Relato - CARLA LOPES

Mai 14, 2020

No primeiro período do curso de Engenharia Química são apresentados a nós diversas oportunidades de aprendizado na universidade, dentre elas, os intercâmbios. Eu conheci o BRAFITEC em uma aula de Introdução à Engenharia Química e, desde então, organizei meu percurso acadêmico para poder participar. A proposta do programa é proporcionar aos alunos de Engenharia Química um ano de estudos na França, no qual 6 meses são na École Nationale Supérieure de Chimie de Lille e os outros 6 meses são de estágio na sua área de especialização. Vale ressaltar que durante esse período, recebemos uma bolsa de estudos da CAPES, o que torna o programa ainda mais atrativo. 

O processo seletivo exige dos candidatos alguns requisitos, como a proficiência em francês, acredito que, por isso, minha experiência de intercâmbio começou quando eu conheci o programa, em 2016, uma vez que, a partir daí, eu me envolvi com uma cultura diferente e comecei a estudar um idioma novo. Bom, fiz o processo seletivo em março de 2019 e em agosto, embarquei com mais 4 estudantes da UFMG (hoje, minhas grandes amigas) para a França, estávamos cheias de expectativas e medos para o ano que viveríamos.

Antes de relatar a minha experiência, eu gostaria de dizer que somos únicos e por isso, podemos passar pelas mesmas situações e encará-las de formas diferentes. Morar fora envolve inúmeros desafios, os quais nós precisamos estar emocionalmente preparados para enfrentar.

Os meus primeiros 6 meses foram muito difíceis, infelizmente, eu tive grandes problemas relacionados à moradia e não me adaptei à metodologia de ensino francesa, as universidades na França funcionam de uma maneira muito diferente das universidades brasileiras, a qual não funcionou para mim. Logo, além de acostumar com a nova rotina acadêmica, tínhamos que nos adaptar ao uso frequente do francês, a cultura, resolver burocracias e procurar um estágio, o que pode ou não ser uma parte estressante, para mim foi. É importante dizer que essa foi a minha experiência e que esses desafios sempre trazem um grande aprendizado.

Apesar dessa parte difícil, o intercâmbio me proporcionou momentos MUITO incríveis, eu pude viver a França, conhecer a gastronomia, os monumentos, os museus, as cidades belíssimas e cheias de história, eu tive contato com culturas muito diferentes. Além disso, eu conheci meu próprio país, porque fiz amigos de diversas regiões brasileiras, os quais me ensinaram costumes diferentes e se tornaram uma grande família pra mim. Eu aprendi também o quanto eu amo o Brasil, a UFMG, minha família, meus amigos, está sendo um ano de muitas descobertas.

A ENSCL fica em Lille, no norte da França e, atualmente, estou fazendo meu estágio em uma cidade chamada Alès, no interior do sul da França. É uma fase completamente nova, uma vez que o ritmo da cidade é bem diferente e eu estou conhecendo outros hábitos, uma gastronomia diferente e até me acostumando com um sotaque novo. Infelizmente, com a situação delicada do coronavírus e, consequentemente, o confinamento decretado pelo governo francês, ainda não pude conhecer a rotina de trabalho no laboratório, estou fazendo home office, apesar disso, está sendo super interessante conhecer o ritmo de uma empresa francesa.

Bom, queria deixar a mensagem de que fazer qualquer intercâmbio envolve estar disposto a enfrentar muitos desafios (muitos!), por isso, a importância de se preparar emocionalmente e conversar com pessoas que passaram pelo mesmo momento antes de você. É uma experiência que nos amadurece em diversos aspetos, faz com que a gente passe por situações únicas e aprenda muito sobre nós mesmos. Além disso, retomando o que falei anteriormente sobre as diversas oportunidades que a universidade tem, gostaria de falar que não precisamos abraçar todas elas não precisamos passar a nossa graduação participando de todas as atividades extracurriculares sem mesmo nos identificar com elas, ninguém é melhor ou pior por ter ou não feito, por exemplo, um intercâmbio, existem diversas formas de aprendizado e amadurecimento, temos que procurar as que fazem sentido pra gente.

Um abraço e fico à disposição para conversar sobre o programa, tirar dúvidas e aconselhar os que se interessarem.

Carla Lopes, aluna da turma 2016/1. Mai 14, 2020

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