Ô abre alas que na UFMG eu vou entrar!

Laura Castro, Nov 12, 2021

Oi, eu sou Laura Castro e hoje vou contar um pouco da minha trajetória na Engenharia Química da UFMG. Tudo começou ainda na época da escola quando meu professor de química, Derivaldo, me incentivou a participar da OBAQ (Olimpíada Baiana de Química). Foi ali que meu gosto pela área se apurou ainda mais (minha mãe é bacharel em Química, então já existia um incentivo desde muito nova).

Logo nos meus últimos anos de ensino médio conheci a UFV (Universidade Federal de Viçosa) e tive o prazer de explorar cada cantinho do campus que faz parte da história dos meus pais. Naquele momento, retornar para Minas Gerais e me graduar em minha terra natal (morei desde os 7 anos em Salvador) tornou-se algo forte em mim.

A trajetória para entrar na UFMG (ou UFV caso os planos não dessem certo) foi de muita dedicação aos estudos e às aulas. Ainda guardo na memória os momentos angustiantes do ENEM e do SISU, as longas semanas de espera do resultado, a comemoração pela aprovação... Enfim, conquistei meu passaporte para a tão aclamada UFMG :)

Em junho de 2019 fiz minha mudança para Nova Lima para morar com meus avós e trilhar minha jornada pela Engenharia Química. Fiz o famoso “reconhecimento de área” algumas semanas antes do período de matrícula e fiquei encantada com o campus, desde a portaria da Antônio Carlos até o prédio da Escola de Engenharia (EEUFMG), eu sentia que ali seria meu lugar.

Fui uma caloura que desde o início buscou se conectar com o campus e aproveitar o que a universidade poderia oferecer. Antes das aulas começarem tive a oportunidade de realizar o curso de Pré-Cálculo ofertado pelo PET de Matemática da UFMG, onde pude revisitar bases muito importantes da álgebra para o gigante que estaria por vir, o Cálculo I.

Assim que finalizei o Pré-Cálculo um colega fez o convite para que eu participasse do curso de Programação ofertado pela iniciativa Programação 101 do DCC da UFMG. Durante duas semanas, eu que até então não sabia nem o que era front-end e back-end, consegui programar uma calculadora básica usando um prompt de comandos. O curso me ensinou muito a lógica por de trás da programação, em especial a resolver problemas complexos com poucas linhas de código.

Programação 101

Ter realizado os cursos foi muito importante para minha trajetória no primeiro período do curso, pois me trouxe mais confiança para o que estava por vir no primeiro semestre de graduação. Além disso, foi uma experiência que (re)afirmou a importância em se explorar o novo e o desconhecido, mas também de sempre relembrar os aprendizados antigos.

Caloura da Engenharia Química 2019/2

Ainda nas primeiras semanas como caloura, busquei ver a UFMG com os olhares que nem sempre são tão apreciados pela maioria dos alunos com dois rolês bastante inusitados: uma trilha dentro da Estação Ecológica da UFMG e um concerto musical da Orquestra dos alunos de Música e Medicina da UFMG.

O primeiro passeio fazia parte do projeto de acolhimento promovido pela universidade, já o segundo é uma paixão que sempre tive pela música clássica. Os dois momentos foram especiais, pois me mostraram o quão plural e diversa é a nossa UFMG. Apesar de ainda existir tanto preconceito em nossa sociedade, a UFMG se mostra aberta a todos, com projetos e eventos incríveis e para todos os gostos pessoais.

Sobre meu primeiro período gostaria de dizer que tive muita dificuldade para me adaptar à nova rotina em uma cidade que por mim era desconhecida, mas ainda assim me aventurei por muitos cantinhos do campus e de BH.  Sei que o novo pode trazer muita ansiedade para alguns e para outros emoção, mas apesar desse misto que é viver o semestre como calouros gostaria de deixar uma mensagem aos futuros discentes da EQ: usem e abusem dos monitores do ICEX (eles salvam vidas e muitos NSGs).

Assim como todo calouro de engenharia participei do Desafio de Introdução. Sei que muitos alunos veem esse projeto como “dor de cabeça” e “super difícil" (eu também via assim na época). Apesar disso, quando retorno às memórias da época percebo o quão importante foi trabalhar com alunos de outros cursos da EEUFMG. Tive a oportunidade de conhecer uma das minhas grandes amigas da faculdade, Fernanda, e ainda pude desbravar o mundo da computação que para mim sempre foi complexo e impossível. Por isso gostaria de deixar como mensagem aos leitores que não fechem os olhos para as oportunidades que vocês receberem. Talvez essas palavras não façam sentido algum agora, mas se permita viver; sonhar; e explorar a universidade e os que passam por ali. Olhe para quem está ao seu lado, pois ele ou ela podem lhe ajudar muito no futuro.

Ainda no 1° período participei da famosa SEQ (Semana de Engenharia Química) promovida por alunos do nosso curso. Foi uma experiência fantástica, pois pude conhecer mais sobre as grandes áreas de atuação que a nossa graduação permite.

Porém, o ponto alto desse evento foi minha visita ao CDTN (Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear) que está localizado dentro do campus da UFMG. A visita técnica ao centro (além das palestras e workshops que participei sobre a área nuclear) fizeram meus olhos brilharem pela área.

Conheci o Laboratório de Irradiação Gama e a planta piloto de processamento de minerais, e pude ver de perto a importância e benefícios que o uso da Tecnologia Nuclear permite em nosso cotidiano. Se você gosta da área, não deixe de conhecer mais os projetos de lá, e caso não seja sua praia, tudo bem também. A UFMG tem muitos espaços para desenvolvimento de pesquisas e projetos para nosso curso.

Quando findou o primeiro semestre eu sentia que devia começar a procurar alguma iniciativa para participar, pois sentia falta de me conectar mais com as pessoas do meu curso. Infelizmente, o ano de 2020 trouxe algo que ninguém esperava: uma pandemia. Passei longos meses isolada e longe dos meus colegas da UFMG - me aventurei pelas delícias da culinária mineira, na jardinagem e adotei um novo membro à família, o Petrônio.

Quando as aulas retornaram de maneira remota eu decidi me inscrever para o processo seletivo do SemprEQ. Foi meu primeiro Processo Seletivo e minha primeira entrevista, eu estava tão nervosa que tinha certeza que não passaria para a admissão. Foram longos dias de ansiedade, mas felizmente entrei para o time do SemprEQ em julho de 2020.

Diretoria de Relacionamentos do SemprEQ 2020/2

Naquela época, a iniciativa passava por uma reforma estrutural e logo de cara me tornei Diretora de Relacionamentos. Foi uma experiência desafiadora estar à frente de uma equipe, mas ao mesmo tempo muito gratificante, pois consegui desenvolver minhas habilidades de comunicação, liderança e organização de projetos e eventos. Sou muito grata aos meus assessores, Kaio e Rafael, por toparem essa aventura comigo e tirarem do papel minhas loucuras, em especial nossa primeira live, os projetos Além da EQ e SemprInteressante, e nosso SemprEQ News.

Ao final de 2020 fui convidada a participar do Processo Seletivo para o GEQLMS e para assumir a presidência do SemprEQ. Passei semanas em claro tentando entender qual porta deveria seguir, e devo dizer que tenho muito a agradecer às minhas amigas, Isabela e Bárbara, pelo incentivo e confiança em meu trabalho.

Diretoria Acadêmica do GEQLMS 2021/1

Iniciei 2021 sendo Assessora Acadêmica do GEQLMS, presidente do SemprEQ e aluna do 2° período de Engenharia Química. Estar participando do Grêmio tem sido muito gratificante, pois sempre adorei me sentir pertencente e conectada a algo. Dentro do GEQLMS sinto que posso trazer isso aos alunos quando atendo dúvidas referentes às burocracias e etapas acadêmicas importantes. Além deste trabalho de atendimento ao público, também realizo produção de conteúdo informativo e instrucional aos alunos do curso, gestão da mediação de eventos e muito mais.

Finalizei o segundo e o terceiro semestre com muitas dúvidas e anseios se havia escolhido o curso certo. Sentia que via muito teoria e ciência pura, sem nenhuma aplicação concreta para a Engenharia. Estava um pouco desacreditada, mas tudo mudou no 4° período. Em julho de 2021, o SemprEQ promoveu o 1° ciclo de mentoria para a rede e eu tive o privilégio de ser mentorada da Cláudia Otto, uma egressa do curso que trabalha em uma empresa de reciclagem química de polímeros - a Quantafuel, uma empresa norueguesa.

Por três meses eu e a Claudia mantemos contato e conversamos sobre diversos assuntos, desde como montar um currículo até “O que a Laura deseja para o futuro?”. Foi uma experiência de muito autoconhecimento e descobertas, pois durante esses meses me candidatei a diversos programas de estágio, tentei um intercâmbio e vagas para ICs. Recebi muitos nãos, me desesperei achando que não era uma boa profissional, fiquei “em cima do muro” sobre o que era melhor para mim…. Mas ao final, me encontrei de certo modo e escolhi minhas novas portas.

O Projeto de Mentoria foi um divisor águas para mim, tanto como aluna da graduação como presidente do SemprEQ, pois tive a oportunidade de construir um projeto do zero com auxílio de egressos do curso; conheci uma mente brilhante da EQ que renovou minhas energias para continuar essa longa jornada que é a graduação.

Meu 4° período acabou (finalmente) e agora sigo rumo ao famoso (e tão esperado) ciclo profissional :) . A jornada ainda não acabou meus caros, ainda tenho muito a trilhar (uma IC está a caminho e finalmente o staff da SEQ saiu!!). Espero que esse texto possa lhe ajudar de alguma forma e incentivar você a conhecer mais o campus e o nosso curso. Sei que você deve estar pensando, “meu Deus quanta coisa ela fez”, “eu preciso seguir essa mesma trilha?”. A resposta é “Seja você sem medo!”. Uma coisa que aprendi durante esses últimos dois anos foi que cada um de nós possui uma trajetória singular e belíssima. Não tenha medo de arriscar e fazer algo fora da curva. Faça o que lhe faz feliz e representa, mas acima de tudo viva a UFMG!

Laura Castro, Ingressa em 2019/2. Nov 12, 2021

Muito interessante a jornada da Laura, não é? Não deixe de conferir também o texto da Laura Cwienk contando sobre as diversas experiências que teve apesar das barreiras da pandemia!

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