os vários caminhos que a engenharia química proporciona

Andréia Sant'Anna, Out 09, 2020

Sempre gostei muito de estudar e na época que estava na escolha de qual curso de graduação estudar, as pesquisas em Engenharia Genética estavam na moda. Como não tinha um curso desse no Rio, decidi fazer Engenharia Química na UFRJ com o objetivo de me especializar depois. Lá, a vida me levou por outros caminhos: fiz três iniciações científicas e percebi que não tenho aptidão para estar em laboratório.

No último ano da graduação, entrei em um programa de extensão que tinha convênio com a ANP no qual fazíamos disciplinas optativas na área de Engenharia de Petróleo, defendia o Projeto Final de Curso (o TCC) sozinha e ainda fazia estágio na mesma área do programa. Por causa disso, comecei a conhecer a área de Modelagem, Simulação e Otimização de Processos.

Por estar no programa, um outro professor me convidou para participar de uma competição que estava sendo promovida por uma empresa carioca de consultoria em projetos de Engenharia na área de CFD (Fluidodinâmica Computacional). Eu não sabia que empresa que era, nem o que significava essa sopa de letras. Acabei entrando no escuro, mas com o sentimento de que a gente tem que se jogar nas oportunidades que a vida oferece.

Meu trio acabou ganhando a competição e fomos convidadas para estagiar na empresa. Me formei um ano depois e fui contratada como Engenheira e permaneci lá por 12 anos, trabalhando em diversos projetos, áreas e estados do Brasil diferentes (me mudei para Belo Horizonte em 2007). O que mais se destacou nessa minha trajetória é que meus coordenadores sempre me levavam para treinamentos e palestras de semanas de Engenharia e comecei a organizar as competições dos anos seguintes. A veia professora se destacou desde sempre, mesmo que eu ainda não soubesse.

Atualmente sou docente em uma instituição de ensino privada em Belo Horizonte e coordeno um programa de extensão, auxiliando de perto na formação desses estudantes e pretendo seguir esse caminho da docência, que é onde meus olhos brilham e a sensação de dever cumprido aparece no final do dia. E quero continuar meus estudos nessa área de simulação e otimização, que para mim, é ver a aplicação de todas as disciplinas do ciclo profissional na prática, utilizando os recursos computacionais.

Comecei meu mestrado no primeiro semestre de 2019 e estava inicialmente sem saber no que trabalhar. Aproveitando o networking da consultoria, um antigo cliente de uma refinaria deu diversas sugestões para trabalhar em meu tema de mestrado. Levei meu orientador, professor Esly Ferreira da Costa Junior, para conhecer o processo no ano passado e desde então estamos investigando problemas dos trocadores de calor que realizam a função de condensadores de uma coluna de topo do processo de Craqueamento Catalítico Fluido. Apesar de eu gostar de estudar coisas diferentes e “permear vários mundos” (risos), nunca deixarei a Engenharia Química e a Fluidodinâmica Computacional de lado. E a UFMG é a minha segunda escola do coração (a gente não pode nunca esquecer nossas origens e sermos gratos por elas).

A Engenharia Química tem um mundo de possibilidades e vale a pena ser estudada sim! Por isso, meu conselho final é que vocês explorem todas as oportunidades oferecidas pela UFMG para saber qual vai fazer com que seus olhos brilhem. Muitas vezes vocês podem errar, pode ser que os acertos sejam poucos, mas o mais importante é nunca deixar de experienciar.

Andréia Sant'Anna, mestranda desde 2019. Out 09, 2020

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