Sem nenhum vinculo com o sistema religioso, usamos este espaço com as escritura, para mostrar os erros deste sistema corrupto de entendimento.
Coloquemos nossa atenção nos efeitos práticos que o pastor exerce sobre o povo de Deus.
A distinção antibíblica clero/leigo tem causado tremendos danos ao Corpo de Cristo.
Tal distinção provoca uma ruptura na comunidade dos crentes por classificá-los como cristãos de primeira e de segunda classe.
A dicotomia clero/leigo perpetua uma horrível mentira.
A mentira de que alguns cristãos são mais privilegiados do que outros quanto a servir ao Senhor.
Nossa ignorância da história da igreja permitiu sermos defraudados.
O ministério do único homem-herói-faz-tudo-da-congregação é completamente alheio ao NT.
Aceitá-lo necessariamente sufoca nosso funcionamento.
Somos pedras vivas, não mortas, todavia a posição do pastor nos tem transformado em pedras que não respiram.
1Pe 2:5 Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
O ofício pastoral vem roubando seu direito de funcionar como membro do Corpo de Cristo!
Esse ofício fecha sua boca e prende-o ao banco.
Isso distorce a realidade do corpo, fazendo do pastor uma grande boca e de você uma orelhinha.
Isso deixa você na condição de espectador-mudo capaz apenas de fazer anotações do sermão e de passar a bandeja da oferta!
A moderna posição de pastor passa por cima do principal ensinamentos da carta aos Hebreus — sobre as questões do sacerdócio.
Torna ineficaz o ensinamento dos capítulos de 1Co 12:14-31, de que cada membro tem o direito e o privilégio de servir com seus dons em uma reunião eclesiástica.
Anulou a mensagem de 1Pe 2:5 de que cada irmão ou irmã é um sacerdote funcional.
Ser um sacerdote funcional, não quer dizer que você pode fazer um tipo de pechincha do serviço, como cantar hinos em seu banco, levantar as mãos durante a adoração, substituir transparências, ou ensinar a uma classe de escola dominical.
Esta não é a idéia neotestamentária de ministério.
Tais coisas são nada mais que um auxílio ao pastor em uma palestra presidida por ele.
Muito da adoração protestante, principalmente em nossos dias, foi infectada pela horrível tendência de considerar a adoração com uma obra do pastor, e talvez dos músicos.
Com a maior parte da congregação restrita ao cântico de hinos e reduzida à condição de espectadora atenta e piedosa.
Tratamos o pastor como se ele fosse um profissional especialista.
Esperamos que os doutores e advogados nos sirvam, não para treinar-nos a servir outros. E porque?
Por que eles são especialistas.
Eles são profissionais treinados.
Desgraçadamente, vemos o pastor da mesma maneira.
Tudo isso é danoso pelo fato de que cada crente é um sacerdote.
Não apenas diante de Deus, mas mutuamente.
O pastorado moderno rivaliza com a direção funcional de Cristo em sua Igreja.
A posição de pastor mantém um lugar único de posição central e de direção entre o povo de Deus.
É um lugar reservado para apenas uma pessoa, o Senhor Jesus. Jesus Cristo é a única cabeça e a palavra final da Igreja.
Eph 5:23 Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. (Pastores possuem muitas aritmanhas para acobertar seus erros, inclusive mudar o sentido da palavra Igreja "congregação local", para "Universalidade dos salvos", é o que fazem quando citamos esse verso)
Nesse sentido (e ao contrário de opinião popular), o pastor não é "o cerebelo, o centro comunicador de mensagens, coordenador de funções, e administrador de respostas entre a Cabeça e o Corpo".
Ele não é chamado para proporcionar "comunicação autorizada da verdade da Cabeça para o Corpo".
E ele não é o "comunicador preciso das necessidades do Corpo para a Cabeça".
O pastor é descrito nas igrejas modernas com estas condições inflacionadas.
Por sua posição, o pastor desloca/suprime a direção dada por Cristo, por instalar-se ele mesmo como cabeça humana da congregação.
Por esta razão, não há nada que impeça tanto o cumprimento do propósito eterno de Deus, como a função do moderno pastor.
Por quê?
Porque o foco desse propósito é fazer a direção de Cristo visivelmente manifesta na igreja através do funcionamento livre e aberto do corpo de cada membro.
Enquanto a posição de pastor estiver presente, você nunca verá tal coisa.
Como o Pastor Destrói a Si Mesmo
O moderno pastor prejudica não apenas o povo de Deus, ele prejudica a si mesmo.
A posição de pastor de uma forma ou de outra atrofia os que assumem essa função.
As freqüentes depressões, vazio, estresse, e o desequilíbrio emocional são terrivelmente constantes entre os pastores.
Nesse momento há mais de 500 mil pastores servindo nas igrejas nos Estados Unidos. Metade destas igrejas tem menos de 100 membros ativos.
Deste grande número, considere a seguinte estatística que revela o perigo mortal da posição de pastor:
94 % sentem-se pressionados a ter uma família ideal.
Por que precisam sempre parecer sacerdotes mais elevados que os meros mortais - coisa que eles não são e nunca vão ser - para receber pagamentos.
90 % trabalham mais de 46 horas por semana.
Por que precisam 100% do tempo sempre parecer sacerdotes mais elevados que os meros mortais (coisa que eles não são e nunca vão ser)
81 % reportam uma insuficiência de tempo com seu cônjuge.
Por que precisam 100% do tempo sempre parecer sacerdotes mais elevados que os meros mortais (coisa que eles não são e nunca vão ser), ou seja, perante todos afirmam de boca cheia serem representantes de Deus, mas "não tem Deus nem em casa", sem relações com sua família.
80 % crêem que o ministério pastoral prejudica a família.
33 % consideram o ministério pastoral um perigo para a família.
Por que precisam 100% do tempo sempre parecer sacerdotes mais elevados que os meros mortais (coisa que eles não são e nunca vão ser) e por que se encarregam de todas as coisas das igrejas, para não dar chance para que "algum leigo" roube seu cargo.
70 % não têm o que se considera um amigo íntimo.
Ninguém pode saber que ele não é sacerdote coisa nenhuma, ele é apenas um homem qualquer, pois senão seu salário está ameaçado.
70 % têm menos auto-estima agora do que tinham quando entraram no ministério.
A nocividade do pastorado também influência-o, desgastando-o.
50 % sentem-se incapazes de cumprir as necessidades de sua posição.
Por que somente Cristo possui posição e poder para ser sacerdote.
80 % estão desanimados ou tratando de uma depressão.
40 % reportam sofrer pela timidez, horários frenéticos e falsas expectativas.
33 % consideraram renunciar suas posições durante o último ano.
40 % das renúncias pastorais devem-se ao vácuo (a chama se apagou).
A nocividade do pastorado também influência-o, desgastando-o.
Espera-se que a maioria dos pastores exerça 16 tarefas simultâneas.
E a maioria acaba pulverizada pelas pressões.
Por esta razão, mensalmente, 1.600 ministros entre todas as denominações nos Estados Unidos são demitidos ou são forçados a renunciar.
De 2 de julho a 6 de julho de 2001, The Christian Citizen (November 2000) reporta que 1.400 pastores deixam o pastorado a cada mês.
No mesmo assunto, The Washington Times publica uma série de cinco artigos sobre "crise clerical" que assola os Estados Unidos (por Larry Witham).
Declarou o seguinte:
Pouquíssimos clérigos neste país são jovens. Apenas 8% têm 35 anos ou menos. Dos 70.000 estudantes matriculados nos 237 seminários teológicos oficiais da nação, apenas um terço quer conduzir uma igreja como pastor. O pastorado puxa os candidatos mais velhos. Normalmente aqueles que perderam as perspectivas de emprego ou são divorciados. De certa forma, a escassez de clérigos atingiu as principais igrejas protestantes no Canadá. Embora possa ser pessoalmente enriquecedor ministrar um rebanho, é também assustador — por não muito dinheiro — satisfazer expectativas como teólogo, conselheiro, orador público, administrador e organizador de comunidade, tudo isso de uma vez. Durante os últimos 20 anos a média do pastoreado reduziu de sete para pouco mais de dois anos!
Lamentavelmente, poucos pastores se dão conta de que é a posição de pastor que causa esta turbulência subjacente.
Um famoso distribuidor de livros utilizou esta irônica promoção:
"O Pastor trabalha de sol a sol, mas seu trabalho nunca termina. Isso é devido ao fato dele ter muitas funções: pregador, mestre, conselheiro, administrador, líder do louvor e muitas vezes até marceneiro! Para os pastores que precisam de ajuda para exercer estas funções, nós aqui do Christianbook.com temos o que você precisa".
Pela mesma razão, há uma página na web desenhada para animar o clero premido e vazio, no sitehttp://www.woundedshepherds.com .A utilidade destes recursos é como colocar um curativo em cima de um câncer. Trata do sintoma e ignora a raiz: o Ofício Pastoral.
Sei que nem todos os pastores caem nesta armadilha.
Mas os poucos que podem resistir esta incrível pressão são exoticamente raros.
Eles constituem dramáticas exceções a uma norma bem trágica.
Naturalmente, Jesus Cristo nunca desejou que alguma pessoa desempenhasse a variedade de coisas que se requer do pastor!
Ele nunca desejou que alguém carregasse uma carga tão pesada.
As demandas do pastorado são terríveis.
Tanto que leva qualquer mortal ao esgotamento.
Imagine-se por um momento trabalhando em uma companhia que lhe paga para manter seus colegas de trabalho animados.Que você faria se seu pagamento dependesse do teu grau de ocupação e amistosidade, da popularidade de sua esposa e filhos, da qualidade de suas roupas, e da perfeição de seu comportamento?
Dá para imaginar o completo estresse que isso lhe causaria?
Dá para ver o papel que seria obrigado a exercer, da presunção a arrogância — tudo para poder manter seu poder, prestígio e segurança no trabalho?
Por esta razão, a maioria dos pastores é insensível quanto a receber qualquer tipo de ajuda.
A profissão de pastor dita padrões de conduta como qualquer outra profissão como professor, médico ou advogado.
A profissão dita como o pastor deve vestir-se, falar e atuar.
Esta é uma das principais razões pela qual tantos pastores vivem vidas tão artificiais, tão falsas, tão hipócritas, e tão mentirosas.
Nesse aspecto, o rol pastoral fomenta a desonestidade.
A congregação espera que seu pastor esteja sempre alegre, disponível a todo o momento, nunca ressentido, nunca amargurado, espera que ele tenha uma família perfeitamente disciplinada, e que seja completamente espiritual a todo o momento.
Os pastores exercem este papel como atores de um drama grego.
Isto explica a voz afetada da maioria dos pastores em suas pregações e orações.
Isto explica a maneira piedosa de cumprimentar.
A maneira peculiar com que dizem "o Senhor".
E a maneira especial como se vestem.
Todas estas coisas são em grande parte fumaça e luar — totalmente desprovidas de realidade espiritual.
A maioria dos pastores não pode permanecer nesse ofício sem ser corrompido em algum nível.
O endêmico poder político do ofício é um problema enorme que isola muitos deles e envenena a relação deles uns com os outros.
Em um inquietante artigo para pastores intitulado Prevenindo a Cauterização do Clero, o autor sugere algo assustador. O conselho dele para os pastores nos dá uma visão clara do poder político que ronda o pastorado. Inquietantemente, 23% do clero protestante foi demitido pelo menos uma vez e 41% das congregações demitiram pelo menos dois pastores.
Ele implora aos pastores: "Exerça uma posição de companheirismo com o clero de outras denominações. Estas pessoas não podem prejudicá-lo eclesiasticamente, porque eles não pertencem ao seu círculo oficial. Não há nenhum tapete político que eles possam puxar para derrubá-lo ".
A solidão profissional é outro vírus que contamina fortemente os pastores.
A praga da ilha solitária leva alguns pastores a buscar outras carreiras.
Outros encontram destino mais cruel.
Todas estas patologias encontram sua raiz na história do pastorado.
É "solitário o cume" porque Deus nunca quis que ninguém fosse para o cume — exceto Seu Filho!
Com efeito, o pastor moderno coloca sobre seus ombros as 58 exortações do NT que deveriam ser mutuamente compartilhadas pelos crentes.
Não é de admirar que a maioria dos pastores sofre esmagada pelo peso.
Conclusão
O pastor moderno é o dogma, o elemento mais inquestionado no cristianismo moderno.
Mesmo assim ele não tem uma única linha nas Escrituras que justifique sua existência, nem uma folha de figueira para cobri-lo!
Assim, o pastor moderno nasceu da regra do bispado único engendrado por Inácio e Cipriano.
O Bispo transformou-se em presbítero local.
Na Idade Média o presbítero se converteu em sacerdote católico.
Durante a Reforma ele foi transformado em "pregador", "ministro", e finalmente em "pastor" — o homem sobre o qual se dependura todo Protestantismo.
Em suma: O pastor protestante é nada mais que um sacerdote católico um pouco reformado!
O sacerdote católico tinha sete ofícios durante o tempo da Reforma:
Pregar, ministrar sacramentos, rezar pelo rebanho, vida santa, disciplina, ritos da igreja, apoiar pobres e visitar enfermos.
O pastor protestante além de assumir todas estas responsabilidades — eventualmente também abençoava eventos cívicos.
O famoso poeta John Milton foi bem preciso quando disse: "O moderno presbítero não é outra coisa senão o velho sacerdote!".Outra versão disso seria: O pastor moderno não é outra coisa senão o velho sacerdote!
Terminaremos com mais um forte desabafo de um desconhecido:
Tornei-me bacharel na Universidade da Bíblia. Fui ao seminário e estudei a única coisa disponível ali: O ministério profissional. Ao graduar-me percebi que poderia falar latim, grego e hebraico, mas a única qualificação que eu tinha era para ser Papa. Mas outro ganhou essa posição.
-Pastor Anônimo