Acredito que o primeiro pilar para se ter uma boa experiência durante o curso é conhecer quais oportunidades estão disponíveis para nós. Sei que, ao entrar na faculdade, ficamos um pouco perdidos, pois é tudo muito novo. Então aí vai a primeira dica, conversar com veteranos dos diversos períodos. O nosso grêmio faz uma ação todo semestre para os calouros chamada “calouro prodígio”, que presenteia os calouros mais engajados com as tarefas propostas e, normalmente, essas tarefas são relacionadas a atividades que te colocam em contato com veteranos. Quando fui caloura, eu fui uma das vencedoras deste desafio e não só ganhei uma caneca e um tirante da EQ, como também aprendi muito sobre o curso e os projetos de extensão que existiam. Portanto, não tenha vergonha, os veteranos foram sempre muito solícitos comigo e, até hoje, me ajudam.

Passada a etapa de conhecer as oportunidades, vem a etapa de escolher quais são as atividades mais relacionadas com os seus interesses e objetivos. Falo isso, pois temos inúmeras opções, mas é importante sabermos ter foco para escolher as que fazem sentido para nós, caso contrário, você pode se perder e não aproveitar por completo as oportunidades que escolheu.

No meu caso, comecei minha trajetória, já no meu 1º período, no Movimento Empresa Júnior (MEJ), pela Mult, empresa júnior do nosso curso. Antes de entrar na Engenharia Química, eu já conhecia o MEJ, pois minha irmã mais velha já havia participado. Sendo assim, eu já sabia que esse projeto de extensão fazia sentido para mim, porque tenho interesse em trabalhar em cargos de gestão e de desenvolvimento de projetos/produtos. Nesse sentido, a Mult agregou muito ao meu know-how. Tive a oportunidade de passar por áreas de marketing, vendas, projetos e estratégia empresarial, adquirindo conhecimentos valiosos, porém, não aprendidos em sala de aula.

Ainda no MEJ, participei do Núcleo de Empresas Juniores de Belo Horizonte e Região Metropolitana, na época Beagá Júnior, hoje é o Núcleo Central. Essa iniciativa me proporcionou a oportunidade de me conectar com pessoas de outros cursos e até mesmo de outras universidades. Além disso, devido ao cargo que eu ocupava, eu estava diretamente em contato com empresas como a McKinsey & Company, EloGroup, Dti, SambaTech, entre outras. Com isso, aprendi muito sobre o mercado de trabalho, sobre o tipo de profissionais que as empresas procuram, além de fazer conexões valiosas com pessoas de cada empresa.

Finalizei minha jornada no MEJ ao final do meu 3º período e, já no 4º, iniciei uma iniciação científica (I.C.). Atualmente faço I.C. no departamento de pós-graduação de Engenharia Nuclear da UFMG. Trabalho no projeto de pesquisa Estudo de Sistemas Nucleares Avançados Utilizando Códigos Computacionais, mais especificamente, estudando um Reator Regenerador a Sal Fundido. Fiquei sabendo dessa vaga através de uma veterana, pós-júnior da Mult, que conhecia meu trabalho e me indicou para o professor com que ela trabalhava.

Escolhi participar de uma I.C., porque tenho interesse em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, o que acredito ser uma habilidade desenvolvida durante esse tipo de projeto de extensão. Estou no meu segundo semestre de iniciação científica e já tive a oportunidade de apresentar um pôster durante a semana de iniciação científica e também de submeter um artigo para a SENCIR, Semana Nacional de Engenharia Nuclear e da Energia e Ciências das Radiações.

Além disso, durante a pandemia, criei um instagram, com uma grande amiga da Farmácia, sobre cuidados com a pele, cosméticos e a química envolvida nesse nicho. A área de cosméticos é uma das minhas grandes paixões e esse passo foi fundamental para dar início à minha carreira. Além de ter criado uma comunidade incrível no The Glowssary, compartilhando conhecimento, através desse projeto, fui recrutada por uma empresa de cosméticos, na qual, recentemente comecei um estágio. Não tenho ainda muito o que comentar sobre, pois hoje faz uma semana e meia que iniciei o estágio. Futuramente poderei compartilhar com mais detalhes sobre essa experiência.

A última experiência que gostaria de comentar é a que todos temos involuntariamente ao estarmos na universidade, que é a sala de aula. Apesar de acreditar que nosso método de ensino é muitas vezes falho, eu sempre aproveito da melhor forma aquilo que está disponível. Portanto, um dos maiores tesouros, que muitas vezes é negligenciado pela maioria dos alunos, é desenvolver um bom relacionamento com os professores. Lembre-se que eles têm mais experiência do que nós e estão ali para compartilhar conhecimento, e não falo apenas conhecimento teórico da ementa da matéria, falo sobre o mercado, sobre novas tecnologias, tendências, oportunidades dentro e fora da universidade. Sendo assim, vi a necessidade de fazer esse parágrafo, pois ainda vejo que a comunidade dos discentes ainda precisa aprender a valorizar os professores.

Para concluir esse texto, quero ressaltar algumas características que julgo serem importantes e que me fizeram chegar até aqui. A primeira, que já comentei aqui, é saber seus interesses e seus objetivos. Se você ainda não sabe, comece pesquisando e também descobrindo o que não te interessa. A segunda se relaciona com a primeira, que é conversar com quem já passou pelas experiências, assim você terá melhores insights sobre cada uma delas e saberá decidir se faz ou não sentido para você e seus objetivos. A terceira é fazer conexões reais! Nós não vivemos de forma individual, vivemos em uma sociedade, sendo assim, se relacionar com as pessoas é importante e pode te abrir portas, mas lembre-se que uma conexão real é baseada numa via de mão dupla. Em outras palavras, não seja uma pessoa que só pede favores, faça também pelos outros. A quarta e última é seja protagonista da sua história. Não existe caminho pronto para você atingir seus objetivos. Os caminhos são criados e aparecem a partir das suas ações e iniciativas.

Obrigada por chegar até aqui e espero que esse relato das minhas experiências possa ter te ajudado de alguma forma. Me coloco sempre à disposição para conversar com quem quiser saber mais sobre as atividades das quais participei.

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