Ciências e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1) Tem o Espiritismo absoluta necessidade da ciência terrestre (Pergunta 1)?

Embora a necessidade não seja absoluta, a ciência é sempre útil. Na realidade, a ciência é que tem necessidade do Espiritismo, cuja finalidade é a iluminação dos sentimentos morais das criaturas. 

2) Quais são as ciências fundamentais (Pergunta 2)?

A Química, a Física, a Biologia, a Psicologia e a Sociologia são reconhecidas como as ciências fundamentais.

3) Quais são os objetos da Química e da Física (Pergunta 2)?

Catalogadas como ciência material, estudam a ação íntima dos corpos, suas relações entre si e as suas propriedades. 

4) O que a Psicologia e a Sociologia examinam (Pergunta 2)?

Representando a tábua da conquista da ciência intelectual, examinam os sentimentos e os problemas sociais. 

5) Como situar a Biologia (Pergunta 2)?

É ciência da vida em suas profundezas, revelando a transcendência da origem — o Espírito, o Verbo Divino. 

6) Existe uma lei de progresso para a individuação química (Pergunta 7)?

Como a lei de evolução é universal, as individuações químicas possuem igualmente a sua rota para as primeiras expressões anímicas. Posteriormente, a química biológica torna-se o novo ciclo vital.

7) Como entender o "nada se cria, nada se perde" dos químicos (Pergunta 11)?

O espírito humano não cria a vida, o fluido vital. No entanto, todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto. 

8) A substância é igual em todos os mundos? Como compreender a revelação dos espectroscópios (Pergunta 22)?

O que se encontra no todo, existe igualmente nas partes. Contudo, como a Terra é um planeta muito singelo, o espectroscópio carece de propriedades para revelar tudo o que existe em outros mundos. 

9) Há órgãos no corpo espiritual (Pergunta 30)?

O corpo físico é uma exteriorização aproximada do corpo perispiritual, exteriorização essa que se subordina aos imperativos da matéria mais grosseira.

10) A fecundidade e a esterilidade são provas (Pergunta 40)?

No aspecto material, sim. A esterilidade não existe para o espírito que, na Terra, ou fora dela, pode ser fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção. 

11) A psicologia freudiana representa um traço de aproximação entre a Psicologia e o Espiritismo (Pergunta 45)?

Os preconceitos científicos, por enquanto, impossibilitam a aproximação legítima da Psicologia oficial e do Espiritismo. Somente com o Espiritismo poderão compreender que a zona oculta (subconsciência) é o arquivo das conquistas pretéritas do espírito. 

12) Tem o Espiritismo um papel especial junto da sociologia (Pergunta 59)?

Como as conquistas da civilização se subvertem no extremismos, o Evangelho do Cristo, segundo a codificação espírita, esclarece os valores legítimos das criaturas. 

XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: Feb, 1977.

(Reunião de 04/05/2019)(https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/ci%C3%AAncias-e-espiritismo)


Texto Curto no Blog

Ciências e Espiritismo

Quem precisa de quem? É o Espiritismo que precisa da ciência ou a ciência que precisa do Espiritismo? O Espírito Emmanuel, na pergunta 1 de O Consolador, esclarece-nos que, embora a necessidade não seja absoluta, a ciência é sempre útil. Na realidade, a ciência é que tem necessidade do Espiritismo, cuja finalidade é a iluminação dos sentimentos morais das criaturas. Neste livro, psicografado por Francisco Cândido Xavier, Emmanuel faz uma análise das ciências fundamentais: a Química, a Física, a Biologia, a Psicologia e a Sociologia.

A Química e a Física, catalogadas como ciência material, estudam a ação íntima dos corpos, suas relações entre si e as suas propriedades. A Psicologia e a Sociologia, representando a tábua da conquista da ciência intelectual, examinam os sentimentos e os problemas sociais. A Biologia é ciência da vida em suas profundezas, revelando a transcendência da origem — o Espírito, o Verbo Divino.

Anotemos algumas das questões para reflexão e análise.

Existe uma lei de progresso para a individuação química (Pergunta 7)?

Como a lei de evolução é universal, as individuações químicas possuem igualmente a sua rota para as primeiras expressões anímicas. Posteriormente, a química biológica torna-se o novo ciclo vital.

Como entender o "nada se cria, nada se perde" dos químicos (Pergunta 11)?

O espírito humano não cria a vida, o fluido vital. No entanto, todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto.

A substância é igual em todos os mundos? Como compreender a revelação dos espectroscópios (Pergunta 22)?

O que se encontra no todo, existe igualmente nas partes. Contudo, como a Terra é um planeta muito singelo, o espectroscópio carece de propriedades para revelar tudo o que existe em outros mundos.

Há órgãos no corpo espiritual (Pergunta 30)?

O corpo físico é uma exteriorização aproximada do corpo perispiritual, exteriorização essa que se subordina aos imperativos da matéria mais grosseira.

A fecundidade e a esterilidade são provas (Pergunta 40)?

No aspecto material, sim. A esterilidade não existe para o espírito que, na Terra, ou fora dela, pode ser fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção.

A psicologia freudiana representa um traço de aproximação entre a Psicologia e o Espiritismo (Pergunta 45)?

Os preconceitos científicos, por enquanto, impossibilitam a aproximação legítima da Psicologia oficial e do Espiritismo. Somente com o Espiritismo poderão compreender que a zona oculta (subconsciência) é o arquivo das conquistas pretéritas do espírito.

Tem o Espiritismo um papel especial junto da sociologia (Pergunta 59)?

Como as conquistas da civilização se subvertem no extremismos, o Evangelho do Cristo, segundo a codificação espírita, esclarece os valores legítimos das criaturas. 

Extraído de: XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: Feb, 1977. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/01/ciencias-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

Ciências e Espiritismo

1. Introdução

O objetivo deste estudo é mostrar que a teoria espírita não parte de idéias preconcebidas e imaginárias; é fruto de um árduo trabalho de pesquisa das inter-relações entre matéria e Espírito. Para tanto, procede da mesma forma que a ciência natural. Para que possamos desenvolver as nossas idéias, preparamos um pequeno roteiro: conceito, histórico, relação entre ciência e religião,  ciência espírita e cultivo da ciência espírita.

2. Conceito

2.1. Sentidos da Palavra Ciência

A palavra ciência é usada com diversas significações. Em sentido amplo, ciência significa simplesmente conhecimento, como na expressão tomar ciência disto ou daquilo; em sentido restrito, ciência não significa um conhecimento qualquer, e sim um conhecimento que não só apreende ou registra fatos, mas os demonstra pelas suas causas determinantes ou constitutivas. (Ruiz, 1979, p. 123)

2.2. Características da Ciência

Cumpre observar que as definições de ciência são numerosas. Seria  mais coerente enumerar algumas de suas características, ou seja:

2.2.1. Conhecimento pelas causas

Ao contrário do conhecimento vulgar, o conhecimento científico implica em conhecer pelas causas. Se o cientista observa a chuva, ele quer saber porque chove, dispensando a influência dos deuses. Age da mesma forma com relação a um fato político. Com respeito ao aparecimento de Napoleão Bonaparte no quadro político internacional, o cientista não dirá simplesmente que Napoleão fora um gênio militar, mas procurará as causas políticas e econômicas que o fizeram emergir no cenário mundial.  

2.2.2. Profundidade e generalidade de suas condições

O conhecimento pelas causas é o modo mais íntimo e profundo de se atingir o real. A ciência não se contenta em registrar fatos, quer também verificar a sua regularidade, a sua coerência lógica, a sua previsão etc. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie. A validade universal dos enunciados científicos confere à ciência a prerrogativa de fazer prognósticos seguros.

2.2.3. Objeto formal

A finalidade da ciência é manifestar a evidência dos fatos e não das idéias. Procede por via experimental, indutiva, objetiva; suas demonstrações consistem na apresentação das causas físicas determinantes ou constitutivas das realidades experimentalmente controladas. Não se submete a argumentos de autoridade, mas tão-somente à evidência dos fatos.

2.2.4. Controle dos fatos

Ao utilizar a observação, a experiência e os testes estatísticos tenta dar um caráter de exatidão aos fatos. Embora os enunciados científicos possam ser passíveis de revisões pela sua natureza “tentativa”, no seu estado atual de desenvolvimento, a ciência fixa degraus sólidos na subida para o integral conhecimento da realidade. (Ruiz, 1979, p. 124 a 126)

2.3. Algumas Definições

3. Histórico

Garcia Morente, em Fundamentos de Filosofia, ao analisar o conceito de filosofia através dos tempos, conduz-nos à origem da ciência. Diz-nos ele que todo o conhecimento desde a Antiguidade clássica até a Idade Média era entendido como sendo filosófico. Somente a partir do século XVII, o campo imenso da filosofia começa a partir-se. Começam a sair do seio da filosofia as ciências particulares, não somente porque essas ciências vão se constituindo com seu objeto próprio, seus métodos próprios e seus progressos próprios, como também porque pouco a pouco os cultivadores vão igualmente se especializando. (1970, p. 28)

Devemos deixar claro que as ciências, por essa mesma razão se completam e uma necessita da outra. Observe que a Astronomia, a primeira das ciências, só atingiu a maioridade, depois que a Física veio revelar a lei de forças dos agentes naturais.

O Espiritismo entra nesse processo histórico dentro de uma característica sui generis, ou seja, enquanto a ciência propicia a revolução material, o Espiritismo deve propiciar a revolução moral. É que Espiritismo e Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo. (Kardec, 1975, p. 21)

4. Relação entre Ciência e Religião

A estrutura do pensamento na Idade Média estava condicionada à Escolástica, movimento filosófico religioso, que submetia a razão à fé. Havia tamanha ingerência da Igreja nas questões sociais, políticas e econômicas, que por qualquer desvio da ordem preestabelecida, muitos acabavam pagando com a própria vida por tal heresia. Acontece que as coisas se modificam e a verdade acaba por vencer os erros da ignorância.  

Galileu, em 1609, constrói o telescópio e, com isso, muda radicalmente a visão do homem quanto ao Universo e à própria vida. Porém, o Santo Ofício contrapunha: o telescópio poderia, com efeito, revelar coisas inacessíveis à vista desarmada. Mas revelava-as, no dizer dos críticos, por mediação do demônio: era uma forma de magia e, por isso, fundamentalmente uma ilusão. Copérnico, Kepler e Galileu estavam a transformar o mundo visível num jogo de sombras. O Sol não se movia, a Terra sim, o céu tinha fantasmas escondidos. (Bronowski, 1988, p. 138)

Dizia Galileu acerca do uso de citações bíblicas nos assuntos da Ciência: “Parece-me que na discussão de problemas naturais, não devemos começar pela autoridade de passagens da Escritura, mas por experiências sensíveis e demonstrações necessárias. Pois, quer a Sagrada Escritura, quer a natureza, procedem ambas da Palavra Divina. (Bronowski, 1988, p. 140)

A consciência religiosa impregna-se de tal maneira em nosso psiquismo que não somos capazes de mudá-la a contento. Observe a perseguição que Calvino imputou a Serveto, médico e cientista que vivia em França, e que escreveu um livro atacando a doutrina ortodoxa da Trindade. A fúria de Calvino foi a ponto de, sendo ele mesmo herético da Igreja Católica, ter secretamente acusado Serveto de heresia junto da Inquisição católica da França. Embora o seu livro não tivesse sido escrito nem publicado em Genebra, Calvino prendeu Serveto e queimou-o na Fogueira. (Bronowski, 1988, p. 110)

Essa divergência entre ciência e religião continua ainda nos dias que correm. Contudo, de acordo com Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, a Ciência e a Religião não puderam se entender até hoje, porque, cada uma examinando as coisas sob seu ponto de vista exclusivo, se repeliam mutuamente. Seria preciso alguma coisa para preencher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse; esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Essas relações, uma vez constatadas pela experiência, uma luz nova se fez: a fé se dirigiu à razão e a razão não tendo encontrado nada de ilógico na fé, o materialismo foi vencido. (1984, p. 37)

5. Ciência Espírita

5.1. Ciência Natural e Ciência Espírita

As Ciências Naturais, com o passar do tempo, deixaram de ser dogmáticas para serem teóricas experimentais. Elas tornam-se positivas, ou seja, baseiam-se em fatos. Uma determinada teoria só existirá como lei se comprovada pelos fatos. O Espiritismo não foge a essa regra e age da mesma sorte. Assim:

Ciência Natural: o conhecimento é fundamentado na observação e experiência. Formulam-se HIPÓTESES baseadas na percepção sensorial. Sobre as hipóteses estabelecem-se, dedutivamente CONSEQUÊNCIAS. As conseqüências serão aceitas como verdadeiras, se confirmadas pela observação e experiência — pela percepção sensorial.

Ciência Espírita: o conhecimento é fundamentado na observação e experiência mediúnicas. Formulam-se HIPÓTESES baseadas na mediunidade. Sobre as hipóteses estabelecem-se, dedutivamente CONSEQUÊNCIAS. As conseqüências serão aceitas como verdadeiras, se confirmadas pela observação e experiência mediúnicas — pela mediunidade.

O procedimento é idêntico. A diferença consiste na natureza das percepções consideradas. Desde que fique certificado que as percepções sensoriais e as percepções mediúnicas têm a mesma validade, o conhecimento é igualmente válido. (Curti, 1981, p. 17)

5.2. Experimentadores Espíritas

W. Crookes falecido em 1910 inicia a era científica do Espiritismo com as suas célebres experiências realizadas de 1870 a 1874, com os médiuns Dunglas Home, Kate Fox e Florence Cook, tendo obtido a materialização completa, integral, de um Espírito falecido numa recuada época, katie King, que Crookes estudou durante três anos consecutivos, em colaboração com outros sábios ingleses, fato que teve uma repercussão mundial. Empregou método rigorosamente científico, inventando e adaptando variados aparelhos registradores. (Freire, 1955, p. 95)

Gabriel Dellane em O Fenômeno Espírita relata a criação de vários aparelhos medidores da força psíquica. A experiência de Robert Hare é sugestiva: “A longa extremidade de uma prancha foi presa a uma balança espiral, com um indicador fixo para marcar o peso. A mão do médium foi colocada sobre a outra extremidade da prancha, de modo que, qualquer pressão que houvesse, não pudesse ser exercida para baixo; mas, pelo contrário, produzisse efeito oposto, isto é, suspendesse a outra extremidade. Com grande surpresa sua, esta extremidade desceu, aumentando assim o peso de algumas libras na balança”. (1990, p. 66)

Não são poucos os nomes ligados à experimentação espírita. Cabe destacar que a maioria deles foram ao fenômeno para desmascarar os médiuns, chamados de embusteiros. Como eram cientistas e valiam-se dos fatos, acabaram sendo convencidos pela verdade mediúnica.

Os ingleses, por exemplo,  tem um aparelho, baseado nos eletroencefalogramas, destinado a medir as vibrações dos neurônios cerebrais quando um indivíduo está em transe, e verificar se se trata de fenômenos anímicos ou da inteligência de uma outra mente.

6. Cultivo da Ciência Espírita

7. Conclusão

A ciência aumentou sobremaneira a capacidade de instrumentalização do homem. Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão de obra para atuar na área de serviços e pesquisas científicas. À medida que a ciência avança, o indivíduo fica com mais tempo livre. Os princípios espíritas auxiliam não só a dar uma direção ao tempo livre do homem como também na criação e na utilização da nova tecnologia. Sem uma clara distinção entre o bem e o mal, podemos enveredar todo o nosso progresso científico para a destruição  do nosso planeta.

O Espiritismo surgiu no momento oportuno, quando as ciências já tinham desenvolvido o método teórico-experimental, facilitando a sua aceitação com mais naturalidade. Sabe-se que cada um deve progredir por si mesmo, descobrindo as suas próprias verdades. Porém, a presença de um professor diminui o tempo que levaríamos, caso quiséssemos descobrir tudo por nós mesmos. O Espiritismo é esse professor que nos estimula o pensamento na busca da verdade e na prática da caridade como meio de salvação de nossas almas.

8. Bibliografia Consultada

ANDRADE, H. G. Novos Rumos à Experimentação Espirítica. São Paulo, Livraria Batuíra,1960. 

BRONOWSKI, J. e MAZLICHE, ___. A Tradição Intelectual do Ocidente. Lisboa, Edições 70, 1988.

CURTI, R. Espiritismo e Reforma Íntima. 3. ed., São Paulo, FEESP, 1981.

DELANNE, G. O Fenômeno Espírita. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1990.

FREIRE, J. Ciência e Espiritismo (Da Sabedoria Antiga à Época Contemporânea). 2 ed., Rio de Janeiro, FEB, 1955. 

GARCIA MORENTE, M. Fundamentos de Filosofia - Lições Preliminares. 4. ed., São Paulo, Mestre Jou, 1970.

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

RUIZ, J. A. Metodologia Científica - Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo, Atlas, 1979. 



Notas do Blog

Ciência e Espiritismo

A ciência espírita procede da mesma forma que as ciências naturais. O cientista natural observa, experimenta, faz hipóteses e tira conclusões. As conseqüências serão aceitas se confirmadas pela experiência sensorial dos fatos. O cientista espírita observa, experimenta, formula hipóteses e tira conclusões. As conseqüências serão aceitas se comprovadas pela experiência extra-sensorial. O procedimento é o mesmo. A diferença consiste na natureza das percepções consideradas. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2005/10/cincia-e-espiritismo.html)

Epistemologia e Espiritismo

Ao longo da história, procurou-se verificar a autonomia das várias ciências em relação à filosofia. Para Platão, o saber rigorosamente científico é concebido univocamente como filosofia, e esta se reporta ás coisas invisíveis. Aristóteles, por sua vez, diz que a ciência se reporta às coisas físicas, mas não despreza o o rigor do silogismo de Platão. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2016/09/epistemologia-e-espiritismo.html)

Apego à Matéria

Observe a revolução científico-tecnológica da atualidade, bem contrária de quando a ciência foi criada no século XVI e XVII. Naquela época, optava-se pela ênfase cognitiva, onde um único cientista ficava vários anos para conseguir uma grande descoberta. Hoje, fala-se em "ciência tecnológica", em que várias equipes de cientistas trabalham num único projeto, financiado tanto pela iniciativa privada quanto pelo Estado. O cientista que quer fazer ciência pelo amor à ciência, acaba sendo marginalizado, pois não dá lucro. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/o-apego-matria.html)

Gênese e Espiritismo

Segundo a Ciência, a vida é o resultado de uma complexa evolução que durou uma centena de milhões de anos. Sua origem nos é infensa. Contudo, estabelece algumas hipóteses sobre o começo. Dentre as hipóteses aventadas, a mais aceite pelos cientistas é a de que a vida se originou a partir da formação do protoplasma, matéria elementar das células vivas. O protoplasma evolui para as bactérias, vírus, amebas, algas, plantas, animais até chegar à formação do homem.

Segundo o Espiritismo, a vida, também, é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência. Allan Kardec em A Gênese, André Luiz em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel em A Caminho da Luz atestam para a formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A diferença entre Ciência e Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos Espíritos no processo de evolução. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/gnese-e-espiritismo.html)

Ciência e Filosofia

As divergências entre ciência e filosofia estão relacionadas com a forma de se abordar o real. Na Antiguidade, a filosofia abrangia a totalidade do saber. A partir do séc. XVII, surgem as ciências particulares, delimitando um campo específico de pesquisa. À Física cabe investigar o movimento dos corpos; à Química, as transformações substanciais, à Biologia, a natureza dos seres vivos, e assim por diante. Desta maneira, a ciência fragmenta o real, ocupa-se do imediato e formula juízos de realidade. Por outro lado, a filosofia engloba o real, ocupa-se do mediato e formula juízos de valor. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/cincia-e-filosofia.html)


Notas de Livros

Livro 1

13. - Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.

14. - Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.

15. - Citemos um exemplo. Passa-se no mundo dos Espíritos um fato muito singular, de que seguramente ninguém houvera suspeitado: o de haver Espíritos que se não consideram mortos. Pois bem, os Espíritos superiores, que conhecem perfeitamente esse fato, não vieram dizer antecipadamente: «Há Espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que conservam seus gostos, costumes e instintos.» Provocaram a manifestação de Espíritos desta categoria para que os observássemos. Tendo-se visto Espíritos incertos quanto ao seu estado, ou afirmando ainda serem deste mundo, julgando-se aplicados às suas ocupações ordinárias, deduziu-se a regra. A multiplicidade de fatos análogos demonstrou que o caso não era excepcional, que constituía uma das fases da vida espírita; pode-se então estudar todas as variedades e as causas de tão singular ilusão, reconhecer que tal situação é sobretudo própria de Espíritos pouco adiantados moralmente e peculiar a certos gêneros de morte; que é temporária, podendo, todavia, durar semanas, meses e anos. Foi assim que a teoria nasceu da observação. O mesmo se deu com relação a todos os outros princípios da doutrina. (KARDEC, Allan. A Gênese, Capítulo I)

Livro 2

O Desenvolvimento Científico

A Revelação Espiritual veio pelo Espírito da Verdade, mas a Ciência Espírita (revelação humana) foi obra de Kardec. 

Kardec não se perdeu, como Wundt, Werner e Fechner, no sensível das pesquisas epidérmicas do limiar das sensações. Percebeu logo que os métodos não podiam ser aplicados a fenômenos extrafísicos e estabeleceu o princípio da adequação do método ao objeto. Quando alguns membros da Société Parisien quiseram desviá-lo para a pesquisa biofísica das materializações, ele recusou a fazê-lo, alegando que essa tarefa cabia aos especialistas das ciências materiais. 

Esse problema da comprovação é frequentemente levantado pelos contraditores da doutrina e até mesmo por adeptos pouco informados, que alegam a impossibilidade de repetição dos fenômenos para atender às exigências do método científico. Com esse chavão nas mãos, pensando haver descoberto a chave do mistério, declaram com ênfase que a Ciência Espírita não é ciência, mas apenas um apêndice espúrio da doutrina. Com isso agridem a competência de Kardec e de todos os grandes cientistas que, desde o século passado até o presente, de Crookes a Rhine, submeteram os fenômenos às formas possíveis de repetição. A repetição de experiências é medida corriqueira em qualquer pesquisa. 

Ao invés de se preocuparem com o progresso da Ciência Espírita, que modificará o mundo, os espíritas se apegam às suas instituições particulares, como os curas às suas igrejas e sacristias, pensando que isso lhes basta no cumprimento dos seus deveres espirituais. (PIRES, José Herculano. Ciência Espírita e Suas Implicações Terapêuticas. São Paulo: Paideia, Introdução)

Livro 3

Fé Raciocinada

"... A Ciência, a Filosofia e a Religião constituem o triângulo sublime sobre o qual a Doutrina do Espiritismo assenta as próprias bases, preparando a Humanidade do presente para a vitória suprema do Amor e da Sabedoria, no grande futuro.

Recorramos assim a três vigorosas sínteses da Codificação Kardequiana, para comentar, com maior segurança, o tríplice aspecto de nossos princípios redentores.

Com a Ciência, asseverou o grande missionário: "A fé sólida é aquela que pode encarar a razão face a face".

Com a Filosofia, afirmou peremptório: "Nascer, viver, morrer e renascer, progredindo sempre, tal é a lei".

Com a Região, disse bem alto: "Fora da caridade não há salvação". 

Não será justo, assim, em nosso movimento libertador da vida espiritual prescindir da Ciência que estuda, da Filosofia que esclarece e da Religião que sublima..." (CURTI, Rino. Espiritismo e Conhecimento. São Paulo: Lake, 1991, capítulo 1 [A citação é de Emmanuel: O Sublime Triângulo - Reformador, Abril de 1957, FEB])

Livro 4

Espiritismo: Ciência, Filosofia e Religião

Além da telepatia, da clarividência e da premonição (da parapsicologia), afirma a existência de outras percepções (clariaudiência, percepções olfativas etc.), que revelam o mundo espiritual, colocando-nos em comunicação com ele, e agrupa todas sob a denominação de mediunidade. 

A existência do espírito e sua sobrevivência são alcançadas de várias formas. Por exemplo: pela clarividência. 

A clarividência é a percepção de um objeto por sensitivos, via mental, sem a mediação do órgão visual. Experiências com objetos e cartas levam à conclusão de sua existência, na própria Parapsicologia. Em outras experiências, os videntes dizem estar se comunicando com pessoas vivas distantes e com pessoas que já faleceram. Isso leva à formulação das hipóteses da sobrevivência e da comunicação do espirito que, dessa forma, surgem espontâneas da experiência — não de percepções sensoriais, mas de percepções mediúnicas (extra-sensoriais). 

Sobre elas estruturou-se o Espiritismo de forma teórico-experimental.

Numa comparação podemos estabelecer as diferenças entre o conhecimento espírita e o das ciências naturais 

CCN — Fundamentados na observação e experiência — na percepção sensorial — formulam-se HIPÓTESES.

CE — Fundamentados na observação e experiência mediúnicas — na mediunidade — formulam-se HIPÓTESES.

Sobre as hipóteses estabelecem-se, dedutivamente: CONSEQUÊNCIAS (válidas para ambos.

CCN — As consequências serão aceitas como verdadeiras, se confirmadas pela observação e experiência — pela percepção sensorial.

CE — As consequências serão aceitas como verdadeiras, se confirmadas pela observação e experiência mediúnica — pela mediunidade. 

CCN (Conhecimento nas Ciências Naturais)

CE (O conhecimento no Espiritismo)

O procedimento é idêntico. A diferença consiste na natureza das percepções consideradas. Desde que fique certificado que as percepções sensoriais e as percepções mediúnicas têm a mesma validade, o conhecimento é igualmente válido. 

Assim sendo, o Espiritismo é Ciência de caráter teórico-experimental. 

Para ele, a existência, a sobrevivência e a comunicação dos espíritos é fato comprovado. (CURTI, Rino. Reforma Íntima e Espiritismo. São Paulo: FEESP, 1981, Capítulo 1)

Livro 5

Doutrinando a Ciência 

A ciência é materialista. Todavia, na certeza absoluta da evolução que se realiza, através de todos os óbices interpostos no seu caminho pela ignorância e pela má-fé, eis que, na atualidade, a própria dúvida serve de base ao movimento da fé raciocinada do futuro.

A ciência infatigável procura agora, a matéria-padrão, a força-origem, simplificada, da qual crê emanarem todos os compostos, e é nesse estudo proveitoso que ela própria, afirmando-se ateia, descrente, caminha para o conhecimento de Deus. 

Em se tratando da ciência psíquica, na sede de encontrar o lado verdadeiro da vida, esbarram na preparação moral: o êxito no estudo de problemas tão transcendentais demanda a utilização de fatores morais, raramente encontrados; daí a improdutividade de entusiasmos e desejos que podem ser ardentes e sinceros. 

Há a influência do utilitarismo, do ateísmo... Marchamos para uma época de crença firme e consoladora. 

Semelhantes transformações serão efetuadas após muitas lutas, que encherão de receios e de espantos os espíritos encarnados. Lembremo-nos, porém, de que "Deus está no leme". (XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel, capítulo XIII)


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Ciência e Espiritismo

Kardec afirmou que o espiritismo é uma ciência. Mas vai cair em erro aquele que considerar essa afirmação imaginando o atual conceito dessa palavra. Isso porque em nosso tempo ela está associada ao materialismo. Normalmente, mesmo que a maior parte dos estudantes universitários e mesmo professores sejam espiritualistas, todos precisam adotar a doutrina do nada para que sua produção seja aceita, ou corre o risco de cair na marginalidade acadêmica e perder oportunidades. (https://tvmundomaior.com.br/ciencia-e-espiritismo/)

O Espiritismo é uma Ciência? 

(Charles Kempf. Tradução de Paulo A. Ferreira. Revisão de Lucia F. Ferreira)

Introdução

As palavras espiritualismo e espiritualista têm uma acepção muito geral: qualquer um que acredite ter em si outra coisa além da matéria é espiritualista. Ao contrário, os termos ESPIRITISMO e ESPÍRITA são neologismos, isto é, palavras inventadas por seu codificador, Allan Kardec.

Allan Kardec definiu o Espiritismo como “uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e de suas relações com o mundo corporal”.

O Espiritismo é então bem definido como uma ciência. Mas se distingue das disciplinas científicas já estabelecidas e estudadas nas academias pelo objeto de seus estudos: o elemento espiritual.

Para ilustrar este ponto, tentaremos inicialmente identificar, em um breve resumo histórico, os elementos que caracterizam o Espiritismo. Em seguida, faremos um paralelo com alguns conceitos clássicos e modernos da ciência, para mostrar as ligações e as diferenças com relação ao Espiritismo. Por fim, abordaremos os diversos aspectos do conhecimento. (https://espirito.org.br/artigos/o-espiritismo-e-uma-ciencia-2/)

O que a física quântica tem a ver com o espiritismo? 

Em entrevista ao Correio Fraterno, o doutor e professor de física no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da UNESP, em Bauru, Alexandre Fontes da Fonseca, fala sobre o assunto e alerta para as conclusões apressadas e indevidas ao se falar sobre o tema no meio espírita. 

Resposta a uma das questões: O que a física quântica tem a ver com o espiritismo? Precisamos dela para compreendê-lo? 

Não tem nada a ver com o espiritismo. Ambas são teorias diferentes, desenvolvidas para descrição de 'objetos' de estudo distintos. Enquanto a física quântica é uma teoria da matéria, o espiritismo é a ciência do espírito. Para apreender e compreender o espiritismo e seus pontos fundamentais, em nada precisamos da física quântica ou de outras teorias modernas da ciência. (https://www.correiofraterno.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1292:fisica-quantica-o-que-ela-tem-a-ver-com-o-espiritismo&catid=14:entrevista&Itemid=2)


Mensagem Espírita

Ciência e Amor

"A ciência incha, mas o amor edifica". Paulo (1 CORINTIOS, 8:1)

A ciência pode estar cheia de poder, mas só o amor beneficia. A ciência, em todas as épocas, conseguiu inúmeras expressões evolutivas. Vemos-la no mundo, exibindo realizações que pareciam quase inatingíveis. Máquinas enormes cruzam os ares e o fundo dos oceanos. A palavra é transmitida, sem fios, a longas distâncias. A imprensa difunde raciocínios mundiais. Mas, para essa mesma ciência pouco importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Não compreende o desinteresse, nem as finalidades santas.

O amor, porém, aproxima-se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem. Ensina que cada máquina deve servir como utilidade divina, no caminho dos homens para Deus, que somente se deveria transmitir a palavra edificante como dádiva do Altíssimo, que apenas seria justa a publicação dos raciocínios elevados para o esforço redentor das criaturas.

Se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que liguem os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos de que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso; entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado.

O mundo permanece em obscuridade e sofrimento, porque a ciência foi assalariada pelo ódio, que aniquila e perverte, e só alcançará o porto de segurança quando se render plenamente ao amor de Jesus-Cristo.

Livro: Caminho, Verdade e Vida (Capítulo 152) - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo Espírito Emmanuel

A Grande Síntese: Mensagem de Emmanuel

Quando todos os valores da civilização do Ocidente desfalecem numa decadência dolorosa, é justo que saudemos uma luz como esta, que se desprende da grande voz silenciosa de A Grande Síntese.

Na mesma Itália, que vulgarizou o sacerdócio romano, eliminando as mais belas florações do sentimento cristão no mundo, em virtude do mecanismo convencional da igreja católica, aparelhos existem da grande verdade, restaurando o messianismo, no caminho sublime das revelações grandiosas da fé.

A palavra do Cristo projeta nesta hora as suas irradiações enérgicas e suaves, movimentando todo um exército poderoso de mensageiros seus, dentro da oficina da evolução universal. O momento é psicológico. As nossas afirmativas abstraem do tempo e do espaço, em contraposição às vossas inquietudes; mas, o século que passa deve assinalar-se por maravilhosas renovações da vida terrestre.

As contribuições exigidas serão bem pesadas. Todavia, uma alvorada radiosa sucederá às angústias deste crepúsculo.

Aqui fala á Sua Voz divina e doce, austera e compassiva. No aparelhamento destas teses, que muitas vezes transcendem o idealismo contemporâneo, há o reflexo soberano da sua magnanimidade, da sua misericórdia e da sua sabedoria. Todos os departamentos da atividade humana são lembrados na sua exposição de inconcebível maravilha!

É que, sendo de origem humana a razão, a intuição é de origem divina, preludiando todas as realizações da Humanidade. A grande lição desta obra é que o Senhor não despreza o vosso racionalismo científico, não obstante a roupagem enganadora do seu negativismo impenitente.

Na sua misericordiosa sabedoria, Ele aproveita todos os vossos esforços, ainda os mais inferiores e misérrimos. Toma-vos de encontro ao seu coração augusto e compassivo, unge-vos com o Seu amor sem limites, renovando os Seus ensinamentos do Mar da Galileia. 

Vede, pois, que todos os vossos progressos e todos os vossos surtos evolutivos estão previstos no Evangelho. Todas as vossas ciências e valores, no quadro das civilizações passadas e no mecanismo das que hão de vir, estão consubstanciados na sua palavra divina e redentora. 

A Grande Síntese é o Evangelho da Ciência, renovando todas as capacidades da religião e da filosofia, reunindo-as à revelação espiritual e restaurando o messianismo do Cristo, em todos os institutos da evolução terrestre. 

Curvemo-nos diante da misericórdia do Mestre e agradeçamos de coração genuflexo a sua bondade. Acerquemo-nos deste altar da esperança e da sabedoria, onde a ciência e a fé se irmanam para Deus.

E, enquanto o mundo velho se prepara para as grandes provações coletivas, meditemos no campo infinito das revelações da Providência Divina, colocando acima de todas as preocupações transitórias, as glórias sublimes e imperecíveis do Espírito imortal.

Pedro Leopoldo, Outubro de 1938

(Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier). (https://www.ubaldibh.org/index.php/artigos/a-grande-sintese-apresentacao-de-emmanuel)