02/06/2024
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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: Deuteronômio 5,12-15
Salmo Responsorial. 80(81)R-Exultai no Senhor, a nossa força!
Segunda Leitura: 2 Coríntios 4,6-11
Evangelho: Marcos 2,23-3,6 ou (mais curto) 23-28
23.Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas. 24.Os fariseus observaram-lhe: “Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?”. Jesus respondeu-lhes: 25.“Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26.Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros”. 27.E dizia-lhes: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; 28.e, para dizer tudo, o Filho do Homem é senhor também do sábado”. 3.1.Noutra vez, entrou ele na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca. 2.Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem. 3.Ele diz ao homem da mão seca: “Vem para o meio”. 4.Então, lhes pergunta: “É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?”. Mas eles se calavam. 5.Então, lançando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: “Estende tua mão!”. Ele estendeu-a e a mão foi curada. 6.Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de prender.
Mc 2,23-3,6
Para defender os seus discípulos contra as acusações dos fariseus Jesus afirma: “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado”. O Evangelho é contra toda forma de rigidez cega, contra todo tipo de fanatismo. O cristianismo é muito exigente, requer sempre sacrifícios pessoais e grandes renúncias, mas tudo isso é feito à luz da misericórdia de Deus. São Paulo afirma, com outras palavras, a mesma verdade: “se desse meu corpo às chamas, mas não tivesse a caridade, isso de nada me adiantaria”.
A partir de Jesus, o sábado chega à sua plena realização no domingo. O descanso sabático é um símbolo e uma figura do que Jesus realizou na sua morte e ressurreição. O descanso prescrito pela lei é uma profecia do descanso verdadeiro que só podemos encontrar em Deus. Na verdade, o descanso é estar em Deus. Descansando, caímos na conta de que só alcançaremos o verdadeiro descanso se ele vir até nós. Jesus é o Senhor do sábado no sentido de que é Ele quem cumpre pessoalmente a profecia e a figura do sábado.
O homem e a mulher foram criados não tanto para os dias da semana: as preocupações e as fadigas, a construção e a desconstrução dos dias feriais. O homem e a mulher foram criados para o descanso, para o repouso. Deus mesmo vem ao nosso encontro em Jesus para nos oferecer o descanso: Vinde a mim... e encontrareis descanso.
O episódio da cura da mão seca durante o culto sinagogal no dia de sábado mostra o ponto alto da tensão que há entre Jesus e os seus inimigos. Essa tensão chega até mesmo à ruptura provocada pela pergunta de Jesus: “é permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer?”
Os rivais observam e espiam Jesus. Eles não estão interessados em resolver uma questão religiosa. A intenção deles é a de desacreditar Jesus, a de ter um pretexto para acusá-lo.
Jesus percebe a má intenção dos seus inimigos e, mesmo assim, tenta uma vez mais fazer com que eles reflitam e façam uma opção ética. A decisão que Jesus põe diante dos adversários consiste em fazer o bem ou o mal; inclusive o mal por omissão do bem. Essa pergunta de Jesus atinge em cheio os seus rivais pois eles, com seu legalismo, acabam proibindo o bem da cura e se permitindo o mal da intenção perversa de espiar Jesus. Os inimigos de Jesus escolheram sacrificar a saúde de um infeliz com a má intenção de acusar Jesus de uma desobediência à lei divina.
Jesus, por sua vez, faz uma outra escolha. A sua decisão ética é a de ajudar o doente e de, com isso, considerar as instituições religiosas e humanas relativas ao bem da pessoa. Os rivais de Jesus pensam que se deva sacrificar a pessoa à instituição. Jesus não aceita isso e coloca a instituição a serviço da pessoa humana.
9°DomTempo Comum – Mc 2,23-3,6 - Ano B-02-06-2024
“Estende a mão!” (Mc 3,5)
Retornamos ao tempo litúrgico conhecido como “Tempo Comum”, depois de termos feito o percurso do Tempo Quaresmal e do Tempo Pascal. Neste ano “B”, seguimos o evangelista Marcos.
O evangelho deste domingo nos motiva a fazer caminho com Jesus, que se revelou profundamente livre diante das tradições religiosas judaicas; o relato que a liturgia nos propõe encontramos Jesus “transgredindo” a lei do sábado em duas situações diferentes: uma no campo, onde os discípulos colhiam espigas de trigo para comer e outra na sinagoga, onde o próprio Jesus se encontra com um homem de mão atrofiada, excluído, carente de energia e vitalidade.
A sinagoga era o lugar onde se recordava e se celebrava o Deus que havia conduzido o seu povo “com braço estendido e mão forte” para a terra da liberdade; agora se converteu em um lugar onde a Lei afoga a liberdade dos filhos de Israel. A sinagoga se transformou no espaço onde se gera submissão, medo e escravidão; em vez de pôr as pessoas de pé, a caminho de uma nova Páscoa, atrofia seus braços e as paralisa; ela deixa de ser lugar de celebração da vida para ser lugar de exclusão, de indiferença e preconceito.
O sentido do sábado era este: dia de festa pelo bem-estar (Shalom) de todas as criaturas, dia da comunhão universal, do repouso da Criação em Deus. No entanto, a casuística e o legalismo farisaico fizeram da libertação um jugo e da festa um pranto.
Na sinagoga Jesus expressa sua dor e sua profunda irritação porque lhe dói a dureza de coração daqueles que fizeram de Deus uma propriedade privada e da sinagoga, uma garantia de seus interesses.
Jesus vai converter a sinagoga em lugar de vida para o filho de Israel paralisado; coloca-o de pé, estende-lhe a mão, leva-o para o meio, devolve-lhe a capacidade de decisão...
No centro da sinagoga, ao lado do “Santo” (espaço em que são conservados os livros sagrados), há uma elevação, o púlpito, onde fica quem preside e quem faz a leitura. O “centro” é, pois, o espaço que atrai as atenções de todos. É daí que, “paramentado”, o leitor proclama o texto da Torá e dos Profetas, seguido da pregação. Normalmente os doutores da Lei é que ocupavam a tribuna para fazer a pregação.
O centro, portanto, é o lugar mais importante (e sagrado) da sinagoga, o lugar de onde a Torá ilumina a conduta do ser humano.
O homem da mão seca certamente estava sentado (“levante-se”) quando Jesus lhe ordena “ocupar o lugar da Torá”. Uma pessoa deficiente é o centro de todas as atenções. Em vez de ler a Torá, Jesus provoca a assembleia a fazer outra leitura – a leitura da vida de um homem estigmatizado pela má interpretação da lei. Em outras palavras, trata-se de permitir que fale o espírito da Lei, e não sua letra. Jesus provoca seus adversários, acusando-os de transformar o sábado em dia de opressão, a festa em dor.
Para o homem da mão seca, ocupar o “centro” não era apenas dar uns passos rumo ao meio da sinagoga.
Certamente Jesus pretendia que ele encontrasse o próprio centro, que reconhecesse a própria dignidade de ser humano, que descobrisse o “eixo” da própria vida, assim como o ser humano foi criado como centro de toda Criação. Não é a mão seca que diminui ou suprime a dignidade do ser humano, como não são as mãos sadias a incrementá-la ou garanti-la. O deficiente foi convidado a viajar para o próprio centro à procura de sua “alma”, seu eixo, seu “eu interior”. Com isso pode estender o braço, mostrar a mão, sem medo de dizer “eu sou gente”. Aí se dá a cura total da pessoa.
Para que possa ser curado, ele precisa encarar sua deficiência, precisa tornar-se o centro das atenções, não pode se esconder dos olhares dos outros. Jesus exige que faça exatamente aquilo que sempre tentou evitar: colocar-se no centro, ser observado e considerado.
Mas, Jesus queria atingir também a assembleia e os defensores do legalismo do sábado. Agora põe como ponto de partida para todas as leis uma pessoa concreta, com suas necessidades especiais.
Quando ordena ao deficiente físico ocupar o centro, Jesus pretendia atingir tanto o doente quanto os que, embora fossem fisicamente sãos, eram profundamente doentes de fundamentalismo e legalismo.
O sábado nasce como dia de comunhão com Deus e com as pessoas, como festa pela vida que percorre a vida de todos. Enquanto uma criatura de Deus estiver privada de liberdade e de vida, o sábado e a festa terão sempre o gosto amargo da exclusão e do preconceito.
Os letrados e fariseus de hoje também não se alegram quando o favor, o perdão e a misericórdia de Deus se aproximam dos pecadores e excluídos. Eles têm prazer doentio em impor sobre os outros “pesados fardos”, ritos vazios, mortificações e penitências que alimentam culpa...
Há concepções de “Deus” que matam a festa, a alegria e o prazer de celebrar a vida; há homens e mulheres piedosos que não sabem de banquete, de dança e de alegria. Há pessoas que não suportam a ternura e a compaixão de Deus; parece que estão cheias de ressentimentos e frustrações, como se a experiência de Deus não fosse uma experiência prazerosa e vivificante. Não suportam a alegria dos outros, não se alegram pelo fato de que os pecadores tenham festa e perdão, os solitários tenham companhia, os atrofiados recuperem sua liberdade e autonomia. Determinadas concepções de “Deus” provocam atrofia do coração.
O homem da “mão ressequida” é um personagem significativo. Jesus não hesita em transgredir o preceito sabático e declara o supremo valor da vida. Temos aqui um homem impedido, pela atrofia e pelos preconceitos religiosos, de exercer sua vida plena, sua autonomia e, provavelmente, de participar integralmente do culto judaico. Lucas especifica ser a mão direita. A mão é símbolo da força e da liberdade: através das mãos é que são realizados os trabalhos: “dos trabalhos de tuas mãos hás de viver” (Sl 128,2); também na oração elas são meios de expressão: “à noite estendi a mão, sem descanso” (Sl 77,3).
Em termos antropológicos, ter as mãos atrofiadas pode significar ausência de liberdade, de autonomia. Machucar ou quebrar a mão ou o braço impede o exercício de funções e cria dependências. Ficar de pé e ter a mão curada está em oposição à interpretação do sábado proposta pelos fariseus e doutores da lei que criavam impedimentos, tolhendo a maturidade e a autonomia dos fiéis perante o culto e a sociedade.
Jesus é o Senhor do sábado e liberta o homem para o exercício da vida plena: trabalho e celebração, fé e vida.
O Evangelho deste domingo também nos motiva a descer e transitar pela nossa sinagoga interior, em companhia do Senhor; ali encontraremos dimensões da vida que estão atrofiadas: nossa auto-imagem, sentimentos negativos, rejeições, feridas, fracassos... que, embora dentro da sinagoga, estão em um canto, escondidas dos olhares dos outros. Tais situações consomem energia e esvaziam o fluir da vida.
O que é mais desumanizante e trágico não é ter mãos atrofiadas, mas ter mentes e corações bloqueados pelo negacionismo, intolerância, preconceito... Mentes atrofiadas são geradoras de mentiras (fake news) e incapazes de uma visão mais crítica da realidade; mentes manipuladas por aproveitadores de plantão; mentes incapazes de discernimento e de criar algo novo... Corações atrofiados são fonte de rigidez, de insensibilidade, de falta de compaixão; corações de pedra que só expelem veneno e impedem toda possibilidade de encontro e de acolhida; corações incapazes de bombear uma só gota de amor, mas só injetam veneno nas relações familiares, sociais, religiosas, carregando o ambiente de violência, exclusão e ódio.
E Jesus mete o dedo na chaga daqueles que são “duros de coração”. Ele os chama de hipócritas, pois sabem manejar a lei segundo seus próprios interesses, mas incapazes de compaixão. O que Jesus não suporta é a falta de compaixão dos “piedosos”, “lobos revestidos em pele de cordeiro”.
Para meditar na oração:
A narrativa deste domingo nos convida a encarar a nossa vida e parar de nos esconder por trás de outros; nos encoraja a arriscarmos, pois somente assim poderemos lidar com os conflitos com os quais somos confrontados e dos quais não devemos fugir.
- Na “sinagoga” que é você (pensamentos, emoções, reações, dizeres, olhares, conhecimentos, atitudes), o que está paralisado? atrofiado?
Naturalmente, a celebração da missa mudou ao longo dos séculos. Dependendo da época, os cristãos destacaram alguns aspectos e negligenciaram outros. A missa tem servido de enquadramento para celebrar coroações de reis e papas, prestar homenagens ou comemorar vitórias de guerra. Os músicos transformaram isso em um concerto. O povo integrou-o nas suas devoções e costumes religiosos...
Passados vinte séculos, talvez seja necessário recordar alguns traços essenciais da Última Ceia do Senhor, tal como foi recordada e vivida pelas primeiras gerações cristãs.
No pano de fundo daquele jantar há uma firme convicção: os seus seguidores não ficarão órfãos. A morte de Jesus não poderá quebrar a sua comunhão com ele. Ninguém precisa sentir o vazio de sua ausência. Os seus discípulos não ficam sozinhos, à mercê das vicissitudes da história. No centro de cada comunidade cristã que celebra a Eucaristia está Cristo vivo e atuante. Aqui está o segredo de sua força.
A fé dos seus seguidores é alimentada por ele. Não basta comparecer a esse jantar. Os discípulos são convidados a “comer”. Para alimentar a nossa adesão a Jesus Cristo precisamos reunir-nos para ouvir as suas palavras e introduzi-las nos nossos corações; precisamos aproximar-nos da comunhão com Ele, identificando-nos com o seu estilo de vida. Nenhuma outra experiência pode nos oferecer alimento mais sólido.
“Corpo entregue” e “sangue derramado”
Não devemos esquecer que “comungar” com Jesus é comungar com alguém que viveu e morreu “doado” totalmente aos outros. É assim que Jesus insiste. O seu corpo é um “corpo dado” e o seu sangue é um “sangue derramado” para a salvação de todos. É uma contradição abordar a “comunhão” com Jesus resistindo à preocupação com algo que não seja o nosso próprio interesse.
Não há nada mais central e decisivo para os seguidores de Jesus do que a celebração desta Ceia do Senhor. Por isso temos que cuidar tanto disso. Bem celebrada, a Eucaristia molda-nos, une-nos a Jesus, alimenta-nos com a sua vida, familiariza-nos com o Evangelho, convida-nos a viver numa atitude de serviço fraterno e sustenta-nos na esperança do reencontro final com Ele.
No evangelho deste domingo, encontramos Jesus em dois cenários muito distintos, mas o tema é o mesmo, a estrita observância do sábado (Mc 2, 23-3, 6). No primeiro cenário, Jesus atravessa um campo de trigo maduro para a colheita. Os discípulos vêm atrás, arrancam espigas, debulham e comem. Fariseus interpelam o Mestre: “Olhai, por que eles fazem em dia de sábado, o que não é permitido!” (Mc 2, 24).
No segundo cenário, Jesus entra, no mesmo dia, na sinagoga de Cafarnaum e se depara com um homem com a mão seca: “Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusa-lo” (3, 2). O descanso sabático era preceito chave da religião judaica. Refere-se ao trabalho quotidiano, evoca a saída do trabalho escravo no Egito e a resistência à exploração do seu trabalho, quando voltaram a ser escravos durante o exílio na Babilônia.
Para reforçar sua observância, o Gênesis diz que o próprio Deus, depois de haver criado céu e terra, animais, aves e peixes e ainda o homem e a mulher, descansou no sétimo dia (Gn 2, 1-2). O texto do Deuteronômio, na primeira leitura deste domingo, retoma o que está na tabua dos dez mandamentos no livro do Êxodo: “Guarda o dia do sábado, para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou. Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras. O sétimo dia é o do sábado, o dia do descanso dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem algum dos teus animais, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades, para que assim teu escravo e tua escrava repousem da mesma forma que tu.
Lembra-se de que foste escravo no Egito” (Dt 5, 12-15). Esta tendência verifica-se até hoje: tiramos nosso dia de descanso, mas fazemos trabalhar a empregada doméstica. O trabalhador nacional consegue um trabalho de carteira assinada (hoje cada vez menos), mas o estrangeiro, o boliviano nas oficinas de confecções trabalha clandestinamente e não sabe o que é descanso no sábado ou no domingo. Descansa o homem, mas é mais difícil que descanse a mulher e que fique livre dos cuidados das crianças e dos afazeres domésticos.
Daí, a insistência do Deuteronômio: não apenas o filho homem, mas também a filha mulher deve descansar, não só o escravo, mas também a escrava e ainda o estrangeiro e até mesmo o boi, o jumento e outros animais, pois a natureza igualmente tem direito ao descanso. Jesus, porém, coloca a necessidade e a vida, acima da própria lei. Relembra que o Rei Davi, entrou na casa de Deus em dia de sábado e comeu dos pães oferecidos a Deus que só aos sacerdotes era permitido comer e ainda os repartiu aos seus companheiros na guerrilha, porque estavam com fome. Jesus arremata a disputa dizendo: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” (2, 27}. Na sinagoga, vendo o homem com a mão seca, lança a pergunta: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal?” Face ao silêncio de todos, “Jesus olhou ao redor cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração, e disse ao homem: “– Estende a mão”. “Ele a estendeu e a mão ficou curada” (3, 4-5).
Diante da ousadia de Jesus, fariseus e herodianos, que eram inimigos entre si, puseram-se de acordo e “tramaram, imediatamente, contra Jesus, a maneira como haveriam de mata-lo” (3, 6). Os discípulos transgredem a letra da lei do sábado, comendo as espigas e também Jesus ao curar em dia de sábado, mas não o verdadeiro espírito da lei. Nos dois casos, o sábado existe para a defesa da vida, da justiça, da compaixão e da misericórdia e este é o seu verdadeiro sentido.
O texto do Evangelho de Marcos que lemos neste domingo nos coloca no sábado. Lembremo-nos de que o sábado é o dia de descanso dos judeus, um dia sagrado que, em seus primórdios, foi uma conquista que implicava, para a equidade do direito ao descanso e também a possibilidade de expressar sua fé, seu culto e adoração ao Deus da vida, o Deus rico em misericórdia em quem eles acreditavam e a quem amavam. É um dia em que as pessoas se reúnem para orar, deixando todas as atividades para adorar o Deus em quem acreditam e a quem adoram. Infelizmente, o sábado, como o dia consagrado a Deus, foi esvaziado de conteúdo e ficou apenas no exterior, no cumprimento da norma e do rito em si, quase sem significado.
No capítulo 1 do Evangelho de Marcos, em uma discussão sobre o jejum, Jesus já havia mencionado que não colocaria pano novo em pano velho, nem vinho novo em odres velhos. Desde o início, ele já é visto como um transgressor de regras que perderam o sentido e que simplesmente permaneceram no ritual externo, perdendo a motivação original que as gerou, como está relatado em Dt 5:12-15: "Não trabalharás no sábado... para que o teu escravo e a tua serva descansem como tu, porque também tu foste escravo um dia".
No texto do evangelho lido neste domingo, Jesus e os discípulos estão passando por campos de trigo e, sentindo fome, colhem espigas de trigo no caminho. O fato em si é irrelevante e a lei permitia acalmar a fome cortando as espigas de milho. O problema é o dia em que isso acontece: é o sábado! Mais uma vez, os fariseus censuram Jesus pelo fato de seus discípulos estarem fazendo o que não lhes é permitido fazer no dia de descanso prescrito pela Lei. Parece que os fariseus seguem Jesus para censurá-lo por não guardar a Lei e, portanto, ser um transgressor e levar as pessoas que o seguem a desobedecer a Deus, desviando-as do caminho certo. Conhecedor da Lei, Jesus responde com clareza e verdade, referindo-se ao que Davi fez quando entrou no templo e comeu, junto com seus companheiros, o pão oferecido a Deus (Mc 21,1-7). Ele conclui dizendo: “O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado” e acrescenta algo mais que, sem dúvida, escandaliza aqueles que o ouvem: "O Filho do Homem é Senhor até do sábado". Acima de qualquer lei está o ser humano, e nenhuma lei que oprima, marginalize ou exclua vem de Deus. Deus, Pai amoroso, rico em misericórdia, não justifica uma lei que leve à escravidão, a deixar de lado uma pessoa ou um grupo humano em condições de inferioridade ou isolamento social.
Acompanhamos Jesus quando ele entra "novamente" na sinagoga. De acordo com o evangelista, Jesus já estava na sinagoga, onde ensinou e mostrou sua autoridade ao libertar um homem oprimido por um espírito impuro. Na sinagoga, há "um homem com uma mão seca", mas também há "algumas pessoas que o espionavam para ver se Jesus o curaria no sábado, para que pudessem acusá-lo".
Com o gesto de pedir ao homem que se levante e fique no meio, Jesus desafia aqueles que o estão espionando para acusá-lo. E, mais uma vez, ele apresenta sua oposição a Jesus.
E mais uma vez ele apresenta sua oposição a essa falsa interpretação da que leva à exclusão e à discriminação. “O que é que a Lei permite no sábado: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matá-la?”. Jesus coloca no centro de sua atividade a vida do ser humano, a dignidade de cada pessoa e não há lei que possa justificar a passividade ou a indiferença.
Jesus então olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eles eram duros de coração.
Aqueles que deveriam ser seus colaboradores, aqueles que esperavam a vinda do Messias e se consideravam verdadeiros intérpretes da lei, são aqueles que, desde o início de sua atividade, o espionam para acusá-lo. O modo de agir de Jesus é um desafio para eles. E a atitude deles gera raiva e tristeza por um lado. Eles também não são indiferentes a Jesus, mas, fechados em sua própria interpretação, não conseguem se abrir para a novidade que Jesus traz. São duros de coração, cegos em suas próprias convicções e, portanto, excluem e marginalizam aqueles que não se encaixam em seus parâmetros.
Diante da dor, do sofrimento, da injustiça, da discriminação e de todas as formas de opressão que escravizam os seres humanos, Jesus se apresenta como um Deus da vida.
Ele veio para dar uma resposta libertadora. Neste momento, em face de enchentes no Rio Grande do Sul, como escreve Jung Mo Sung pode surgir a pergunta “por que “Deus” permite que pessoas boas sofram assim? Pode Deus ser insensível ou injusto? Se Deus é bom, esses sofrimentos seriam provas da impotência de Deus e, portanto, não ser deus de verdade, mas apenas uma projeção do desejo humano? (cfr. Por que Deus permitiu a enchente? A pergunta que pede resposta. Artigo de Jung Mo Sung).
Deus nos convida a uma liberdade que só é possível se tivermos a possibilidade de escolher, de agir, de nos solidarizarmos com o irmão que está ao nosso lado e de demonstrar solidariedade. Como disse o Papa Francisco em frente ao Memorial dedicado aos marinheiros e migrantes perdidos no mar, em Marselha: “Somos obrigados a nos abaixar, a sentir compaixão”, exorta. “Abramos – acrescenta – as portas das igrejas e das casas paroquiais, mas sobretudo as do coração, para mostrar através da nossa mansidão, gentileza e acolhimento o rosto de Nosso Senhor. Que qualquer um que se aproxime de vocês não encontre distâncias e juízos, encontre o testemunho de uma alegria humilde, mais fecunda que qualquer capacidade ostentada. Que os feridos da vida encontrem no seu olhar um porto seguro, um alento no seu abraço, um carinho nas suas mãos, capazes de enxugar as lágrimas.
Mesmo nas muitas ocupações de cada dia, por favor, não deixem que falte o calor do olhar paterno e materno de Deus”. Francisco: fraternidade ou indiferença. Estamos diante de uma encruzilhada civilizacional.
Os textos deste 9º domingo do tempo comum nos convidam a uma reflexão profunda sobre o papel da lei, da justiça e da misericórdia.
Aprendemos desde criança que Deus, ao concluir toda a obra de sua criação, e vendo que tudo estava muito bom, descansou no sétimo dia e o abençoou como dia santo de guarda (Gênesis 2:2-3).
Logo na primeira leitura de Deuteronômio 5,12-15, encontramos pesadas regras sobre o Shabbat (sábado) e a própria leitura reafirma as origens do dia, “Lembra-te de que foste escravo no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado” (Dt 5,15). A comunidade autora quer afirmar a necessidade de uma drástica centralização de sua adoração e a preocupação com a posição das pessoas pobres, mas destacamos o trecho de perpétua lembrança, dos tempos de escravidão, afinal, as gerações passam e com o tempo toda a dor e sofrimento são esquecidos por aquelas que vivem a liberdade.
Os chefes da lei e sacerdotes transformaram os 10 mandamentos em 613 preceitos, ao longo de toda história do povo judeu, estas pessoas buscavam tentar ligar os diversos códigos sobre o que fazer e não fazer em dia santo, onde e como se vestir, verdadeiramente regras sobre o que é certo e errado, o que é puro e impuro; algo parece familiar como esse tipo de comportamento? Não tão distantes encontramos movimentos dentro de nossas igrejas que buscam a missa de “sempre”, julgando-se donos da “tradição”, celebrando as orações em latim, jovens moças de véu na cabeça, cantos em estilo gregoriano e jovens sacerdotes com vestes que estavam ocupando lugares em painéis de exposição de museus.
O concílio Vaticano II não proibiu tais celebrações, pelo contrário permitiu que fosse renovada a forma de celebrar, inculturando as realidades da igreja universal sem perder a essencialidade do ministério. Muitos desses paladinos da tradição se agarram nas passagens sobre a lei e a moral. No Evangelho segundo Marcos 2,23-3,6, Jesus confronta os fariseus, sobre o gesto de seus discípulos de colherem grãos no campo, no dia de sábado, para saciar a fome. Sabiamente Jesus recorda a passagem de 1 Samuel 21:6, onde Davi pede aos sacerdotes o pão preparado para as ofertas ao altar do Senhor, mas quem cometeu, segundo os preceitos, a infração, Davi ou o Sacerdote? É claro que não podemos culpar ninguém, afinal, o pão após a oferta seria consumido pelos sacerdotes ou dispensado fora.
O trecho acrescentado de Mc 2,27: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” por si se explica, não podemos nos permitir aprisionar em pesados fardos de leis de pureza, porém também não podemos viver sem regras e preceitos, observar a lei está atrelado hoje a agir com misericórdia, amor e caridade. Ao entrar na sinagoga, o novo confronto, agora com o homem da mão seca, a licitude sobre fazer o bem no sábado é colocada em debate, colocar o homem no “meio” mais que o colocar em evidência é dar a centralidade do amor aos necessitados.
Recentemente a Campanha da Fraternidade (CF) e a Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) vêm sofrendo ataques de grupos católicos, defensores da “tradição”, vídeos, podcasts, e mensagens de WhatsApp são compartilhadas todos os dias em diversos grupos sociais com fake news sobre a CF e a CNBB, alguns desses vídeos questionam, inclusive, o magistério do Papa Francisco, provocando movimentos sede vacantistas. Alguns desses grupos afirmam que a CF não está associada a quaresma, de Jejum, oração e caridade, quando pelo contrário, todas as campanhas da fraternidade sempre convocaram nossas irmãs e irmãos ao serviço de oração, mas de maneira comunitária e cultural, jejum para além da abstinência de comida, mas para uma mudança de realidade e uma caridade que vai muito além de servir sopa de madrugada, mas uma caridade realmente inclusiva e transformadora. Desde que foi criada em 1952, a CNBB, vem se posicionando como um farol ao povo brasileiro, ela poderia ser um clube de seletos homens escolhidos por Deus para o Episcopado, mas em todas as suas assembleias gerais a CNBB vem se manifestando e incidindo sobre a nação, o grande exemplo disso foi a lei da ficha limpa, publicada em agosto de 2016.
Jesus criticou o sistema político e religioso de seu tempo, mas sua crítica estava fundamentada no argumento de que o clero colocou sobre o povo leis quase impossíveis de serem realizadas, a religião deve ser um caminho para Deus a partir da realidade do povo, não em cumprimentos de regras sobre fazer ou não fazer. Por isso ele olhou para eles “…cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração…” Mc 2,5. A busca por tentar se aproximar de Deus pode transformar nossa prática de fé em duras doutrinas, chegando em alguns casos a tramar contra a vida, assim como fizeram os partidários de Herodes.
Em sua carta aos Coríntios, Paulo propõe uma bonita forma de encarar a vida e o ministério, somos tesouros em potes de barro, o principal vem de Deus, o externo é frágil e, desta forma, busquemos sempre o que Deus enriquece a nós, podemos ser “perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados”. 1Co 4,9. Confiar em Deus é permitir que ele aja em nós, sem duras amarras e pesados fardos, os que buscam a missa de “sempre”, ou o jeito certo de fazer a quaresma sem a CF e a CNBB, um conselho, cuidado para não engessar sua fé, afinal, o Espírito Santo de Deus é livre e sopra onde quer. O segredo da felicidade já foi escrito pelo padre Zezinho “Amar como Jesus amou, Sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, Viver como Jesus viveu” ( trecho da música Amar como Jesus amou. Pe. Zezinho, SCJ)
Textos de apoio: Dt 5,12-15 2Cor 4,6-11 Mc 2,23-3,6
Por Gilson Dias
CEBI AM
cebiamazonas@cebi.org.br
@cebi.am
Thomaz McGrath
A Leitura Orante deste Domingo (9º do Tempo Comum) convida-nos a refletir sobre a celebração do Dia do Senhor, (sábado para os judeus, domingo para nós), fe o papel da Lei, rituais e mera formalidades em nossa vivência da religião.
Vamos preparar nos colocando na presença do Pai.
Em nome do Pai ...
Confesso a Deus ...
Vinde Espírito Santo ...
Oremos. Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos pedimos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Ajude nos por meio dessa Leitura Orante a perceber o papel da Lei e dos rituais na nossa vivencia da fé. Por Jesus, vosso Filho, e irmão nosso que vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém
Deus nos fala
A primeira leitura recorda-nos o preceito do terceiro mandamento, de guardar o dia do Senhor, para que seja um dia de união com Deus e com os irmãos, e não cumprimento de uma lei sem sentido.
Deuteronômio 5,12-15
Moises disse ao povo — "Guarde o sábado, que é um dia santo, como o Senhor Deus mandou.13 Faça todo o seu trabalho durante seis dias da semana;14 mas o sétimo dia da semana é o dia de descanso, dedicado a mim, o seu Deus. Não faça nenhum trabalho nesse dia, nem você, nem os seus filhos, nem as suas filhas, nem os seus escravos, nem as suas escravas, nem os seus animais, nem os estrangeiros que vivem na terra de você. Assim como você descansa, os seus escravos também devem descansar. 15 Lembre que você foi escravo no Egito e que eu, o Senhor, seu Deus, o tirei de lá com a minha força e com o meu poder. É por isso que eu mando que você guarde o sábado.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo do ardor apostólico de Paulo, para quem ser evangelizador equivale a ser um prolongamento da vida de Cristo que deve ser visível naqueles que a anunciam. Apesar das fragilidades humanas, a mensagem evangélica não fica comprometida, porque é um tesouro precioso, sinal de que a obra evangelizadora é obra do poder de Deus.
Segunda Carta aos Coríntios 4,6-11
6 O Deus que disse: "Que da escuridão brilhe a luz" é o mesmo que fez a luz brilhar no nosso coração. E isso para nos trazer a luz do conhecimento da glória de Deus, que brilha no rosto de Jesus Cristo.
7 Porém nós que temos esse tesouro espiritual somos como potes de barro para que fique claro que o poder supremo pertence a Deus e não a nós.8 Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos derrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados.9 Temos muitos inimigos, mas nunca nos falta um amigo. Às vezes somos gravemente feridos, mas não somos destruídos.10 Levamos sempre no nosso corpo mortal a morte de Jesus para que também a vida dele seja vista no nosso corpo.11 Durante a vida inteira estamos sempre em perigo de morte por causa de Jesus, para que a vida dele seja vista neste nosso corpo mortal.
O Evangelho, retomando a mesma temática, mostra que, quando se faz uma interpretação rigorista dos preceitos da Lei, esta deixa de cumprir a sua missão de estar ao serviço do homem. Jesus convida-nos, por isso, a posicionar-nos a favor dos necessitados, tendo em conta que o Dia do Senhor foi feito para o homem, não para fazer do homem um escravo. É um convite a vivermos não do preceito, mas da Lei que assumimos no nosso coração
Marcos 2,23-3,6
23 Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas.
24 Então alguns fariseus perguntaram a Jesus: — Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado?
25 Jesus respondeu: — Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome?
26 Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso.
27 E Jesus terminou: — O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado.
28 Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o sábado.
1 Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada.
2 Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para ver se ele ia curar o homem no sábado.
3 Ele disse para o homem: — Venha cá!
4 E perguntou aos outros: — O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer? Ninguém respondeu nada.
5 Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse para o homem: — Estenda a mão! O homem estendeu a mão, e ela sarou.
6 Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes , começaram a fazer planos para matar Jesus.
ORAÇÃO de resposta – Elevemos, com muita confiança, nossa oração ao Pai, que enviou Jesus Cristo para destruir a escravidão e dar-nos um coração de filhos.
R. Escutai-nos, Senhor.
1. Senhor, dai ao Papa Francisco saúde, coragem e uma voz forte para anunciar fielmente o evangelho de Cristo, e denunciar os genocídios acontecendo em nosso mundo de hoje. R.
2. Senhor, dai às lideranças do mundo um senso de respeito à vida e dignidade de todos. R.
3. Senhor, dai aos povos sofridos nas áreas de guerra a força de continuar resistindo e assim testemunhar a sua fé num Deus libertador. R
4. Senhor, dai a todos que acreditam na justiça, paz e fim das guerras, a coragem de sair do anonimato e protestar em favor do fim das guerras e a venda de armas de destruição. R.
(Preces espontâneas)
– Senhor, ajudai-nos a partilhar na vida a alegria e a esperança, as limitações e os sofrimentos de nossos irmãos, como estamos compartilhando nesta celebração, a Palavra do Pai. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
SALMO 81
Exultai no Senhor, a nossa força!
1 Cantem com alegria a Deus, o nosso defensor; cantem louvores ao Deus de Jacó.
2 Comecem a música e toquem os tamboris; toquem músicas alegres nas liras
e nas harpas.
3 Toquem a trombeta para a festa quando chegar a lua nova e quando for lua cheia.
4 Isso é lei para Israel, é uma ordem do Deus de Jacó.
5 Quando Deus marchou contra a terra do Egito, ele deu essa lei ao povo de Israel.
Ouvi uma voz, que eu não conhecia, dizendo:
6 "Eu tirei das costas de vocês as cargas pesadas, fiz com que vocês ficassem livres
de carregar os cestos cheios de tijolos.
7 Quando estavam aflitos, vocês me chamaram, e eu os salvei. Lá de onde eu estava escondido, na tempestade, eu lhes respondi. Eu os pus à prova na fonte de Meribá.
8 Meu povo, escute os meus conselhos! Ó Israel, como eu gostaria que você me ouvisse!
9 Nunca mais sirvam nenhum deus estrangeiro, nem adorem nenhum deus estranho.
10 Eu sou o Senhor, o Deus de vocês, sou aquele que os tirou da terra do Egito.
Abram a boca, e eu os alimentarei.
11 "Mas o meu povo não quis me ouvir; Israel não me obedeceu.
12 Portanto, eu deixei que eles andassem nos seus caminhos de teimosia e que fizessem o que queriam.
13 Como gostaria que o meu povo me ouvisse, que o povo de Israel me obedecesse!
14 Eu derrotaria logo os seus inimigos e castigaria todos os seus adversários.
15 Aqueles que me odeiam se curvariam diante de mim, e o castigo deles duraria para sempre.
16 Mas a vocês eu daria o melhor trigo e os alimentaria com mel do campo, até que ficassem satisfeitos."
Oração Final
Senhor, bendito sejas pela alegria desta Leitura Orante! Agora transforma em força as nossas fraquezas, enche de presença a nossa solidão, dá-nos a paz quando estivermos em conflito e discernimento para escolher os teus caminhos. T – Amém.
Ver em anexo dois excelentes reflexões sobre a Leitura Orante de hoje:
1. “Olhar Sobre Fazer o Bem – Marcos 2,23-3,6” – Gilson Dias, CEBI, Amazonas
2. “Jesus sobrepõe às leis o direito à vida” - Ildo Bohn Gass.
DEHONIANOS - clique no link para ler os comentários dos Dehonianos.
(Hoje não temos o texto de D. Damian Nannini)