior.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 17, versículo 20.)

Os agrupamentos religiosos no mundo permanecem, quase sempre, preocupados pelas conversões alheias. Os crentes mais entusiastas anseiam por transformar as concepções dos amigos. Em vista disso, em toda parte somos defrontados por irmãos aflitos pela dilatação do proselitismo em seus círculos de estudo.

Semelhante atividade nem sempre é útil, porquanto, em muitas ocasiões, pode perturbar elevados projetos em realização.

Afirma Jesus que o Reino de Deus não vem com aparência exterior. É sempre ruinosa a preocupação por demonstrar pompas e números vaidosamente, nos grupos da fé. Expressões transitórias de poder humano não atestam o Reino de Deus. A realização divina começará do íntimo das criaturas, constituindo gloriosa luz do templo interno. Não surge à comum apreciação, porque a maioria dos homens transitam semicegos, através do túnel da carne, sepultando os erros do passado culposo.

A carne é digna e venerável, pois é vaso de purificação, recebendo-nos para o resgate preciso; entretanto, para os espíritos redimidos significa “morte” ou “transformação permanente”. O homem carnal, em vista das circunstâncias que lhe governam o esforço, pode ver somente o que está “morto” ou aquilo que “vai morrer”. O Reino de Deus, porém, divino e imortal, escapa naturalmente à visão dos humanos. (XAVIER, F.C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, lição 107)

Renasce Agora

“Aquele que não nascer de novo pode ver o Reino de Deus.” — Jesus. (João, 3:3.)

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.

Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.

Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvides a assertiva do Mestre: – “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo ...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã. (XAVIER, F.C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, lição 56) 

Exaltação do Reino Divino

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e assim tornar-vos-eis meus discípulos.” – Jesus. (João, 15:8.)

Glorificarás o Senhor Supremo e serás discípulo do Grande Mestre...

Contudo, não apenas porque te mostres entendido nas Divinas Escrituras...

Não somente porque saibas apregoar os méritos da Sublime Revelação, comovendo a quem te ouve...

Não apenas por guardares de cor as tradições dos antepassados...

Não somente por te sustentares no culto externo...

Não apenas pelo reconforto recebido de mensageiros da Vida Superior...

Não somente por escreveres páginas brilhantes...

Não apenas porque possuas dons espirituais...

Não somente porque demonstres alevantadas aspirações...

A palavra do Evangelho é insofismável.

Glorifiquemos a Deus e converter-nos-emos em discípulos do Cristo, produzindo frutos da paz e aperfeiçoamento, regeneração e progresso, luz e misericórdia.

A semente infecunda, por mais nobre, é esperança cadaverizada no seio da terra.

Assim também, por mais ardente, a fé que não se exprime em obras de educação e de amor, redenção e bondade, é talento morto.

Se te dizes seguidor de Jesus, segue-lhe os passos.

Ajuda, ampara, consola, instrui, edifica e serve sempre.

Façamos algo na extensão do bem de todos.

Somente assim, cresceremos para o Céu, na construção do Reino de Deus. (XAVIER, F.C. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, lição 17)