Medo

Perguntas e Respostas

1) Qual a origem do termo “medo”?

Medo vem do latim metu, medo, causador de cuidados, vocábulo que está também na raiz de médico, remédio, remediar e irremediável.

2) O que é o medo?

O medo é um temor, surto violento, grande inquietação em presença de um perigo real ou imaginário.

3) Como o medo é visto pela psicologia?

Perturbação angustiosa causada pela presença ou perspectiva de uma situação em que se arrisca a segurança presente ou futura.

4) Como o medo é visto pela filosofia?

É uma forte emoção que inibe um filosofar original. Segundo Bunge, alguns filósofos esposaram o irracionalismo por medo da ciência, o nominalismo por medo do idealismo, o idealismo por medo da religião e do marxismo...

5) No que o medo difere da angústia?

No medo, o fenômeno psicológico ameaçador do perigo é identificável; na angústia, não.

6) Quais são os medos presentes?

Medo de perder o emprego, de envelhecer, de ficar doente, de ser assaltado na rua, do terrorismo etc.

7) Qual a influência da imaginação na concretização do medo?

O poder da imaginação é sem limite: basta alguém nos relatar uma doença e já a sentimos em nossa própria pele. O pensador Emile Coué costumava dizer que andamos tranquilamente sobre uma prancha no chão. Basta pô-la no alto para que medo de cair surja imediatamente.

8) Qual a relação entre mente e medo?

Para Krishnamurti, o medo surge quando fazemos comparações com os outros, achando que vamos fracassar.

9) Qual o alcance da frase “Não temas, crê”?

A fé na Divina Providência enche-nos de força para enfrentarmos todas as dificuldades que se nos apresentam. Deus sempre nos deixa uma porta aberta, pois Ele não coloca em nossos ombros um fardo mais pesado do que possamos carregar.

10) Deixe-nos um pensamento de alento.

Recuar, justamente no momento em que formos chamados a exemplificar o Mestre Jesus, é uma covardia sem tamanho. Para tanto, busquemos forças no âmago de nosso ser. Caso nos sintamos fracos para tal empreendimento, peçamos o auxílio dos benfeitores espirituais. Eles estão sempre prontos a nos ajudar. Lembremo-nos de que "aqueles que tiverem medo de se confessar discípulos da verdade não são dignos de serem admitidos no reino da verdade". Assim, convém anular a nossa personalidade, o nosso ego, a fim de que o "eu divino", o "eu cósmico" sobressaia e interpenetre tudo o que for de nosso usufruto.

(Reunião de 31/10/2015) (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/medo?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Medo

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)

Medo vem do latim metu, medo, causador de cuidados, vocábulo que está também na raiz de médico, remédio, remediar, irremediável. O medo é um temor, surto violento, grande inquietação em presença de um perigo real ou imaginário. O medo difere da angústia. No medo, o fenômeno psicológico ameaçador do perigo é identificável; na angústia, não. 

O medo pode ser visto tanto pela psicologia quanto pela filosofia entre tantos outros aspectos. Na psicologia, o medo é definido como uma perturbação angustiosa causada pela presença ou perspectiva de uma situação em que se arrisca a segurança presente ou futura. Na filosofia, é uma forte emoção que inibe um filosofar original. Segundo Bunge, alguns filósofos esposaram o irracionalismo por medo da ciência, o nominalismo por medo do idealismo, o idealismo por medo da religião e do marxismo.

Hoje, o medo está presente em muitos aspectos de nossa vida. Há o medo de perder o emprego, de envelhecer, de ficar doente, de ser assaltado em plena luz do dia. Em termos mais globais, talvez o terrorismo seja um dos maiores medos da humanidade. Por quê? Porque os terroristas já não alvejam somente os seus inimigos políticos, mas também os inocentes, como aconteceu no dia 11 de setembro 2001, no ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos da América. 

A mente e a imaginação têm grande influência na concretização do medo. O poder da imaginação é sem limite: basta alguém nos relatar uma doença e já a sentimos em nossa própria pele. O pensador Emile Coué costumava dizer que andamos tranquilamente sobre uma prancha no chão. Basta pô-la no alto para o medo surgir imediatamente. A busca de segurança e o hábito de fazer comparações também enfraquecem a nossa mente, dando origem ao aparecimento do medo. 

Jesus disse: "Não temas, crê". Qual o alcance desta frase? A fé na Divina Providência enche-nos de força para enfrentarmos todas as dificuldades que se nos apresentarem. Lembremo-nos de que Deus deixa-nos sempre uma porta aberta à esperança, por pior que seja o problema. Além do mais, como nos ensina o Evangelho, Ele não coloca em nossos ombros um fardo mais pesado do que possamos carregar.

Diante de um medo, sigamos os exemplos do Mestre Jesus, que tudo sofreu para nos ensinar o caminho da salvação. Caso nos sintamos fracos para tal empreendimento, peçamos o auxílio dos benfeitores espirituais. Eles estão sempre prontos a nos ajudar. Lembremo-nos de que "aqueles que tiverem medo de ser confessar discípulos da verdade não são dignos de serem admitidos no reino da verdade". (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/09/medo.html)


Notas do Blog

Ansiedade

O Medo e a ansiedade, características da personalidade neurótica, são, ambos, reações proporcionais ao perigo. No caso do medo, o perigo é manifesto e objetivo enquanto no da ansiedade é oculto e subjetivo. Este último, portanto, mais difícil de ser detectado e domado. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2005/10/ansiedade.html)

Medo e Motivação

O conflito entre medo e motivação deve ser resolvido pela ação da vontade. Muitas vezes somos bafejados por uma ideia brilhante, genial e inovadora. Contudo, logo a seguir vem o negativismo, principalmente porque damos mais importância à nossa fraqueza (humana) do que à fortaleza que vem de Deus. Mas, quando centralizamos os nossos desejos e as nossas forças nesse fim maior, que é atender à Vontade do Criador, a nossa mente fica povoada de pensamentos robustos e recobramos novamente o nosso vigor físico, intelectual e moral. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/07/medo-e-motivao.html)


Dicionário

Medo. Temor, surto violento, grande inquietação em presença do perigo real ou imaginário. Psicologia. Existe um receio legítimo e razoável que fortifica ou dita a prudência e que se manifesta em presença ou perante a ideia do perigo. Quando, porém, falamos do medo, referimo-nos habitualmente a um sentimento despropositado, que se aplica, quer a um perigo imaginário, a escuridão, os fantasmas, por exemplo, quer a um perigo possível, mas improvável e exagerado. (1)

Medo. Fenômeno psicológico de forte caráter afetivo, marcado pela consciência de um perigo ou objeto ameaçador determinado e identificável. Difere da angústia, onde o objeto ameaçador não é identificado. Ver temor. (2)

Medo. Uma forte emoção que inibe um filosofar original. Alguns filósofos esposaram o irracionalismo por medo da ciência, o nominalismo por medo do idealismo, o idealismo por medo quer dar religião quer do marxismo, o holismo por medo da individualidade, o individualismo por medo do holismo, e assim por diante. (3)

Medo. Psic. Perturbação angustiosa causada pela presença ou perspectiva de uma situação em que se arrisca a segurança presente ou futura, é uma das principais manifestações da emoção. Na criança, inicialmente, o M. tem sua origem na falta de apoio ou é provocado por ruídos fortes. A sensação do M. tem repercussões no organismo que fica em estado de alerta: altera-se o ritmo da digestão, aumentam na corrente sanguínea as reservas de energia, sobe a pressão arterial. Se estas modificações fisiológicas se repetem com demasiada frequência, o organismo poderá sofrer consequências mais ou menos graves de caráter permanente. 

Dir. Can. O M. que perturba totalmente o uso da razão torna os atos nulos, por não serem atos humanos. 

Dir. Crim. e Dir. Civ. O M. insuperável de um mal maior, iminente ou em começo de execução, exclui a culpa. (4)

Medo. Do latim metu, medo, causador de cuidados, vocábulo que está na raiz de palavras aparentemente dissociadas, como médico, remédio, remediar, irremediável. Nada parece infundir mais medo do que o terrorismo. Para combater desafetos, os terroristas já não alvejam diretamente os seus inimigos ou inimigos de quem lhes financia as ações. Ao contrário, estão empenhados ema atacar inocentes com o fim de prejudicar terceiros. (5)

(1) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

(2) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(3) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(4) ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

(5) SILVA, Deonísio da. De Onde Vêm as Palavras. São Paulo: A Girafa, 2004. (Coleção o mundo são palavras)


Pensamentos

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)

"O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se, basta a simples reflexão." (Machado de Assis)

"É triste o estado da alma de quem pouco tem que desejar, e muito a temer."(Francis Bacon)

"O primeiro grau do heroísmo é vencer o medo." (C. P. Bona)

"É mister temer os inimigos de longo, para os não temer de perto". (Jacques B. Bossuet)

“Vocês têm mais medo ao fazer seu julgamento do que eu ao tomar consciência dele.” (Giordano Bruno)

"O medo vigilante e oportuno é mãe da segurança." (E. Burke)

"É o medo o mais ignorante, o mais injusto e o mais cruel dos conselheiros." (Edmund Burke) 

"É possível inspirar tanto a coragem quanto o medo." (S. Ceccato)

"Não ameaces ninguém: isso é coisa de mulheres." (Chilon)

"O medo ao ridículo, mais ainda que corrigir vícios e defeitos, o que faz é inutilizar o talento e a virtude." (Jean-Marie le Rond D'Alembert)

"É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós." (U. Eco)

"Mostrar-vos-ei o medo num punhado de poeira." (I will show you fear in a handful of dust) (Th. S. Eliot)

"O medo é um mestre de grande sagacidade, e arauto de todas as revoluções." (R. W. Emerson)

"Conselho que uma vez ouvi darem a um jovem: 'Faça sempre o que você tem medo de fazer.'" (R. W. Emerson)

"Nada temas, e não encontrarás homem terrível nem formidável, assim como não há cavalo terrível para outro, nem abelha para outra abelha. Não percebes que os teus desejos e receios são os guardas que os tiranos mantêm em ti, como em fortaleza para te escravizarem? Expulsa tais guardas, apodera-te de novo do forte , e hás e ser livre." (Epicteto)

"Não te inspirem medo nem a pobreza, nem o exílio, nem a prisão, nem tampouco a morte. Só do medo é que deves ter medo." (Epicteto)

"Muitos, por medo, não hesitam em beneficiar aqueles que os odeiam." (Esopo)

"A muito se obriga quem, tendo valor para fazer-se temer, se faz amar." (Diego de S. Fajardo)

"O medo gosta da ideia de perigo." (Joseph Joubert)

"O desconhecido incute mais medo que o conhecido." (G. Leopardi)

"O medo esta sempre inclinado a ver tudo pior que a realidade." (Tito Lívio)

"Pisa-se agora, com prazer, o que antes muito se temeu." (Lucrécio) 

"Os fantasmas assustam mais de longe do que de perto." (N. Maquiavel)

"Não sei porque tenho medo; o que sei é que, como que enlouquecido, tenho medo de tudo." (Ovídio)

"O medo é a qualidade de quem não tira as teias de aranha do teto, temendo que o teto caia."(J. Garland Pollard)

"Conservemos sempre o medo, porém jamais o demonstraremos." (Franscisco de Quevedo)

"A única coisa de que devemos ter medo é do próprio medo."(F. D. Roosevelt)

"Teme a quem te teme, ainda que sejas tu um elefante e ele apenas uma simples mosca." (Sadi)

"Quem nada teme não é menos poderoso que aquele a quem todos temem." (J. F. Von Schiller) 

"O que temes sucede mais depressa do que esperas." (Publilio Siro)

"É tolice temer o que não pode ser evitado." (Publilio Siro)

"Ninguém, tendo medo, atinge o cume." (Publilio Siro) 

"Quem é temido por muitos deve temer muitos." (Publilio Siro)

"O terror dá asas aos pés." (Virgílio)


Mensagem Espírita

De Ânimo Forte

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação.” - Paulo. (II Timóteo, 1:7.)

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso, temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dele para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranquilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação”. (XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 31)

Tendo Medo

“E, tendo medo, escondi na terra o teu talento.” – (Mateus, 25:25.)

Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.

Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.

Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.

Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.

Medo de trabalhar;

medo de servir;

medo de fazer amigos;

medo de desapontar;

medo de sofrer;

medo da incompreensão;

medo da alegria;

medo da dor.

E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.

Na vida, agarram-se ao medo da morte.

Na morte, confessam o medo da vida.

E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.

Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor. (XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 132)