30/11/2025
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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: Isaías 2,1-5
Salmo Responsorial 121(122)R- Que alegria quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor”!
2ª Leitura: Romanos 13,11-14a
Evangelho de Mateus 24,37-44
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37“A vinda do Filho do homem será como no tempo de Noé. 38Pois, nos dias antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do homem. 40Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. 42Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor. 43Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá”. – Palavra da salvação.
Mt 24,37-44
Muitos perguntam: Quando Jesus retornará? Quando virá o Reino? Quando será o fim do mundo? O evangelho que ouvimos não responde a essas perguntas. Ele nos alerta sobre a necessidade de estarmos preparados.
Assim será a segunda vinda do Senhor, surpreendendo todos, sem dar tempo para se preparar. Não é que Deus não queira que estejamos preparados. É exatamente o contrário! Ele ameaça vir sem aviso e sem dar tempos para a preparação exatamente para que isso não aconteça. Fomos avisados, por isso, cabe a nós a vigilância.
Muitos querem ficar calculando os tempos e pretendem identificar em sinais ostensivos da vinda do Reino. Mas esses cálculos e previsões são somente fruto de uma curiosidade inútil e prejudicial. Ficar prevendo o tempo da chegada do Reino é inútil porque o Reino já está presente. Assim o futuro definitivo de Deus já se realizou na Páscoa de Jesus. Deus veio no seu Filho e é preciso que nós o reconheçamos. Assim o que realmente importa é seguir Jesus no seu caminho de morte e ressurreição.
É preciso recordar duas coisas importantes.
1. Deus está sempre perto de nós.
2. Os cristãos identificam a proximidade de Deus na morte e ressurreição de Jesus.
Com isso em mente, devemos entender o evangelho de hoje. Se Deus já está perto de nós e de modo definitivo em Jesus Cristo, é preciso prestar atenção nele para viver como ele. Caso contrário, seremos surpreendidos como os contemporâneos de Noé. Os afazeres da vida são sintetizados nos verbos: comer, beber, casar e dar-se em casamento.
Os principais afazeres da nossa vida consistem principalmente em ganhar o sustento da vida, na atividade econômica, em plantar e colher (comer e beber), no cuidado da família (casar-se e se dar em casamento). Essas atividades podem absorver a nossa vida de tal forma que nos faz perder o sentido de tudo isso. Não é mal cuidar do próprio sustento, da família, da economia e da cidadania. O problema é a distração, ou seja, se deixar tomar por essas atividades sem saber o motivo e o fim de tudo isso.
Ocupar-se das coisas deste mundo não deve nos impedir de cuidar das coisas do outro mundo. Ser responsável pela vida terrena não nos deve distrair de ser ainda mais responsáveis pela vida eterna.
O juízo de Deus não para nas aparências. Esse é o sentido da afirmação de Jesus: Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho; uma será levada e a outra será deixada.
Duas mulheres e dois homens trabalham juntos, se cansam na mesma labuta, partilham as mesmas horas de trabalho. Parece que o destino deles será o mesmo, mas o julgamento de Deus vai até a profundidade da vontade e das intenções mais secretas, discrimina em base às verdadeiras razões do coração. Por isso um é tomado e outro deixado. O julgamento de Deus atinge o profundo da consciência, avalia a verdade das escolhas e por isso um é tomado e o outro deixado.
Deus não se ocupa das aparências, e, por isso, nós também não devemos nos contentar em parecer bons cristãos. Ficar só nas aparências não nos salvará, mesmo que possamos enganar as pessoas. Uma bela fachada pode iludir os outros, que só podem ver a exterioridade, mas não pode enganar Deus, que vê o coração. É inútil e insensato querer enganar Deus.
1° Domingo do Advento - Mateus 24,37-44 - Ano A – 27-11-22
“...ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24,44)
Estamos no primeiro dia do Novo Ano litúrgico. Começamos com o Advento, que não é somente um tempo litúrgico, mas um modo de viver. Trata-se de uma atitude vital que precisa atravessar toda nossa existência. Não teremos entendido nada da mensagem de Jesus se ela não nos inspira a viver em constante busca daquilo que já está presente em nosso interior. O importante não é recordar a primeira vinda de Jesus; isso é só o pretexto para descobrir que Ele já está presente em nós e na nossa realidade. Também não se trata de nos preparar para a última vinda, que é só uma grande metáfora. O importante é descobrir que Ele está vindo neste instante.
É preciso reacender o espírito do Advento, porque estamos adormecidos ou sonhando com conquistas superficiais, e não assumimos a existência com a devida seriedade. Tudo o que esperamos de Deus, já o temos dentro de nós.
“Vigiai”, “estai despertos”, “ficai atentos”: são apelos que ressoarão em nosso interior durante a travessia do Advento. Para ver, é preciso não só ter os olhos abertos, mas também luz. Não se trata de contra-atacar o repentino e nefasto ataque de um ladrão. É preciso estar desperto para assumir a vida com uma consciência lúcida. Trata-se de viver intensamente, para que a vida não transcorra na esterilidade e no vazio.
Se permanecemos adormecidos, não acontecerá nada. Isto é o que pode nos causar medo: transcorrer nossa existência sem desatar as ricas possibilidades de plenitude que nos foram confiadas. A alternativa não é salvação ou condenação. Ninguém vai nos condenar. A alternativa é: viver com mais sentido e sabor ou simplesmente vegetar.
O Advento é tempo para dispor-nos a algo surpreendente. O que estamos esperando é alucinante, imenso, fora do nosso tempo rotineiro. Intuímos que nossos olhos foram criados para uma visão mais profunda, mais humana, mais plena; desejamos ser um pouco mais lúcidos, mais sensíveis, muito mais corajosos para descobrir a profundidade e a riqueza de tudo o que acontece ao nosso redor e dentro de nós.
Eis o mistério: o Esperado traz uma novidade que nos mobiliza e que se revela em cada gesto de humanidade e em cada fragmento de tempo, deste “kairós” colocado em nossas mãos.
Tudo na vida requer preparo, e toda preparação exige empenho e mudança..., envolve uma espera.
Somos feitos disso: desejo, súplica, anseio, busca, esperança... No mais profundo de cada um brota um desejo que nos faz bradar ao Eterno, pedindo ajuda: “Vem, Senhor, nos salvar! Vem sem demora nos dar a paz!” Tudo aponta para o vazio infinito dentro de nós, ressoando uma certeza: Ele vem! Ele está vindo em nossa direção!
O texto do evangelho deste primeiro domingo de Advento pertence ao chamado gênero apocalíptico. Este gênero literário, recorrendo às imagens e palavras que parecem catastróficas, se utiliza delas para falar de um futuro que se revela como novidade radical. Para acolher Aquele que vem ao nosso encontro é preciso romper os espaços estreitos de nossa vida, alargar o coração, expandir os sentimentos...
Para além das imagens utilizadas, a intenção parece clara: é um chamado a “despertar”, “a estar vigilantes”, “a estar preparados”...
Dentro do mal-estar social persistente que estamos vivendo, há algo muito saudável: nosso desejo de viver de uma maneira mais propositiva e menos deprimida, mais digna e menos superficial. O que precisamos é re-orientar nossa vida. Não se trata de corrigir um aspecto ou outro de nossa pessoa. Agora o importante é ir ao essencial, encontrar a fonte de vida e salvação.
Não podemos deixar que o desespero e o desânimo destruam em nós o dinamismo e o desejo de continuar caminhando dia-a-dia, cheios de vida; não podemos deixar que a esperança vá se diluindo em nós quase sempre de maneira silenciosa e imperceptível; não podemos deixar que, sem nos dar conta, nossa vida vá perdendo cor e intensidade; quando parece que tudo começa a ser pesado e cansativo, a verdadeira alegria vai desaparecendo de nosso coração e já não somos mais capazes de saborear o bom, o belo e o verdadeiro que há na nossa vida.
Apesar das sombras e sofrimentos causados pela violência social, política e religiosa que estamos vivendo, o Advento vem “des-velar” (tirar o véu) e ativar os dinamismos de solidariedade, compaixão, gratuidade... presentes no coração de cada um. A bondade nos constitui, é da nossa essência O ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus-Amor, amor incondicional e misericórdia sem limites. O bem e o amor em nós, são mais fortes que o mal e o ódio. O que de Deus há em nós é maior que nossa miséria e limites. Nosso verdadeiro ser é bondoso. Fomos feitos de amor e para o amor. Se vivemos isso, de verdade podemos ser sal, luz e força, uns para com os outros, como nos ensina Jesus.
Com a mente bem aberta, atenta, podemos e temos de analisar o que está acontecendo conosco, descobrir e compreender suas causas e comprometer-nos com as mudanças necessárias. Inspirados(as) com a força do Espírito podemos levar adiante as transformações que se fazem necessárias.
Assim, o percurso do Advento vem despertar aquela “virtude teologal” tão ausente no atual contexto social e religioso: a esperança; ela é o recurso secreto do ser humano itinerante. Somos abertura e, portanto, estamos sujeitos à mudança. A esperança é a guia que nos orienta na mudança.
Esperar é ousar re-nascer, advir, vir-de-novo, re-começar... na fulgurante arte de tecer a vida nisso que ela tem de mais íntimo e cotidiano.
Um canto de fé e de esperança segura: esse é o sentido da existência cristã.
Movidos por essa esperança, podemos dar sabor à nossa vida, muitas vezes modesta e simples. Ter esperança é, essencialmente, busca incessante, luta por aquilo que não tem lugar agora, mas, acredita-se, terá um dia.
A esperança tem suas raízes na eternidade, mas ela se alimenta de pequenas coisas. Nos pequenos gestos ela floresce e aponta para um sentido novo.
É preciso ter a audácia de reinventar o humano; é preciso resgatar a paixão por uma causa irrecusável; paixão pela inconformidade de as coisas serem como são; paixão pela vitória da esperança; paixão pelo sonho de, procurando tornar as pessoas melhores, melhorar a si mesmo; paixão, em suma, pelo futuro.
Para meditar na oração:
“é proibido pecar contra a esperança!”
A esperança tem sempre algo em comum com o desejo.
Quem não deseja não pode esperar.
Desejar é manter-se maduro(a) para a esperança. Sua ausência paralisa, bloqueia, desumaniza...
- Que esperanças alimentam sua vida neste momento e contexto social tão marcado por divisões, conflitos, ódios?
Neste domingo, nomeado primeiro domingo de Advento, inicia-se um novo ano litúrgico. O Advento é um tempo para fortalecer a esperança. É um período de preparação para redescobrir a presença do Senhor no mundo e a Vida que germina no silêncio e principalmente nos espaços pobres e marginalizados da sociedade. Neste novo ano litúrgico a Igreja nos propõe a leitura e meditação do evangelho de Mateus.
Lembre-se de que o evangelho de Mateus foi escrito para uma comunidade de cristãos, na sua maioria, de origem judaica. Mateus, chamado também o evangelho eclesial, busca formar os neobatizados nos diferentes aspectos da vida comunitária e eclesial. Pela origem judaica dos cristãos da comunidade, muitas vezes aparecem referências ao Antigo Testamento porque é uma forma pedagógica de que os judeus conversos possam compreender e aderir melhor à proposta de Jesus.
Uma palavra que ressoa neste tempo de advento é vigiai! Tempo de espera e de vigília para acolher a presença de Deus que nasce no meio nosso. O eixo central deste tempo é a espera na vinda do Senhor! Diante desta proposta somos chamados a perguntar-nos: o que é esta vinda do Senhor? Que significa? Como é preciso preparar-se para acolher pessoal e comunitariamente esta presença do Senhor que vem e responder aos seus desafios?
O Advento faz referência a um futuro próximo e por isso nos compromete num momento especial para rever nossa vida e assim preparar-nos para a Presença do Senhor, um tempo de transformação e de mudança interior. Disse Paulo aos romanos na segunda leitura deste domingo: “A noite vai avançada, e o dia está próximo. Deixemos, portanto, as obras das trevas e vistamos as armas da luz” (Rm 13,12).
Há um chamado a conversão, a deixar a vida das trevas e começar a vida na luz. As trevas simbolizam realidades e situações negativas que geram injustiça, indiferença, opressão, cobardia, indiferença. A luz, pelo contrário expressa a liberdade de quem não tem nada que ocultar e vive assim na liberdade dos filhos/as de Deus.
Na nossa sociedade ha muitas situações que somente produzem trevas e envolvem assim a vida de muitas pessoas. Neste tempo de Advento somos chamados a conversão, a transformação profunda: deixar aquilo que nos leva as trevas, a viver no escondido, escravos da nossa própria escuridão. O Senhor vem iluminar nossa escuridão para transforma-la pela sua presença em Luz que nos liberte e gere claridad ao nosso redor, e impregne de luminosidade na nossa própria vida.
Continuamente chegam até nós tristes notícias de violência, de guerras, de lutas sociais, políticas, econômicas, culturais, acompanhadas de mortes, sofrimentos, pessoas que devem deixar suas terras porque estão sendo assassinadas e perseguidas. Como disse o papa Francisco: “Gritam as pessoas em fuga apinhadas em navios, em busca de esperança, sem saber que portos poderão recebê-las na Europa, uma Europa que, no entanto, abre os portos para embarcações que vão carregar armamentos sofisticados e caros, capazes de produzir devastações que não poupam nem as crianças”.
O evangelho de Mateus situa-nos entre a primeira e a última vinda do Senhor. Estamos num tempo de caminho, somos caminhantes que dirigem seu olhar no definitivo, mas comprometidos no presente do nosso mundo. A narrativa de Mateus que se lê hoje procura acordar a comunidade cristã e convidá-la a abrir os olhos para descobrir o agir de Deus no cotidiano da vida: “trabalhando no campo”, “moendo no moinho”.
O que é necessário para viver nesse espírito de vigilância e não nos perdermos de “ver”, “escutar” e encontrar-nos com o Senhor diariamente? É de grande ajuda para cultivar este espírito de vigilância viver com um coração agradecido (Col 3,15).
Para meditar neste tempo de Advento que se inicia, deixemos ressoar o pedido do Papa Francisco: “ouvir o grito de tantos que nos últimos anos tiveram sua esperança roubada [...] Aqueles que não têm comida, aqueles que não têm assistência médica, que não têm escola, os órfãos, os feridos e viúvas elevam suas vozes para o alto. Se os corações dos homens são insensíveis, não o é o coração de Deus, ferido pelo ódio e pela violência que pode se desencadear entre as suas criaturas, sempre capaz de se comover e cuidar deles com a ternura e a força de um pai que protege e que orienta. Mas - acrescentou o Papa - às vezes penso também na ira de Deus que se abaterá contra os responsáveis dos países que falam de paz e vendem armas para fazer essas guerras. Essa hipocrisia é um pecado". Texto completo: Papa Francisco: “A ira de Deus se abaterá contra aqueles que falam de paz e vendem armas para fazer essas guerras"
Na primeira leitura que lemos neste domingo o Profeta Isaias expressa a convergência de todos os povos da terra que avançam e sobem a montanha ao encontro do Senhor. No seu cântico o profeta expressa a irresistível atração da Palavra de Deus: eles desejam conhecer o Senor e são atraídos pela sua palavra libertadora e geradora de vida.
Deixemos que as palavras deste belo cântico do Profeta ecoem no nosso interior e no espírito das nossas comunidades e grupos familiares para crescer numa esperança ativa e operante!
Oração
Que as palavras deste texto do Profeta Isaias ecoem no nosso interior e no espírito das nossas comunidades e grupos familiares para crescer numa esperança ativa e operante!
Caminhemos à luz do Senhor
Visão de Isaías, filho de Amós,
acerca de Judá e de Jerusalém:
Sucederá, nos dias que hão de vir,
que o monte do templo do Senhor
se há de erguer no cimo das montanhas
e se elevará no alto das colinas.
Ali afluirão todas as nações
e muitos povos ocorrerão, dizendo:
«Vinde, subamos ao monte do Senhor,
ao templo do Deus de Jacob.
Ele nos ensinará os seus caminhos
e nós andaremos pelas suas veredas.
De Sião há de vir a lei
e de Jerusalém a palavra do Senhor».
Ele será juiz no meio das nações
e árbitro de povos sem número.
Converterão as espadas em relhas de arado
e as lanças em foices.
Não levantará a espada nação contra nação,
nem mais se hão de preparar para a guerra.
Vinde, ó casa de Jacob,
caminhemos à luz do Senhor.
Isaías 2,1-5
Evangelho - Mateus 24,37-44
Subsídio elaborado pelo grupo de biblistas da
Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana-ESTEF
Dr. Bruno Glaab – Me. Carlos Rodrigo Dutra –
Dr. Humberto Maiztegui – Me. Rita de Cácia Ló.
Referências bíblicas
Evangelho: Mt 24,37-44
Primeira Leitura: Is 2,1-5
Segunda Leitura: Rm 13,11-14
Salmo: Sl 121,1-2. 4-9
No Evangelho, Mateus 24,37-44 é uma unidade dentro do chamado “discurso escatológico” (Mt 24–25). Este grande discurso fala da vinda do “Filho do Homem” com a finalidade de oferecer uma perspectiva sobre o compromisso de vida do cristão na história humana.
Em seu evangelho, Mateus agrupa os discursos de Jesus em cinco grandes blocos, organizados assim:
1º discurso: Mt 5-7: Sermão da Montanha: Como entrar no Reino dos céus;
2º discurso: Mt 10: Discurso missionário: Jesus dá autoridade aos Doze;
3º discurso: Mt 13: Discurso em parábolas: O que é o Reino dos céus;
4º discurso: Mt 18: Discurso comunitário: A comunidade fraterna;
5º discurso: Mt 23-25: Discurso escatológico: Como entrar no Reino dos céus.
É a forma que Mateus usa para fazer uma conexão com os cinco livros do Pentateuco (Torah). Desse modo, ele apresenta Jesus como um “novo Moisés”. Não é à toa que o primeiro discurso é no alto de um monte: Jesus, o novo Moisés, no alto da montanha, o novo Sinai, revela a nova Lei do novo povo de Deus.
A perícope de Mt 24,37-44 é composta por três sequências: a primeira faz a memória do dilúvio (vv. 37-39); a segunda fala de dois homens e duas mulheres no trabalho cotidiano (vv. 40-42); a terceira usa como comparação a chegada de um ladrão (vv. 43-44). Todas essas sequências têm em comum a incerteza da “parusia” (vinda, chegada, visita) do Senhor e, portanto, a necessidade da “vigilância”.
As três sequências falam de situações da vida cotidiana: alimentar-se, beber, casar-se, trabalho no campo, trabalho na casa, moer, cuidar para evitar um assalto. A vinda do Filho do Homem não é um megaevento, para o qual alguém interrompe todas as suas atividades e fica sem fazer nada à sua espera, pois ninguém sabe o dia e nem a hora (cf. Mt 24,36). O que torna a vivência comum do dia a dia é uma atitude de abertura e acolhimento do Filho do Homem, não é no que se faz, mas como se faz: a prática cotidiana deve estar orientada pelo propósito de Deus.
Para se referir ao dilúvio (vv. 37-39), o evangelista não qualifica as ações dos contemporâneos de Noé como imorais ou prova de incredulidade. Ao contrário, ele usa o verbo “compreender”: eles “nada compreenderam” e foram destruídos. Este mesmo verbo será retomado no v. 43, como chamado de atenção – “compreendei” – para que os ouvintes tenham uma postura diferente dos contemporâneos de Noé e estejam preparados para quando o Senhor voltar, um evento que ocorrerá em momento desconhecido. Por outro lado, o texto chama atenção para o perigo da ignorância e do despreparo: são essas as atitudes que levam a comunidade à destruição.
A sequência dos vv. 40-42 usa imagens mais próximas à vivência da comunidade: homens e mulheres nos seus devidos fazeres (os membros da comunidade?). Mas a vinda do Filho do Homem não terá o mesmo efeito sobre todos: alguns serão tomados, outros deixados.
O evangelista não explica qual é a situação que simboliza a salvação (ser deixado? Ser levado?). No episódio do dilúvio (Gn 6,9–8,22), os que foram levados para a arca se salvaram; os demais ficaram e morreram no dilúvio.
Em outros textos de Mateus, ser deixado traz como consequência a destruição, pois equivale a ser abandonado à própria sorte (Mt 23,38; 24,2; 25,30). Na continuação do discurso escatológico, nas parábolas das dez virgens (25,1-13), dos talentos (25,14-30) e do juízo final (25,31-46), os que são “levados” entram para festa ou para junto do pai (Mt 25,10.21.23.35).
O trecho do evangelho deste Primeiro Domingo do Advento é uma advertência para que a igreja/comunidade esteja sempre consciente do serviço, na vigilância e na fidelidade ao projeto do reino de Deus. Vigiar é uma atitude de vida plena na justiça do reino.
En su origen el término "adviento" (del latín adventus) significaba la primera visita oficial de un personaje importante con motivo de su llegada al poder o de la toma de posesión del cargo. En el ámbito del culto hacía referencia a la venida anual de la divinidad a su templo para visitar a sus fieles. Notemos entonces que en su significado original la palabra adviento se refiere a una llegada, una venida, una presencia.
Llevado esto al ámbito cristiano podemos decir que el eje organizador de todo este tiempo litúrgico del adviento es la venida del Señor, su llegada, su Presencia. Así: "con la palabra adventus se pretendía sustancialmente decir: Dios está aquí, no se ha retirado del mundo, no nos ha dejado solos. Aunque no lo podemos ver y tocar como sucede con las realidades sensibles, Él está aquí y viene a visitarnos de múltiples maneras. El significado de la expresión “adviento” comprende por tanto también el de visitatio, que quiere decir simple y propiamente "visita"; en este caso se trata de una visita de Dios: Él entra en mi vida y quiere dirigirse a mí" .
Aceptar esto implica, a su vez, considerar las acciones de los protagonistas. En primer lugar, de Dios, que viene a nuestro mundo, a nosotros. Luego los hombres, invitados a prepararse para recibir esta visita de Jesús que viene a nosotros y que nos moviliza concretamente a salir a su encuentro en esta Navidad. En pocas palabras y muy a tono con la liturgia de adviento, nuestra actitud como creyentes es de “vigilante espera del Señor”.
Ahora bien, El que viene es, en realidad, el mismo que ya vino. Es la doble venida del Señor que reflejan los prefacios del Adviento. La primera en la humildad de la carne; la segunda y definitiva en la gloria. No se trata de un juego de palabras sino de la misma esencia de la liturgia y del misterio cristiano. Al respecto dice un especialista en liturgia: "Toda celebración litúrgica lleva consigo tres dimensiones: el pasado, en un presente, para un futuro. El adviento nos da ocasión casi material de percibir la superposición, una en otra, de estas tres dimensiones. Es el tiempo ideal para entrar plenamente en la teología viva de la liturgia" . Más concretamente, con Matías Augé , podemos decir: “Adviento es el tiempo que, partiendo del hecho ya ocurrido de la 1ª venida, orienta no solo a la venida última y definitiva sino también a la venida sacramental en la liturgia, donde se actualiza la primera y se anticipa la segunda”.
A esta doble venida corresponden las dos dimensiones de la espera: de la Navidad y de la Parusía, que la liturgia del Adviento tiene que proponerlas juntas pues es imposible presentar una sin la otra. Pero en la sucesión de los cuatro domingos se va dando un progresivo paso de la acentuación puesta en la Segunda y definitiva venida al fin de los tiempos (más clara en 1er. Domingo y menos en el 2do.) a la Primera venida en la Encarnación y Navidad (3er. y 4to. Domingos). Por tanto, el ADVIENTO nos invita a esperar su venida definitiva al fin de los tiempos y a prepararnos para celebrar su primera venida al nacer en Belén con el gozo de saber que Él viene permanente a nuestros corazones.
Importa no olvidar estas acentuaciones para respetar el ritmo propio de este tiempo litúrgico y su intención pedagógica o, mejor dicho, mistagógica. Nos hace comenzar con la espera de lo eterno y definitivo, con el fin, que es lo último en la ejecución y lo primero en la intención. Desde aquí se nos invita a reorientar nuestra vida en función de nuestra situación de tiempo intermedio, del "ya pero todavía no" que supone una comprensión del carácter provisional de nuestro mundo y de nuestra condición de peregrinos (este sería el 'matiz' propio de la conversión en Adviento). Luego nos va llevando hacia el fundamento de nuestra esperanza, la venida de Jesús en la plenitud de los tiempos, la Encarnación, cuya manifestación es la Natividad vamos a celebrar.
Por tanto, el ADVIENTO nos invita a esperar su venida definitiva al fin de los tiempos y a prepararnos para celebrar su primera venida al nacer en Belén con el gozo de saber que Él viene permanente a nuestros corazones.
La liturgia de la Palabra de los domingos de adviento acompaña este proceso por cuanto "el evangelio del primer domingo es escatológico. En el segundo y el tercero hacen referencia al Precursor. En el cuarto se proclaman los acontecimientos que han preparado la venida del Señor" .
Las lecturas del Antiguo Testamento son profecías sobre el Mesías y el tiempo mesiánico, todas tomadas del libro de Isaías.
Las lecturas del Apóstol contienen exhortaciones y amonestaciones que invitan a vivir con austeridad el tiempo presente mientras esperamos con paciencia la venida del Señor. En los domingos primero, segundo y cuarto está tomada de la carta a los Romanos, mientras que el tercero de la carta de Santiago.
Las lecturas del Evangelio tienen una característica propia: se refieren a la venida del Señor al final de los tiempos (I domingo); a Juan Bautista (II y III domingo); y a los acontecimientos que prepararon de cerca el nacimiento del Señor (IV domingo).
"Con el nacimiento de Jesús, el Enmanuel, Dios cumple su promesa
de venir a nuestro encuentro y caminar la vida con nosotros".
En este ciclo “A” leeremos el evangelio según San Mateo para quien Jesucristo es “hijo de David, hijo de Abraham” y, por tanto, está inserto plenamente en la tradición del pueblo judío y cumple las esperanzas mesiánico-davídicas que anunciaron los profetas.
Domingo 1º: Mt 24,37-44. “Estén prevenidos y preparados”. Despertarse
Domingo 2º: Mt 3,1-12. “Preparen el camino del Señor”. Convertirse
Domingo 3º: Mt 11,2-11. “Eres tú el que ha de venir o debemos esperar a otro”. Sorprenderse
Domingo 4º: Mt 1,18-24. Jesús nacerá de María, comprometida con José, hijo de David. Recibir
En Jesús confluyen todas las esperanzas del Antiguo Testamento que en este ciclo A nos vienen presentadas de la mano de la profecía de Isaías, de donde se toman las primeras lecturas de los cuatro domingos. Los textos de este profeta nos abren a la esperanza de un futuro de paz y nos animan a caminar “a la luz del Señor” (primer domingo); y esta paz se concretará en una situación de armonía y de unidad que sólo Dios puede regalar a los hombres (segundo domingo). Luego el profeta nos anunciará la alegría del Señor que viene y nos salvará (tercer domingo); y nos dirá cuál es la señal de que Dios cumplirá sus promesas: “la virgen dará a luz un hijo y le pondrán por nombre Enmanuel, es decir, Dios-con-nosotros” (cuarto domingo). Es decir, el futuro esperado y deseado irá tomando cuerpo con el anuncio del nacimiento de un descendiente de David, pero cuyos rasgos trascienden los de un simple niño, porque ese niño es el Enmanuel, Dios con nosotros, que nacerá de una virgen.
Ahora bien, el cumplimiento de esta promesa sorprende enormemente, pues no se trata un hombre bendecido por Dios sino de Dios mismo quien se hace hombre en Jesucristo. Justamente el sentido teológico profundo de la concepción virginal que nos narra Mateo es que Dios actúa más allá de las posibilidades humanas por medio de su Espíritu Santo.
Por tanto, la profecía de Isaías nos ayudará a despertar nuestra esperanza; a desear la venida del Señor en esta Navidad.
El Evangelista Mateo nos mostrará que Dios al cumplir su promesa supera ampliamente nuestras expectativas. Dios las cumple de modo tal que nos desconcierta y sorprende por lo increíble de su amor por los hombres. La Navidad es el maravilloso encuentro de Dios con los hombres porque creemos que el Enmanuel es verdaderamente "Dios con nosotros". Y esta manifestación del amor de Dios que viene a nuestro encuentro es justamente el alimento y sostén de nuestra esperanza en el caminar por este mundo hasta el Adviento final.
DESPERTAR EL DESEO DEL ENCUENTRO CON EL SEÑOR QUE VIENE
Primera Lectura (Is 2,1-5):
Se trata de una visión que tiene el profeta acerca del “fin de los tiempos (días)” y sobre el futuro de Jerusalén, tal como lo afirma 2,1 que aparece como un nuevo título. En 2,2-5 tenemos cuatro motivos teológicos que auguran un futuro mejor y alientan la esperanza para Jerusalén, considerada la "montaña de la Casa del Señor" por cuanto en ella está el Templo, la Morada de Dios. Todo esto está anunciado para el “fin de los tiempos”, cuando el Señor venga definitivamente a residir allí.
1. La montaña del Señor será exaltada por encima de todas las demás montañas o colinas.
2. La peregrinación de las naciones, junto con Israel, hacia esta montaña santa.
3. La palabra del Señor o Ley que se escuchará allí y que enseñará los senderos para que caminen los pueblos.
4. El Señor vendrá como juez y árbitro en orden a establecer la paz entre las naciones.
Es de resaltar en este texto su apertura universalista: todas las naciones se congregarán en el Templo de Jerusalén. Recordemos que en tiempos de Jesús y de Pablo existía en la entrada del templo una inscripción que prohibía la entrada a los paganos (los no judíos) bajo amenaza de muerte. En el tiempo final, el templo, la presencia de Dios, la salvación, se abre a todas las naciones que al adorar al único Dios vivirán en paz. La paz como don mesiánico para los últimos tiempos es un tema recurrente en Isaías. En el próximo domingo veremos cómo esta paz llega a través del nacimiento de un niño, de un descendiente de David. Esta promesa Divina de paz y unidad nos va preparando ya para la Navidad.
Segunda Lectura (Rom 13,11-14ª):
San Pablo invita a los cristianos de Roma a tomar conciencia o comprender la índole del tiempo presente (τὸν καιρόν). Cómo nos recuerda R. Penna , “el kairós denota la dimensión subjetiva del tiempo, el oportuno, la circunstancia apropiada, el momento favorable, la buena ocasión”. Más adelante, el mismo tiempo presente viene descrito como una noche avanzada, por lo que el amanecer está pronto. Es hora de despertar, de levantarse: el texto griego está en voz pasiva, sería ser levantados o despertados (ἐγείρω; egeirō) del sueño. La motivación o razón para despertarse del sueño se detalla a continuación: la salvación está cerca. Esto significa, en el contexto de la carta, que hemos ya recibido la justificación por la fe en la muerte y resurrección de Cristo, pero la salvación plena la tenemos en esperanza, debe aún venir a nosotros, es un “ya pero todavía no”. Por eso la realidad actual se describe con las imágenes de la noche y del día; de la luz y las tinieblas, que son comunes en San Pablo (cf. 1Tes 5,4-7) y simbolizan la vida moral del creyente. Las obras propias de la noche son los desórdenes: excesos en comida y bebida; lujuria y libertinaje; peleas y envidias. Las obras del día, de la luz, son la conducta digna del nombre de cristiano, a la que nos invita el Apóstol.
Evangelio (Mt 24,37-44):
De entrada, el evangelio de hoy nos ubica en lo que sucederá al final de los tiempos con la venida (παρουσία) del hijo del hombre. La “venida del hijo del hombre” hace referencia a una expectativa difundida en tiempos de Jesús por algún texto bíblico (cf. Dn 12) y otros textos extra bíblicos de corte apocalíptico. Concretamente “se esperaba la venida de una persona que llegaría desde el cielo para hacer un juicio en nombre de Dios. Este juicio daría como resultado la condena de todos los malvados y la salvación y el premio de todos los que eran fieles a la Ley de Dios” . Por tanto, con su referencia a la venida del hijo del hombre, Jesús evoca la idea del juicio final y el consiguiente fin del mundo.
Y la pregunta obligada, tal como vimos hace un par de domingos atrás, es: ¿cuándo sucederá esto? Lamentablemente no hemos leído el versículo de Mt 24,36 (“En cuanto a ese día y esa hora, nadie los conoce, ni los ángeles del cielo, ni el Hijo, sino sólo el Padre”) que al decir de U. Luz es el verdadero inicio de esta sección. Este versículo deja sentada con claridad nuestra ignorancia completa sobre el momento del día final porque Dios no ha querido revelarlo, lo que en cierto modo pone la base para la actitud de vigilancia que pedirá Jesús a continuación (cf. 24,42).
En cuanto a lo que sucederá en el tiempo final, se describe comparándolo con el diluvio, narración que encontramos en Génesis 6-8. Este relato se presenta como tipo del juicio de Dios sobre la humanidad pecadora. Su acción es como la de las aguas que destruyen todo y, a la vez, hacen flotar el arca salvándola. Noé y su arca indican que existe para la humanidad una posibilidad de salvarse. Por tanto, las sanciones de Dios al juzgar son a la vez purificación y salvación porque la destrucción es necesaria para señalar el mal, pero al mismo tiempo es necesario mostrar que Dios es más fuerte que el mal.
Jesús, por su parte, al comparar su venida como hijo del hombre al final de los tiempos con el diluvio, pone de relieve su carácter sorpresivo para la mayoría de las personas. Todas llevaban una vida normal (“la gente comía, bebía y se casaba” 24,38), sin sospechar que el juicio de Dios estaba próximo. Señalemos que no hay una condena moral sobre la conducta de los contemporáneos de Noé; sólo se señala su falta de conocimiento del tiempo final (“no supieron o no conocieron”: οὐκ ἔγνωσαν).
El aspecto judicial de la venida del hijo del hombre está presente en la distinción entre las parejas: de dos hombres uno será llevado, otro dejado; y lo mismo de dos mujeres. Tampoco aquí se da una justificación moral de la elección de uno ni del rechazo de otro, dentro del mismo grupo familiar. Tal vez la intención del texto sea evitar que alguno se sienta excluido de esta situación pues puede sucederle a cualquiera, por lo cual la advertencia de Jesús es para todos.
Como siempre, la exhortación de Jesús ante la posibilidad del fin es estar prevenidos, vigilantes, despiertos (γρηγορέω).
Al final (24,43-44) Jesús añade algo que aparece varias veces en el Nuevo Testamento y que es la comparación del día final con la llegada de un ladrón por cuanto nos sorprenderá si no lo esperamos: "vendrá a la hora menos pensada". Por tanto, la vigilancia que Jesús propone ante la venida del fin, de la parusía, se compara con la de un dueño de casa ante la posible venida de un ladrón para robarle. La actitud que aconseja aquí Jesús es la misma de vigilancia, pero con un matiz más bien activo: velar, estar preparados (ἕτοιμοι). Se trata de estar listos, como lo estaban las Vírgenes prudentes a la llegada del esposo y por eso entraron en la fiesta (cf. Mt 25,10).
Algunas reflexiones:
Como dice A. Nocent: "La orientación de este primer domingo de Adviento es netamente escatológica. Es una ocasión para que nosotros revisemos qué lugar ocupa en nuestra vida concreta el "último día" y el encuentro de todo el Pueblo de Dios con su Señor" .
Esto tiene su lógica o sabiduría teológica. La vida del cristiano se mueve entre dos realidades dinámicas: el Señor que viene a nosotros (adviento) y nosotros que salimos (éxodo) al encuentro del Señor. La vida cristiana es “camino”, así se la denomina en los Hechos de los Apóstoles en varias ocasiones (cf. He 18,25; 19,9.23; 24,4.14.22). Entonces, si voy a ponerme en camino, tengo que saber hacia dónde dirigirme, cuál es el fin. Y esto es justamente lo que nos presenta el primer domingo de adviento: caminos hacia el Señor que viene al final de los tiempos para llevarnos a su encuentro. Al respecto dijo el Papa Francisco el 1° de diciembre de 2013: “Este camino no se acaba nunca. Así como en la vida de cada uno de nosotros siempre hay necesidad de comenzar de nuevo, de volver a levantarse, de volver a encontrar el sentido de la meta de la propia existencia, de la misma manera para la gran familia humana es necesario renovar siempre el horizonte común hacia el cual estamos encaminados. ¡El horizonte de la esperanza! Es ese el horizonte para hacer un buen camino. El tiempo de Adviento, que hoy de nuevo comenzamos, nos devuelve el horizonte de la esperanza, una esperanza que no decepciona porque está fundada en la Palabra de Dios. Una esperanza que no decepciona, sencillamente porque el Señor no decepciona jamás. ¡Él es fiel!, ¡Él no decepciona! ¡Pensemos y sintamos esta belleza!”. “Recordad siempre esto: la vida es un camino. Es un camino. Un camino para encontrar a Jesús. Al final, y siempre. Un camino donde no encontramos a Jesús, no es un camino cristiano. Es propio del cristiano encontrar siempre a Jesús, mirarle, dejarse mirar por Jesús, porque Jesús nos mira con amor, nos ama mucho, nos quiere mucho y nos mira siempre. Encontrar a Jesús es también dejarte mirar por Él”.
Tanto la primera lectura como el evangelio hacen referencia a la venida de Dios al fin de los tiempos como juez. El texto de Isaías lo presenta como algo esperanzador pues describe la exaltación de Jerusalén como centro del mundo y lugar de peregrinación de todas las naciones. El evangelio nos lo presenta más bien como algo amenazador, dado su carácter imprevisto e inesperado; y por la acción judicial de Dios en clave de separación, de tomar uno y dejar otro.
Importa mantener un sano equilibrio entre estos dos aspectos, como bien notaba Benedicto XVI: "En la configuración de los edificios sagrados cristianos, que quería hacer visible la amplitud histórica y cósmica de la fe en Cristo, se hizo habitual representar en el lado oriental al Señor que vuelve como rey –imagen de la esperanza–, mientras en el lado occidental estaba el Juicio final como imagen de la responsabilidad respecto a nuestra vida, una representación que miraba y acompañaba a los fieles justamente en su retorno a lo cotidiano. En el desarrollo de la iconografía, sin embargo, se ha dado después cada vez más relieve al aspecto amenazador y lúgubre del Juicio, que obviamente fascinaba a los artistas más que el esplendor de la esperanza, el cual quedaba con frecuencia excesivamente oculto bajo la amenaza". (Benedicto XVI, Spes Salvi nº 42).
Cada adviento la Iglesia pone al cristiano en situación vital de esperanza: debe esperar, vinculado a todo el Antiguo Testamento, la llegada del día final. "La espera, el esperar es una dimensión que atraviesa toda nuestra existencia personal, familiar y social. La espera está presente en mil situaciones, desde las más pequeñas y banales hasta las más importantes, que nos implican totalmente y en lo profundo. Pensemos, entre estas, en la espera de un hijo por parte de dos esposos; a la de un pariente o de un amigo que viene a visitarnos de lejos; pensemos, para un joven, en la espera del éxito en un examen decisivo, o de una entrevista de trabajo; en las relaciones afectivas, en la espera del encuentro con la persona amada, de la respuesta a una carta, o de la acogida de un perdón... Se podría decir que el hombre está vivo mientras espera, mientras en su corazón está viva la esperanza. Y al hombre se le reconoce por sus esperas: nuestra “estatura” moral y espiritual se puede medir por lo que esperamos, por aquello en lo que esperamos. Cada uno de nosotros, por tanto, especialmente en este Tiempo que nos prepara a la Navidad, puede preguntarse: yo, ¿qué espero? ¿A qué, en este momento de mi vida, está dirigido mi corazón? Y esta misma pregunta se puede plantear a nivel de familia, de comunidad, de nación. ¿Qué es lo que esperamos, juntos?" .
La espera de Israel que nos propone el profeta Isaías es en el fondo la esperanza en un encuentro definitivo con Dios donde todas las naciones vivirán en paz. En este sentido el pueblo de Israel y el pueblo cristiano se encuentran en su Esperanza. Por tanto, la primera lectura nos invita a desear esta venida, a esperarla con entusiasmo.
El evangelio y la segunda lectura, por su parte, nos advierten del peligro que acecha nuestra vida cristiana si perdemos de vista el fin trascendente de la misma. Se trata de un peligro muy sutil, ya que muchas veces no se trata de hacer algo claramente malo, sino de dejarse atrapar y enceguecer por las múltiples actividades de la vida cotidiana. De este gran peligro nos advierte el Papa Francisco : "¿Qué pasaba en los días de Noé? Sucedía que, mientras algo nuevo y perturbador estaba a punto de llegar, nadie hacía caso, porque todos pensaban sólo en comer y beber (cf. v. 38). En otras palabras, todos ellos limitaban sus vidas a sus propias necesidades, se contentaban con una vida chata, horizontal, sin empuje. No se esperaba a nadie, sólo la pretensión de tener algo para uno mismo, para consumir. Espera del Señor que viene, y no pretensión de tener nosotros algo que consumir. Esto es el consumismo. El consumismo es un virus que mina la fe desde la raíz, porque te hace creer que la vida depende sólo de lo que tienes, y así te olvidas de Dios que viene a tu encuentro y de los que te rodean. El Señor viene, pero tú sigues los apetitos que te vienen; el hermano llama a tu puerta, pero te molesta porque trastoca tus planes ―y esta es la actitud egoísta del consumismo. En el Evangelio, cuando Jesús señala los peligros de la fe, no se preocupa de los enemigos poderosos, de la hostilidad y de las persecuciones. Todo esto ha sido, es y será, pero no debilita la fe. El verdadero peligro, en cambio, es lo que anestesia el corazón: es depender del consumo, es hacerse pesado y dejar que el corazón se olvide de las necesidades”.
Bien puede resumir todo esto una frase de Santa Ángela de Foligno: “El hombre, como ve, así ama”. Si nuestra mirada se abre a lo trascendente, a la presencia de Dios, así será nuestro amor…
El tono amenazador del evangelio es un recurso pedagógico para invitarnos a estar siempre vigilantes y preparados para el día final, dado su carácter sorpresivo e inesperado. Al respecto decía el Card. C. Martini : “la iniciativa de Dios de visitar a su pueblo y de establecer su morada entre nosotros exige al discípulo un corazón preparado para vigilar”. Podemos decir que el Señor quiere "despertar" nuestra conciencia cristiana al comienzo del adviento ya que inevitablemente el diario trajinar nos hace perder de vista el horizonte de lo definitivo. Este es el sentido de la vigilancia, pues "vigilar implica una relación con el Cristo viviente, que volverá como juez universal y emplazará a todos los humanos ante su tribunal" .
Sobre esta actitud de vigilancia decía el Papa Francisco en el ángelus de 1 de diciembre de 2019: “Velar no significa tener los ojos materialmente abiertos, sino tener el corazón libre y orientado en la dirección correcta, es decir, dispuesto a dar y servir. ¡Eso es velar! El sueño del que debemos despertar está constituido por la indiferencia, por la vanidad, por la incapacidad de establecer relaciones verdaderamente humanas, por la incapacidad de hacerse cargo de nuestro hermano aislado, abandonado o enfermo. La espera de la venida de Jesús debe traducirse, por tanto, en un compromiso de vigilancia. Se trata sobre todo de maravillarse de la acción de Dios, de sus sorpresas y de darle primacía. Vigilancia significa también, concretamente, estar atento al prójimo en dificultades, dejarse interpelar por sus necesidades, sin esperar a que nos pida ayuda, sino aprendiendo a prevenir, a anticipar, como Dios siempre hace con nosotros”.
En la misma línea, el texto de San Pablo nos habla explícitamente de la cercanía de la salvación y de la necesidad de estar despiertos. Se trata, en primer lugar, de tener una fe viva y una esperanza activa. Esta actitud se reflejará en nuestra conducta, evitando los excesos que aumentan la oscuridad de nuestra vida y llevando una vida digna, ordenada, sobria, propia de la luz y del día.
Por tanto, la realidad del fin del mundo que nos presentan las lecturas de hoy nos ayuda a descubrir y asumir los límites de nuestro mundo y de nuestra vida; de nuestras actividades y ocupaciones. No se trata de desvalorizar todo lo que hacemos; se trata de no absolutizar lo cotidiano, lo presente. Es lo que pedimos en la oración postcomunión de este domingo: “tu nos enseñas a amar y adherirnos a los bienes eternos, mientras peregrinamos en medio de las realidades transitorias de esta vida”.
Despertar esta esperanza trascendente, teologal, es la gran dificultad y por ello el gran desafío al comenzar el adviento. La dificultad está en que el hombre posmoderno vive en lo inmediato y se conforma con ello. Su horizonte muchas veces no va más allá del consumo, y esto se nota cada vez más en la forma de vivir y celebrar la Navidad, sin distinción de clases sociales.
¿Cómo responder a este desafío? Hay que despertar la nostalgia de lo trascendente, de lo eterno que anida en el corazón de hombre. Y en estos tiempos creo que el anhelo de paz es un síntoma claro de esta nostalgia. Puede parecer banal, pero con el cansancio de fin de año se hace más vivo el deseo de las vacaciones, de descansar, de estar tranquilos y en paz. Este deseo de paz podría ser la puerta de entrada para el anuncio de la Paz de Cristo. Una paz con sabor a eternidad, pero que puede ya gustarse en esta vida. Como bien dice R. Cantalamessa : "No es verdad en absoluto que la eternidad aquí abajo sea sólo una promesa y una esperanza. ¡Es también una presencia y una experiencia!".
En conclusión, creo que podríamos sacar como consigna para esta primera semana del Adviento el estar más atentos a Dios y a su obra en nosotros cuyo objetivo es despertar el deseo del encuentro con el Señor. Esta es justamente la vigilancia cristiana de que nos habla el evangelio: ¡a despertar se ha dicho!
PARA LA ORACIÓN (RESONANCIAS DEL EVANGELIO EN UNA ORANTE):
Su hora
Comienza el tiempo de espera en el gozo
El corazón se dispone a maravillarse
Con la sencillez y la pureza
De una escena inolvidable
El pincel del artista trató
El coro y la orquesta intentaron…
Y no fue suficiente la obra
La Belleza colmó los ánimos
Recorrerá el alma un sendero
Tras las huellas de unos pequeños pasos
Lento el andar y paciente
Buscará al Amor Enamorado
Descubrirá en su camino a unos pobres
Una joven doncella, en cinta
Lleva en su vientre al sol
Con porte de reina y niña
El profeta anuncia, sin sospechar
Ni la hora ni el día
El Señor vendrá y sorprenderá
Tendrá Él la iniciativa.
Abramos las puertas al Rey de la Vida
Traerá la paz a nuestros días
Comencemos este tiempo de Gracia
Con fidelidad y alegría. Amén.