Cremação

Perguntas e Respostas

1) Quais são os tipos de sepultamento?

Os seres humanos sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é. O mais comum é devolver à terra. Contudo, há a cremação, a colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma montanha.

2) O que é um funeral?

É o conjunto de cerimônias realizadas para enterrar, cremar ou remover de algum outro modo o cadáver. As principais finalidades desses ritos têm sido homenagear os mortos, obter os favores dos deuses e prover os mortos com atos considerados necessários para a vida no outro mundo.

3) Qual o significado de enterro?

É o costume de pôr um cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de esquife ou caixão. O destino mais comum do caixão é: 1) inumação (sepultamento); 2) cremação (incineração). Há, também, o “enterro no mar” e o “enterro na montanha”.

4) O que designava o termo cemitério?

O termo cemitério designava primitivamente o lugar onde se dormia: quarto, dormitório. Sob a influência cristã, mudou-se o termo necrópole (cidade dos mortos) para cemitério (dormitório).

5) O que se entende por cremação?

Ação de queimar, de reduzir a cinzas. Ato de destruir pelo fogo os cadáveres humanos. Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o superior, a salvação do e pelo espírito.

6) O que é a inumação?

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja, atende à combustão lenta do corpo. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas. 

7) Em termos higiênicos, deve-se preferir a cremação?

Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados. Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo pelo ar, mas pelo ser vivente.

8) O Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos?

Na resposta à pergunta 151, de O Consolador, o Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível, porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que prendiam o Espírito ao corpo físico. Numa outra oportunidade, sugere a espera de 72 horas.

9) Deve-se preferir cremação à inumação?

Para o Léon Denis, em nota de rodapé, a inumação deve ser preferida, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra, porque a cremação provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. (Denis, 1995, p. 135) (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/crema%C3%A7%C3%A3o?authuser=0)


Texto Curto no Blog

Cremação

Os seres humanos sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é, pois na Bíblia está escrito que voltaremos ao pó da terra. O mais comum é devolver o cadáver ao solo, enterrando-o. Contudo, há a cremação, a colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma montanha. É como devolvermos o defunto aos quatro elementos dos antigos: terra, fogo, água e ar.

A morte tem relação com o funeral, o enterro e o cemitério. No funeral, procuramos homenagear os mortos, obter favores dos deuses e prover os mortos com atos considerados necessários para a vida no outro mundo. No enterro, procuramos pôr o cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de esquife ou caixão. No cemitério, alojamos o cadáver em alguma sepultura.

A cremação é a ação de queimar, de reduzir a cinzas. Em se tratando do ser humano, destruir, pelo fogo, os seus restos mortais. Isto é feito em fornos especiais, cuja temperatura deve oscilar entre 1.100 a 1370 graus centigrados. Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o superior, a salvação do e pelo espírito.

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja, atende à combustão lenta. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas. 

Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados. Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo pelo ar, mas pelo ser vivente.

Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? Na resposta à pergunta 151, de O Consolador, o Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível, porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que prendiam o Espírito ao corpo físico. Fala-se em esperar pelo menos 72 horas.

Para o Léon Denis, em nota de rodapé, a inumação deve ser preferida à cremação, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra, porque a cremação provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. (Denis, 1995, p. 135)

DENIS, L. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2012/09/cremacao-e-espiritismo.html)

 

Em Forma de Palestra

Cremação

1. Introdução

Quais são os tipos de sepultamento? Deve-se optar pela cremação? O que se entende por cremação? Ela sempre existiu? A inumação é melhor do que a cremação? Como analisar a cremação sob a ótica do Espiritismo?

2. Conceito

Cremação. Ação de queimar, de reduzir a cinzas. Ato de destruir pelo fogo os cadáveres humanos. Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o superior, a salvação do e pelo espírito.

3. Considerações Iniciais

Os seres humanos, premidos pelo medo do desconhecido, sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é. O mais comum é devolver à terra, pois do pó viemos e ao pó voltaremos, como está escrito na Bíblia.

Contudo, há a cremação, a colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma montanha. É a volta aos quatro elementos dos antigos: terra, fogo, água, e ar.

Os aspectos religiosos têm um peso muito grande na forma como nos desfazemos desses restos mortais. O cristianismo, por exemplo, opõe-se a qualquer tipo de destino que não seja a terra.

Epidemias, necessidade de espaço e outras considerações acabaram resultando na escolha também da cremação.

4. Funeral, Enterro e Cemitério

4.1. Funeral

Funeral, proveniente de uma antiga palavra sânscrita, significa fumaça. É o conjunto de cerimônias realizadas para enterrar, cremar ou remover de algum outro modo o cadáver. As principais finalidades desses ritos têm sido homenagear os mortos, obter os favores dos deuses e prover os mortos com atos considerados necessários para a vida no outro mundo.

Os gregos antigos colocavam uma moeda (óbolo) na boca do cadáver para que pudesse pagar ao barqueiro a taxa de travessia. Os romanos impunham seus costumes nas terras que conquistaram. Alguns desses costumes se mantiveram ao longo do tempo: usar preto, andar em procissão e erguer um monte de terra ou pedras sobre a sepultura. (Enciclopédia Delta Universal)

4.2. Enterro

É o costume de pôr um cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de esquife ou caixão. O destino do caixão pode ser: 1) inumação (sepultamento); 2) cremação (incineração); 3) “enterro no mar” (jogar o cadáver no mar). Não resta dúvida que os mais praticados são a inumação e a cremação.

As cerimônias de sepultamento surgiram devido ao medo que os povos primitivos tinham das almas do outro mundo ou do desejo de auxiliar a alma do morto em sua viagem até a terra dos espíritos. (Enciclopédia Delta Universal)

Além dessa atitude de afastar o cadáver da vida normal, entregando-a à natureza, havia povos preocupados em conservar o defunto, como se ele continuasse vivo: o embalsamento egípcio. 

4.3. Cemitério

O cemitério, do latim coemeterium, é o terreno descoberto onde se enterram ou guardam os defuntos. O termo cemitério designava primitivamente o lugar onde se dormia: quarto, dormitório. Sob a influência cristã, mudou-se o termo necrópole (cidade dos mortos) para cemitério (dormitório).

A fé na ressurreição da carne dá-nos a entender que a morte é apenas um sono, que de algum modo o crente deveria despertar. E o lugar onde jaziam olhavam-no como dormitório, no qual repousavam os mortos até o momento do juízo final. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

5. Inumação Versus Cremação

5.1. Inumação

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja, atende à combustão lenta. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas. 

5.2. Cremação

A cremação é a combustão do corpo de forma rápida, feita em forno especial, que produz calor de 1.100º c a 1.370º c. Os ossos se reduzem a cinzas, que podem ser guardadas em urnas. Para muitos cremacionistas, essa forma é mais higiênica, pois ocupa pouco espaço e do corpo sobram apenas cinzas, que são desfeitas com facilidade. (Enciclopédia Delta Universal)

5.3. Comparando Inumação com Cremação

Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados. Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo pelo ar, mas pelo ser vivente.

Notemos, também, que o desaparecimento do cadáver inflige fortes obstáculos à prática médico-legal. Para muitos crimes, o cadáver é a peça capital no processo. A cova faculta quer a demonstração do crime quer da inocência, sempre permitida pela exumação. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

6. Cremação e Espiritismo

6.1. O Espiritismo não Condena a Cremação

Para o Espiritismo, sempre que uma ideia nova surgir e mostrar o avanço da ciência, o Espiritismo pode se retratar nesse quesito. Desse modo, nunca fica desatualizado. Assim, não condena a cremação, mas dá-nos subsídios para compreender a morte e o morrer, alertando-nos para a devida preparação para esse ato final da vida de todos nós.

6.2. O Espírito Sofre com a Cremação?

Pergunta 151 de O Consolador: O Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? Em sua resposta, o Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível, porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que prendiam o Espírito ao corpo físico. Numa outra ocasião, fala que deveríamos esperar 72 horas.

6.3. Deve-se Preferir Inumação ou Cremação?

Para o Léon Denis, em nota de rodapé, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra, a inumação deve ser preferível porque a cremação, provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. (Denis, 1995, p. 135)

7. Conclusão

Cremar ou não cremar é uma questão de fórum íntimo. O importante é que deixemos nosso corpo material tendo a consciência tranquila pelo dever retamente cumprido.

8. Bibliografia Consultada

DENIS, L. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

ENCICLOPÉDIA DELTA UNIVERSAL.

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977. 


Notas do Blog

Funeral e enterro 

Funeral e enterro dizem respeito às cerimônias e ritos que os seres humanos prestam aos entes que desencarnaram. É uma forma de render-lhes culto e agradecer-lhes pela oportunidade do convívio neste mundo. No fundo dos funerais e dos enterros, há a obediência aos costumes religiosos, como, por exemplo, vestir-se de preto, acender velas, jogar terra nos túmulos etc.

A inumação (enterrar) e a cremação (queimar, reduzindo a cinzas) são os tipos mais comuns de sepultamento. Há, também, o costume de se colocar o cadáver num barco e deixá-lo no mar ou, ainda, de levá-lo para um lugar alto. Além  desses, que procuram descartar o morto, há outros que procuram guardá-lo como se estivessem ainda vivos. É o caso do embalsamento egípcio (múmias).

Os israelitas tinham grande apreço em enterrar os mortos. Não era por medo da intervenção deles, pois quem morreu não vive mais. Não era por causa da celebração funerária, pois Israel não praticava o culto aos mortos. Tratava-se de uma honra devida a todo homem, mesmo aos inimigos. Os ritos praticados pelos judeus eram os seguintes: fechamento dos olhos, lavar o cadáver e, pelo menos em certas épocas posteriores, envolver o morto em um lençol. Somente por punição é que se podia queimar o cadáver.

No cristianismo, a fé na ressurreição se fez viva. O túmulo vazio em que Jesus fora enterrado indica a ausência do enterrado, que havia passado à presença de Deus. ONovo Testamento pouco fala da preocupação dos cristãos com o enterro. Jesus repele o costume de chorar ao caixão. Pedro manda os que choravam embora pois a morte é uma mensagem de esperança. A  sobrevivência dos mortos até a ressurreição é uma das crenças mais arraigadas na Igreja. 

Em nota à pergunta 329 de O Livro dos Espíritos, J. H. Pires diz: “O respeito pelos mortos não é apenas um costume, como se vê, é um dever de fraternidade, que a consciência conserva e para o qual nos alerta. Por pior que tenha sido o morto, não temos o direito de aumentar-lhe o suplício com as nossas vibrações agressivas. A caridade nos manda esquecer o mal e lembrar o bem, pois só assim ajudaremos o Espírito desencarnado a superar as suas falhas e esforçar-se para evoluir. Pensando e falando mal dele, só podemos prejudicá-lo, irritá-lo e até mesmo voltá-lo contra nós”

Respeitemos todas as cerimônias e ritos religiosos. O importante é o apreço que todos dão aos seus entes queridos, que se foram para o além-túmulo. 

Fonte de Consulta: IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2012/09/funeral-e-enterro.html)

 

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A visão do Espiritismo sobre a Cremação

Enviado em 12 de julho de 2016 | No programa: Diálogos Médicos | Escrito por Elisabeth Nicodemos | Publicado por Juliana Chagas 

Por definição, a palavra “cremar” significa incinerar, destruir pelo fogo, especialmente cadáveres humanos, visando sua redução a ossos. Aceita por alguns como opção de um funeral, aprovada ou recusada por diversas religiões como um ato anticristão, quer por fatores éticos, sociais e/ou culturais, tanto a realização da cremação do corpo após o desencarne como de ossadas vem aumentando, sendo considerados procedimentos comuns nos países reconhecidos como Cristãos.

Para o Espiritismo, o processo de desencarne é uma passagem nos ciclos sucessivos das reencarnações, e as preces podem auxiliar o espírito nesse processo, que tem a sua duração e grau de perturbação variável. Cada religião apresenta a sua visão de morte, e o Espiritismo segue os elementos da tradição cristã ecumênica, que permeiam nossa cultura brasileira latino-americana.

Tudo aquilo que se fizer, seja um sepultamento específico, seja a celebração de uma missa de sétimo dia, sempre fará parte da tradição cultural das pessoas, já que, quanto ao sepultamento, não existe nenhum dogma relacionado a rituais específicos e às manifestações posteriores. Considerando que o Espírito possa ainda estar próximo ao corpo, podendo até, dependendo do seu nível de esclarecimento, estar acompanhando o seu sepultamento, basta o respeito ao cadáver.

Tal postura é universalmente adotada por todas as sociedades, pois todas elas o têm na forma de respeito ao corpo do falecido, o que é o bastante para o Espiritismo. Mas, se esse nível for muito limitado, isso pode causar perturbação ao espírito ao assistir seu próprio sepultamento. Dessa forma, todo o respeito possível ao cadáver é sempre positivo, e as preces, tanto de familiares como de amigos ou anônimos que vibrem pelo seu bem estar, poderão auxiliar nesse desequilíbrio.

No livro “O Consolador” – Pergunta 151, – “O espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos”? Através de Chico Xavier, Emmanuel responde que: – “Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando, por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o “tônus vital”, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluídos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material”.

Em “Lições de Sabedoria” – CAP. IV – “Corpo na Transição, suicídio e reencarnação”, Dra. Marlene Nobre pergunta a Chico Xavier, se o espírito sente os efeitos da cremação do corpo físico, e quantas horas devemos esperar para efetuar a cremação, e Chico Xavier responde: – “O abnegado benfeitor Emmanuel, em outra ocasião, questionado sobre o assunto, afirmou que o tempo ideal para a cremação do corpo, desocupado pelo inquilino ou pelo espírito que o habitava é de 72 horas, de vez que, além da chamada morte clínica, o espírito liberado, em muitos casos, ainda está em processo de mudança, retirando aos poucos os remanescentes da sua própria desencarnação”. No caso em exame, será importante que o corpo seja mantido em câmara frigorífica, evitando qualquer indício de decomposição.

Em “A Vida no outro Mundo” – Cairbar Schutel, baseado nos ensinamentos do Espiritismo, mostra que: “A alma é o Espírito encarnado, que a extinção da vida orgânica acarreta a separação do Espírito em consequência do rompimento do laço fluídico que o une ao corpo, mas essa separação não é brusca. O fluido perispiritual, só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, e assim a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado às moléculas do corpo. A sensação dolorosa da alma por ocasião da morte está na razão direta da soma de pontos de contacto existentes entre o corpo e o perispírito, e por conseguinte também da maior a menor dificuldade que apresenta o rompimento”. Portanto, não é preciso dizer que conforme as circunstâncias, a morte pode ser mais ou menos penosa.

Não dispomos de outras recomendações precisas, ou informações absolutas sobre os cuidados a serem tomados junto ao cadáver a ser cremado, ou quanto à recusa ou aceitação desse processo, além das aqui apresentadas. O Espiritismo é o único que nos descreve, através do conhecimento das leis que regem as relações entre o Espírito e a matéria, o fenômeno fisiológico da separação entre o Espírito e corpo.

Para o Espiritismo não existe nenhuma objeção à doação de órgãos, necropsia ou até à própria cremação.

Assim todos precisam fazer as suas escolhas baseados nesse e nos seus próprios conhecimentos, e na dúvida, consultar alguém mais experiente dividindo informações sobre a Doutrina Espírita, tomando uma decisão com a tranquilidade que isso possa trazer, lembrando que no desprendimento, a bagagem moral e a consciência tranquila, é o mais importante. (http://radioboanova.com.br/visao-espiritismo-sobre-cremacao/)

Cremação no Espiritismo

Há algum tempo passou no Fantástico um trecho do documentário da BBC sobre a biologia humana. Diz lá que quando a pessoa morre, o cérebro demora até 32 horas pra "apagar" seus últimos neurônios. Já as células da pele ainda se dividem por 24 horas. Será que é nisso que se baseia o costume espírita de esperar 72 horas antes de cremar o corpo?

Emmanuel, no livro O Consolador, psicografado por Chico Xavier, quando lhe perguntam se o Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos, a resposta é a seguinte: "Na cremação, faz-se mister exercer a caridade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tonus vital, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material". 

Chico Xavier, ao ser indagado no programa Pinga Fogo quanto à cremação de corpos que seria implantada no Brasil, respondeu: "Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio". 

Richard Simonetti, em seu trabalho Quem tem Medo da Morte (Gráfica S. João, Bauru, SP), registra que "nos fornos crematórios de São Paulo, espera-se o prazo legal de 24 horas, inobstante o regulamento permitir que o cadáver permaneça na câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar", observando que os "Espíritas costumam pedir três dias", mas "há quem peça sete". 

Diz-se que, com o desencarne, os laços que unem o corpo físico com o perispírito se desfazem lentamente, a começar pelas extremidades e terminando nos órgãos principais, cérebro e coração. Assim, o desligamento total somente ocorre com o rompimento definitivo do último cordão fluídico que ainda liga ao corpo. Afirmam ainda que se o espírito estiver ligado ao corpo não sofrerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao espírito, mas transmite impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente do desligamento violento. 

Kardec, na questão 164 de O Livro dos Espíritos, faz a seguinte indagação: 

- "Todos os Espíritos experimentam, num mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?"

E a resposta dos amigos espirituais é a seguinte: 

- "Não, pois isso depende da sua elevação. Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, enquanto que o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito mais tempo a impressão da matéria." 

Sócrates (o filósofo) respondia com justeza aos seus amigos que lhe perguntavam como ele queria ser enterrado:

"Enterrai-me como quiserdes, se puderdes apoderar-vos de mim." (http://somostodosum.ig.com.br/artigos/espiritualidade/cremacao-no-espiritismo-10209.html)

A Cremação dentro Espiritismo

De acordo com uma pesquisa, 95% dos cadáveres no Brasil são sepultados e apenas 1,5% são cremados

Apesar de algumas crenças não serem tão tolerantes com essa técnica, a visão do espiritismo sobre a cremação é muito otimista.

Esse método em si é uma das formas mais eficazes de se despedir do corpo de um familiar. Pois o cadáver é submetido a uma temperatura muito elevada, reduzindo o corpo a cinzas.

No Brasil, a cremação se tornou algo comum no cotidiano da população.

E mesmo sendo um assunto considerado popular, essa técnica ainda não é predominante em nosso país. De acordo com uma pesquisa, 95% dos cadáveres no Brasil são sepultados e apenas 1,5% são cremados.

Afinal, essa pequena porcentagem pode ser resumida as crenças ou escolha pessoal. Entre as religiões, a visão do espiritismo sobre a cremação é curiosa.

https://centralcrematorios.com.br/visao-do-espiritismo-sobre-a-cremacao/

 

Notas de Livro

Cremação

 (c. 3000 a.C.) Origem desconhecida 

Prática de desfazer-se de cadáveres humanos por meio do fogo.

"Ele é cremado. O cisne da alma enfim alça voo, e escolhe para que lado irá." (Sir Guru Granth Sahib, Livro sagrado sikh)

A prática da cremação — a incineração de um cadáver — começou por volta de 3000 a.C., provavelmente na Europa e no Oriente Médio. A cremação é bem conhecida como uma característica importante de culturas da Índia, mas sua introdução naquele subcontinente se deu em tempos relativamente recentes, por volta de 1900 a.C. 

Desde 1000 a.C. os gregos antigos queimavam os corpos dos soldados caídos em batalhas em solo estrangeiro para que as suas cinzas pudessem ser repatriadas. Associada desta forma com heróis, a cremação passou a ser considerada o término mais adequado para uma vida bem vivida. Permaneceu como um símbolo de status na Roma antiga até a expansão, a partir do século I, do cristianismo, que ensinava que os mortos se reergueriam no fim dos tempos. Isso persuadiu os convertidos a enterrarem os seus mortos, para que os corpos ainda existissem no Dia do Juízo Final. 

Depois disso a cremação saiu de moda e foi proibida em alguns países. Uma das principais objeções não religiosas consistia na possibilidade de utilizar o método para disfarçar crimes. A atitude global em relação ao conceito mudou no final do século XIX, em parte devido à publicação, em 1874, de Cremação: O tratamento do corpo após a morte, um livro escrito pelo cirurgião da rainha Vitória, Sir Henry Thompson. No Japão a cremação foi legalizada em 1875; o primeiro crematório dos Estados Unidos foi aberto em 1876; e em 1884 as cortes britânicas declararam que era permissível dispor de cadáveres humanos por meio desse processo. 

Atualmente a cremação esta muito bem estabelecida na maior parte dos países: no Japão é praticamente universal; na Grã-Bretanha e na Alemanha mais de 50% dos cadáveres são cremados. Apenas os Estados Unidos são contra a tendência: mais de 90% dos americanos ainda são enterrados. (Arp, 2014)

Dia do Juízo Final 

(c. 3000 a.C.) Egito antigo

Dia de acerto de contas em que as pessoas terão sua moralidade julgada por um deus. 

"O dia do Juízo Final é um conceito importante, mas este dia está sempre conosco." (Alfred North Whitehead, matemático)

O Dia do Juízo Final costuma ser entendido como uma referência a um dia no futuro quando indivíduos serão julgados com base na moralidade das suas ações por uma autoridade divina. A ideia de um Dia de Juízo Final pode ser atribuído aos antigos egípcios no terceiro milênio a.C. Eles acreditavam que após a morte a alma de uma pessoa entraria no submundo e percorreria o caminho até o seu próprio Dia do Juízo Final no Salão das Duas Verdades. Após o julgamento, a alma das pessoas boas seguiria para um pós-vida bem-aventurado, enquanto as almas más seriam entregues ao Devorador dos Mortos.

A ideia de um Dia do Juízo Final também surgiu em religiões posteriores e continua tendo lugar em sistemas de crenças modernas. Em contraste com a história egípcia, no entanto, agora o Dia do Juízo Final é usado para se referir a um dia específico no qual toda a humanidade será julgada. A escatologia mais recente dessa espécie pode ser encontrada na religião zoroastrista, que surgiu por volta de 1500 a.C. Nela, o Dia do Juízo Final precede um mundo perfeito no qual todo o mal foi erradicado.

Essa noção de um mundo celestial surgindo após o julgamento final de todas as pessoas é uma característica familiar nas grandes religiões abraâmicas. O judaísmo postula um "Fim dos Dias" seguido pela Era Messiânica da Paz, e há muitos escritos no Corão islâmico voltados para a Qiyamah (Último Julgamento) e o tratamento subsequente dos íntegros e dos perversos no Céu e no Inferno. A ideia de um dia de julgamento também atraiu a atenção da sociedade secular, mostrando que o conceito de um juízo final, além de emergir em diferentes épocas e fés, também encontrou lugar nas profundezas da psique humana. (Arp, 2014)

Arte Funerária Egípcia 

(c. 3000 a.C.) Egito antigo

Preservação e homenagem àqueles que se foram para a vida após a morte.

"Para um nobre egípcio, um belo enterro era a grande aspiração."

A arte funerária egípcia foi motivada pela crença religiosa e cultural segundo a qual a vida continua após a morte, característica presente naquela sociedade desde aproximadamente 3000 a.C. Práticas como a mumificação, a criação de sarcófagos e a construção de pirâmides e tumbas eram executadas com a intenção de honrar e preservar o cadáver do falecido de forma a facilitar sua transição para a vida após a morte. Além disso, diversos objetos escolhidos com cuidado costumavam ser enterrados junto com o morto, incluindo posses ou itens mais valiosos de acordo com a riqueza e o status da pessoa em vida. 

A descoberta e a investigação da arte funerária egípcia se proveram de valor imensurável para arqueólogos que buscam reconstruir a ordem e a estrutura social da civilização no Egito antigo. Procedimentos como a preservação delicada dos órgãos internos do falecido em vasos canópicos durante o processo de mumificação servem para demonstrar a natureza elaborada e complexa dos sistemas de crenças estabelecidos, assim como o poder a importância da crença em uma pós-vida mantida no decorrer de toda a antiga civilização egípcia. (Arp, 2014)

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

São Paulo, novembro de 2017.