01/11/2025
Primeira Leitura: Apocalipse 7,2-4.9-14
Salmo Responsorial: 23(24)R-É assim a geração dos que procuram o Senhor!
Segunda Leitura: 1 João 3,1-3
Evangelho: Mateus 5,1-12a (Bem-aventuranças).
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. – Palavra da salvação.
Quem pode se considerar feliz na época dos Evangelhos? O perfil de uma pessoa feliz é descrito pela Escritura: seria um homem adulto de boa saúde, casado com uma mulher honesta e fecunda, com filhos homens e terras férteis, observante da religião e respeitado em seu povoado. Tendo tudo isso, o que mais poderia pedir?
Como podemos descrever o perfil de uma pessoa feliz nos tempos de hoje? Faça um exercício interior e trace um perfil de uma pessoa feliz. Descrever os traços de uma pessoa feliz nos ajuda a tomar consciência do que nós consideramos como felicidade.
Jesus foi feliz?
Ele se apresentou muito diferente do ideal de felicidade de seu tempo: sem esposa e sem filhos, sem terra e sem bens; um itinerante que percorria a Galileia.
A vida de Jesus não corresponde ao ideal de felicidade de seu tempo. Será que corresponde ao nosso? A vida de Jesus está mais distante do ideal de felicidade de seu tempo ou do nosso?
Pois bem, Jesus não só se contentou em viver pobre, casto e obediente. Ele nos ensina a viver da mesma maneira: esse é o senso das bem-aventuranças, um programa de felicidade que choca a sensibilidade atual. Cada vez mais pessoas se levantam contra esse programa de felicidade, acusando os católicos de inimigos da alegria, da prosperidade, da riqueza. Cada vez mais pessoas acusam os católicos de uma moral repressiva que infantiliza, de uma culpabilização fanática do prazer, de uma demonização atrasada da riqueza. Não demora muito, vamos ser acusados pelo atraso econômico do Brasil.
Jesus é feliz sem se preocupar com a própria felicidade. Sua vida girava em torno da felicidade dos infelizes e dos sofredores. Procurava sobretudo criar as condições para a felicidade alheia e de um mundo mais justo e fraterno.
Ele, portanto, não proclama: felizes os ricos porque são abençoados por Deus. Seu clamor desconcerta a todos: felizes os pobres, os famintos, os que choram, porque Deus será a felicidade deles.
Celebramos hoje a solenidade de todos os santos. Eles viveram as bem-aventuranças em seu tempo e em suas condições concretas. Se quisermos saber como viver concretamente as bem-aventuranças, temos os santos que são a exegese das palavras de Jesus.
“Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12)
À luz do Evangelho, alegria e santidade, não se dissociam; ao contrário, implicam-se mutuamente.
A alegria é um sentimento central da santidade cristã. Nisto consiste a verdadeira alegria: sentir que um grande mistério, o mistério do amor de Deus, nos visita e plenifica nossa existência pessoal e comunitária.
Alegria que brota do interior e é um dom do Espírito. “O fruto do Espírito é: amor, alegria” (Gal 5,22). Este dom nos faz filhos(as) de Deus, capazes de viver e saborear sua santidade e bondade.
Não é correto que os cristãos associem, com tanta frequência, a fé à dor, à renúncia, à mortificação, mas à alegria, à vida em plenitude.
A vida cristã, por vocação e missão, deve ser alegre. Toda ela é profecia de alegria e esperança. A participação afetiva na alegria de Cristo é a forma de expressar o desejo da íntima comunhão no amor que reforça o seguimento. “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria” (Papa Francisco).
A alegria na vida cristã aninha-se e cresce na vivência do mistério pascal. A ressurreição de Jesus causou uma imensa alegria na comunidade dos discípulos. Alegria que é contagiosa e tem uma dimensão social e comunitária. Nós não estamos alegres porque Jesus está vivo, mas porque nos fez partícipes de sua ressurreição, de sua nova vida. Assim nossa alegria é também a alegria de Jesus.
Os Santos e Santas, por viverem profundamente no amor de Deus, são testemunhas da alegria.
Este amor é o que nos faz sair de nós mesmos, reencontrar-nos e viver em sintonia com outros. E aqui está o “peso” do amor, o vigor da alegria. O amor que Deus nos tem desperta a alegria e esta motiva, dá energia, gera confiança. O amor é o princípio que ordena a vida e a alegria irradia harmonia e bem-estar àqueles que nos rodeiam. Quem vive a partir da alegria, vive a partir do essencial e sabe discernir o autêntico das aparências e o útil do supérfluo. A alegria mantém alta a utopia e não se cansa em sua irradiação. Seguimos o conselho agostiniano: “A felicidade consiste em tomar com alegria o que a vida nos dá, e deixar com a mesma alegria o que ela nos tira”.
Quem é transparente e coerente transmite alegria em seu falar e em seu agir. Costumamos dizer: “alegrar a casa”, “alegrar a cor”, “alegrar o fogo”... ou seja, dar-lhe vida.
Desse modo, alegria confunde-se com plenitude, com vida em cheio, com entusiasmo, com a sabedoria que permite harmonizar tudo isso com a nossa fragilidade, com as nossas feridas e dores, perdas e desencontros, erros e tristezas.
Ser testemunhas e profetas da alegria constitui a essência da santidade cristã.
O profeta da alegria, longe de fugir dos conflitos da vida, os enfrenta e os integra com sentido. Não tem fronteiras, não exclui gênero, classe social, cor, língua, religião, não descarta o aparentemente inútil. Por isso, sua vida e sua palavra querem ser anúncio e compromisso de concórdia e comunhão nos conflitos, unindo pontos, integrando diferenças, curando feridas. Sua presença alegre desmonta a hipocrisia, as ambições, a intolerância, o preconceito...
Quem vive a santidade na alegria se sente sereno, livre, pensa positivamente, está próximo dos pobres, acolhe as adversidades, integra suas contradições, ama sem pôr condições, louva, canta e bendiz sem cessar...
No pensamento hebraico, quando se diz que uma pessoa é santa não significa que ela seja apenas virtuosa, que tenha um comportamento ético impecável, mas, sim, que essa pessoa é diferente, é “outra”, que manifesta sua alteridade no mundo, revela uma maneira original de viver, uma outra maneira de amar.
Significa uma pessoa que introduz amor onde há ódio, que revela a paciência onde existe intransigência, que manifesta compreensão onde existe revolta, comunica paz onde existe a violência, deixa transparecer uma presença alegre onde impera a tristeza.
É assim que a santidade está ao alcance de todos aqueles e aquelas que reconhecem sua própria finitude e desejam ser transformados pelo amor que é maior e os faz plenamente humanos. Ser santo(a) não é para campeões de perfeição, mas para pecadores que se reconhecem como tais e se deixam conduzir pelas asas da Graça de Deus e pelo clamor que vem da alteridade desfigurada de todo aquele(a) que sofre e necessita cuidado e atenção.
“Ser santo(a)” é sermos dóceis para “nos deixar conduzir” pelos impulsos de Deus, por onde muitas vezes não sabemos e não entendemos. Seus caminhos não são os nossos caminhos. Ser santo(a) é “arriscar-nos” em Deus; é navegar no oceano da gratuidade, da compaixão, da solidariedade...
Nesta atitude de “deixar-nos conduzir” é que entramos no fluxo da Santidade de Deus, nos atrevendo a planar sobre ela para mobilizar todas as possibilidades da nossa existência.
Essa é a nossa essência: em Deus, somos todos(as) santos(as).
Nesse sentido, as bem-aventuranças des-velam o verdadeiro rosto do(a) santo(a). Quem é ditoso(a)? Quem é bem aventurado(a)? Quem é feliz? As bem-aventuranças são a exposição mais exigente e, ao mesmo tempo mais fascinante, da mensagem e da “intenção de Cristo”.
Não temos de pensar somente nos “santos e santas” canonizados(as), nem naqueles que viveram virtudes heroicas, mas em todos os homens e mulheres que descobriram a marca do divino neles(as) mesmos(as), e sentiram-se impulsionados(as) a viver com intensa humanidade. Ser santos(a) é ser humano por excelência.
Não se trata de nos fixar nos méritos de pessoas extraordinárias, mas de reconhecer a presença de Deus, que é o único Santo, em cada um de nós. Assim, no chamado à santidade, aspiramos somente a sermos cada dia mais humanos, ativando o amor que Deus derramou em nosso ser.
Para humanizar nosso tempo, os(as) santos(as) revelam atitudes e critérios que nos fazem mergulhar de cheio nos desafios e problemas que afligem grande parte da humanidade. Os(as) santos(as), de hoje e de sempre, não são encontrados nos pacíficos ambientes dos templos ou dentro dos limites da instituição eclesial, mas nas encruzilhadas da pobreza e da injustiça, nas “periferias existenciais”, em perigosa proximidade com o mundo da violência e da marginalidade, em situações de risco, onde a luz do amor brilhará mais do que nunca.
Quem são esses Santos e Santas que celebramos cada ano e que são multidões ao longo dos tempos?
Santas e Santos desconhecidos, mínimos, ocultos, simples, com biografia que não aparecem na Wikipédia. Pessoas anônimas que estão presentes em todos os lugares, como fermento na massa, despertando esperança em tempos difíceis.
Numa cultura de morte e de violência como a nossa, as Santas e os Santos são os anônimos que arriscam suas vidas na defesa daqueles que não tem voz, agindo como samaritanos em favor da vida. Sua presença faz toda a diferença. Santa diferença!
Para meditar na oração:
O melhor modo de rezar as bem-aventuranças é seguir um dos “modos de orar” proposto por Santo Inácio, ou seja: “Contemplar o significado de cada palavra da oração” (EE. 249).
* Rezar as dimensões da vida que estão paralisadas, impedindo-lhe viver a dinâmica das bem-aventuranças.
Neste domingo celebra-se a Festa de todos os Santos e Santas, a festa dos cristãos de todo o mundo. Seguir Jesus é ser semelhante a ele na busca e realização da vontade do Pai na nossa vida, e na vida dos nossos irmãos e irmãs. Não há santidade individualista ou isolada, porque a santidade se constrói em comunidade, numa vida partilhada e Neste domingo celebra-se a Festa de todos os Santos e Santas, a festa dos cristãos de todo o mundo. Seguir Jesus é ser semelhante a ele na busca e realização da vontade do Pai na nossa vida, e na vida dos nossos irmãos e irmãs. Não há santidade individualista ou isolada, porque a santidade se constrói em comunidade, numa vida partilhada e entregue a serviço das pessoas que estão ao nosso lado. Ao longo da história, os santos e santas são as pessoas que se comprometem com seus irmãos e irmãs e vivem profundamente inseridos no seu presente com suas dificuldades e alegrias das pessoas que estão ao nosso lado. Ao longo da história, os santos e santas são as pessoas que se comprometem com seus irmãos e irmãs e vivem profundamente inseridos no seu presente com suas dificuldades e alegrias.
Como disse Adroaldo Palaoro: Não bastam os meros sentimentos interiores, mas é preciso atitudes práticas que nos fazem sair de nós mesmos e nos movem ativamente ao encontro do outro. Poderíamos dizer que as Bem-aventuranças são a quinta-essência do seguimento de Jesus. Jesus, ao subir o monte das bem-aventuranças, promulga seu programa de “felicidade e ventura”. (Texto completo: Santidade: presença misericordiosa)
No texto, Jesus viu uma multidão de pessoas que o seguem, sobe à montanha “e se sentou”. Com a atitude do mestre na cultura hebraica, Jesus ensina a o fundamento da vida das pessoas que desejam ser seus discípulos e discípulas ao longo da história. Na proclamação das Bem-aventuranças está inserido o coração da Boa Notícia do Reino. Sua proclamação é para todo o mundo e será comunicada de geração em geração. Sua fronteira é o infinito e a originalidade e exclusividade da vida de cada pessoa.
“As bem-aventuranças” é possivelmente um dos textos mais conhecidos do evangelho. No trecho do evangelho de Mateus que lemos hoje, são descritas diferentes situações de felicidade das pessoas. Jesus começa sua proclamação dizendo: “Felizes os pobres em espírito”. Desde os inícios Jesus coloca o fundamento da felicidade: ser sensíveis às necessidades dos mais pobres. Ter ouvidos atentos e ser capaz de descobrir o clamor silencioso, mas potente, que fica no coração dos oprimidos e marginalizados. O discípulo está chamado a ser pobre de espírito e viver assim com sua confiança no Senhor. Convidado a ser sensível ao sofrimento e à dor dos aflitos e ser assim canal e comunicador do consolo de Deus para essa pessoa ou grupo humano.
A festa de Todos os Santos apresenta-nos a variedade de expressões que há para viver a santidade, mas todas elas têm um traço comum que é o mandamento do amor por cima de tudo. Somos convidados a gerar confiança ao nosso redor, a viver com um coração limpo e entregue aos demais, procurando o bem de cada pessoa apesar dos sofrimentos que isso possa trazer.
Jesus oferece a possibilidade de formarem um novo Povo de Deus. Um povo que se esforce por construir um mundo melhor alimento pelo amor e o serviço aos mais necessitados. O cenário desta narrativa é um monte como outrora foi o Sinai lugar da revelação divina: Javé, mediante Moisés, revelou-se ao povo de Israel.
Qual é a revelação que nos traz Jesus neste sermão? Quer anunciar-nos e apresentar-nos, a nós seus seguidores e seguidoras, o caminho que leva à felicidade. “As Bem-aventuranças” são a resposta ao Amor de Deus que, apossando-se de nossas vidas, introduz-nos em seu Reino. Aceitar, permanecer, crescer e perseverar na construção deste Reino no mundo: eis o caminho a percorrer na rota da santidade!
Num primeiro momento as atitudes de vida que Jesus propõe podem não ser compreendidas ou valorizadas: como podem ser felizes os pobres, os sofredores, os perseguidos? A resposta se encontra na segunda parte de cada uma das oito sentenças enunciadas por Mateus que confluem, todas elas, para o mesmo ponto: a participação no Reino de Deus já agora, em germe e em esperança e, plena e perfeita, na eternidade, vivendo de sua Vida, usufruindo de seu Amor e gozando de sua Paz perpétua!
A concretização desses valores se expressa de muitas maneiras. Atestam-no, ao longo da história, homens e mulheres que os viveram até as últimas consequências. A festa de Todos os Santos destina-se, justamente, a mostrar-nos esta pluralidade de expressões. Todas elas apresentam uma marca comum: a prática do mandamento único do amor. Ao considerarmos os santos canonizados pela Igreja, maravilhamo-nos ante a imensa variedade dos “modelos” que nos são propostos, pitorescos alguns e até mesmo estranhos, vários outros... Cada santo inventou o seu caminho para Deus, de acordo com seu temperamento, sua cultura e o ambiente em que viveu. É o que também, a cada um de nós fazer, por nossa conta e risco, segundo as peculiaridades de nossas vidas pessoais.
Jesus nos convida a participar desta multidão de santos e santas de todos os tempos, a entrar nesta corrente de felicidade, abraçando a proposta do Evangelho como caminho, verdade e vida, a fim de que, dessa forma, os cegos vejam, os paralíticos caminhem, os oprimidos sejam libertados e vivamos todos o Ano do Senhor (Lc 4 18-19), o jubileu da alegria perene e da felicidade perfeita do seu Reino, que também é nosso!
Oração:
Presença universal
Te anuncias na palavra
e apareces no silêncio.
Manifestas teu amor no dom da vida,
esgotas tua entrega no dom de tua morte.
És deslumbrante no prodígio do dia,
nos fascinas no mistério da noite.
O cume de tua criação são os homens mais santos,
e de tua fidelidade, os homens mais perversos.
Expressão de tua força libertadora, os oprimidos,
e de tua paciência e respeito os opressores.
Inesgotável artista em todo o belo,
presença calada e forte no disforme.
Tuas possibilidades sem fim nos assinalam os gênios,
teu questionamento solidário os homens quebrados.
Só nos revelarás tua obra quando haja girado toda a história, / mas já podes iluminar de plenitude a fugacidade do instante.
Tu nos chamas sem fim desde o horizonte,
nos enches de tua presença em cada canto do caminho.
Nunca te agarrarei na cobiça da perfeição,
mas já transbordas de luz e futuro todo o meu limite.
Benjamin González Buelta
Salmos para sentir e saborear as coisas internamente
Solenidade de Todos os Santos - (Mateus 5,1-12a). A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A Solenidade de Todos os Santos deste ano é iluminada pela canonização, por parte do Patriarcado de Constantinopla, de quatro santos, quatro monges do Monte Athos. Podemos dizer que um deles, em particular, nós o conhecemos, com os irmãos com quem o visitamos há 25 anos, graças a um encontro inesquecível, depois de horas de ascensão ao longo de uma trilha de mulas que escalava do mar até a sua cela. Ele se chamava Efrém, ou, melhor, Papa Efrém, e, ainda em vida, irradiava uma luz difusa sobre o mundo cristão.
Raramente eu conheci um homem daquela beleza: com mais de 80 anos, os cabelos totalmente brancos, muito longos, o olhar fulgurante e, no fundo daquele olhar, os seus olhos, como dois rubis, duas brasas ardentes. Ele vivia em um eremitério no chamado “deserto vertical” da santa montanha, mas estava em contato com o universo inteiro. Ele nos disse: “A terra está repleta de santos, mas não sabemos vê-los!”.
Essas palavras nos remetem poderosamente ao evangelho de hoje, o evangelho das Bem-aventuranças, que inicia com estas palavras: “Vendo Jesus as multidões (...) começou a ensinar aos seus discípulos”.
O que ele ensinava? Ensinava acima de tudo a ver, a ver aquilo que ele via naquelas multidões, a ver com os olhos do coração, olhos lavados pelas lágrimas, olhos aguçados pelo doloroso amor recebido e dado. Ver naquelas multidões os pobres de espírito, aqueles que estão em prantos, os mansos, aqueles que têm fome e sede de justiça... já presentes e operantes, aqui e agora.
As Bem-aventuranças não são uma lei nova, uma exortação moral, o presságio de algo que deve vir, uma ascese a ser percorrida para nos tornarmos mansos, puros... as Bem-aventuranças são um apocalipse, uma revelação dessas pessoas vivas já agora, nesta vida, e não em outra, que Jesus nos ensina a discernir nas multidões de todos os dias. Tudo aquilo que é grande é simples. Não é preciso inventar uma santidade como um esforço heroico, mas sim vê-la onde ela já está e não a percebemos, por estarmos distraídos, por não sermos humanos o suficiente.
Não é essa realmente a experiência de cada um de nós? Quantas pessoas encontramos que nos abençoaram com a sua mansidão, nos batizaram com as suas lágrimas, nos curvaram com a pureza do seu coração, e nada mais teria sido como antes se, mesmo que por apenas um instante, tivéssemos captado a sua leve presença?
Sentimo-nos perdidos e desorientados, pequenos demais, e então corremos para buscar a santidade em improváveis manifestações extraordinárias e não percebemos que, em vez disso, ela está presente na cotidianidade de uma pessoa fiel que está ao nosso lado.
Lembro-me de algumas palavras de Bruce Wayne, herói que tinha o maior poder, o de ser humano: “ Qualquer um pode ser um herói – um santo –, até mesmo um homem que faz uma coisa simples e reconfortante como colocar um casaco sobre os ombros de um criança, para fazê-la entender que o mundo não acabou”.
São palavras de alguém que aprendeu a ver e também podem se tornar, nesta solenidade, as nossas palavras.
As bem-aventuranças como caminho de santidade –
Felizes os que são pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus
1 Todas as pessoas são chamadas à santidade
Na Boa-nova das bem-aventuranças, Jesus propõe um caminho de santidade. No mundo católico romano, o dia escolhido para celebrar a vida de todos os santos é 1º de novembro, ao passo que o dia 2 de novembro é um dia especial para fazer memória das pessoas bem-aventuradas e que já se encontram na glória do Pai. Para nós, que ainda temos uma missão a cumprir neste mundo, Jesus propõe um caminho de santidade e que já começa nesta vida. Conforme a comunidade de Mateus, as oito bem-aventuranças são esse caminho.
Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem felizes. “Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo” (Levítico 19,2). Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: “Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus compassivo, Lucas formula assim o mesmo convite: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).
2 Jesus, o novo mestre da justiça, nos ensina o caminho da santidade
Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mt 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da lei, o Pentateuco.
A lei era considerada a expressão da vontade de Deus. No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver as leis do Pentateuco em todos os seus pormenores. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da lei. Diz que, mais que a letra, é o espírito da lei que importa. Disse ainda que o espírito da lei consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mt 22,34-40 - Evangelho do domingo passado). Assim, o amor passa a ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mt 12,1-8; 23). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino (cf. Mt 6,33). Se Moisés era o antigo mestre da lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade no amor.
3 Bem-aventuranças: a porta de entrada ao Sermão da Montanha
No primeiro discurso, no Sermão da Montanha (Mt 5-7), o mestre da justiça ensina um conjunto de orientações para a boa convivência na comunidade, chamada a viver as relações do Reino. Tal como Moisés escrevera as palavras da lei encontrando-se sobre um monte, Jesus dá as novas orientações também numa montanha (Êxodo 34,28; Mt 5,1).
As bem-aventuranças são a porta de entrada ao Sermão da Montanha (Mt 5-7). Elas são um programa de vida para trazer felicidade plena a quem adere à Boa-nova de Jesus. São orientações para seguir no caminho de santidade.
4 Bem-aventuranças: as atitudes no caminho de santidade
A justiça do Reino dos Céus, isto é, a vontade de Deus, é o carro-chefe das bem-aventuranças. Convém lembrar que, em Mateus, “Céus” é sinônimo de “Deus” (cf. Lucas 6,20). É importante que tenhamos isso presente para superarmos a tentação de transferir o Reino para depois da morte. Para Jesus de Nazaré, seu projeto do Reino é para esta vida, que é eterna. Ele não diz que os pobres “serão” felizes. Porém, afirma: “porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3.10). E, ao anunciar a plataforma do Pai, Jesus diz que o Reino está próximo. Estar perto no sentido temporal quer dizer que é para breve e não para um futuro distante. Ao mesmo tempo, o Reino está perto no sentido espacial, isto é, ele já está presente entre nós na vida de Jesus, de um lado, e, de outro, em todos os gestos de solidariedade e de partilha.
O Reino é o projeto na primeira e na oitava bem-aventurança (Mt 5,3.10). E, no centro, estão a busca da justiça (do projeto do Reino) e a busca da misericórdia (ter o coração voltado para quem está na miséria). Uma vez realizada a justiça de Deus, os empobrecidos deixarão de ser oprimidos, pois haverá partilha e solidariedade. Por isso, Jesus os declara felizes.
5 Felizes os pobres no espírito
A primeira bem-aventurança é a mais importante. As demais são desdobramentos desta. Qual é a porta de entrada para o Reino? Quem são os pobres no espírito? São aquelas pessoas nomeadas nas demais bem-aventuranças, ou seja, as que choram, as que são humildes e não têm terra (cf. Salmo 37,11), as que têm fome, as que são misericordiosas, as puras de coração, aquelas que promovem a paz e as que são perseguidas por causa da justiça. Observemos que tanto em relação aos pobres no espírito (primeira bem-aventurança), como aos perseguidos por causa da justiça (oitava), fala-se do mesmo prêmio: deles já é o Reino dos Céus (verbo no presente). Trata-se do mesmo grupo de pessoas.
E quais são as dádivas para esses empobrecidos ou para quem com eles é solidário? Jesus anima a sua esperança anunciando-lhes o Reino para o tempo presente. E os seus frutos serão: consolo, terra partilhada, fartura, misericórdia, contemplação de Deus e filiação divina. E ser filha e filho de Deus é agir à sua imagem e semelhança, isto é, ter as mesmas atitudes de Deus.
6 É suficiente ser pobre?
Não. Ser pobre não é suficiente. Está claro que os empobrecidos são os preferidos de Deus, justamente porque ele não pode ver nenhum de seus filhos e nenhuma de suas filhas passando por necessidades. Ainda mais, quando a pobreza é fruto da injustiça humana. A preferência de Deus é sua misericórdia para com seus filhos que sofrem violência, como vítimas de seus próprios irmãos. É interessante notar que esta mesma bem-aventurança, no Evangelho segundo Lucas, reza assim: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus” (Lc 6,20).
Quando a comunidade de Mateus acrescentou “no espírito” à primeira bem-aventurança de Jesus, também estava preocupada com o fato de que há pobres que têm corações e mentes possessos pelo espírito de rico, buscando o sentido mais profundo para a vida na riqueza, no prestígio e no poder. Por isso, Mateus quis deixar bem claro que não basta ser pobre, mas que é preciso ser “pobre no espírito”, isto é, viver de acordo com o espírito do próprio Deus. Ser pobre também por dentro, interiormente. É provável que a comunidade de Mateus, ao acrescentar na parábola do banquete a presença de um homem sem a veste nupcial (Mt 22,1-14; comparar com Lc 14,16-24), queira justamente referir-se à necessidade de também ser pobre no espírito, ou seja, livre de tudo que escraviza. Ser pobre no espírito também é a opção pelo projeto da justiça e da misericórdia, é viver na total confiança e dependência de Deus, é confiar na partilha, na vida simples e na fraternidade.
Aliás, são justamente as pessoas que buscam a felicidade no consumismo, na acumulação e no individualismo que perseguem aos que lutam pela justiça do Reino, pela paz e pela partilha. Foi assim que, no passado, os poderosos perseguiram os profetas (Mt 5,10-12) e, ainda hoje, caluniam e perseguem a quem luta por um Brasil em que também as pessoas excluídas possam fazer, pelo menos, três refeições ao dia.
7 A felicidade proposta pelo capitalismo e a felicidade do Reino de Deus
Faz alguns anos, o padre Renzo Flório, celebrando conosco na comunidade São Judas Tadeu, em São Leopoldo, confrontou as bem-aventuranças com as promessas de felicidade da sociedade consumista. Em sua reflexão, Flório disse mais ou menos como segue.
Enquanto a ideologia capitalista declara felizes os que acumulam, Jesus anuncia a bem-aventurança para os pobres no espírito, para as pessoas totalmente livres e desapegadas de qualquer riqueza idolatrada.
O projeto mundano proclama feliz quem vive em festanças, ao passo que Jesus afirma que bem-aventuradas são as pessoas que agora choram, uma vez que irão superar as suas aflições.
Para o sistema do capital, felizes são os donos de grandes extensões de terra. Para Jesus, no entanto, bem-aventurados são os pobres que não têm terra, pois irão conquistá-la para nela viver e trabalhar.
Enquanto a mentalidade do projeto deste mundo diz que são felizes as pessoas que praticam a injustiça, Jesus atesta que bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, lutando para que essa fome e essa sede sejam saciadas.
A mística do capital declara felizes os individualistas voltados somente para seus próprios interesses, ao passo que Jesus anuncia que bem-aventuradas são as pessoas misericordiosas, solidárias.
Na propaganda de quem defende o poder financeiro, são felizes os desonestos e falsos, os cínicos e debochados. Para Jesus, porém, são bem-aventurados os puros de coração, as pessoas transparentes, sinceras, autênticas.
O sistema deste mundo proclama felizes os que alcançam o que querem através da violência e da guerra. Jesus afirma que bem-aventurado é quem promove a paz.
Por fim, os poderosos dizem que feliz é quem calunia e persegue aqueles que lutam por vida digna para todos. Jesus, contudo, declara felizes os perseguidos por causa de seu engajamento na luta pela justiça.
Hoje, Jesus renova o convite para nós: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33). E o caminho da justiça do Reino, o caminho da santidade, está na prática, não da letra da lei, mas do espírito da lei proposto nas orientações fundamentais para a vida, e que Jesus sintetiza nas bem-aventuranças. É um projeto que abrange a vida toda, envolvendo as relações com os bens, com as pessoas, conosco mesmos e com Deus.
Quem é verdadeiramente feliz? Qual a verdadeira felicidade?
“Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuranças. Estas são como que o bilhete de identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre «como fazer para chegar a ser um bom cristão», a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças. Nelas está deli-neado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida”.
“A palavra «feliz» ou «bem-aventurado» torna-se sinónimo de «santo», porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade” (Papa Francisco, GE n. 63-64).
“Sejam santos, porque eu sou SANTO” (Lev. 11,45)
Esta é a vocação fundamental à qual todos somos chamados. A santidade de Deus é a vocação universal de todos os seres humanos, cada um à sua maneira.
Deus colocou no coração de cada pessoa a busca da santidade. Uma busca que se experimenta como impulso vital, sopro do Espírito, aqui e agora, nas circunstâncias concretas da vida.
Nesse sentido, santos e santas são os portadores de vida, homens e mulheres que buscam viver intensamente; que acolhem a vida e a expandem, que bebem do prazer da vida e que ajudam os outros também a beberem, sabendo que a vida é dom, presente que compartilhamos, todos, no mundo. São pessoas em cujo entorno se desatam correntes de vida, esperança, alegria de viver, reconciliação e amor. “Os(as) santos(as), como os poetas, vivem de encantamentos…”, encantados com a vida, com a beleza, com a verdade...
Os santos e as santas são as testemunhas (martyria) da vida, ou seja, aqueles(as) que, inspirados na santidade de Jesus, são presenças inspiradoras no mundo, portadores(as) de valores humanos e que constroem suas vidas sobre a rocha firme do amor incondicional e generoso; homens e mulheres que “vivem um caso de amor com a vida”.
A santidade é nossa verdade mais íntima e universal.
Por isso, falamos de “santidade primordial”, ou seja, a força radical da vida, o anseio de viver, a decisão de viver mais intensamente, o impulso expansivo que move a pessoa a sair de si mesma e a entrar em sintonia com os outros, com a criação e com Aquele que “é três vezes Santo”. É a “faísca da santidade de Deus” presente no mais profundo do seu ser e que se deixa transparecer no seu modo de viver. Para muitas pessoas, é sua forma habitual de vida; a “santidade primordial” vai se fazendo conatural ao longo da existência.
Queremos com isso dizer que santa é a vida e santo(a) é defendê-la; fascinante é ver grandes esforços para protegê-la e potenciá-la. Ao defender e propiciar a vida, a santidade primordial se revela como “humana”, pois santo(a) é “ser humano(a)” por excelência.
Nessa santidade primordial tornam-se presentes as “virtudes” admiráveis, tanto as tradicionais como as novas, em tempos de compromisso e libertação: solidariedade, serviço, simplicidade, disponibilidade para acolher o dom de Deus, força no sofrimento, compromisso até o martírio, perdão ao ofensor...
Somos santos(as). Não somos santos(as) porque sejamos irrepreensíveis, senão simplesmente porque somos, e vivemos, nos movemos e somos sempre em Deus e Deus em nós, também quando nos sentimos medíocres e inclusive fracassados. Somos um tesouro em vasos de barro em formação, e Deus é o paciente oleiro na sombra mais profunda de nosso barro.
“Viver a partir da santidade de Deus” representa a melhor definição da santidade cristã: reconhecer-nos como quem recebe tudo de Deus, deixar-nos amar e guiar por Ele, assemelhar-nos a Ele para tornar visível, em nós, os sentimentos de compaixão e misericórdia que Ele tem para com todas as pessoas.
Em outras palavras, a santidade significa viver o divino que há em nós.
Só descobrindo o que há de Deus em nós, poderemos cair na conta da nossa verdadeira identidade.
Todos somos santos(as), porque nosso verdadeiro ser é o que há de Deus em nós; embora a imensa maioria
das pessoas não tem consciência disso ainda, não podemos deixar de manifestar o que somos. Somos santos(as) pelo que Deus é em nós, não pelo que nós somos para Deus. É santa a pessoa que descobre o amor que chega até ela sem mérito algum de sua parte, mas deixa-se envolver por este amor expansivo e passa a viver uma presença amorosa.
Os(as) santos(as) foram e são humanos por excelência. E a plenitude do humano só se alcança no divino, que já está presente em todos nós.
Nesse sentido, podemos dizer que as bem-aventuranças são a plenificação daquilo que é o mais humano em nós; elas são a quintessência da vivência da santidade, no caminho do seguimento e identificação com Jesus, a presença visível da santidade do Pai.
As bem-aventuranças não são leis para simplesmente evitar o mal, mas o potencial humano que, quando ativado, espalha criativamente, por todos os lugares, a Santidade, a Bondade e a Beleza divinas. Expressam, de modo conciso e explícito, o coração mesmo de Jesus e seu desejo ardente de contagiar a todos os que se encontravam com Ele.
Todos sabemos que, em muitos ambientes cristãos, quando se fala de santidade enfatiza-se muito mais a renúncia, a mortificação, o sofrimento, a austeridade, o sacrifício, a resignação..., ao passo que não é comum encontrar pessoas que, espontaneamente, associem santidade à alegria de viver e, em geral, a tudo aquilo que nos faz sentir melhores, sentir-nos bem e sermos mais felizes.
Jesus propõe a ventura sem limites, a felicidade plena para seus(suas) seguidores(as). Deus não quer a dor, a tristeza, o sofrimento; Deus quer precisamente o contrário: que o ser humano se realize plenamente, que viva feliz... Jesus acreditava na vida, e queria que todos vivessem intensamente.
Jesus anuncia as Bem-aventuranças como um programa para viver a santidade; e o motivo primeiro é porque todas elas são, na verdade, o caminho da santidade universal (acima e além de toda religião, pois elas são simples e profundamente humanas). As Bem-aventuranças são como o mapa de navegação para nossa vida; são o horizonte de sentido e o ambiente favorável para nossa santificação, entendida como empenho para viver com mais plenitude, segundo o querer de Deus.
Dizer que são felizes os pobres, os que choram, os mansos, os misericordiosos, os que tem fome e sede de justiça, os perseguidos... é um contrassenso para o nosso contexto social, onde ditoso é aquele que mais acumula bens, que tem mais poder, mais prestígio..., sem se preocupar com a situação dos outros.
As bem-aventuranças se visibilizam no pequeno, no cotidiano, no próximo mais próximo, e nos impulsionam a proclamar: a paz é possível, a alegria é uma realidade, a justiça não é um luxo, a mansidão está ao alcance da mão... Elas nos dizem que nascemos para a bondade, a beleza, a compaixão...
As bem-aventuranças devem ser escutadas e acolhidas como uma mensagem que brota do mais profundo da vida e que tem como finalidade apresentar, a qualquer pessoa, o mais humano que existe em nós.
Ser feliz é deixar viver a criatura livre, alegre e simples presente dentro de cada um de nós. A santidade é, assim, o livre curso da vida, o fluxo contínuo da Vida em nós que se “entretece” com a vida dos outros.
Texto bíblico: Mt 5,1-11
Na oração: A chave da felicidade está em permitir que se revele o sentido da luminosidade presente nas profundezas de nosso ser. O que nos tira a energia e nos torna estéreis é afastar-nos desse princípio vital que é o Divino em cada ser.
A santidade é luz expansiva do divino que se faz visível no “modo contemplativo” de viver.
- Sua presença junto às pessoas é transparência da santidade de Deus?
HOJE NÃO TEMOS O TEXTO EM ESPANHOL PORQUE NA ARGENTINA O DIA DE TODOS OS SANTOS É COMEMORADO NO DIA 1º. HOJE ELES COMEMORAM O DOMINGO DO TEMPO COMUM (EM 2022, 32º).