08/12/2024
Primeira Leitura: Gênesis 3,9-15.20
Salmo Responsorial: 97(98)-R- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
Segunda Leitura: Efésios 1,3-6.11-12
Evangelho: Lucas 1,26-38
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi, e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. – Palavra da salvação.
Celebramos hoje a solenidade de Nossa Senhora concebida sem pecado original. Significaria isso que ela não precisou ser salva pela graça de Cristo? Esta solenidade nos mostra que Maria é aquela que mais foi salva por Cristo.
O fato de Maria ter sido concebida sem pecado original não nos deve fazer esquecer que tal graça se deu em previsão da maternidade de Jesus Cristo. Em vez de ser uma exceção, Maria Imaculada evidencia ainda mais a ação da graça de Cristo, que não só cura, mas também previne, preserva do pecado.
O evangelho de hoje nos apresenta a cena da Anunciação e o mistério da concepção do Filho no seio da Virgem Maria. A Encarnação do Verbo é um mistério mariano central e o fundamento de todos os outros mistérios marianos. É também o centro e a raiz de nossa devoção a Maria. A Anunciação não se dá no Templo, mas na casa de Nazaré, ou seja, acontece na nossa casa, na nossa vida cotidiana, no nosso mundo que muda.
Neste mundo que muda, o esposo, Deus, encontrou, finalmente, sua esposa. Depois de tantos eventos, de tantas tragédias, Deus encontrou a sua amada. O coração de Deus, ferido de amor, conclui a sua sofrida busca, porque é abraçado por quem o ama de verdade. Finalmente o dom apaixonado de si mesmo repousa em mãos que o acolhem. Os braços tão frágeis da jovem de Nazaré envolvem e apertam o Verbo que, feito homem, humaniza os seres humanos.
Encontrando-se com Maria, Deus não se contém. Exclama, cheio de alegria: “Ave, cheia de graça”! O encontro com Maria é o coroamento do sonho de Deus. Deus teve um sonho de amor que se tornou realidade em nosso mundo. Finalmente, das profundezas do mundo que se afastou de Deus, Deus pôde ouvir o sim, o “fiat” que tanto o atrai.
Das alturas do seu amor, o Verbo se abaixa ao mais profundo de sua criação e se une à carne humana. A Encarnação é o prêmio das canseiras de Deus. É a recompensa de seus esforços. É a entrada da eternidade no nosso mundo temporal. Amamos Maria, porque em Maria, o amor é, finalmente, amado, porque uma pessoa deste nosso mundo finalmente acolhe o amor na sua casa.
A primeira palavra de Deus aos Seus filhos, quando o Salvador se aproxima do mundo, é um convite à alegria. É o que escuta Maria: «Alegrai-vos».
Jürgen Moltmann, o grande teólogo da esperança, expressou-o assim: «A palavra última e primeira da grande libertação que vem de Deus não é ódio, mas alegria; não é condenação, mas absolvição”. Cristo nasceu da alegria de Deus e morre e ressuscita para levar a sua alegria a este mundo contraditório e absurdo.
No entanto, a alegria não é fácil. A ninguém se pode forçar a estar alegre; não se pode impor a alegria desde fora. O verdadeiro gozo deve nascer do mais fundo de nós mesmos. Caso contrário, será riso exterior, gargalhada vazia, euforia passageira, mas a alegria ficará fora, à porta do nosso coração.
A alegria é um presente bonito, mas também vulnerável. Um dom que devemos cuidar com humildade e generosidade no fundo da alma. O romancista alemão Hermann Hesse diz que os rostos atormentados, nervosos e tristes de tantos homens e mulheres se devem a que «a felicidade só pode ser sentida pela alma, não pela razão, nem pela barriga, nem pela cabeça, nem pela bolsa».
Mas há algo mais. Como se pode ser feliz quando há tanto sofrimento na Terra? Como se pode rir quando ainda não estão secas todas as lágrimas e brotam diariamente outras novas? Como aproveitar quando dois terços da humanidade estão afundados na fome, miséria ou guerra?
A alegria de Maria é a alegria de uma mulher crente que se alegra em Deus, Salvador, o que eleva os humilhados e dispersa os soberbos, o que colma de bens os famintos e dispensa o rico vazio. A alegria verdadeira só é possível no coração do que anseia e busca justiça, liberdade e fraternidade para todos. Maria alegra-se em Deus, porque vem consumar a esperança dos abandonados.
Só se pode ser alegre em comunhão com os que sofrem e em solidariedade com os que choram. Só tem direito à alegria quem luta para torná-la possível entre os humilhados. Só pode ser feliz quem se esforça por fazer felizes os outros. Só pode celebrar o Natal quem procura sinceramente o nascimento de um novo homem entre nós.
Ano C , Lc 1,26-38.
“O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35)
O que estamos celebrando nesta festa de Maria Imaculada nos indica o ponto de partida de nossa trajetória que, ao mesmo tempo, é também o ponto de chegada. Se descobrimos em cada um de nós o que estamos celebrando em Maria, nos despertamos para o sentido profundo desta festa.
Em Maria descobrimos a verdadeira vocação de todo ser humano. Ser como Maria não é só a meta da vida cristã, senão que partimos da mesma realidade da qual ela partiu.
O que dizemos de Maria é o que também devemos descobrir em cada um de nós
S. Paulo nos diz: “Deus nos elegeu antes da criação do mundo, em Cristo Jesus para que fôssemos santos e imaculados, diante d’Ele no amor” (Ef 1,4). Nada parecido se diz de Maria em todo o NT e, no entanto, a chamamos “Imaculada”.
O decisivo é que em Maria e em todo ser humano, há um núcleo intocável que nada nem ninguém poderá manchar. O que há de divino em nós será sempre imaculado. Tomar consciência desta realidade é o começo de uma nova maneira de compreender a nós mesmos e de compreender os outros.
Podemos dizer que Maria é Imaculada porque viveu essa realidade de Deus nela. Não devemos nos conformar em contemplar Maria para permanecermos extasiados diante de tanta beleza. Se descobrimos nela toda essa sublime beleza, é porque podemos imaginá-la graças à revelação do que Deus “é” em nós.
Maria não é a exceção, mas a norma. O dogma da Imaculada Conceição nos motiva a fazer outra leitura, carregada de conteúdo e de sentido: em Maria se afirma o que é válido para todos nós. Na nossa essência somos inocência, porque somos Vida. Mesmo na fragilidade, naquilo que nos fere, naquilo que sabemos e não sabemos, somos chamados a deixar que a vida passe, que a vida entre, que a vida nos fale.
Tudo o que temos de Deus, já o temos desde sempre. Nossa plenitude em Deus é de nascimento, é nossa denominação de origem, não uma elaboração acrescentada através de nossa existência. O que há em nós de divino, não é consequência de um esforço pessoal, mas a causa de tudo o que podemos chegar a ser. Daí que, quando um cristão celebra a Maria Imaculada, nela se vê refletido, junto com todos os seres.
Por isso, dizemos que Maria é Imaculada por nós, para nosso próprio bem e salvação, a fim de que possamos superar o que em nós é “maculado” (ego inflado e prepotente) e deixemos de manifestar esta “mácula” no conflito e no ódio frente aos outros. Assim, ela nos revela, com sua própria abertura ao divino, que é possível viver em liberdade, na transparência e pureza, acolhendo os outros, a serviço da comunhão e da vida.
No relato da Anunciação, mistério indicado para a festa deste dia, a primeira coisa que Maria nos ensina é a hospitalidade para com a Vida. Maria é Imaculada por ser sinal de amor.
Uma mulher “imaculada” fechada em seu isolamento, em meio aos dramas da humanidade, que vive só para si, centrada em um Deus intimista, enquanto o mundo continua padecendo, não seria o que o dogma católico confessa ao chamar Maria de “Imaculada”, ou seja, cheia de Deus, amiga de Deus, fazendo-se amiga de todas as pessoas.
Ela expressou sua vida a serviço de todos; é pessoa para a liberdade e redenção de todos.
Maria vive numa “porosidade”, ou seja, deixa-se visitar, é hospitaleira, acolhe o “novo”. Mantém no coração e na vida as portas abertas. Um anjo só nos visita quando temos o coração desarmado, quando estamos disponíveis para acolher o inesperado, para receber a fantástica e inédita ação direta de Deus.
Deus continua suscitando pessoas parecidas a Maria através das quais seu Projeto continua entrando em nosso mundo, sobretudo nas situações mais desfavorecidas de nossa humanidade. Podemos fazer memória de nomes de pessoas conhecidas em muitos casos; mas, por que não pensar que também nós poderíamos ser o prolongamento da generosidade de Maria?
A doutrina cristã afirma que na Encarnação de Jesus Cristo a natureza humana foi assumida, não aniquilada, não violentada e nem usada como roupagem para sua visibilidade. Se a natureza humana, na sua integridade, foi assumida pelo Verbo da Vida, é porque ela, em sua naturalidade, é marcada pela bondade.
Eis porque a Encarnação de Deus em Jesus Cristo outra coisa não é senão um caso singular do amor de Deus para com a humanidade e da inquieta busca humana pelo infinito. Como liberdades que se amam, Deus é o mais secreto íntimo do ser humano, assim como cada ser humano é transparência do Deus mesmo. Por isso, “pensar pouco do ser humano é pensar pouco de Deus”.
Maria revela o “humano” em sua própria realidade; ela é o que de mais nobre a humanidade poderia oferecer a Deus. A pessoa de Maria é a expressão máxima da humanidade; nela, a humanidade chega à sua plenitude; nela, se manifesta o excesso do humano. Por isso, em cada ser humano se revela algo de Maria, pois ela realizou todas as possibilidades da humanidade. Ela deixou “Deus ser Deus” no excesso de sua humanidade. Nela Deus se humaniza, se “mestiça”, se “mistura” com o humano.
Esta é a coluna mestra do dogma da Imaculada: se Deus se fez Homem é porque há em Deus algo de humano e se o ser homem pode ser assumido por Deus, em sua Encarnação, é porque há, no ser humano, uma capacidade para Deus.
O cristianismo, em sua essência, nos assegura que a Encarnação não é apenas a máxima revelação do Deus que se “humaniza”, mas igualmente o des-velamento do ser humano, divinizando-o.
Assim, Maria é, no mundo e sobre a terra, a resposta às nossas buscas: “dentro da condição humana, já estamos em Deus, quando somos homens e mulheres ... verdadeiramente”.
Maria, em sua maternidade “mestiçou Deus”: assim afirma o Papa Francisco; no seu ventre acontece a fusão do divino com o humano; o seu ventre “misturou” o divino e o humano.
“E o terceiro adjetivo que eu lhe diria, fitando-a, é que Ela quis ser mestiça, mestiçou-se. E não só com Juan Dieguito, mas também com o povo. Ela mestiçou-se para ser a Mãe de todos, mestiçou-se com a humanidade. Por quê? Porque ela mestiçou Deus. E este é o grande mistério: Maria, Mãe, mestiçou Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, no seu Filho” (Homilia sobre N. Senhora de Guadalupe)
Aquele que é a Vida, e por quem foram feitas todas as coisas, pede o consentimento da virgem de Nazaré para assumir a vida humana no seu seio virginal. Para que sejam cumpridas, para que o Salvador entre na nossa história, só falta o Sim de Maria. Deus nunca força a liberdade. Nem mesmo nos momentos em que está em jogo o futuro da humanidade.
Primeiro uma pergunta necessária e um esclarecimento rápido. E depois o “sim”.
Nada de condições, nada de garantias, nada de averiguações. Venha o que vier. Abertura total e entrega definitiva. Será dor e será alegria, será morte e será ressurreição, será esperar e será acolher.
Tudo virá a seu tempo e à sua maneira, porque a porta está aberta, o coração está entregue e os céus esperam. Essa é a resposta que Deus aprecia, é a disposição que espera para lançar seus projetos.
A Deus não agrada condições, dúvidas, demoras, regateios...
Espera um “sim” claro, definitivo e permanente. Então Ele entra em ação com toda a força de sua Graça, o poder de sua glória e os planos de sua eternidade. E consuma-se a Redenção.
O anjo permanece na presença de Maria até que ela diz a última palavra. Seu consentimento encerra o diálogo. O anjo retira-se em silêncio. É a hora da ação silenciosa de Deus.
Assim, para os antigos Padres da Igreja, Maria é o sim original. E este sim é mais profundo que todos os nossos nãos. Um “sim” claro e sonoro ao chamado que ela sentiu com força e aceitou com entusiasmo.
Um sim” que ressoa, enche a pequena casa em Nazaré e tem alcance universal.
Não houve programa maior nem empreendimento mais atrevido que o proposto em bre-ves palavras pelo anjo e a resposta ousada da Virgem.
Para meditar na oração:
O Deus que nos criou sem pedir o nosso consentimento, nunca nos impõe missão alguma sem o nosso sim. Ele suscita nossos desejos, atrai, convida, mas respeita sempre nossa liberdade. Nossos “sins” serão tanto mais livres e fecundos, quanto mais unidos estivermos com Deus, quanto mais confiarmos na sua graça; mas eles têm de ser assumidos por nós.
- Fazer memória dos “sins” oblativos que deram um novo sentido à sua vida.
Os textos bíblicos desta solenidade:
1a. Leitura (Gn 3,9-15.20) A cobra dá medo. A primeira reação é esmagar-lhe a cabeça. A ameaça da cobra e a reação nossa são símbolos da luta da humanidade contra o pecado. Lembramos que Maria, mãe de Jesus, venceu, esmagou a cabeça da serpente.
Salmo (98 [97], 1-4) No salmo cantamos a salvação que se revela em Maria sem pecado. 2ª Leitura (Fl 2,4-6.8-11)
O Conselho de Paulo é para que cada qual se considere o último de todos e não pense nos seus interesses, mas no de todos. Isso é a vitória completa sobre o pecado. Quem faz isso?
3a. L. Evangelho (Lc 1,26-38) O Evangelho fala da anunciação do nascimento de Jesus. Aquela jovem, pobre e da roça é saudada pelo anjo - e por nós também - como “cheia de graça”. Hoje celebramos Maria cheia de graça, sempre livre do pecado.
A Realidade
Com crianças que se preparavam para a primeira confissão refletíamos sobre um desenho que lembra a árvore bíblica do conhecimento do bem e do mal, chamada por nós de “árvore do sabe-tudo”. Falávamos da cobiça do ser humano de ser igual a Deus, sabe-tudo, absoluto.
Perguntei às crianças se já haviam experimentado o gosto da “fruta do sabe tudo”. Cada um respondia, falando de suas travessuras e mau comportamento. A certa altura um menino perguntou: - O Sr. também já não experimentou? Tive de responder: - É claro que sim, só Jesus e Maria nunca experimentaram. É o que diz a nossa fé. E, com relação a Maria, é o que hoje celebramos.
A Palavra
O Evangelho fala da anunciação do Anjo. Aquela que era mulher, jovem, pobre e de uma aldeia desprezada é saudada pelo Anjo - e por nós também - como “cheia de graça”. Essa expressão “cheia de graça” hoje nos fala da vitória de Maria sobre todo pecado.
Celebramos Maria cheia de graça, livre do pecado, da cobiça, do gosto da “fruta do sabe-tudo”, desde sua concepção. Por isso dizemos Imaculada Conceição ou Maria concebida sem a mancha do pecado.
A Primeira Leitura é o final da estória da entrada do pecado no mundo. É estória nada histórica, mas é a maior verdade da história. A cobra dá medo. A primeira reação é tentar esmagar-lhe a cabeça. A ameaça da cobra e a reação nossa são símbolos da luta contra a nossa cobiça. É uma luta que continua e na qual nunca nos poderemos considerar vencidos nem vencedores em definitivo.
Lembramos hoje que Maria, mãe de Jesus, venceu, esmagou a cabeça da serpente do pecado. Está nas imagens da Imaculada Conceição, onde Maria pisa a cabeça de uma serpente.
O Mistério
Na Eucaristia celebramos Aquele que deu o sangue para nos livrar do pecado. “O meu sangue...para a remissão dos pecados”. Remir é tirar da escravidão.
O pecado, a cobiça como define São Paulo, leva uns a escravizarem os outros, enquanto que os “sabe-tudo” acabam sendo escravos do dinheiro ou da própria imagem.
Jesus assume a morte maldita para nos livrar desse regime de escravidão, do qual Maria foi plenamente libertada. E a mesa comum da comunhão aponta para o horizonte oposto ao do caminho da cobiça.
Continua-se com o Tempo de Advento, tempo de preparação para o Nascimento do Salvador. Mas as leituras deste segundo domingo de advento, que deveriam ser sobre a presença de João Batista e seu apelo à conversão, cedem o passo à Solenidade da Festa da Imaculada. Estamos num tempo de conversão e não há melhor exemplo que a presença de Maria, a Mãe de Jesus, para ensinar e mostrar-nos o caminho de conversão e preparação para receber o Messias, o Salvador. Somos convidados/as a avaliar nossa resposta aos desafios e às propostas de Deus. Abandonando o orgulho e a autossuficiência, Maria acolhe a proposta de Deus, confiando plenamente nas palavras do anjo. Desta forma ela converte-se no exemplo de resposta radical ao projeto de Deus e seu “sim” ecoa, desde esse momento, como resposta às comunidades cristãs ao longo do mundo inteiro.
No texto do evangelho de Lucas que se lê hoje, Maria apresenta-se na sua simplicidade e docilidade ao Espírito Santo. No seu exemplo, a liturgia convida-nos a acolher com um coração disponível e agradecido as propostas de Deus para nós e para o mundo. O evangelho situa-nos na Galileia onde foi enviado o anjo Gabriel a uma cidade chamada Nazaré. Galileia, localizada na região norte da Palestina, era considerada pelos mestres judeus, escribas e fariseus uma terra de “onde não podia vir nada de bom”, porque era uma região que se considerava influenciada continuamente por costumes e tradições pagãs. Como consequência, a pequena aldeia de Nazaré era totalmente desconhecida, pobre e ignorada pelos judeus e por isso ficava à margem dos caminhos de Deus.
O texto diz que o anjo se dirige a uma virgem que estava “prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi”. Maria e José já haviam celebrado os “esponsais”, estavam numa situação de prometidos, ainda não tinham celebrado o matrimônio.
O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!”. O diálogo com Maria começa com uma saudação do anjo: “alegre-se, cheia de graça”. A alegria é na Palavra de Deus um aspecto caraterístico do cumprimento das promessas de Deus. Em Maria estas promessas chegam a sua realização plena. Como disse o papa Francisco, “A alegria cristã é o respiro do cristão. Um cristão que não é feliz no coração não é um bom cristão. É o respiro, o modo de se expressar do cristão, a alegria. Não é uma coisa que se compra ou o que faço com o meu esforço. Não. É um fruto do Espírito Santo. Quem faz a alegria no coração é o Espírito Santo”. Texto completo: O Papa: a alegria cristã é a paz, não “momentos de doce vida”
A expressão cheia de graça significa que Maria é objeto do amor e predileção de Deus. A fé inicia este diálogo que é a visita amorosa de Deus à virgem Maria. Diante desta saudação o relato nos diz: “Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer”.
Três verbos apresentam a primeira reação de Maria. Ela ouve as palavras e fica preocupada porque se pergunta sobre o significado dessa saudação. No primeiro momento ela escuta suas palavras e as deixa entrar no seu interior. Não rejeita aquilo que ela desconhece, pelo contrário, procura entender seu significado. No seu exemplo Maria ensina-nos que a primeira atitude é ouvir e deixar ressoar aquelas palavras, situações, acontecimentos desconhecidos e que possivelmente perturbam uma estabilidade aparente.
Mas o anjo disse-lhe: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus”. Desde um primeiro momento o anjo convida Maria a confiar plenamente em Deus. Ela foi escolhida por Deus para uma missão que lhe será revelada!
A primeira resposta de Maria à proposta do anjo é uma objeção, como acontece em várias situações no Antigo Testamento. É uma resposta natural diante de uma proposta que ultrapassa os limites da compreensão humana. Apresenta-se assim a grandeza de Deus, numa resposta que mostra, por um lado, a fragilidade humana diante do agir de Deus. Neste momento Maria não pode entender como será possível isso que lhe foi anunciado. Diante da sua pergunta, o anjo promete que o “Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com sua sombra”.
A presença do Espírito Santo cobre Maria com sua sombra, mas não é uma sombra que gera obscuridade, senão pelo contrário, é uma nuvem que favorece a claridade, a luminosidade. Uma nuvem que protege, que cobre a virgem Maria, gerando uma Vida nova nela.
Podemos perguntar-nos: que tipo de nuvem cobre nossa vida? É uma sombra que protege ou é uma sombra que obscurece nosso caminhar e nosso olhar ao nosso redor? É uma nuvem que comunica Vida ou gera penumbra e trevas que impedem um caminhar confiante?
A resposta de Maria ao projeto de Deus convida-nos a caminhar com uma atitude humilde, como comunidades eleitas por Deus, e aceitar assim seu chamado para levar adiante a missão que ele nos confia.
Peçamos a Maria que nos ensine a reconhecer a presença de Deus que nos escolheu e aceitar como ela, com disponibilidade, seu chamado para cumprir com fidelidade o projeto de Deus.
Oração
Lógica de Deus
Onde acaba a cidade
e começa o medo,
onde terminam os caminhos
e começam as perguntas,
perto dos pastores
e longe dos senhores,
no calor de Maria
e no frio do inverno,
vindo da eternidade
e gestando-se no tempo,
salvação poderosa para todos
atado a um edito do império,
rebaixado em um presépio de animais
aquele que a todos nos eleva até os céus,
nasceu o Filho do Pai,
Jesus, o filho de Maria.
Só abaixo está o senhor do mundo
que nós sonhamos no alto.
Aqui se vê a grandeza de Deus
contemplando a humildade deste pequenino
Aqui está a lógica de Deus,
rompendo o discurso dos sábios.
Aqui já está toda a salvação de Deus
que plenificará todos os povos e os séculos.
Benjamin González Buelta
Salmos para sentir e saborear as coisas internamente
Na data de oito de dezembro é celebrada, na Igreja, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, da Mãe de Jesus, Mãe das mães e de todas as mulheres. Mas, infelizmente, está sendo muito comum ver pela mídia notícia do crescimento no número de feminicídio, que expressa claramente uma prática de machismo e de desrespeito contra as mulheres em todo o país.
Ao olhar para a Mãe de Jesus, a mente humana contempla uma mulher perfeita, imagem que deve ser seguida por todas as mulheres que compõem a população do país. Não só isto, mas também é importante ressaltar a contribuição feminina efetiva para o verdadeiro desenvolvimento da Nação. As mulheres não são apenas agentes do lar, mas pessoas que trabalham e constroem a vida.
O Advento, período que antecede o Natal, reflete o papel da mulher, Mãe de Jesus Cristo, como modelo de santidade. Sua vida não teve nada de extraordinário, mas realizava tudo com serenidade e determinação. Além de ser mãe e esposa, era preocupada com a educação do Filho e se doava por Ele, mesmo sabendo do que estava por acontecer em relação à Paixão e morte de Jesus.
As mulheres levam consigo muitos valores e virtudes que as ajudam na construção do bem da sociedade. Podemos dizer da fortaleza, firmeza nas decisões, dignidade, acolhimento, simplicidade, disponibilidade e a marca da sabedoria. Riquezas que identificam a vida da Mãe de Jesus Cristo, fazendo dela protótipo e modelo de simplicidade e testemunho de autenticidade no Reino de Deus.
“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Esta proclamação vem da boca do Anjo Gabriel, do enviado do Senhor, para dizer que Deus está presente na vida, não só da Mãe de Jesus, mas também em todas as mulheres virtuosas, capacitando-as para o desempenho de sua sublime missão. Tudo isto significa que as mulheres precisam ser respeitadas e elas mesmas se respeitarem.
O futuro da vida cristã foi depositado nas mãos de Maria, porque dela nasceria o Salvador da humanidade, Jesus Cristo. Hoje visualizamos perfeitamente a presença esmagadora das mulheres na vida das comunidades cristãs e em todos os setores da vida social. Elas constituem grande esperança para a história, mas necessitam de respeito e de serem valorizadas no mesmo nível dos homens.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
(Traduzido automaticamente pelo Tradutor Google sem nossa correção)
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA
Um breve esclarecimento para a Argentina:
A Conferência Episcopal Argentina, autorizada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos através do Decreto n. 734/L/13, dispensa para que a celebração da Imaculada Conceição da Virgem Maria prevaleça sobre o 2º Domingo do Advento. O referido decreto indica que para não perder o sentido do Advento:
a) A segunda leitura da Missa é a do domingo.
b) Na homilia faz-se referência ao tempo do Advento.
c) Na Oração dos Fiéis formula-se pelo menos um pedido com significado de Advento, e conclui-se com a Oração Coletiva do 2º Domingo do Advento do ciclo correspondente. Missa Vespertina da Solenidade da Imaculada Conceição.
Primeira leitura (Gn 3,9-15.20):
Vamos nos concentrar em Gênesis 3:15: “Colocarei inimizade entre você e a mulher, entre a sua linhagem e a dela. Ele esmagará sua cabeça e você perseguirá seu calcanhar".
Embora no texto hebraico e na versão grega da LXX fique claro que quem pisar na cabeça da serpente será 'o descendente ou linhagem'da mulher; na versão latina (Vulgata) refere-se a a mulher em si (o pronome é usado ela mesma que é feminino e concorda com uma mulher). Da Vulgata passou à arte cristã com a conhecida imagem da Virgem pisando na cabeça de uma cobra. Embora não contrarie esta leitura, é importante dizer que no texto original a intenção do simbolismo era representar uma luta contínua do homem contra a tentação com a vitória da primeira (cf. Gn 4,7).
Para fundamentar o dogma da Imaculada Conceição, a primeira parte do versículo é mais importante e o termo-chave é “inimizade”. O texto hebraico sugere uma ruptura ou confronto hereditário entre a mulher e a serpente, pois o significado dos verbos que aqui aparecem indica a tentativa permanente de destruição mútua como expressão de uma inimizade perene.1. O Magistério leu aqui o anúncio de uma separação permanente e total entre a mulher/Maria e a serpente/mal. Para esta interpretação cristã, o valor simbólico da cobra na tradição bíblica tardia e nos antigos comentários judaicos e cristãos é decisivo, uma vez que a identificam com Satanás.
Por outro lado, a tipologia paulina de Adão/Cristo em Rm 5,12-21 se impõe na tradição cristã e se amplia com a tipologia Eva/Maria a partir de São Justino e, especialmente, de Santo Irineu de Lyon. Desta forma, Gênesis 3:15 torna-se propriamente um Protoevangelho porque antecipa o plano salvífico de Deus, prefigurando a obra de Cristo, Messias Salvador, e a de Maria como sua Mãe.
Em síntese, neste texto bíblico é proclamada a inimizade entre a mulher e sua linhagem, por um lado, e a serpente e sua descendência, por outro. Trata-se de uma hostilidade expressamente estabelecida por Deus, que assume uma relevância singular se considerarmos a questão da santidade pessoal da Virgem. Para ser inimiga irreconciliável da serpente e de sua linhagem, Maria tinha que estar isenta de todo domínio do pecado. E isso desde o primeiro momento de sua existência.
A inimizade absoluta colocada por Deus entre a mulher e o diabo exige, portanto, em Maria a Imaculada Conceição, ou seja, uma total ausência de pecado, já desde o início da sua vida. O Filho de Maria obteve a vitória definitiva sobre Satanás e tornou antecipadamente sua Mãe beneficiária, preservando-a do pecado.
Segunda Leitura (Flp 1,4-11):
Este texto, como 1Ts 3,12-4,2 que lemos no domingo passado, mostra que na pregação inicial de São Paulo a vinda do Senhor constitui um elemento essencial da fé cristã que deve marcar a orientação fundamental da vida. o crente. A diferença é que, enquanto no domingo passado a Vinda do Senhor serviu de motivação para o esforço no caminho da santificação, aqui ela aparece antes como o ponto culminante da obra que Deus já está realizando nos Filipenses porque o mesmo Senhor que começou, irá completá-lo até o último dia.
No texto de hoje, que é a “ação de graças” da carta, o “Dia de Cristo (Jesus ἡμέρας Χριστοῦ Ἰησοῦ)” é mencionado duas vezes (1,6.10) e, desta forma, antecipa um dos temas da carta ao qual ele retornará em 3:12-21. Dada esta insistência no tema escatológico, suspeita-se que um dos problemas da comunidade de Filipos tenha sido precisamente a perda de confiança na vinda do Senhor com o consequente declínio do fervor cristão e a renúncia aos comportamentos mundanos.2.
No final Paulo pede algo a Deus em nome dos Filipenses: “Que o seu amor abunde cada vez mais em conhecimento e em todo discernimento (em reconhecimento e sentimento)" (1,9). Paulo considera que o crescimento no amor (ágape) leva a um maior conhecimento e capacidade de discernimento, para poder valorizar o melhor e assim chegar puro e irrepreensível ao dia de Cristo (1,10). Paulo aconselhará aos romanos algo semelhante (cf. 12.2).
A consequência deste agir com conhecimento e discernimento é produzir frutos de justiça (fruto da justiça), através de Cristo e para a glória e louvor de Deus (1:11). Como observa Ramírez Fueyo3: "Não é apenas que a salvação dá fruto, mas que a salvação (ou justiça) é um fruto que se vê, é o modo de comportamento do crente em Cristo. Ou seja, quem age seguindo os critérios do evangelho, produz justiça ao seu redor, salva a realidade.".
O fundamental e decisivo é a obra de Deus na comunidade e nos corações. Ele começou e terminará enquanto esperamos por Jesus Cristo, de quem vem a justiça e que nos faz fazer a vontade de Deus.
EVANGELHO (Lucas 1, 26-38)
O versículo mais importante para a fundamentação do dogma da Imaculada Conceição é Lucas 1:28: “O Anjo entrou em sua casa e cumprimentou-a, dizendo: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor é contigo”.".
Uma primeira indicação a fazer sobre a saudação do anjo é que a fórmula inicial (Salve, Salve, Alegrai-vos!) na versão grega do Antigo Testamento (a LXX) é sempre apresentada num contexto em que a “filha” é convidada de Sião ”, isto é, a Jerusalém, à alegria numa perspectiva de futuro (cf. Sf 3, 14-15; Zc 9, 9; Jl 2, 21). Há então uma referência explícita à Filha de Sião, a quem Deus ordena que se alegre com a obra que realizará nela.
Quanto ao termo "cheia de graça" (kecaritwme,nh) é aconselhável começar com alguns esclarecimentos filológicos. É o particípio passivo perfeito do verbo jaritóō (carito, v). Em grego, os verbos terminados em ai São causais porque indicam uma ação que produz algum efeito no sujeito. Como a raiz deste verbo é está indo (preto = graça) expressa a ação e o efeito de agraciar para alguém Por ser “passivo teológico”, não duvidamos que esteja indicando que a graça de Deus operou em Maria e a transformou, marcou; mas ao mesmo tempo, por ser a passiva de um verbo causativo, a ênfase é colocada no efeito produzido em Maria e não na ação divina. Ao mesmo tempo, a nuance do perfeito grego nos sugere uma ação no passado que mantém seus efeitos no presente e, portanto, a graça ocorreu antes da anunciação.
A tradução proposta por I. De la Poterie4para este versículo é: “Alegre-se por ter sido transformado pela graça”. Além disso, alguns exegetas pensam que “cheio de graça” seria o novo nome de Maria que nos revela a sua vocação, o seu ser e a sua missão aos olhos de Deus.
Em resumo, a denominação “cheia de graça”, ao chamar a nossa atenção para a especial santidade de Maria e para o facto de ela ter sido completamente libertada da influência de Satanás, faz-nos sentido no privilégio único concedido a Maria pelo Senhor desde o início. de uma ordem nova, que é fruto da amizade com Deus e que implica, consequentemente, a vitória de Deus sobre o pecado, do bem sobre o mal.
ALGUNS PENSAMENTOS:
No ano de 1854, Pio IX, com a bula inefável proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição: “...Declaramos, proclamamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Bem-Aventurada Virgem Maria foi preservada imune de toda mancha de culpa original no primeiro instante de sua concepção pela singular graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, em atenção aos méritos de Cristo Jesus , Salvador da raça humana, é revelado por Deus e deve, portanto, ser acreditado firme e constantemente por todos os fiéis." (DS, 2.803).
É sobre resgate antecipado de Maria como graça singular e puro privilégio.
Agora, no contexto do Advento, esta solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Virgem pode nos ajudar a saborear os frutos do nascimento de Jesus, o Salvador. Com a Encarnação do Verbo Deus quer restaurar a humanidade caída, ferida pelo pecado. E esta obra salvífica começa com a Imaculada Conceição de Maria, pois a antecipação dos méritos de Cristo a preserva de todo pecado. Maria é desde a sua concepção a "toda Santa" (Panagia), o "todo lindo" (é tudo lindo). Deus realiza antecipadamente em Maria o que quer realizar em todos os homens. Assim, Maria é tipo, figura e modelo de humanidade redimida, é a realização plena e antecipada de toda a Igreja.
Esta solenidade deve inspirar-nos um desejo profundo de nos parecermos com Maria, de nos tornarmos como Ela, de desfrutarmos daquela paz e alegria que Ela possuía como fruto da ação de Deus no seu coração (Graça). O que Deus operou em Maria antecipadamente e completamente desde a sua concepção, ele opera em nós passo a passo, gradualmente. Mas em sua essência é a mesma Vida Divina presente em nós, a Vida que nasceu para todos os homens a partir do Nascimento do Deus-Homem, de Jesus Cristo. É o que celebramos no Natal.
Para o evangelho de Lucas a anunciação é o Pentecostes de Maria, o mistério antecipado da nova aliança. Trata-se da renovação e do cumprimento da aliança que remedia a situação de fragilidade e de desobediência do povo, com o dom de um coração novo operado pelo Espírito. A mudança de coração significa o aparecimento de uma nova orientação da vontade. O dom do coração novo faz de Maria criatura da nova aliança; sinal da Nova Aliança. A teologia do Oriente cristão apresenta Maria como “o segundo começo da humanidade” (Sophronius); novo paraíso plantado por Deus; nova terra porque não herdou nada do fermento antigo, da nova criação e do início de uma nova raça (Cabasilas).
A Solenidade da Imaculada Conceição de Maria ajuda-nos também a orientar-nos melhor para a meta deste Advento, que é o encontro com Jesus, o Emanuel. Este encontro supremo e sublime entre Deus e o homem aconteceu “no ventre de Maria”, por isso todo encontro com Deus, de certa forma, também acontece ali. Em Maria encontramos Jesus, como sustenta a tradição mariana da Igreja.
Face ao anúncio do Senhor que nos vem no Natal, a liturgia do Advento convida-nos a preparar-nos para o receber. A esperança na Salvação que vem de Deus desperta em nós alegria e entusiasmo porque Ele pode mudar o que é impossível para nós.
Esta esperança alegre leva-nos a preparar-nos bem para receber a graça da salvação, para a qual devemos converter-nos, mudar a nossa mentalidade.
A este respeito, o Papa Francisco disse: “Falar de conversão pode suscitar tristeza; Achamos difícil reconciliar-nos com o Evangelho da alegria. Mas isto acontece quando a conversão se reduz a um esforço moral, como se fosse apenas fruto do nosso esforço. O problema está aí: basear tudo em nossos próprios pontos fortes; isso não funciona. A tristeza e a frustração espirituais também residem aí. Gostaríamos de nos converter, de ser melhores, de superar os nossos defeitos, de mudar, mas sentimos que não somos plenamente capazes e, apesar da nossa boa vontade, sempre caímos de novo [...] Converter-se, então, é não ouvir àqueles que corróem a esperança, àqueles que repetem que nada mudará na vida – os pessimistas de sempre –; É recusar acreditar que estamos destinados a afundar na areia movediça da mediocridade; Não é render-se aos fantasmas interiores, que aparecem especialmente nos momentos de provação para nos desanimar e nos dizer que não podemos, que está tudo errado e que ser santos não é para nós. Não é assim, porque Deus existe. É necessário confiar Nele, porque Ele é o nosso além, a nossa força. Tudo muda se o primeiro lugar for deixado a Ele. Isso é conversão: basta ao Senhor que deixemos a nossa porta aberta para entrar e fazer maravilhas, assim como bastaram um deserto e as palavras de João para que Ele entrasse. mundo. Não peça mais”, (Homilia de 5 de dezembro de 2021).
Em suma, tal como no domingo anterior o evangelho nos disse que a lua deixará de brilhar e que as estrelas cairão, este domingo apresenta-nos Maria, a Lua Nova e a Estrela Brilhante, que brilha no céu e nos convida a caminhe em direção a Ela.
PARA ORAÇÃO (RESSONÂNCIAS DO EVANGELHO EM ORAÇÃO):
Agora e na hora, Imaculada
Grande é o seu nome, você sempre foi dele:
Imaculado
Ele enviou seu anjo, para amenizar sua surpresa:
Digno de louvor
Ele escolheu você dentre eles, para sua linhagem:
Torre de David
Você o concebeu e o deu à luz:
Mãe e Virgem
Ele é o rei e você sua mãe:
Rainha e Senhora da criação
Ele encheu você com sua sabedoria:
Esposa do Espírito Santo
Presente do Todo-Poderoso para nós:
Nunca órfão, nem abandonado
Encheu você de humildade e ternura:
Para fechar nossas feridas e apagar nossa culpa
Mestre do abandono e da confiança:
Advogado que nos defende e nos abraça na dor
Interceda sempre, preciosa Mãe
Da Vida Eterna, você é a nossa esperança. Amém.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 Cf. S. Croato, Crie e ame em liberdade. Estudo de Gênesis 2:4-3:24 (Bs. As 1986) 141 e GJ Wenham, Gênesis 1-15 (WBC; Waco 1987) 80.
2 Cf. F. Ramírez Fueyo, Gálatas e Filipenses (Palavra Divina; Estella 2006) 121.-
3 Gálatas e Filipenses (Palavra Divina; Estella 2006) 12
4I. Cerâmica, “ kecaritwme,nh em Lc 1.28. Estudo filológico”, Bib 68 (1987) 382.