Relato de Intercâmbio - Gabriela Vieira 

Jul 23, 2020

Falar sobre meu intercâmbio é, sem dúvidas, falar de uma das melhores experiências que tive durante a universidade. Era um sonho que começou lá no Ensino Médio. Antes mesmo de decidir qual curso gostaria de seguir na graduação, eu sabia que queria ter uma experiência acadêmica internacional por acreditar na transformação profissional e pessoal que um intercâmbio pode gerar.

No início de 2018, comecei a procurar os editais anteriores de programas de intercâmbio vigentes para entender quais seriam os requisitos necessários, quais eram os países e universidades contemplados e estimar qual seria o investimento financeiro. O processo seletivo do Minas Mundi, programa pelo qual fiz a mobilidade, era baseado em pontuações para uma série de quesitos, como integralização curricular, RSG em relação aos outros estudantes do curso e atividades extracurriculares. Além disso, era necessário escrever uma carta e gravar um vídeo sobre sua motivação para o programa de mobilidade. De acordo com minha pontuação e minha lista de prioridades, fui alocada para Wayne State University no primeiro semestre de 2019.

Comecei a aprofundar minhas pesquisas sobre a cidade de Detroit e me deparei com várias notícias falando sobre alta taxa de violência e criminalidade na cidade. Acho que essa foi a minha primeira grande lição no intercâmbio: pesquisar profundamente a cidade e a universidade que estamos indo. Converse com pessoas que já foram para essa cidade e esteja aberto a ouvir os pontos positivos e negativos. Se não fossem por essas conversas, eu teria ficado com a primeira impressão de Detroit e não teria descoberto que a cidade vem passando por uma revitalização e tem grande incentivo ao empreendedorismo.

A experiência na universidade não poderia ter sido melhor. Wayne é reconhecida pela presença de diversos grupos culturais. Isso fez com que eu tivesse contato com realidades muito diferentes e perspectivas diversas da sociedade local. Em relação às matérias, decidi que iria escolher assuntos que eu não teria contato na grade curricular da UFMG. O momento de escolha de disciplinas é sempre delicado, pois pode mudar completamente como vai ser sua relação com a universidade. Lembro de ter conversado com pessoas que já tinham cursado as matérias, procurado meus professores em uma versão americana do “Carrasco ou mamata”, analisado se precisaria de comprar livros específicos para a matéria e conversado com os tutores dos departamentos de cada disciplina.

Um lema que levei para o intercâmbio foi uma frase que ouvi em uma oficina de Intercâmbio do Engenharia Recebe “Quando fizerem intercâmbio, ajam como estudantes de lá e corram atrás de todas as oportunidades. Se você não puder fazê-las por ser intercambista, você vai ficar sabendo.” Agir dessa forma me proporcionou uma das experiências mais inesquecíveis do intercâmbio. Durante a semana de férias de primavera, participei de um trabalho voluntário em comunidades locais abrangendo os temas de educação, saúde, diversidade e alimentação. No final do semestre, fiquei sabendo que no período de inscrições os organizadores chegaram a ligar para o departamento de estudantes internacionais para certificar se eu realmente poderia participar porque não tinham tido estudantes internacionais até então.

Além disso, com a ajuda da minha colega de quarto, consegui um emprego em um restaurante kosher da universidade. Foi uma experiência maravilhosa que me trouxe um grande amadurecimento sobre a relação das pessoas com o trabalho e o que eu gostaria de levar para a minha vida profissional.

Atualmente tenho certeza que o intercâmbio foi para a cidade certa no momento certo.

Gabriela Vieira, aluna da turma 2015/2. Jul 23, 2020.

Quer ler outro relato de intercâmbio? Então se liga nesse texto da Carla sobre o BRAFITEC aqui!

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