Pedro Menezes - Iniciação Científica: uma experiência enriquecedora de crescimento acadêmico
Setembro 17, 2021
Setembro 17, 2021
Olá, EQ! Me chamo Pedro Luiz, comecei o curso de Engenharia Química em 2019, e fiquei muito feliz ao receber o convite do SemprEQ para falar um pouco sobre minha experiência com Iniciação Científica.
Meu contato com as pesquisas da UFMG começou antes da faculdade, quando eu estava no meu primeiro ano do Coltec. Nessa época eu conheci o Programa de Iniciação Científica Júnior ao conseguir uma bolsa no Laboratório de Aquacultura da escola de veterinária da UFMG, em um projeto sobre a reprodução de Peixes Betta. Foi um período muito importante na minha formação, no qual eu vivenciei as etapas de um projeto científico, tive que lidar com muitas situações imprevistas no decorrer do experimento e tive o meu primeiro contato direto com mestrandos e doutorandos.
Quando acabou meu tempo no laboratório de aquacultura eu me dediquei ao estágio para concluir o curso técnico, mas nunca me esqueci de como eu gostei do meu tempo no laboratório e como eu me sentia feliz fazendo parte de um grupo de pesquisa, e foi com isso em mente que ao entrar na faculdade eu tive como objetivo procurar uma Iniciação Científica. Eu queria muito atuar em alguma pesquisa ligada ao departamento de Engenharia Química, pois eu ainda conhecia muito pouco do curso e achei que seria uma boa oportunidade de entender mais o que era a Engenharia Química.
Foi nesse ponto que eu descobri que a Iniciação Científica da faculdade era diferente do que eu vivi no ensino médio, pois as oportunidades não são tão divulgadas, não sabemos quando abrem as bolsas e quais professores têm projetos em andamento. Contudo, eu já tinha aprendido no Coltec que quando nós queremos algo não podemos sentir vergonha, então decidi mandar e-mails para alguns professores da EQ, me apresentando e falando do meu interesse em participar de uma Iniciação Científica na graduação. Dos e-mails que enviei, recebi como respostas que não havia vaga para IC e alguns nem mesmo resposta eu tive, mas no final do primeiro período eu recebi a resposta da professora Vanessa de Freitas Cunha Lins, do departamento de Engenharia Química, que me aceitou como aluno de Iniciação Científica.
Assim, eu comecei o segundo período atuando no Laboratório de Corrosão do departamento de Engenharia Química, auxiliando em um projeto de doutorado que avaliava a resistência à corrosão em solução de Hank’s de ligas de magnésio após serem submetidas a um processo de deformação plástica severa. O projeto tinha o objetivo de avaliar o potencial que essas ligas tinham para serem usadas como próteses no corpo humano, já que a solução de Hank’s tem uma composição e concentração de sais semelhante ao organismo humano. No experimento, eu fiquei responsável por realizar algumas análises eletroquímicas no potenciostato do laboratório, e foi muito proveitoso para mim aprender a manusear um equipamento que eu conhecia apenas na teoria, além de conhecer softwares geradores de gráficos e o principal, me aprofundar mais nas questões da corrosão e na amplitude de possibilidades de pesquisa que essa temática possibilita.
Contudo, minha atuação nesse projeto foi paralisada devido à pandemia de Covid-19, e as atividades foram readaptadas para um contexto à distância. Assim eu me juntei à aluna de mestrado Paula Duarte em um projeto que nunca imaginei que eu participaria: a escrita de um artigo acadêmico de revisão bibliográfica. Até então minha vivência tinha sido apenas laboratorial, e apesar de contribuir nas pesquisas eu nunca tinha efetivamente escrito um artigo acadêmico, então foi um período em que eu tive que me dedicar muito. O artigo era uma revisão sobre o uso de espécies da flora brasileira como inibidores de corrosão, e foi preciso ler e classificar dezenas de artigos, sendo que ao final foram adicionados à revisão 32 artigos, que falavam sobre 24 espécies vegetais diferentes.
Admito que quando comecei o artigo tive medo de ser um projeto cansativo e entediante, mas à medida que o artigo ia crescendo eu fiquei muito envolvido com a leitura da bibliografia e a escrita do artigo em si. Foi muito interessante ler sobre várias formas de extração, ver diferentes abordagens usadas para avaliar a corrosão e aprender sobre o mecanismo de ação de diversas substâncias, e a aceitação do artigo para publicação em uma revista acadêmica foi um dos momentos mais especiais que tive na faculdade, pois me senti contribuindo para o crescimento do mundo acadêmico e a geração de conhecimento.
Para concluir, eu vejo meu tempo envolvido com Iniciações Científicas como o definidor do meu futuro, pois eu me apaixonei por pesquisas ao longo desses anos e pretendo continuar pesquisando. E para todos que têm interesse em tentar uma Iniciação Científica, eu recomendo imensamente, a experiência é engrandecedora, pois é possível aprender tanto sobre laboratórios, técnicas de análise, a utilizar equipamentos e principalmente a construir novos conhecimentos.
Pedro Luiz Fonseca Menezes, ingresso em 2019/1. Setembro 17, 2021
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