O Brasil é um país com altos índices de violência, principalmente a provocada contra a mulher, sendo o agressor, na maioria dos casos, parceiro da vítima. Isso acontece, sobretudo, devido a cultura patriarcal que existe no país, já que no passado, durante muito tempo as mulheres lutaram por direitos básicos que não lhes eram concedidos. Após muitas lutas surgiu a Lei Maria da Penha, com o principal objetivo de punir adequadamente o agressor e prevenir a violência doméstica contra a mulher. Surgiram, também, redes de enfretamento à violência contra as mulheres e o abrigamento como alternativa de proteção a essas vítimas. O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico de Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica na cidade de Arapongas – PR. Para isso, foram realizados levantamentos bibliográficos acerca da temática, buscando na arquitetura acolhedora, na psicologia ambiental e na biofilia soluções projetuais que contribuíssem para o abrigamento em um espaço que seja acolhedor, seguro e restaurador para os usuários, que são mulheres, junto de seus filhos, que estão em situação de vulnerabilidade. Também foram pesquisadas obras correlatas que compusessem referenciais arquitetônicos importantes para o desenvolvimento do projeto, bem como levantamento da realidade de Arapongas, quanto aos índices de violência doméstica e à infraestrutura existente para as redes de enfrentamento, revelando a demanda por projetos que atendam adequadamente essas mulheres. A partir dos estudos, o projeto foi proposto em terreno próximo ao centro da cidade, visando garantir a acessibilidade, além da integridade física e emocional das acolhidas. O trabalho trouxe discussões sobre o impacto que a arquitetura pode causar na pessoa em situação de vulnerabilidade social, tratando-se, especialmente, de mulheres vítimas de violência. 

Palavras-chave: Arquitetura de Abrigamento. Psicologia Ambiental. Design Biofílico. Rede de Proteção. Vulnerabilidade Social. 

“Já é tarde, tudo está certo Cada coisa posta em seu lugar Filho dorme, ela arruma o uniforme Tudo pronto pra quando despertar O ensejo a fez tão prendada Ela foi educada pra cuidar e servir De costume, esquecia-se dela Sempre a última a sair Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa, assume o jogo Faz questão de se cuidar Nem serva, nem objeto Já não quer ser o outro Hoje ela é um também A despeito de tanto mestrado Ganha menos que o namorado E não entende por que Tem talento de equilibrista Ela é muita, se você quer saber Hoje aos 30 é melhor que aos 18 Nem Balzac poderia prever Depois do lar, do trabalho e dos filhos Ainda vai pra night ferver Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa, assume o jogo Faz questão de se cuida Nem serva, nem objeto Já não quer ser o outro Hoje ela é um também” 

Pitty – Descontruindo Amélia