O presente trabalho parte de uma proposta de anteprojeto de uma Unidade Hospitalar de Cuidados Paliativos, também conhecido como Hospice para a cidade de Londrina/PR. Muitas vezes mal interpretada, a palavra Hospice significa não somente um edifício, mas também uma filosofia que reconhece e cuida com respeito o sofrimento global de um doente em fase terminal, isto é, cuida do corpo, da mente e do espírito, proporcionando bem-estar, qualidade de vida e uma morte digna. A cidade de Londrina possui dois equipamentos na área da saúde voltados para o cuidado paliativo, porem esses equipamentos são dependentes de outros e não funcionam de forma autônoma. Devido ao aumento da faixa etária do município nos últimos anos, Londrina comportaria um edifício autônomo e existiria a procura pelas famílias em busca de um local confortável, que proporcionara o bem-estar, para que as pessoas se sintam tranquilas em deixar o ente querido no edifício, sabendo que pode visita-lo. Vislumbra-se então um projeto não para celebrar a morte, e sim o fim da vida, com objetivo de disseminar o conhecimento adequado sobre o tema, no qual o espaço físico proporciona ao paciente um controle do tempo, uma rotina. A arquitetura que celebra o final da vida deve marcar a passagem do tempo através do que o tempo nos oferece naturalmente, sendo a trajetória solar fundamental para que ocorra o controle e a desaceleração da passagem do tempo na medida em que caminha pelo edifício projetando as sombras. Em uma última análise, desempenha o papel de terapia secundária, garantindo espaços confortáveis, humanizados, que proporcionem a integração dos usuários com a natureza e com os outros usuários garantindo um bem-estar nessa fase transitória entre a vida e a morte, para um melhor aproveitamento do tempo no final da vida.

Palavras-chave: Arquitetura. Hospice; Cuidados Paliativos; Câncer; Londrina.

“Não sei por que as pessoas contratam arquitetos
e depois dizem a eles o que fazer.”

Frank Gehry