Sem nenhum vinculo com o sistema religioso, usamos este espaço com as escritura, para mostrar os erros deste sistema corrupto de entendimento.
O que significa ‘reunir-se
ao nome do Senhor’?
Espero conseguir esclarecer sua dúvida
quanto ao fato de eu e outros cristãos
não estarmos ligados a qualquer grupo
denominacional, ao modo como nos
reunimos, se possuímos casas de
reunião, se não possuímos organização
hierárquica, etc.
Não creio que seria proveitoso
descrever como são as reuniões sem dar
a você uma visão clara da base ou
fundamento sobre o qual nos reunimos.
Quando nos referimos a estar reunidos
fora do sistema religioso, não estamos
negando a salvação dos milhões de
irmãos que continuam dentro do sistema.
Pelo contrário, estamos testemunhando
que somos um só corpo com todos esses
irmãos. Não poderíamos testemunhar
que somos um com todos se
adotássemos o nome de um dos grupos
de cristãos existentes no sistema.
Também não se trata de tentar
“restaurar” a Igreja, mesmo porque não
há nada para ser restaurado na Igreja.
Efésios nos mostra a Igreja aos olhos de
Deus, e ela é perfeita, sem mácula e sem
ruga, assim como cada um de nós
individualmente. Neste aspecto não há,
portanto, o que ser “restaurado”.
Porém, no que diz respeito ao
testemunho da Igreja que foi deixado nas
mãos dos homens, como sempre se
tornou em ruína. E para isto não há
restauração possível, pois é claro que
em tempos de fim (leia 2 Tm, a última
carta do apóstolo Paulo), quando há
abandono generalizado deve se chorar e
procurar guardar, dentro de muros
edificados com a espada na mão e no
único lugar de adoração estabelecido
por Deus, o testemunho de que há um só
corpo; que no único pão que partimos
podemos ver, toda a Igreja, o corpo de
Cristo. Tudo isso nos foi ensinado em
figuras pelos livros de Esdras e
Neemias, um manual prático de como
agir em tempo de ruína. Edificar os
muros com a espada na mão (manter se
protegido, com a Palavra, contra a
contaminação e ataques externos),
recusar qualquer ajuda dos que são de
fora (o mundo, seus sistemas e modelos
de associação, culto e adoração
instituídos por homens), adorar no único
lugar reconhecido por Deus (em nosso
caso, somente ao nome do Senhor
Jesus), e expressar na prática a unidade
do povo de Deus. Este exemplo
encontramos em 1 Rs 18:31 quando
Elias, em um tempo de ruína, divisão e
abandono da verdade, toma 12 pedras
para erguer o altar, mostrando de uma
forma prática a unidade do povo de
Deus, ainda que disperso.
Reunir se ao nome do Senhor também
não significa uma posição ecumênica
como pensam alguns. Nem tampouco se
trata do outro extremo, ou seja, de se
afirmar “eu sou de Cristo” como se os
outros não o fossem. O ecumenismo visa
unir o que Deus não ordenou que fosse
criado, ou seja, denominações ou
organizações cristãs. Por outro lado,
formar algum grupo com características
próprias, ainda que sem nome, sem
reconhecer a unidade e amplitude do
corpo de Cristo é sectarismo. Como já
disse reunir se ao nome do Senhor Jesus
somente, não significa uma carreira em
busca da restauração da Igreja ou do seu
testemunho sobre a terra, pois se
esperarmos que ainda ocorra alguma
restauração não estaremos aguardando o
Senhor para o próximo piscar de olhos.
Reunir se ao nome do Senhor Jesus
Cristo também não significa meramente
adotar certas doutrinas, ainda que
bíblicas, ou deixar de ter lideranças
humanas como são os pastores e
sacerdotes instituídos pela cristandade.
Reunir se ao nome do Senhor significa
sair de todo o sistema, mas sair PARA
CRISTO, para estar onde ele está, tendo
a ele como centro ou polo de reunião.
Deixe me explicar melhor o que entendo
por centro ou polo de reunião. Por
exemplo, o que identifica um batista, ou
melhor, o que os faz serem batistas?
Talvez um ferrenho defensor da
denominação diga que é Cristo somente,
mas uma análise mais imparcial irá
concluir que batistas são aqueles que
concordam acerca de uma determinada
doutrina de batismo. Resumindo, ainda
que de uma forma grosseira, o que os
identifica, o elemento catalisador para
que estejam unidos é uma doutrina
específica. O mesmo ocorre, por
exemplo, com os presbiterianos onde
tudo gira em torno de uma forma de
governo eclesiástico. Ou, com os
pentecostais, cuja ênfase é colocada na
experiência e em sinais. Isto fica claro
neste último caso quando vemos que um
pentecostal, de passagem por uma
localidade onde não existe a sua
denominação, irá procurar outra que
seja pentecostal. O polo de atração,
neste caso, são as doutrinas específicas
que as diversas denominações
pentecostais compartilham.
Reunir se ao nome do Senhor é ter
somente a ele como polo de atração.
Estar reunido unicamente porque ele
prometeu estar onde dois ou três estão
reunidos ao seu nome (somente). Não é
reunir se por ser simpatizante desta ou
daquela doutrina ou costume. É
simplesmente deixar tudo o que os
homens estabeleceram e voltar àquilo
que Deus estabeleceu: Cristo, o centro!
Como isto é caro ao coração de Deus.
Aquele que teve sua atenção voltada
para o único Homem perfeito que pisou
neste mundo; que foi obrigado a voltar
sua face quando, pendurado entre o céu
e a terra, o Senhor agonizava sob o peso
de nossos pecados; que não o deixou na
morte, mas aprovou plenamente o seu
sacrifício, ressuscitando o para
recebê lo à sua destra! Acaso não deve
ser este, e somente este o motivo de
estarmos reunidos? Não é a sua excelsa
Pessoa presente no meio, a motivação
suficiente para deixarmos tudo o que é
contrário à vontade de Deus e, saindo
dos sistemas humanos, voltarmos à
simplicidade que havia no princípio da
Igreja? É evidente que sim! Aquele que
é tão precioso ao coração de Deus, deve
sê lo também aos nossos corações.
Este é o motivo principal de nos
reunirmos: Cristo Jesus, o Senhor.
Evidentemente, ao darmos este passo,
voltando ao que era no princípio e
amparados somente por sua Palavra,
estaremos capacitados a testemunhar de
forma prática que há um só corpo. Um
cristão denominacional pode
testemunhar do evangelho da graça de
Deus. Pode, até mesmo, professar com
seus lábios que faz parte do corpo de
Cristo, que o corpo de Cristo é um, etc.
Mas não poderá testemunhar isto na
prática, pois participa de uma facção. A
adoção de um nome que o identifique é
uma desonra ao nome de Cristo, o qual é
suficiente para identificar qualquer um
dos que nele creem. Mas, mesmo que
não haja um nome, se não estão reunidos
PARA O SENHOR, ou seja, se o motivo
pelo qual se reúnem é alguma doutrina
específica ou algo “mais” do que Cristo
trata se de uma seita. Há ainda uma
terceira possibilidade que é a de desejar
me reunir somente ao nome do Senhor
Jesus, sem qualquer nome, tendo a ele
como único centro, mas desejar ser
original, ou seja, me recusar a fazê lo
em comunhão com irmãos que já
ocupavam tal terreno de reunião antes.
Estarei sendo tão sectário quanto aquele
que cria uma denominação com placa e
tudo mais.
Não sei se o que estou escrevendo lhe
está sendo útil para que compreenda
melhor sobre que base eu e outros
irmãos, com os quais estou em
comunhão, nos reunimos. O certo é que
não se pode compreender plenamente o
que é estar reunido somente ao nome do
Senhor até que se tenha dado o passo
decisivo de se separar e estar reunido
lembrando o Senhor na sua morte. É
mais ou menos como a salvação. É
impossível compreender o que significa
ser salvo até que se tome a decisão de
crer em Cristo como Salvador. Por
favor, entenda que isto é apenas uma
comparação. Não quero com isto dizer
que alguém passa por alguma
transformação quando passa a se reunir
ao nome do Senhor, ou que fique “mais
salvo” do que aqueles que não estão em
comunhão. TODOS os que creem no
Senhor Jesus como Salvador estão
salvos, seja denominacional ou não. O
exemplo é apenas no sentido de que a
pessoa passa a enxergar as coisas sob
outro prisma. Não existem mais dogmas
ou vícios doutrinários adquiridos nas
seitas e fica se aberto para receber da
Palavra de Deus aquilo que diz respeito
a Cristo e à Igreja. Pois como pode
alguém compreender plenamente a
unidade do corpo de Cristo sendo
membro de algo que claramente quebra
a expressão desta unidade?
Devo abrir parêntesis aqui para explicar
que “Verdades Vivas” nada tem a ver
com a verdade de reunir se somente ao
nome do Senhor. “Verdades Vivas” não
é uma denominação ou uma organização
que tenha membros. “Verdades Vivas” é
simplesmente uma Editora voltada à
divulgação do evangelho através de
literatura. A particularidade que existe é
que esta editora não é ligada ou
sustentada por alguma denominação. As
pessoas que nela trabalham, assim como
eu, não estão ligadas a qualquer
denominação, mas são crentes que se
reúnem regularmente com outros irmãos
(que não estão ligados à editora
Verdades Vivas) congregados somente
ao nome do Senhor Jesus Cristo.
Existem outras editoras e obras
semelhantes cuidadas por irmãos em
comunhão conosco em diversos países
do mundo.
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Mario Persona