GABRIEL FREDERICO - Desenvolvimento de novos fotossensibilizadores para aplicação em Terapia Fotodinâmica

Out 30, 2020

Eu sempre tive interesse tanto em química quanto em biologia, desde o ensino médio ao participar das olimpíadas desses dois campos, sempre com muito interesse. No entanto, acabei por escolher um curso voltado para a química, me fazendo pensar que seria difícil conciliar as duas ciências durante o período da graduação.

Entretanto, ao longo do tempo comecei a perceber que a UFMG tem uma série de iniciativas e pesquisas interessantes com grande interseção em se tratando de princípios na química e biologia. De fato, fiquei feliz quando descobri sobre o trabalho de um professor do DQ em sensibilizadores para terapia fotodinâmica. Apesar de o laboratório ser de química inorgânica, ainda assim há uma grande interface com físico-química, bioquímica e até orgânica, fazendo deste, um projeto bem multidisciplinar.

No nosso laboratório a maior parte dos projetos gira em torno de macrociclos, alguns deles com aplicações na chamada terapia fotodinâmica. Em um breve resumo, essa modalidade de tratamento envolve a administração do composto, seguida pela absorção dele pelo tecido alvo e da irradiação de luz em uma determinada frequência de modo a ativá-lo, produzindo espécies reativas de oxigênio (ROS) que causam danos a membrana e ao DNA das células infectadas, eliminando-as, o que torna essa uma ótima opção para o tratamento de tumores e algumas infecções. O meu projeto trata de melhorar a atividade terapêutica de dois modos sendo o primeiro a otimização do íon metálico associado, o qual está fortemente atrelado a produção de ROS; a segunda é a incorporação do composto em lipossomos, nano-vesículas de lipídios que melhoram a entrega do medicamento no tecido alvo, permitindo a redução da dose administrada.

Fiquei impressionado e achei bem satisfatório notar o quanto as disciplinas do meu próprio curso se aplicam no trabalho de pesquisa, de cálculo e estatística até as diversas disciplinas de química, mostrando não só o âmbito multidisciplinar do projeto, mas também a importância das disciplinas da formação do engenheiro químico. Dessa forma, realizar IC tem contribuído muito para o meu desenvolvimento na metodologia científica, nas possibilidades desse ramo de atuação e na ampliação da minha visão sobre a aplicabilidade do conhecimento teórico que vemos nos primeiros períodos do curso.

Acredito poder dizer que, se você tem um interesse em algum tema em específico, vá em frente e não desanime, a UFMG mostra ter um ótimo suporte quando se trata de variedade de pesquisas, nos mais diversos campos e com aplicações interessantes. Amigos e professores podem ajudar, mas também é bom estar atento às publicações do departamento de interesse, assim como estar atento a alguns eventos como a Semana de Iniciação Científica, na qual você pode se interessar por alguma linha de pesquisa e conseguir contatos na área. Assim, pode até descobrir melhor suas potencialidades e estar mais ciente ao decidir sobre oportunidades acadêmicas ou no próprio mercado de trabalho.

Gabriel Frederico, aluno da turma 2019/1. Out 30, 2020

Gostou do relato? Quer conhecer outras áreas de pesquisa na UFMG? Confira o texto do Kelvin sobre sua IC no CDTN!

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