Cursei Engenharia Química na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais entre os anos de 2015 e 2020 e logo no começo do curso soube que queria extrair o máximo de experiências que esse ambiente poderia me proporcionar. No início, fui convidado a participar do grupo de pesquisa do Laboratório de Química Orgânica e Bioquímica da PUC Minas trabalhando no desenvolvimento de novos fármacos contra doenças tropicais negligenciadas e alguns tipos de câncer. Após três anos como aluno de iniciação científica e também como monitor acadêmico de disciplinas como Operações Unitárias e Química Geral, decidi que gostaria de realizar um estágio e tive a oportunidade de trabalhar no laboratório AG Jacobs em Saarbrücken na Alemanha.

Ao retornar ao Brasil, ingressei em outro estágio em uma indústria de produção de tintas digitais no setor de Pesquisa e Desenvolvimento. Esse segundo estágio me abriu os olhos para a interface Pesquisa-Indústria e percebi que o que mais me motivava durante a realização de projetos é ver a minha pesquisa dando resultados práticos, seja no desenvolvimento de novos produtos ou economia de recursos nos processos produtivos. Por esse motivo, assim que conclui a graduação eu sabia que gostaria de ingressar em um mestrado, mas com a condição de que meu projeto tivesse um viés de desenvolvimento tecnológico e de parceria com alguma indústria.

Com isso, me deparei com a divulgação de uma proposta de projeto de parceria entre a UFMG e a Petrobrás que gerou em mim grande interesse e logo me candidatei. Para a minha felicidade fui o candidato selecionado e ingressei no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFMG como aluno de mestrado em outubro de 2021. Esse projeto da Petrobrás, que é utilizado como meu tema de dissertação, tem como título “Desenvolvimento de um reparo à base de polietileno tereftalato (PET) para tintas anticorrosivas aplicadas sobre o aço carbono”, é orientado pelo Professor Dr. Fernando Cotting, coorientado pela Dr. Jorgimara de Oliveira Braga e desenvolvido no Laboratório de Corrosão e Engenharia de Superfície do DEQ.

Os revestimentos orgânicos com propriedades anticorrosivas (tintas anticorrosivas, por exemplo) são aplicados sobre substratos metálicos com o intuito de proteger esse material contra efeitos da corrosão. O problema é que as camadas de revestimento estão suscetíveis a uma infinidade de defeitos por impactos mecânicos ou pelo tempo de vida útil da tinta. Dentro desse contexto, o objetivo do meu trabalho é desenvolver um adesivo de PET que possa ser colado sobre a superfície danificada de um revestimento anticorrosivo a fim de retardar o processo corrosivo que iniciaria a partir da falha. Essa abordagem do problema almeja também diminuir a quantidade de manutenções corretivas para reparo do sistema de pintura, fazendo com que sejam necessárias apenas paradas programadas para retirada do adesivo e reaplicação do revestimento.

Essa pesquisa tem me permitido aplicar meu conhecimento adquirido durante a graduação, conquistar o domínio de novas práticas, técnicas e conceitos, além de possibilitar meu trabalho em uma área que eu tanto gosto que é o desenvolvimento de novos produtos e soluções técnico-científicas. Um diferencial do programa de pós-graduação do DEQ são as linhas de pesquisa voltadas para solução de problemas reais e produção científica e tecnológica de qualidade, com professores extremamente competentes e dispostos a ajudar.

Guilherme Matos, pós-graduando em Engenharia Química. Jul 21 2021