Deus é autor do mal?
Deus é autor do mal?
Isaías 45:7 — A palavra “mal” na
versão Almeida é “ra” no original
hebraico, e tem o significado de tristeza,
miséria, adversidade, aflição, mas nunca
significa “pecado”. Deus cria o mal, ou
seja, ele traz miséria, aflição ou tristeza
quando assim julga necessário para
cumprir os seus justos desígnios. O mal
que Deus terá que trazer sobre o
pecador que não crê em Cristo é um
exemplo disto.
Um juiz que é justo ao condenar um
transgressor trará, evidentemente, mal à
vida do transgressor, prendendo o numa
cadeia por um determinado tempo. A
justiça inclui a aplicação de uma pena
ao transgressor. Por esta razão Deus
trouxe o dilúvio sobre a terra,
eliminando aqueles que estavam
cansados de receber um testemunho
acerca do Deus verdadeiro, mas
teimavam em viver em iniquidade e
idolatria. (leia Gn 6:1 8). Ao longo de
todo o Antigo Testamento você
encontrará Deus julgando os homens por
meio de catástrofes ou por guerras.
Romanos 9:6 33 — Aqui vemos a
soberania de Deus e que sua vontade
está acima de tudo. Nem sempre
seremos capazes de compreender a sua
vontade, mas podemos ter certeza de que
é a melhor. Em Êxodo 4:19, Deus diz a
Moisés: “eu SEI, porém, que o rei do
Egito não vos deixará ir”. Aqui Deus
sabia o que havia no coração de Faraó.
No primeiro encontro, em Êxodo 5,
Faraó diz “Quem é o Senhor?” e “Não
conheço o Senhor”, não deixando o
povo ir. O coração do homem é igual,
pois Moisés diz em 6:12: “Eis que os
filhos de Israel me não têm ouvido;
como, pois me ouvirá Faraó?”, ou seja,
o homem é inimigo de Deus em qualquer
lado que esteja. Mas Deus tinha o
propósito de salvar aquele povo e
condenar o Egito.
Assim é a graça de Deus. Ambos os
povos eram pecadores culpados e não
queriam escutar a voz do Senhor,
portanto ele podia simplesmente
esquecê los e destiná los ao juízo. Mas
Deus, na sua graça, queria salvar um
povo e escolheu os israelitas para ser
este povo. Alguns perguntariam: “Por
que ele não salvou os dois povos?”, mas
eu pergunto “Por que ele, ainda assim,
salvou os israelitas, uma vez que estes
eram tão indignos quanto os egípcios?”
A resposta é que ele quis salvar. Se há
duas pessoas se afogando e alguém que
passa na beira do rio escolhe salvar
uma, não podemos dizer que ele seja
culpado da morte da outra pessoa. Ele
poderia muito bem não ter se arriscado e
deixar que as duas morressem. Ele não
tinha nada a ver com a falta de juízo
daqueles que tinham escolhido nadar em
águas profundas. Mas se ele, ainda
assim, salva uma, deve ser reconhecido
por seu feito.
Mas creio que Faraó ainda podia se
converter, pois Deus estava se
revelando a ele. (Lembre se do que
aconteceu em Nínive, quando Jonas
pregou e, ao contrário do que Jonas
esperava, o rei e toda a cidade se
arrependeram). Assim, é somente no
capítulo 7:3 que Deus vai endurecer o
coração de Faraó, acabando assim suas
chances de se converter.
Provérbios 16:4 — Este é o mesmo
caso de Faraó. Deus o criou, sabendo
que ele seria tão ímpio quanto qualquer
outro israelita. Mas Deus criou a ambos,
que nasceram ímpios por causa do
pecado e não de Deus, e decidiu salvar
o ímpio israelita, permanecendo o ímpio
Faraó na condenação e ainda servindo
de instrumento para que Deus concluísse
os seus desígnios. Mas em tudo isso
Deus permanece justo. João 1:3 mostra
que Cristo fez todas as coisas e que sem
ele nada do que foi feito se fez, portanto
isto inclui tudo. Você foi criado por
Deus, por intermédio de Cristo, assim
como eu. E nós, embora tenhamos sido
salvos pela fé em Jesus, nascemos tão
ímpios quanto Faraó ou o mais vil
assassino que exista na penitenciária. Se
Deus justifica o ímpio (Rm 4:5) que crê
e condena o ímpio que permanece nos
seus pecados, não podemos dizer que
Deus é injusto em condenar o segundo
ou mesmo de utilizá lo para cumprir
seus justos desígnios. Mas podemos
louvá lo por salvar o primeiro, ou seja,
o ímpio que crê em Jesus.
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Mario Persona