/11/2019
(Em 2025 cede lugar à festa da dedicação da Basílica do Latrão)
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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: 2 Macabeus 7,1-2.9-14
Salmo Responsorial 16(17)-R- Ao despertar, me saciará vossa presença e verei a vossa face!
2ª Leitura: 2 Tessalonicenses 2,16-3,5
Evangelho de Lucas 20,27-38
A fé na ressurreição não era aceita por todos os judeus. Alguns afirmavam que haveria uma ressurreição, mas muitos a contestavam. Esse era o caso dos saduceus. A rejeição deles era tão grande que não perdiam oportunidade para ridicularizá-la, como no evangelho de hoje. Jesus mostra primeiramente que ela não é absurda. A ressurreição não é um retornar a essa vida na qual nos casamos e temos filhos. Há uma diferença qualitativa entre a vida terrena e a vida de ressuscitados. Trata-se não de voltar a esta vida, mas de receber uma nova vida, que não tem mais necessidade do casamento e da geração de filhos para perpetuar a vida. Uma vez que a morte não terá mais domínio sobre os que ressuscitam, não será mais necessário o casamento.
A fé na ressurreição não consiste em crer na imortalidade da alma, mas na experiência da promessa e do poder de Deus. O amor de Deus dura para sempre e não pode ser destruído nem pela morte. O amor de Deus vence tudo, vence sobretudo a morte. Assim crer na ressurreição nos leva a confessar e confiar em Deus: “Então sabereis que eu sou Deus, quando abrir os vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Colocarei em vós meu Espírito e revivereis; eu vos farei repousar no vosso país; sabereis que eu sou o Senhor. Eu o disse e o farei” (Ez 37,13-14).
A fé na ressurreição é fé na ressurreição de Jesus. “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé e estais ainda nos vossos pecados” (1Cor 15, 17). “Pois não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Esta vida presente na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim” (Gl 2,20). A fé na ressurreição consiste em viver a vida do Filho que é Vida eterna na nossa carne. Assim vivo desde já, na vida morta, a Vida Nova do Filho ressuscitado. (D. Júlio Endi Akamine).
32° DomTComum - Lc 20, 27-38 – Ano C –
Jesus não se dedicou a falar muito da vida eterna. Não pretende enganar ninguém fazendo descrições fantasiosas da vida além da morte. No entanto, toda a sua vida desperta esperança. Vive aliviando o sofrimento e libertando as pessoas do medo. Contagia uma confiança total em Deus. Sua paixão é fazer a vida mais humana e feliz para todos, tal como quer o Pai de todos.
Só quando um grupo de saduceus se aproxima com a ideia de ridicularizar a fé na ressurreição, brota do coração crente de Jesus a convicção que sustenta e encoraja toda a Sua vida: Deus “não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para ele todos estão vivos”.
Sua fé é simples. É verdade que nós choramos os nossos entes queridos porque, ao morrer, os perdemos aqui na terra, mas Jesus não pode sequer imaginar que para Deus lhe vão morrendo seus filhos a quem tanto ama. Não pode ser. Deus partilha sua vida com eles porque os acolheu no Seu amor insondável.
A característica mais preocupante do nosso tempo é a crise da esperança. Perdemos o horizonte de um futuro definitivo e as pequenas esperanças desta vida não acabam por nos consolar. Esse vazio de esperança está gerando em muitos a perda de confiança na vida. Nada vale a pena. É fácil, então, o niilismo total.
Nestes tempos de desespero, não nos estarão pedindo a todos, crentes e não crentes, que coloquemos as questões mais radicais que carregamos dentro de nós? Esse Deus de que muitos duvidam, a quem muitos abandonaram e por quem outros continuam a perguntar, não será o fundamento último sobre o qual podemos apoiar a nossa confiança radical na vida? No final de todos os caminhos, no profundo de todos os nossos desejos, no interior das nossas interrogações e lutas, não estará Deus como Mistério final da salvação que estamos procurando?
A fé está a ficar ali, encurralada em algum lugar do nosso interior, como algo pouco importante, que não vale a pena cuidar nestes tempos. Será assim? Certamente não é fácil acreditar, e é difícil não acreditar. Enquanto isso, o mistério último da vida está a pedir-nos uma resposta lúcida e responsável.
Essa resposta é a decisão de cada um. Quero apagar da minha vida toda a esperança última para além da morte como uma falsa ilusão que não nos ajuda a viver? Quero permanecer aberto ao Mistério supremo da existência, confiando que encontraremos a resposta, o acolhimento e a plenitude que andamos a procurar desde agora?
Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico. Finalmente, depois de um longo percurso contemplativo e fazendo caminho com Jesus, chegamos a Jerusalém. Lucas já narrou a entrada solene na cidade e a purificação do Templo. Continua a polêmica e os conflitos com os dirigentes religiosos.
Os saduceus, que tinham seu suporte junto ao templo, entram em cena. Formado pela aristocracia laica e sacerdotal, eles constituíam a elite econômica, social e religiosa da sociedade judaica nos tempos de Jesus. Eram colaboracionistas dos romanos, uma estratégia para não colocar em risco seus interesses. Só admitiam o Pentateuco como livro sagrado e não acreditavam na ressurreição. Por isso, um grupo deles se aproxima de Jesus, ironizando precisamente sobre o tema da ressurreição, apresentando um absurdo caso hipotético de vários irmãos que, sucessivamente e de acordo com a lei do levirato, casam-se com a mesma mulher.
Jesus, porém, não responde diretamente à pergunta absurda. Como bom pedagogo, aproveita a ocasião e responde, sim, àquilo que deviam ter perguntado. Jesus sempre foi muito sóbrio ao falar da vida nova depois da ressurreição. No entanto, quando este grupo de aristocratas ridiculariza a fé na ressurreição dos mortos, Jesus reage elevando a questão ao seu verdadeiro nível e fazendo afirmações básicas.
Antes de mais nada, Jesus rejeita a ideia infantil dos saduceus que imaginavam a vida dos ressuscitados como prolongamento desta vida que agora conhecemos. É um erro representar a vida ressuscitada por Deus a partir de nossas experiências atuais.
Jesus tira sua própria conclusão, fazendo uma afirmação decisiva para nossa fé: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para Ele”. E a ressurreição não é, como supõem os saduceus, um retorno ao passado. Pelo contrário, é a entrada em uma outra vida. Ressuscitar não é voltar a ser como antes, é voltar a ser como depois.
Por ser “Deus dos vivos”, a experiência da ressurreição consiste numa Nova Criação. Deus é fonte inesgotável de Vida e acolhe a todos em seu amor de Pai-Mãe. Nesse sentido, há uma diferença radical entre nossa vida terrestre e essa vida plena, sustentada pelo Amor criativo de Deus, depois da morte. É Vida absolutamente “nova”, que deve ser esperada, mas nunca descrita ou explicada. As relações interpessoais não serão uma cópia do modo de ser desta vida. A Ressurreição é uma “novidade” que está além de toda e qualquer experiência terrestre e que é antecipada e preparada na maneira de “viver intensamente” esta vida.
Nós somos destinados, portanto, não à morte, mas à Vida e essa Vida já começou. Não temos Vida, somos Vida! Experimentamos que somos Vida. Vida mais além desta vida, e não meramente “vida depois”, nem sequer “vida perdurável”, mas vida transformada no seio da Vida que se faz vida em nós. Vivemos no fluxo da única Vida que vive em nós. Nessa Vida repousamos, surpreendidos e maravilhados por aquilo que Ela realiza em e através de tudo o que existe.
Somos visibilizações da Vida, envolvidos, sustentados e inspirados por ela. Somos a Vida, ou mais precisamente, ela é em nós. E a Vida é uma contínua celebração de si mesma. É o Divino em nós que ativa todas as possibilidades de nossa vida, conduzindo-nos ao seio da única Vida.
Por isso, crer no Deus que é Vida, revela uma forma de viver e implica ser militante em favor da vida, frente a uma cultura de morte e violência. E crer na vida é rebelar-se contra todos os poderes que a asfixiam, fazer-se presente junto às vidas rejeitadas, ser humilde fermento que levanta e transforma as vidas caídas, abrir o coração e os olhos para apalpar a Vida em todas as mãos e pés feridos daqueles que são vítimas da “cultura do descarte”: os imigrantes expulsos, os índios despojados de suas terras, as mulheres marginalizadas, as crianças e idosos abandonados...
Com frequência, muitas pessoas que creem, estabelecem uma separação entre Deus e a vida; ou seja, para elas, Deus e vida são realidades dissociadas e, sobretudo, contrapostas.
São muitos aqueles que veem na vida, com seus males, seus sofrimentos e suas contradições, a grande dificuldade para acreditar que existe um Deus infinitamente bom e misericordioso.
E, em sentido contrário, outros veem em Deus o grande obstáculo para viver, desenvolver e desfrutar a vida em toda sua plenitude; pois o Deus que lhes é anunciado é o Deus que manda, proíbe, ameaça e castiga.
Tem-se a impressão que, para viver a vida com todas as suas possibilidades e suas riquezas, é preciso prescindir de Deus.
Na realidade, o que acontece é que, em Nome de Deus, muitas vezes as religiões reprimem tudo aquilo que na vida significa dinamismos, impulsos, forças..., enfim, tudo aquilo que o ser humano mais deseja e necessita: ser feliz, viver com segurança, com dignidade, respeitado em seus direitos, acolhido em suas diferenças, com a possibilidade real e concreta de viver prazerosamente.
Com isso, a religião e a vida entram em conflito, porque a religião complica a vida de muitas pessoas que levam a sério sua experiência de Deus. E a vida, com seus dinamismos, seus direitos e seus instintos mais básicos, é vista, pelos responsáveis pela religião, como um perigo para fazer uma experiência de Deus.
Somos culpabilizados até que nos sintamos como seres miseráveis que só merecem a eterna condenação.
Todos sabemos, e experimentamos, as consequências funestas desta confrontação entre Deus e a vida: a centralidade do sacrifício e da renúncia, a repressão dos instintos da vida, a violência contra os dinamismos da sexualidade, a agressão a tudo o que se refere ao prazer e à alegria de viver...
No entanto, o Evangelho deixa muito claro que a mediação entre os seres humanos e Deus é a vida, não a religião. A religião é uma expressão fundamental da vida e deve estar sempre a seu serviço.
Nesse sentido, a religião é aceitável só na medida em que serve para potenciar e dignificar a vida, inclusive o prazer e a alegria de viver. Quando a religião é vivida de maneira a agredir à vida e à dignidade das pessoas, ela se desnaturaliza e se desumaniza, e acaba sendo uma ofensa ao Deus da vida revelado por Jesus.
De fato, para Jesus, o primeiro é a vida e não a religião. Ele colocou a religião onde deve estar: a serviço da vida, para dignificá-la. Ele tomou partido da vida, contra aqueles que, a partir da religião, cometiam todo tipo de agressão contra a vida.
Jesus sempre se deixou conduzir pelo Espírito do Senhor para aliviar o sofrimento humano, levar a Boa Nova aos pobres, devolver a vista aos cegos, dar a liberdade aos presos e oprimidos, dar vida àqueles que tinham a vida massacrada ou diminuída, devolver a dignidade da vida àqueles que eram encurvados pelo peso da opressão e do legalismo.
Isto significa que a espiritualidade cristã, apresentada pelo Evangelho, funde a causa de Deus com a causa da vida; os cristãos encontram a Deus somente na medida em que defendem, respeitam e dignificam a vida. Nesse sentido, a vida tem a dimensão do milagre e até na morte anuncia o início de algo novo; ela carrega no seu interior o destino da ressurreição.
Para meditar na oração:
A maior perda da vida é o que “resseca” dentro de nós enquanto vivemos: sonhos, criatividade, intuição.
A vida não é uma realidade estática, nem um momento congelado ou petrificado. Cada dia é única e nela vamos construindo uma história irrepetível, percorrendo um caminho em direção à Vida plena: ressurreição.
- Quando vou começar a viver como ressuscitado? Há na vida muitas coisas – pequenas ou imensas – que vão morrendo e nascendo de novo, diferentes, melhores, reconciliadas...
- Que sinais de ressurreição vou vislumbrando no meu cotidiano?
- Sou militante em favor da vida, ou alimento a cultura da morte: julgamentos, intolerância, preconceitos...?
Neste domingo a liturgia convida-nos a refletir sobre a pergunta que traspassa a história da humanidade: quais são os horizontes últimos da vida humana? Há uma vida que não acaba? Como é a vida depois da morte?
No evangelho de Lucas que lemos hoje, Jesus já está em Jerusalém e sabe que seu fim está próximo. Ele continua ensinando e comunicando a Boa Notícia do Reino aos ouvintes que desejam segui-lo e ser seus discípulos. Um grupo de saduceus se aproxima de Jesus com a intenção de ridicularizá-lo. O texto acrescenta que são os que “afirmam que não existe ressurreição”. Lembremos que os saduceus eram um grupo aristocrático, recrutado dos sacerdotes e leigos. Apesar de ser um pequeno número, tinham uma importante influência com as autoridades romanas pelo seu dinheiro e seus vínculos. Eles reconheciam somente a Lei escrita e rejeitavam a interpretação tradicional e seu desenvolvimento posterior. O Pentateuco era possivelmente o único texto que eles consideravam como canônico. Sua prática religiosa era muito conservadora. Para eles não existia nenhum tipo de sobrevivência após a morte, nem anjos nem espíritos, assim como não acreditam no juízo de Deus. O bem e o mal dependem da conduta de cada pessoa humana sem intervenção divina. A desgraça ou o bem-estar é obtido pelas atitudes do próprio ser humano e Deus não tem nada a ver com isso.
Este grupo de saduceus se dirige a Jesus chamando-o de Mestre, mas possivelmente sem acreditar no verdadeiro sentido dessa palavra. Difícil pensar que eles o considerassem Mestre, senão como uma forma de dirigir-se a Jesus ironicamente procurando ridicularizá-lo. Que significa essa expressão para este grupo de pessoas que não acredita em Jesus e que somente procura ironizá-lo e caçoar dele em alguma contradição?
Os saduceus se aproximam de Jesus e lhe propõem um caso que se refere à prática da Lei do Levirato. Com o objetivo de garantir a descendência, a lei explica o que deve fazer um homem depois da morte do seu irmão. A viúva deve casar-se com ele para continuar a descendência da sua família. No exemplo apresentado pelos saduceus a Jesus, aparentemente não negam a ressurreição, mas tentam entendê-la desde conceições humanas e assim deixar à vista o sem sentido desta crença. Eles procuram compreender a ressureição desde perspectivas humanas, como uma prolongação da vida terrena e de muitas formas Jesus mostra que a vida depois da morte pode-se aceitar e entender somente desde a fé e alimentada pela esperança. Esta pergunta desenha um imaginário errôneo de ressurreição como repetição desta vida, anulando a novidade que a ressurreição cria, gera, não regida mais pelas leis físicas ou biológicas, senão pelo amor de Deus no qual a criatura ressuscitada participa.
A ressureição é uma realidade que nos espera, mas que não pode ser compreendida desde nossa vida limitada e ainda menos com as categorias que marcam nossa existência finita e limitada deste mundo. A ressurreição é um mistério, que se alimenta pela fé. A esperança fortalece a construção desta nova existência como um horizonte que nos espera e acrescenta-se pela fé e a confiança em Deus.
Na sua resposta Jesus convida-nos a levantar nosso olhar além do que está ao alcance do nosso cotidiano. Jesus veio a proclamar um Reino no qual a verdadeira filiação é aquela que nos liga a Deus. Esse é o vínculo que permanece. Deus é um ser em relação: Pai, Filho e Espírito Santo e também relação de Deus com o ser humano de todos os tempos: o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob. Assim apresenta-se uma relação que não conhece a morte. Deus permanece e o homem está chamado a ressuscitar e a aliança que estabelece com Deus não conhece o ocaso, não tem fim.
Tomando as palavras de Moisés, Jesus afirma sua crença num Deus que “não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”. Ele conhece o amor de seu Pai por cada uma de suas criaturas e sabe também que esse amor criador, incondicional, é mais forte que a morte, a ponto de ele mesmo chegar a proclamar: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem acredita em mim, mesmo que morra viverá” (Jo 11, 22).
O texto de hoje quer também esclarecer o conceito de ressurreição. Podemos fazer uma parada e nos perguntar qual é nossa ideia sobre a ressurreição dos mortos. Jesus, ao ressuscitar, alcança sua plenitude humana, seus irmãos e irmãs que morrem, ao ressuscitar, não perdem sua identidade, continuam sendo eles/as e seu mundo de relações que os/as definem, mas de uma maneira mais plena, total, que transcende as barreiras do tempo e do espaço.
Antes elas aludem à plenitude do novo modo de existência, em que o amor, porque estará livre do egoísmo, não se submeterá à rivalidade e à exclusão. Os vínculos e o amor se conservarão, mas já não se limitarão à vida e às relações, mas se expandirão para alegria de todos. Assim sendo, o evangelho de hoje é um convite a renovar nossa fé no Deus da vida, que fez de seu filho Jesus o primogênito dos que ressuscitam dos mortos, criando para nós o caminho da vida eterna.
Crer na ressurreição de Jesus nos leva a celebrar a vida nova de nossos mortos, e a esperar ativamente nos encontrar todos e todas no banquete eterno onde todos, sem exceção, nos sentaremos à mesma mesa dos filhos e filhas de Deus.
Oração
Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se....E
— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mario Quintana
Todas as pessoas percorrem um caminho profundamente marcado por alegrias e sofrimentos. Está nas alegrias o otimismo do seu momento, mas nas tristezas pode ocorrer o derramamento de lágrimas, os diversos sofrimentos e a baixa autoestima. Tudo isso revela o sentido mistérico da vida, até para concluir que ela não se satisfaz sozinha. Sua plenitude está fora de si mesma.
Jesus, em suas palavras, diz que Deus é o Deus da vida. Ele não se conforma com as práticas que conduzem à morte não natural. Essa realidade está presente no modelo de sociedade dos últimos séculos, que envolve situações de insustentabilidade, deixando a população com “antena ligada”, insegura e totalmente ferida na expectativa de um futuro de esperança promissora.
As pessoas têm uma identidade, uma tradição, sua cultura e religião. A prática constante da migração costuma desarticular essa riqueza e deixar que as pessoas fiquem desestabilizadas e feridas em sua dignidade. A confiança em Deus é o principal caminho de sustentação, porque Ele é o aliado do povo e é capaz de fazer gerar a vida mesmo num contexto de insegurança e morte.
O triunfo da vida tem sua total plenitude na promessa da ressurreição. A vida, no tempo presente, se arrasta no meio de sofrimento, de “gemidos”, traduzidos nas palavras de Paulo (cf. Rm 8,22). Isto está evidente na vida de quem sofre as catástrofes, como é o caso dos atingidos pelas barragens assassinas. Os sobreviventes remoem uma profunda amargura pela perda de entes queridos.
Terminado o Sínodo da Amazônia, depois de longos dias de intensa reflexão e estudo sobre o sentido da vida e da fé nesse espaço sagrado, fica agora a sensação de que a evangelização precisa reencontrar ali o seu real caminho missionário. Os diversos aspectos referentes ao religioso e ao ecológico estão totalmente interligados, fazendo parte da história dos moradores amazônicos.
Os itinerários da vida percorrem pistas divinas e são guiados pelo Espírito Santo de Deus-Pai. Desta mesma forma acontece nas comunidades cristãs comprometidas com os ensinamentos de Jesus Cristo, onde o enfoque da vida tem dimensão coletiva e comunitária. É justamente por isso que o Evangelho diz explicitamente que Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (cf. Lc 20,38).
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
DOMINGO XXXII DURANTE EL AÑO – CICLO "C"
1ra. Lectura (2Mac 6,1; 7,1-2.9-14):
La invasión y la presencia griega en Palestina por obra de Alejandro Magno y sus sucesores desencadenaron, desde el comienzo, una seria confrontación religiosa con Israel. Y con Antíoco IV se acentuó la helenización y se dio una verdadera persecución religiosa por cuanto este rey suprimió la autonomía judía, prohibió el sábado y erigió un altar a Zeus en el lugar del altar de los sacrificios. Fue en el año 167 a.C. y representó para los judíos la “abominación de la desolación” y un signo de los últimos tiempos (cf. Dn 11,31; 12,11).
Entre la población rural judía, más fiel a las tradiciones religiosas, surge la oposición que cristaliza en la rebelión de los Macabeos, iniciada por el anciano sacerdote Matatías de la familia de los Asmoneos. A su muerte asume su hijo Judas el Macabeo, que organiza la resistencia y toma el camino de las armas. Los hechos de esta sublevación y esta guerra contra la dominación griega fueron recogidos en los dos libros bíblicos llamados de los Macabeos. El segundo de estos libros, que leemos hoy, cubre unos 15 años de la historia de Israel (175-160 a. C.) y su argumento principal es la reconquista de la autonomía nacional y la recuperación de la libertad religiosa. Pero esta reconquista de la libertad no se consiguió sin derramamiento de sangre pues hubo verdaderos mártires de esta causa de liberación. En el contexto del libro la tortura y muerte de los fieles judíos forma parte del tiempo de la "cólera de Dios", pero a su vez gracias a la muerte expiatoria de estos mártires se vuelve el tiempo de la "misericordia divina" para el pueblo de Israel.
Puntualmente el texto de hoy es de gran interés por cuanto es la primera vez en la historia de la revelación del Antiguo Testamento en que se expresa claramente la creencia en la resurrección de los muertos[1]. La madre con sus siete hijos de que nos habla el texto de hoy son verdaderos mártires por cuanto prefieren perder la vida antes que traicionar a Dios violando sus mandamientos. Mueren cruelmente asesinados a causa de su fe y su fidelidad a Dios. Estas muertes injustas despiertan un vivo interrogante teológico: ¿Cuál es el destino final de ellos? O mejor aún: ¿qué hará Dios con aquellos que dan su vida por Él? El texto nos brinda la respuesta con la declaración de tres de los hermanos antes de morir: Dios tiene poder para darles la resurrección para la vida eterna!!!
Evangelio (Lc 20,27-38):
El evangelio comienza diciendo que se acercaron a Jesús algunos saduceos, que era uno de los grupos del judaísmo en tiempos de Jesús. Los mismos constituían un partido político-religioso surgido en el siglo II a.C. y tomaron su nombre de Sadoq, sacerdote muy activo en tiempos de David y Salomón. Por eso la mayoría de sus miembros eran sacerdotes provenientes de las familias aristocráticas de Jerusalén. De los mismos nos habla el historiador judío Flavio Josefo quien los presenta como aquellos que observaban rígidamente la letra de la ley, rechazando la “tradición oral” puesta en paralelo con la Escritura. No aceptaban la existencia de los ángeles ni los demonios, y rechazaban la resurrección después de la muerte, como nos señala precisamente el evangelio de hoy: "sostienen que no hay resurrección". En todo esto disentían con el grupo de los fariseos. También nos informa Flavio Josefo que su postura doctrinal no era popular: «Los saduceos sólo gozan de la confianza de la gente bien, pero no tienen seguidores en el pueblo» (Ant. 13. 10,6 § 298). «Esa doctrina [de los saduceos] ha llegado a poca gente, pero se les tiene en gran estima» (Ant. 18. 1,4 § 17).
Debemos reconocer que ciertamente ni en la Torá o Pentateuco, ni en los Nebiim o profetas de la Biblia Hebrea, hay una explícita referencia a la posibilidad de una vida después de la muerte ni a la resurrección. Por esto los saduceos no la aceptaban, mientras que los fariseos aceptaban la tradición oral que sostenía la esperanza en la resurrección de los justos, junto con algunos libros sagrados más tardíos, como Macabeos (primera lectura de hoy) y Daniel.
Los saduceos del evangelio de hoy quieren saber la opinión de Jesús al respecto y lo interrogan presentándole un “caso de escuela”: primero citan la regla (v. 28), luego ponen un ejemplo (v.29-32); por último formulan la pregunta (v. 33)[2]. La regla citada es la ley del Levirato (levir = cuñado en latín) presente en Dt 25,5-6: "Si varios hermanos viven juntos y uno de ellos muere sin tener hijos, la mujer del difunto no se casará con un extraño. El hermano del difunto se unirá con ella y cumplirá con su deber de cuñado. El primogénito que de ella nazca perpetuará el nombre del hermano difunto, y así su nombre no se borrará de Israel". El ejemplo que sigue es una historia ficticia que aplica esta regla y la hace parecer contradictoria con la resurrección de los muertos. La pregunta final no deja de tener un tono irónico y busca ridiculizar la creencia en la resurrección: "Cuando resuciten los muertos, ¿de quién será esposa, ya que los siete la tuvieron por mujer?".
La respuesta de Jesús tiene dos momentos.
En primer lugar, les hace ver que ellos están equivocados al considerar que la vida del mundo futuro es una prolongación de la vida presente. El matrimonio y, por ende la ley del levirato, sólo rigen para la vida en este mundo donde existe la muerte y por medio del mismo se perpetua la especie humana. En la vida eterna no hay matrimonio ni muerte sino una vida semejante a la angelical. La respuesta de Jesús es muy lógica por cuanto la ley del levirato tenía por objetivo fundamental la descendencia del difunto; y no habiendo muerte en la vida eterna, esta ley carece de sentido.
En segundo lugar, Jesús les ofrece como argumento escriturístico en favor de la resurrección el texto de Ex 3,6 cuando Yavé le habla a Moisés desde la zarza ardiente y se presenta como "el Dios de Abraham, el Dios de Isaac y el Dios de Jacob". Este texto fue elegido muy a propósito por cuanto se encuentra en la Torá o Pentateuco que los saduceos aceptaban. Pero hay que reconocer que para nosotros la cita resulta algo oscura. El libro del Éxodo dice que Yavé se presenta a Moisés, muchos años después de la muerte de los patriarcas, como el Dios de ellos. Jesús interpreta entonces que ellos están vivos porque Yavé es un Dios de vivos y no de muertos. W. Harrington[3] piensa que Jesús se apoya en un argumento propio de los rabinos para los cuales no se puede mencionar a Dios después de un muerto y, por eso, recibe la aprobación de los escribas: "Tomando la palabra, algunos escribas le dijeron: "Maestro, has hablado bien" (Lc 20, 39 que no se lee hoy). Si Dios es un Dios de vivos y no de muertos; y se lo nombra como el Dios de los patriarcas, entonces ellos están vivos para Dios. En este sentido dice J. Fitzmyer[4] que: “el punto central del argumento es que Dios se presenta a Moisés como el Dios de los patriarcas mucho después de que éstos hubieran muerto”. F. Bovon, por su parte, piensa que la clave está en el versículo final: "Porque él no es Dios de muertos, sino de vivientes; todos, en efecto, viven por él (o para él)" (Lc 20,38). Aquí se afirma que Dios es el dador de la vida y puede darla incluso después de la muerte.
ALGUNAS REFLEXIONES:
Recordemos que los tres últimos domingos del año litúrgico nos presentan siempre temas "escatológicos": la resurrección y la vida eterna (32), el fin del mundo (33) y Cristo Rey del Universo (34). Esta temática estuvo ya presente en las fiestas de todos los santos y de los fieles difuntos que hemos celebrado; y lo estará también al inicio del tiempo de adviento.
Para comprender mejor las lecturas de hoy puede ayudarnos tener en cuenta la dimensión histórica de la revelación de Dios a su pueblo Israel. En efecto, la revelación del Antiguo Testamento se fue abriendo paso a la fe en la resurrección muy lentamente y por el empuje de tres cuestiones fundamentales que surgen de la vida misma[5].
En primer lugar, el amor por cuanto la vida espiritual del pueblo judío desarrolló el deseo de vivir con Dios para siempre (cf. Sal 16; 49; 73). El hombre ha sido creado por amor y a semejanza de Dios amor, y se siente llamado a vivir en eterna comunión con Él.
En segundo lugar, la justicia por cuanto la muerte y el sheol igualaban a todos, justos y pecadores, malos y buenos. Y no es justo que el destino final de los fieles, más aún de los mártires, sea el mismo que los infieles y traidores a su fe. Encontramos así un par de textos (cf. Dn 12; 2Mac 7) donde la experiencia del martirio, de morir por confesar la fe, se abre a una esperanza nueva: la de recobrar la vida o alcanzar una vida plena en la resurrección. Aquel por quien se está dispuesto a morir no puede fallar, tiene que recompensar con la Vida esta fidelidad extrema. La muerte de los mártires no puede ser su fin[6]. Al respecto nos dice Benedicto XVI: "Estoy convencido de que la cuestión de la justicia es el argumento esencial o, en todo caso, el argumento más fuerte en favor de la fe en la vida eterna. La necesidad meramente individual de una satisfacción plena que se nos niega en esta vida, de la inmortalidad del amor que esperamos, es ciertamente un motivo importante para creer que el hombre esté hecho para la eternidad; pero sólo en relación con el reconocimiento de que la injusticia de la historia no puede ser la última palabra en absoluto, llega a ser plenamente convincente la necesidad del retorno de Cristo y de la vida nueva" (Spes Salvi nº 43).
En tercer lugar, la vida misma que conlleva el deseo de no interrumpirla, de no truncarla con la muerte. En efecto, "según la Biblia, el deseo constitutivo del hombre es el deseo ilimitado de vivir, es el deseo de amar [...] La vida es deseo de vivir"[7]. Por ello, en la Biblia se da libre curso a toda la carga de angustia humana ante la muerte (cf. Is 38,1-18). La muerte es por definición tinieblas, separación de Dios y de los demás. Ante esta situación va surgiendo la certeza de que Dios, autor de vida, bien puede ser más fuerte que la muerte y el Hacedor de una nueva creación (cf. Sal 88). Y después de una larga espera, con la muerte y resurrección de Cristo, llega por fin la victoria sobre el pecado y sobre la muerte; y se abre el camino de la Esperanza en la vida eterna.
Por tanto, las lecturas de hoy nos invitan a conectarnos con lo más real que tenemos que es nuestra vida, y con el deseo de vivir y de no morir. Sobre esto decía recientemente el Papa Francisco: “La pregunta por la muerte es la pregunta por la vida, y mantener abierta la pregunta por la muerte, quizás, es la mayor responsabilidad humana para mantener abierta la pregunta por la vida. Así como las palabras nacen del silencio y allí terminan, permitiéndonos escuchar sus significados, lo mismo sucede con la vida. Quizás esto suene un tanto paradójico, pero... ¡es la muerte la que permite que la vida permanezca viva!” (videomensaje del Papa Francisco al IV encuentro mundial de jóvenes organizado por Scholas Ocurrentes y World Ort en ciudad de México).
A partir de esta pregunta vital, para encontrar la respuesta tenemos que recorrer el mismo camino de la Revelación para llegar como creyentes a una convicción personal sobre la vida eterna. Dios, con su pedagogía, al revelarse responde a los deseos más profundos del hombre, pero en Cristo los sobrepasa. En efecto, la novedad en el Nuevo Testamento está en unir y llevar a plenitud lo vislumbrado ya en el Antiguo. Al respecto vale aclarar que, en buena teología y tras las huellas de San Pablo, para hablar de la resurrección de los que ya han muerto hay que creer y hablar primero de la resurrección de Jesucristo, fundamento y causa de nuestra resurrección y de nuestra esperanza cristiana.
Con el martirio de Jesús, como testigo fiel, y con su resurrección alcanzan valor concreto la esperanza confiada de los macabeos. Afirmar esto no implica que se pierda de vista toda la dramaticidad y la angustia que encierra la muerte. En la cruz no hay una glorificación de la muerte que sustituye a la antigua alegría por la vida. El sí fundamental a la vida y el juicio que se da a la muerte como lo anti-divino permanecen en el Nuevo Testamento. Así, san Pablo define a la muerte como el último enemigo que debe ser vencido (1Cor 15,26). Y esta victoria supone superar el vacío, la soledad infinita que conlleva la muerte al alejarnos de todos nuestros vínculos constitutivos, en especial de la relación con el Dios que da la vida. Es justamente por nuestra vinculación a Dios por lo que podemos esperar la vida eterna. En este sentido cobra fuerza y sentido la frase del Éxodo que Jesús les cita a los saduceos. Como bien dice J. Ratzinger[8]: "Puesto que Dios es el Dios de los vivos y llama por su nombre a su criatura, al hombre, esta criatura no puede sucumbir. Este acto de asunción del hombre por parte de Dios en su propia vida ha tomado carne, por así decirlo, en Jesucristo: Cristo es el árbol de la vida, de quien el hombre recibe el pan de la inmortalidad. La vida eterna no se explica por la existencia individual aislada y por el poder de cada uno, sino por el estar relacionado, realidad que es constitutiva del hombre […] La vida eterna no aísla al hombre, sino que lo saca del aislamiento llevándolo a la verdadera unidad con sus hermanos y con toda la creación de Dios. Todo lo dicho se apoya, en definitiva, en el convencimiento de que el Cristo resucitado es el lugar de la verdadera vida".
En esta misma línea los textos de este domingo nos revelan además algo muy importante: la resurrección y la vida eterna son obra de Dios. Tanto los mártires de la primera lectura como el argumento de Jesús en el evangelio remarcan esto: Dios es la causa de la resurrección y de la vida futura. No se trata de una posibilidad o potencialidad del hombre. La resurrección que esperamos los cristianos es una transformación y glorificación que es pura y exclusivamente obra de Dios; es un milagro, una obra de su poder divino, una nueva creación. Por eso al hombre sólo le cabe la esperanza teologal. Porque Dios es Creador y Señor de la vida; porque Dios es justo y, más que todo, porque Dios es Amor, podemos esperar la vida eterna de su bondad y misericordia. Sólo desde esta fe en Dios se puede esperar la vida eterna. Y la vida eterna es mucho más que la inmortalidad o supervivencia del alma en cuanto sustancia espiritual y simple. Pienso que hay que volver a insistir en este aspecto porque de la mano de la pseudo-espiritualidad de la new age se difunde el tema de la vida para siempre, pero como destino natural de todos los hombres, sea como vida después de la muerte, sea como un proceso de reencarnación continua. Y esta actitud "light" ante la muerte conlleva una actitud "light" ante la vida misma. Todos los intentos, de ayer y de siempre, por alentar tanto una prolongación indefinida de esta vida como la propuesta de vidas sucesivas (reencarnación) no son más que pobres sucedáneos de la verdadera esperanza cristiana.
Al respecto, decía el Papa Francisco en el ángelus del 6 de noviembre de 2016: “Jesús pretende explicar que en este mundo vivimos de realidades provisionales, que terminan; en cambio, en el más allá, después de la resurrección, ya no tendremos la muerte como horizonte y viviremos todo, también las relaciones humanas, en la dimensión de Dios, de manera transfigurada. También el matrimonio, signo e instrumento del amor de Dios en este mundo, resplandecerá transformado en luz plena en la comunión gloriosa de los santos en el Paraíso.
Los «hijos del cielo y de la resurrección» no son unos pocos privilegiados, sino que son todos los hombres y todas las mujeres, porque la salvación traída por Jesús es para cada uno de nosotros. Y la vida de los resucitados será parecida a la de los ángeles (cf. v. 36), es decir, toda inmersa en la luz de Dios, toda dedicada a su alabanza, en una eternidad llena de alegría y de paz. ¡Pero cuidado! La resurrección no es sólo el hecho de resurgir después de la muerte, sino que es una nueva clase de vida que ya experimentamos hoy; es la victoria sobre la nada que ya podemos pregustar. ¡La resurrección es el fundamento de la fe y de la esperanza cristiana!”
En síntesis, sólo la mirada de fe en el Dios de Jesucristo ilumina al hombre sobre el sentido de la vida y de la muerte; y lo abre a la esperanza de una eternidad gloriosa.
PARA LA ORACIÓN (RESONANCIAS DEL EVANGELIO EN UNA ORANTE):
No dejes de responder
Señor Jesucristo, Maestro nuestro.
Te damos gracias
por recrearnos
en tu Espíritu de Amor.
Él nos resucitó
en el bautismo
para hacernos hijos de un solo Padre,
en ti.
No hay regla ni mandato
superior al Amor tuyo
y por eso te rogamos
nos conserves en Él.
Aumentamos la fe
y la esperanza en esa Vida
única y verdadera
junto a ti.
No dejes de responder
a nuestros vacíos con tu Palabra,
espada que penetra con dulzura
en nuestro duro corazón. Amén.
[1] De la misma época es el texto de Daniel que se refiere también al destino feliz de los justos: "Y muchos de los que duermen en el suelo polvoriento se despertarán, unos para la vida eterna, y otros para la ignominia, para el horror eterno. Los hombres prudentes resplandecerán como el resplandor del firmamento, y los que hayan enseñado a muchos la justicia brillarán como las estrellas, por los siglos de los siglos" (Dn 12,2-3).
[2] Cf. F. Bovon, El Evangelio según San Lucas IV, Salamanca, Sígueme, 2010,123.
[3] El Evangelio según San Lucas (Studium; Madrid 1972) 288. De modo semejante entiende el argumento C. F. Evans, Saint Luke (NTC; London 1990) 720.
[4] El evangelio según Lucas IV, 188.
[5] Seguimos de cerca las reflexiones de B. Sesboüé, La Resurrección y la Vida. Catequesis sobre las realidades últimas (Mensajero; Bilbao 1998) 29-30.
[6] Cf. J. Ratzinger, Escatología (Herder; Madrid 2007) 109-111.
[7] A. Bonora, voz: "muerte", en P. Rossano-G. Ravasi-A. Girlanda, Nuevo Diccionario de Teología Bíblica (Paulinas; Madrid 1990) 1268.
[8] Escatología (Herder; Madrid 2007) 175-177.