Saneamento também é coisa de engenheiro químico
Carlos Henrique de Souza, Jan 29, 2021
Carlos Henrique de Souza, Jan 29, 2021
Desde o ensino médio, sempre tive paixão pela química. Meu professor de química era engenheiro químico. Perguntei a ele como eu poderia trabalhar com química sem ser professor. Mal sabia eu que mesmo não sendo professor, no campo, o tempo todo se está ensinando, treinando, liderando.
Na universidade, tive a oportunidade de passar por laboratórios de pesquisa do Departamento de Química e no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear e posteriormente fiz estágio no CRQ na área de fiscalização e na FUNED, na área de Meio Ambiente. Fiz o processo de trainee da Foz do Brasil, e assim minha carreira na área de processos de tratamento de água e efluentes se inicia.
Praticamente toda a minha carreira foi pautada em tratamento de água e efluentes. Inicialmente na Foz do Brasil como trainee em engenharia, passando pela Kurita do Brasil como consultor técnico e hoje na BRK Ambiental como responsável de tratamento, os conhecimentos em química como físico-química, fenômenos de transporte, hidráulica, otimização de processos e avaliação de projetos, são parte do dia a dia do engenheiro químico no tratamento de água e efluentes.
A engenharia química tem presença constante no meu trabalho. As atividades diárias de um engenheiro químico em plantas de tratamento de água e esgotos são buscar continuamente o melhor desempenho delas, nos seus vários processos de tratamento, por meio das análises dos resultados enviados pelos laboratórios de controle e dos principais indicadores e parâmetros operacionais definindo os melhores produtos químicos, e suas dosagens além da redução dos custos. Trabalhar para reduzir desperdícios, otimizando recursos, e realizando uma análise crítica de dados operacionais, tais como consumo de produtos químicos, controles de vazão e volumes tratados, controle de estoque dentre outros. Coordenar as etapas dos processos físico-químicos das estações de tratamentos, monitorando registros de operações e análises, avaliando tecnicamente os resultados são atividades corriqueiras e que foram aprendidas na EQ e lapidadas ao longo do tempo.
Hoje, trabalho como responsável do tratamento de água nas unidades da Saneatins, sendo apoio técnico das operações nas unidades do Tocantins e Pará da BRK Ambiental. Fui contratado há 3 anos para ser responsável pelas estações de tratamento de esgotos do município de Palmas-TO. Não era exigência da vaga, ser formado em engenharia química, entretanto, conhecimentos em química e processos são indispensáveis para desempenhar atividades do dia a dia.
A experiência na BRK Ambiental é uma experiência muito gratificante. Trabalhar em um dos maiores players do mercado brasileiro de saneamento é uma experiência ímpar. Na Saneatins em especial é um desafio ainda maior, uma vez que são 55 cidades no Tocantins e mais 10 no Pará sob responsabilidade compartilhada com as operações locais, cuidando da saúde e qualidade de vida das pessoas.
Pretendo seguir minha carreira no saneamento, uma vez que água é o petróleo do futuro, e teremos cada vez mais que sermos cuidadosos e competentes no tratamento das águas a serem consumidas e dos efluentes gerados, pois a água é um recurso finito. Acredito que, apesar de os engenheiros químicos serem extremamente capacitados para atuar no saneamento, ainda exista uma certa resistência em nos contratar, mas isso se deve mais ao desconhecimento de todo a grade a que somos submetidos na universidade, indo além da química. Cursos na área de saneamento ajudam a abrir ainda mais o leque nos levando para áreas do saneamento fora do tratamento. Há outras opções como projetos e manutenção que, com um pouco de especialização, somos capazes de assumir.
Carlos Henrique de Souza, formado em 2010/1. Jan 29, 2021
Gostou do texto do Carlos? Quer saber mais em que áreas o Engenheiro Químico pode atuar? Leia também o texto da Sibelle sobre o mercado de trabalho.