Depoimento sobre Carreira

Daniel Caborges, Mar 13, 2014

Junto com outras pessoas, ele ajudou a dar cara para o SemprEQ. Agora, merecidamente, Daniel Caborges fala um pouco sobre sua trajetória profissional, confira:

Meu pai é engenheiro civil e até pensei em seguir esta carreira, pois adorava vê-lo projetando prédios e agências dos correios em Minas Gerais. Mas, eu queria fazer algo diferente, então prestei vestibular para engenharia de controle e automação na PUC-MG e para engenharia química na UFMG! Decidi pela 2ª opção por questões financeiras.

Ainda durante a faculdade, tive a oportunidade de trabalhar como monitor de físico-química e estagiar em 2 grandes companhias, que são benchmarking em suas áreas. Não fiz iniciação científica, pois não era meu perfil, nem foco. Preferi os estágios profissionais.

Na Holcim, em Pedro Leopoldo, fiz 2 estágios. Trabalhei na área de coprocessamento de resíduos, onde participei na implantação e operação da Resotec em seus primeiros anos de vida. E também trabalhei na área de produção de clínquer, mas por pouco tempo. Quando estava no meio do 2º estágio na Holcim, através do Prof. Marcelo Cardoso, consegui uma vaga de estágio na Aracruz Celulose, no Espírito Santo, onde trabalhei na área da caldeira. Gostei demais do processo e das possibilidades trabalhando nesta área, mas não tinha vaga para um engenheiro recém-formado.

Os meus estágios na indústria cimenteira foram essenciais para conseguir meu 1º emprego como engenheiro junior em um pequena empresa projetista de automação industrial, a Cimtec, que estava participando de 3 grandes projetos para a Holcim. A construção das 2 plantas de blendagem de resíduos da Resotec em Pedro Leopoldo e Cantagalo, e os sistemas de injeção de resíduos sólidos e líquidos em Barroso, Cantagalo e Pedro Leopoldo. Os projetos terminaram e foram entregues, e a equipe teve que ser reestruturada. Em 2002, fui demitido, com 1 ano de trabalho.

Participei então de 2 processos seletivos, na Mendes Junior e na Magnesita. Fui aprovado na Mendes Junior e fui enviado para Macaé/RJ para trabalhar em projetos de melhoria em plataformas de petróleo da Petrobras. Mergulhei de cabeça nos primeiros meses de trabalho e estava amando embarcar em plataformas e desenvolver projetos que nunca pensei que desenvolveria um dia.

Foi então que recebi a notícia da aprovação no trainee da Magnesita, em BH, mas continuei em Macaé trabalhando na área de óleo e gás. Me empolguei com a área e fiz minha 1ª pós-graduação na área de exploração de petróleo. Me tornei um profissional disputado pelas empresas de RH, mesmo com pouco tempo de formado. Além da Mendes Junior, também trabalhei na Metroval, e na Techint quando estive em Macaé. Participei de grandes, médios e pequenos projetos, e todos importantes para meu desenvolvimento como profissional.

Trabalhar na SEI Consultoria merece um capítulo a parte, pois tomei a decisão difícil de me mudar novamente em 2008. Desta vez o destino era São Paulo. Diversifiquei para aprender outros processos, pois já dominava todos do E&P. A bola vez era um projeto de uma unidade HDS na REPLAN — Refinaria de Paulínia. Não me adaptei muito bem à cidade de São Paulo, decidi então voltar para o estado do Rio, desta vez em Niterói, para projetar módulos de plataformas no estaleiro da UTC Engenharia. E lá fiquei por 3 anos. Neste período, desenvolvi vários projetos, mas o mais desafiador foi o de sistema de tratamento de gás natural para remoção de CO2 por meio de amina de uma das plataformas da Petrobras. Neste período, precisei até fazer uma 2ª pós-graduação, em engenharia de processos para dar conta do recado.

Mas a vontade de voltar para BH começou a falar mais alto e uma vaga oportuna e promissora surgiu na Vale, para trabalhar em área normativa de engenharia, ditando normas, especificações, critérios e guias de engenharia para o desenvolvimento de projetos acima de US$ 500 MM. Hoje, não executo mais projetos, mas continuo prestando assistência técnica e consultorias aos grandes projetos nacionais e internacionais.

Escolhi escrever este texto enorme e contar a trajetória um pouco mais detalhada para relatar com fatos e dados que trabalhar com engenharia química é de certa forma fazer de tudo um pouco! Somos multidisciplinares sim, e ao mesmo tempo especialistas no que fazemos! Acredito que possamos trabalhar de forma integrada com qualquer outra área devido à nossa capacidade de enxergar o todo, de forma ampla ou específica!

Até no meu hobby preferido eu aplico meus conhecimentos de engenharia química, produzindo cervejas artesanais no quintal de casa!


Daniel Caborges, graduado em 2001. Texto editado em 23 de março de 2018

Demais o depoimento do Daniel sobre o que ele viveu na Engenharia Química - UFMG e sua carreira! Mas… e sobre perspectivas do Futuro? O que podemos falar? Descubra aqui!

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