Da Engenharia Química ao mundo dos dados

Gabriel Fonseca, Ago 06, 2021

Acredito que o motivo da minha escolha pela Engenharia Química tenha sido parecido com o de muitas pessoas: tinha facilidade com disciplinas de exatas durante o ensino médio, não tinha certeza do que queria fazer e, por a Engenharia Química ser considerada uma das engenharias mais amplas, acabei optando por ela. Mas durante o processo de escolha, o curso de administração também tinha sido uma opção que considerei bastante. Ao entrar na UFMG e conhecer as empresas juniores, vi ali uma oportunidade de também ter contato com a área de negócios durante a graduação. Por isso, já no primeiro semestre de faculdade, decidi fazer o processo seletivo da Mult Jr e consegui ser aprovado.

Membros da Mult Jr no Encontro Mineiro de Empresas Juniores de 2015

Fiquei na Mult Jr durante a maior parte do curso, por três anos, e essa experiência foi definitiva para que eu escolhesse realmente seguir para a área de negócios. Tendo participado de muitos eventos do Movimento Empresa Júnior, da Mercado em Conexão e de outros eventos da UFMG, tive a chance de conhecer muitas empresas de diferentes áreas, e as que mais me atraíam eram as empresas de serviços, especialmente algumas startups. Comecei a estudar marketing digital, a fazer processos seletivos de estágio para áreas de vendas e operações de algumas startups, e entrei em contato com um ex-aluno da Engenharia Química com quem eu havia trabalhado na Mult Jr e que estava no Méliuz para pedir algumas dicas. Ele me convidou para conhecer a empresa, conversei com ele e com um outro ex-aluno que também trabalhava lá, e alguns dias depois ele me perguntou se eu teria interesse em fazer o processo seletivo para o time de dados.

Mesmo sem conhecer a área inicialmente, a visita tinha sido bem legal e tinha gostado bastante do Méliuz, então resolvi participar do processo seletivo e fui aprovado. E foi um momento excelente para fazer parte daquele time: ele era composto por três profissionais com muita experiência na área de dados e um que havia entrado no time há apenas três meses, que também era um outro ex-aluno da EQ. Esse cenário facilitou muito minha adaptação e meu crescimento, pois eu tinha ao lado uma pessoa que estava passando pelo mesmo processo de aprendizagem, mas com alguns meses à frente, e o respaldo de colegas com muito conhecimento.

Equipe do Méliuz na reunião de início de ano em 2018

Apesar de não ter domínio da parte técnica no início, acredito que a EQ tenha me ajudado muito no que vejo como uma das principais tarefas de uma analista de dados, que é resolver problemas. De forma simplificada, o processo é muito parecido com o que a gente faz durante todo o curso: entender e definir um problema, levantar os requisitos que serão necessários para resolvê-lo, realizar a análise e então entender e apresentar os resultados. Fiquei noves meses no Méliuz e, além de aprender bastante da parte técnica, ter trabalhado com profissionais mais seniores me ajudou muito a entender a importância de outras habilidades relevantes para a função, como conseguir auxiliar outras pessoas a identificarem qual o problema elas querem de fato resolver e como transmitir os resultados das análises de forma clara e objetiva, garantindo que todos tenham entendido.

Depois do Méliuz, fiz um intercâmbio por cinco meses, e na minha volta, uma amiga que também era da Engenharia Química me chamou para trabalhar com ela na Meu Acerto, uma startup que atua na área de cobrança, retenção e reativação de clientes. Decidi aceitar a proposta e é onde estou até o momento. Quando entrei, a empresa ainda era pequena, com aproximadamente 20 funcionários e 4 clientes, e o desafio foi bem diferente. Junto com mais um colega que também havia acabado de ser contratado, iniciamos a área de dados na Meu Acerto. Apesar do pouco conhecimento técnico no começo, pude amadurecer muito com essa experiência. No Méliuz, sempre tinha alguém me apoiando e, qualquer dúvida que surgisse, era só perguntar a pessoa ao lado. Na Meu Acerto, tive que aprender muitas coisas sozinho e junto com as outras pessoas da empresa, e isso contribuiu muito para o meu desenvolvimento.

Time da Meu Acerto na festa de final de ano de 2019

Apesar de não usar diretamente a grande maioria dos aprendizados do curso, a Engenharia Química foi fundamental para minha trajetória profissional até aqui na área de dados: a capacidade de resolver problemas desenvolvida constantemente durante o curso, ter feito parte da Mult Jr e, acima de tudo, as pessoas que eu conheci no curso. E assim como minha escolha pela EQ possivelmente foi parecida com a de muita gente, vejo que essa transição para o mundo dos dados, e da área de negócios em geral, também é muito comum para os engenheiros químicos. Hoje trabalho com mais dois ex-alunos no time de dados da Meu Acerto, e mais quatro em outras áreas da empresa. São diversas pessoas que eu conheci no curso e que também atuam em funções similares, e tenho certeza que muitos outros estudantes ainda seguirão esse caminho.

Gabriel Fonseca, formado em Engenharia Química na UFMG em 2019/1. Ago 06, 2021

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