A Engenharia química e a computação
Luísa Campolina, Fev 05, 2021
Luísa Campolina, Fev 05, 2021
Minha trajetória na Engenharia Química teve muitos altos e baixos, como acredito que seja a experiência de parte considerável dos alunos do curso. Vou contar um pouco da minha vivência que, entre erros e acertos, me fez alçar voos completamente diferentes do que imaginava, como a decisão de realizar uma segunda graduação em Ciência da Computação.
Eu sempre fui uma pessoa com aptidão muito forte pela matemática, isso me levou a crer que Engenharia Química poderia ser uma opção adequada para mim. Vislumbrava diferentes carreiras, como na indústria alimentícia ou de fármacos e, ao entrar na UFMG, ansiosa para desbravar as possibilidades, resolvi buscar o máximo de experiências extraclasse.
A UFMG possui um universo de oportunidades e iniciativas para adquirir novas experiências e, no meu caso, minha primeira e valiosa experiência ao entrar na Universidade foi na Empresa Júnior Mult Jr. Este foi o primeiro ambiente em que pude crescer ao máximo e agarrei a oportunidade com muito vigor. Foram dois anos e meio de imersão em projetos, e, de assessora à diretora, adquiri valiosos aprendizados em gerenciamento de projetos; liderança; estratégia; entre outros possibilitados por essa vivência empresarial.
Ao finalizar o ciclo na Mult Jr, já com uma base em análises de dados, Excel, indicadores, e uma curiosidade na área de programação, resolvi aplicar para a vaga de estagiária de modelagem computacional para o projeto “WatMin” na Holanda por meio do edital “Living Lab Biobased”. Esse projeto consistia na implementação de um sistema de UltraFiltração em uma indústria de Papel e Celulose. A área em que trabalhei tinha a função de modelar em Matlab, com base nos dados da indústria e da planta piloto, as melhores condições operacionais e resultados esperados para aquele sistema na indústria.
Ao retornar, antes de realmente entender que queria me especializar em tecnologia da informação, resolvi procurar um estágio que aplicasse os princípios fundamentais da engenharia química em uma Estação de Tratamento de Água da Copasa. Porém, ao invés de me encantar com projetos relacionados à Operações Unitárias e à Fenômenos de Transporte, eu acabava voltando meu trabalho para geração de dados para análises e criação de indicadores, área na qual consegui obter sucesso nos resultados.
Assim, durante essa experiência, cheguei à conclusão de que minha paixão profissional realmente é relacionada a computação. Em alguns momentos, cogitei sair da Engenharia Química para focar nessa área, mas eu sabia que, assim como no meu estágio na Holanda, poderia aplicar conceitos de Engenharia Química juntamente com computação em áreas como otimização industrial e análise dados. Então, enquanto cursava o sexto período, iniciei também o curso de Ciência da Computação.
Hoje estou cursando o nono período de Engenharia Química e o terceiro período de Ciência da Computação e, posso dizer que essa decisão foi muito positiva para a minha trajetória. Além de me encantar por diversas áreas e me especializar cada vez mais em Data Science com o curso de Ciência da Computação, eu retomei o gosto pela Engenharia Química. Exemplos disso são a disciplina “Otimização e Análise de Processos”, que está se tornando a minha disciplina favorita no curso, e meu LOP (Trabalho de Conclusão de Curso da Engenharia Química), que é voltado para a área de Ciência dos Dados e Machine Learning em parceria com uma Indústria Cimenteira.
Acredito que, da minha experiência, um dos pontos que mais me orgulho foi de ter tido coragem de sair da trajetória que eu imaginava ter no início e buscar algo que poderia trazer maior felicidade profissional. Por isso, digo que você não precisa ter medo de mudar, recomeçar, fazer o que parece mais certo para você, porque sua trajetória pessoal e profissional nem sempre seguirá o caminho que você pensou inicialmente.
Luísa Campolina, Ingressa em 2015/2. Fev 05, 2021