Tropa de Elite e a Moralidade Satânica

Tropa de Elite e a Moralidade Satânica

Leia em 7 minutos.

Na última terça-feira dia 24 de outubro de 2007, ao entrar no MSN, me deparo com o seguinte  nickname: Capitão Nascimento. O maior satanista que já existiu. Pode haver um certo exagero na empáfia da frase, especialmente porque Nascimento jamais existiu além da obra de ficção. Mas ele não estava totalmente errado.

Excluindo os bandidos, petistas, pseudo-intelectuais e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, que no fim não passam de várias faces da mesma força reacionária que infesta este país. Tropa de Elite reflete claramente aquilo que o Brasil enxerga como solução para suas chagas. Ser comandado por mãos corajosas, incorruptíveis, que não medem esforços para chegar à verdade não importa quão longe e/ou oculta ela esteja. Esta moralidade que se recusa em dar a outra face para se bater é também um dos pontos cruciais do movimento satânico moderno.

Wagner Moura no filme, lidera um grupo aclamado por sua coragem e destreza no trato com a marginalidade. A Lei do forte e a sua lei e não há qualquer espaço para parasitismo social. 8 em cada 10 candidatos a integrar o BOPE desistem antes mesmo de chegar a metade dos treinamentos. No satanismo a situação é ainda mais complicada. Um sacerdote que decide passar adiante seus conhecimentos, precisa ter muita paciência para encontrar os pupilos ideais. Candidatos não faltam, mas a grande maioria, ou não sabe do que se trata ou não suporta a pressão e a exigência amoral requerida pelo seu mestre. A maioria ainda imagina o satanismo como mero pretexto para se livrar do peso de suas culpas, principalmente em relação a tabus sexuais e repressão religiosa.

Um policial mal preparado e mal pago está muito mais sujeito a corrupção ativa, passiva, moral do que um bem preparado, adequado para suas missões. Mal equipado, mal municiado, falta-lhe coragem no confronto com bandidos e situações de alta periculosidade. Da mesma maneira um aluno mal preparado e que têm convicções errôneas sobre o satanismo, acaba frustrado por não conseguir resultados práticos tão logo inicie seus estudos. Perderá a motivação em estudar e em aprender. Abate-se pelo medo logo nos primeiros contatos, pois não está acostumado a ser responsável por seus própria atos . Ao lidar com qualquer força sinistra com a qual não esteja acostumado ficará com medo e apelará pela intercessão de anjos, santos, cristo, maria, deus etc…

Ao invés de dominar seus demônios internos, escravizá-los em seu proveito, acabará por tornar-se obsediado. Pior ainda é o caso daqueles que perdem a cabeça e terminam por ilustrar páginas policiais dos jornais pela falta de auto-controle. Sacrificará animais, seres humanos e por aí vai achando que sacrifícios servem para apaziguar todo tipo de demônio, sem ter nunca ter ouvido falar mais abertamente de como funcionam as coisas.

É sempre bom lembrar:

 

Façamos uma análise prática de alta magia. Supões-se que um satanista escolha seu caminho oculto como o estudo para exercer controle sobre formas-pensamentos e fazer delas seus principais instrumentos. Um demônio, uma entidade, um espírito, um encosto, chame-as como quiser, será utilizada como ferramenta mágica para atingir os seus fins. Sabemos que como forma-pensamento, ele estará a seu lado onde quer que você vá, saberá quem você é, o que você pensa, onde você estiver ele será sua sombra e consciência invisível mas sempre alerta. Ums sombra projetada que refletirá para os outros quem somos e o que pensamos dos outros e das situações que nos cercam.

A maioria dos aspirantes ao satanismo não falham em tentar controlar sua incômoda “sombra” espiritual, mas sim em aceitar quem somos e o quão árduo é o trabalho que temos de empreender se realmente queremos alcançar os nossos objetivos dentro do ocultismo. Cerimônias, rituais, paramentos, instrumentos mágicos e invocações; isso é o de menos, difícil é transformar velhos hábitos, combater velhos medos, exterminar os pseudo valores judaico-cristãos que regulamentam e escravizam nossas vidas já tão complicadas.

O Capitão Nascimento do filme usa seu já famoso bordão: “Põe na conta do Papa”, e então puxa o gatilho. Podemos usar algo semelhante: ” Põe na conta do Diabo.”. Afinal, o diabo já está com o nome sujo na praça a m,ilhares de anos. Ele de fato, como sugere LaVey, tem sido o melhor amigo da Igreja já teve, sustentando seus negócios por todos estes anos.  Mas somos nós capazes de puxar o gatilho? Somos suficientemente corajosos e amorais para isso? Somos capazes de esquecer os preceitos judaico-cristãos do pai, da mãe, dos irmãos e amigos e dedicarmos inteiramente nossa espiritualidade para o nosso EU? Ao individualismo como base e princípio de tudo, a pedra angular de nossas existências? O quanto você é capaz de entender que a maioria das pessoas, são escravos naturais, nasceram para serem manipuladas para nosso proveito e poder ? Temos sem dúvida alguma, muito a aprender com nosso instinto predador.

O que você prefere? Contratar um matador profissional para executar seu marido/esposa infiel, seu sócio desonesto, seu inimigo em particular em qualquer lugar, seja na escola, na faculdade, ou dentro de seu próprio lar; ou vê-lo definhar nas mãos de uma horda de erros ou espíritos malignos que ao seu comando, sugam a cada segundo a vitalidade que os pertence? Então uma doença se instala, ou uma severa diminuição da capacidade mental é reduzida gradativamente deixando-a à sua mercê. Presa fácil de sua vontade como líder, como mestre, como um comandante da própria vida e da vida alheia.

Tudo depende de suas habilidades, sua força de vontade, sua vontade de potência como nos ensinou Nitzsche, outro grande mestre pagão. Ou como nos ensinou o Conde de Saint Germain: “Querer é poder; poder e saber se abster é poder um milhão de vezes mais” – Um verdadeiro iniciado, um verdadeiro satanista, quando se dedica a uma nova empreitada espiritual, abstêm-se, se preciso, de todo o tipo de carne, álcool, cafeína, drogas e mesmo sexo. Precisará dedicar duas ou três horas noturnas diante do seu altar particular. Falará o mínimo necessário se for o caso.  Você é capaz disso? Quer ser capaz disso?

Feitiços de amor, sortilégios, simpatias mais amenas, tudo aquilo que pode servir a você e aos seus propósitos, o verdadeiro iniciado nas artes satânicas têm aos montes. Ao contrário do que possamos pensar, satanistas são muito mais versados nas artes de amor do que nas artes de repúdio e violência como a vingança. Mas ele é altamente seletivo. Amor como o ódio, são energias fluídicas vitais para nosso organismo. Se damos a qualquer um indiscriminadamente, enfraquecemos a nós mesmos.

Assim como só se torna rico aquele que mais recebe do que provê, só nos fortalecemos espiritualmente quando optamos por tomar mais do que dispor. Seja dos vivos como dos mortos. Ambos têm muito para nos dar, basta saber qual se adequa melhor as necessidades do momento. este é obviamente um ótimo começo. Não é necessário que alguém lhe tome pelas mãos e o conduza pela escuridão em busca do filho da luz. Lúcifer. Seja como símbolo. Seja como imagem. Seja como espírito guia. Nosso verdadeiro redentor.

Não tenha medo de questionar. Não tenha medo muito menos preguiça em aprender. Leia bastante, pratique bastante e tenha em mente que o satanismo é muito mais que uma força libertária. É um modo de viver e de disciplinar aqueles que nos cercam segundo nossa cartilha de boas maneiras. O que não falta é gente disposta a ensinar, uma comunidade, um coven satânico é sem sombra de dúvida, mais forte do que um indivíduo só.

Compartilhe suas dúvidas, suas opiniões. Caso não encontre um velho sacerdote emburrado, que possa introduzi-lo nas artes negras, peça auxílio e aceite a companhia de amigos que queiram palmilhar a mesma e perigosa estrada do conhecimento obscuro que você deseja trilhar.

Não posso garantir que você vá se tornar um Capitão Nascimento, nem que vá se tornar tão sábio e brilhante como Nitzsche, ou imortal como Saint-Germain. Mas certamente, distiguir-se-á do populacho, da mediocridade, da impotência ante a ignorância e o medo que nos cercam. Livre-se do medo, da culpabilidade e do sentimentalismo covarde do cristianismo. Fuzil na mão e farda preta. Esteja apto para enfim viver a real moralidade satânica.

Paulie Hollefeld