ISABELA VIEIRa - méliuz

Nov 27, 2020

Começo este texto falando que vi partes de mim muito bem representadas em relatos de outros colegas aqui nos textos do SemprEQ e, por isso, espero que, de alguma forma, registrar a minha experiência de estágio possa abrir caminhos para que você, leitor, considere oportunidades que talvez não tivesse imaginado anteriormente.

Acredito profundamente que cada experiência que tivemos dentro da Universidade e fora dela são essenciais para formar a nossa percepção de mundo e, consequentemente, a visão que temos sobre o mercado de trabalho. A partir das minhas vivências, entendi que gostaria muito de trabalhar em uma organização que tivesse uma cultura alinhada com os meus valores e em que essa cultura de fato fosse refletida nas ações de todos os funcionários.

Aqui ressalto que eu buscava, nesse momento da carreira, algumas características específicas, como possibilidade de mobilidade entre áreas da empresa, autonomia e orientação para resultados, mas sem que isso prejudicasse o ambiente de trabalho e a relação entre quem trabalhasse ali. Não necessariamente você valoriza as mesmas coisas que eu e, por isso, eu considero muito importante as oportunidades que temos de exercer trabalhos em equipe dentro e fora da Universidade para que possamos ter um nível maior de autoconhecimento e entender o que faz sentido para cada um. Aqui incluo as organizações de igrejas, os projetos de pesquisa, AIESEC, CHOICE, Movimento Empresa Júnior, Engenharia Solidária, Liga de Mercado e Negócios, Equalizar e por aí vai.

Voltando aos valores pelos quais eu prezo, encontrei um match perfeito pra mim ao fazer o processo seletivo do Méliuz, startup referência no Brasil em cashback. Esta empresa, que na época do meu processo seletivo estava no ranking do Great Places to Work (GPTW) por dois anos (hoje está por 4 anos), me encantou já na época quando descobri que a última etapa do processo era uma entrevista de cultura em que seria avaliado se eu realmente tinha em mim os pontos valorizados pela empresa.

O match cultural deu tão certo que, mesmo a vaga para a qual eu estava prestando o processo ter sido ocupada por outro candidato, me chamaram para atuar em uma outra área que abriria vaga. E foi assim que já de cara percebi que teria a oportunidade para a mudança de áreas, que eu tanto valorizava. Comecei atuando em Customer Success (CS) em setembro de 2019 e quatro meses depois migrei para Operações E-commerce (área para a qual tinha me inscrito inicialmente). Desenvolvi habilidades muitos diferentes em cada uma das áreas, mas posso dizer que em ambas aprendi muito, aprendizados estes que compilo abaixo.


1- Diversidade é fundamental

Quando entrei no Méliuz, eu considerava que eu já tinha participado de muitas iniciativas na UFMG, mas algo que eu sentia na maioria delas é que muitos dos membros eram muito parecidos. Querendo ou não, temos a tendência de nos tornarmos muito semelhantes àqueles com os quais mais convivemos e eu sentia que em muitas situações faltavam backgrounds diferentes para termos, a partir de então, ideias mais criativas que resolvessem melhor o problema.

Foi uma surpresa logo ao entrar no CS ver um time tão diverso em relação a gênero, raça, curso, idade. Tínhamos pessoas que estavam cursando ciências contábeis, ciência da computação, engenharia de software, pessoas já formadas em publicidade e propaganda, geografia e tínhamos também gente que ainda nem tinha formado no ensino médio, atuando como menor aprendiz.

Que diversidade traz ideias melhores elaboradas acredito que as empresas já estão cansadas de saber, mas é importante nós, como profissionais, também valorizarmos isso. Conviver com pessoas diferentes faz sim nos tornarmos mais empáticos e conseguir resolver os problemas entendendo qual é o impacto que estes têm em cada parte afetada.


2- Diante de um problema, entenda a raiz dele e vá em busca da solução

Quando mudei para o time de Operações, entendi que basicamente a nossa função era resolver qualquer problema relacionado à operação do e-commerce. Aqui incluo o rastreio das compras, a atribuição correta de cada compra para seu usuário, a confirmação dos cashbacks dentro dos prazos estipulados, a integração técnica de novos parceiros ao Méliuz e outros mais. Enfim, enquanto tivermos problemas a resolver, temos serviço a fazer.

Por isso, foi muito importante entender que não importa quem errou, o que importa é saber o qual foi o erro e o que podemos fazer para consertar. E aqui mora um dos meus pontos de maior aprendizado no Méliuz. As pessoas precisam se sentir confortáveis para admitir que erraram e para então conseguir ajudar na correção. Afinal, provavelmente quem cometeu o erro seja o mais qualificado para corrigi-lo. Como diz nosso COO, podemos ficar nervosos em busca de uma solução e que usemos essa energia para resolver o problema, mas nunca devemos ficar nervosinhos e nos paralisarmos diante de um desafio.


3- Aprender a aprender é o melhor que você pode tirar da Universidade

Como já mencionei, até então, trabalhei em duas áreas do Méliuz. Para nenhuma delas, precisei de conhecimentos específicos da Engenharia Química, nada de OPA, nem um pouquinho de OPB, Cinética então não usei nada, cálculo de ponto de orvalho e bolha? não mesmo. Mas isso não significa que não tenha usado nada do curso.

A Engenharia nos ajuda a pensar de uma forma mais metódica, afinal quantos EDs não tivemos que fazer não é mesmo? Esse raciocínio, tão usado nos balanços de massa e energia, pode ajudar muito na resolução de problemas e, principalmente, em aprender novas habilidades. Hoje uma das maiores demandas que eu tenho é melhorar a minha habilidade de extrair e tratar dados, o que no meu contexto exige aprender um pouco mais sobre a linguagem de programação SQL. E para aprender linguagens de programação de uma forma geral uma grande habilidade a se desenvolver é este pensamento lógico.

Deixo aqui uma dica valiosa: aprendam a programar e a tratar dados (isso abre muitas, mas muitas mesmo, portas no mercado de trabalho mesmo na Engenharia raiz).


4- Pessoas fora da curva fazem tudo ser possível

Sabem aquela história de que se você é a pessoa da mesa que mais tem a acrescentar talvez você esteja na mesa errada? Pois é, eu vejo muito isso no Méliuz. Trabalho com pessoas fantásticas mesmo, que me ensinam muito todos os dias e vejo que quando elas já aprenderam/ensinaram muito atuando na função em que elas estão, há um grande esforço para que elas sejam direcionadas a outras funções em que possam aprender ainda mais, claro que dentro das possibilidades da empresa.

Vejo isso como uma forma de catalisar talentos e foi um aprendizado que levarei pra vida. É muito importante trabalhar em um local que invista verdadeiramente no seu crescimento e te dê desafios proporcionais a sua capacidade, de forma que cada vez mais você se sinta feliz com aquilo que trabalha.

Concluo este texto ressaltando que tudo que escrevi aqui é um resumo daquilo que faz sentido pra mim. Talvez você concorde com alguns pontos e discorde de vários outros, mas acredito que o mais importante é que na hora de você procurar um trabalho CLT ou estágio, você busque por uma empresa que faça sentido com aquilo que você valoriza. Talvez você seja uma pessoa com uma cultura super focada em resultados, haverá espaço para você no mercado, ou talvez seja super focada em pessoas, também haverá espaço para você. Sei que essa fase de início de carreira é super desgastante, então desejo a todos nós muita resiliência durante esse período!

Isabela Vieira, ingressa em 2015/2. Nov, 27, 2020

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