7º DOM. TP-B-ASCENÇÃO

ASCENSÃO DO SENHOR-B

12/05/2024

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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO


Primeira Leitura:  Atos 1,1-11

Salmo Responsorial 46(47) R- Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta!

Segunda Leitura: Efésios 1,17-23 (ou Ef. 4,1-13)

Evangelho:  Marcos 16,15-20

15      E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! 16     Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17       Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; 18          se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”.19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus.


DOM JÚLIO ENDI AKAMINE, ARCEBISPO DE SOROCABA

Mc 16,15-20

Celebramos o mistério conclusivo da vida de Jesus: a sua ascensão ao céu.

O fato da ascensão é descrito com riqueza de detalhes na primeira leitura dos Atos e, de modo indireto, por Paulo na segunda leitura (Ef) e de modo sintético pelo Evangelho de Marcos: “Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19).

Quando falamos de céu, devemos evitar pensar no céu como o espaço acima de nós. Desde quando o céu foi explorado pelo ser humano através de máquinas e de foguetes, o céu para onde subiu Jesus não pode ser mais entendido como espaço geográfico.

O que significa dizer que Jesus subiu ao céu? A resposta nos é dado pelo evangelho que ouvimos: “Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Jesus não entra em um “lugar”. Ir para o céu significa ir para junto de Deus; estar no céu não é estar em um lugar, mas estar com Deus.

Mais do que isso. O céu em si não existe, mas se forma no momento mesmo em que a primeira criatura alcança definitivamente Deus. O céu nem sempre existiu! O céu se forma quando a humanidade de Cristo, assumida na encarnação, é glorificada. Jesus não subiu a um céu que já existia, mas subiu para formar o céu: “vou preparar-vos o lugar, Depois de ir vos preparar o lugar, voltarei e vos tomarei comigo, para que, onde eu estou, estejais também vós” (Jo 14,2-3). O céu é, portanto, o corpo de Cristo ressuscitado com o qual nós nos uniremos para formar um só Espírito com Ele.

Para nós, o céu é Jesus, homem e Deus! Para Jesus o céu é o Pai. A ascensão ao céu para Jesus é ir para o Pai. “Eu vou para o Pai”. “Eis que agora vou junto a ti, ó Pai”! Ir ao Pai não é um deixar esta terra, mas é ser glorificado na sua humanidade, é se sentar à direita do Pai em sua humanidade agora glorificada, uma vez que em sua divindade, o Filho é igual ao Pai.

Subir ao céu significa que Jesus também como homem e com o seu corpo é glorificado pelo Pai, com a glória que Ele, como Filho de Deus, sempre teve desde toda a eternidade. Com Jesus, um fragmento de nosso mundo, ou melhor, um de nossa humanidade chegou a Deus e foi nele glorificado e acolhido. Trata-se das primícias, do prelúdio de uma grande colheita. Em Jesus que sobe ao céu, vemos a realização do que esperamos que aconteça também conosco. 

A ascensão atesta também que Jesus está conosco. Ele foi para o Pai e voltará no fim dos tempos, mas, ao mesmo tempo, ele continua conosco. Na verdade, agora glorificado no céu, Jesus está mais presente do que nunca, mais ativo, mais enviado do que nunca.

Não é a mesma presença de antes. A presença dele não é mais segundo a carne, mas segundo o Espírito. Nessa nova condição, Jesus pode se tornar presente a cada um de nós, em qualquer lugar da terra e da história. Na condição terrena, a presença de Jesus estava limitada a um tempo e a um lugar. Agora a sua presença glorificada nos torna contemporâneos e conterrâneos de Jesus.


Ascenção: amplitude de visão e de ação - Pe Adroaldo Palaoro

Solenidade – Ascensão do Senhor-Mc 16,15-20-Ano B – 12-05-24


“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura” (Mc 16,15)


Ressurreição, Ascensão, sentar-se à direita de Deus, envio do Espírito Santo, são “mistérios” pascais.

O Mistério Pascal é tão rico e tão denso que não podemos abarcá-lo somente com uma imagem; por isso precisamos desdobrá-lo para poder experiênciá-lo de uma maneira mais profunda.

Celebrar a Ascensão de Jesus não significa, para os cristãos, algo diferente que celebrar sua Ressurreição. São só diferentes nomes para referir-se à mesma realidade: que, ao morrer, tanto Jesus como nós, mergulhamos na Vida de Deus.

Lucas, em seu Evangelho, põe todas as aparições e a Ascensão no mesmo dia. No entanto, nos Atos dos Apóstolos, ele fala de quarenta dias de permanência de Jesus com seus discípulos, provavelmente como um modo de indicar que eles haviam recebido a formação necessária para levar adiante a missão (“quarenta dias” com o mestre era o tempo que o discípulo precisava para alcançar uma preparação adequada).

A fé na Ascensão não é aceitar que uma pessoa “subiu” aos céus. É aceitar que Jesus é o sentido de tudo, a revelação de Deus e do sentido da existência: Ele é o Senhor.

Nos relatos da Ascensão, normalmente nos preocupa muito saber o lugar de onde Jesus subiu aos céus e para onde Ele foi; mas o que importa é que nosso destino é o coração de Deus e Jesus revela a grandeza do ser humano capaz de alcançar a divindade.

Pela sua Ascensão, Jesus Cristo acolheu tudo quanto é humano e desta maneira tudo redimiu. Descobri-lo dentro de nós e nos outros é muito exigente e comprometedor. É muito mais cômodo continuar “olhando para o céu” e não sentirmos implicados com aquilo que está acontecendo ao nosso redor. Por isso, Ascensão é missão; é “descer” da montanha para as periferias da nossa Galileia (periferias existenciais, sociais, religiosas...) e ali prolongar a atividade libertadora de Jesus.

A Ascensão ocorre toda vez que, vivendo o Presente, transcendemos os limites temporais e nos experimentamos “ser em Deus”. Nestes momentos, nos alcança a Plenitude e saboreamos a Alegria.

Ao mergulhar na realidade, interna e externa, nos esbarramos n’Ele, o Ressuscitado.

A Ascensão do Ressuscitado, portanto, nos torna encarregados da missão de “fazer discípulos” à qual Ele, em sua glória, preside. Nós é que devemos reinventá-la a cada momento.

Celebrando a glorificação de Cristo, tomamos consciência de nossa própria vocação à glória.

A Ascensão é o lugar onde vai acontecer uma mudança profunda na vida de cada seguidor de Jesus: partimos para a missão; deixamos a Terra Santa, como os Apóstolos e, até o fim da vida, seremos os peregrinos de Cristo. Somos arrancados de tal experiência para adentrar-nos em um caminho de seguimento de horizontes desconhecidos, mas centrados no compromisso apostólico da missão na e da Igreja. “Passamos” da particularidade de um lugar para a universalidade da missão. A Ascensão pede de todos nós uma “amplitude de visão”, rompendo com tudo aquilo que atrofia e limita, nas diferentes dimensões da vida.

Saber-se continuadora da missão de Jesus, sustentada na bondade e na misericórdia do Abba e impulsionada pela força da Ruah: esta foi a experiência central da primitiva comunidade cristã em seu novo caminho, depois da Páscoa.

Talvez por isto a pergunta dirigida aos discípulos no momento da Ascenção de Jesus: “por que ficais aqui parados, olhando para o céu?” (At 1,10). A pergunta tira-os da imobilidade e os leva de volta a Jerusalém, ao lugar onde começarão a construir a grande comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus. A pergunta os situa no lugar onde encontrarão, nesta vida, o “céu” que Deus quer presenteá-los.

Infelizmente, esta foi a eterna tentação: muitas igrejas e inúmeros cristãos, plantados, quietos, imóveis, ficaram olhando o “céu” durante séculos, com os braços cruzados. Pouco tinham a fazer neste mundo, além de resignar-se e esperar; seu campo de atuação não era o aqui e agora, senão o mais além. O mundo era “um vale de lágrimas” e a vida se definia como situação de passagem, espera de amanheceres que não dependiam deles, vale de sofrimentos sem consolo, morada do desencanto...

Ao contemplar a Ascensão de Jesus, muitos cristãos sentiam uma grande vontade de “subir” com Jesus, de fugir, de abandonar o mundo da violência, da injustiça, da desigualdade social, da fome, da violência... Diante da impossibilidade de “subir” com Ele, para além de nosso mundo caótico, eles se retiraram à vida privada, ao individualismo religioso, ao ritualismo, à salvação de sua alma, aos desertos, aos mosteiros, aos templos... para rezar, fazer penitências e mortificações, enquanto aguardavam a “segunda vinda” de Jesus.

Assim nasceu a “teologia do desencanto com o mundo”, como uma falsa leitura da Ascensão de Jesus.

Ainda hoje, são muitos aqueles que continuam olhando o céu, parados, fechados numa prática religiosa alienante, devocional e estéril, vivendo uma espiritualidade tóxica, distantes do compromisso com a transformação deste velho mundo. Também eles e elas merecem a reprimenda dos Atos dos Apóstolos: “Galileus, por que estais aí plantados, olhando o céu” (At 1,11).

A Ascensão de Jesus, curiosamente, é o contrário do movimento de “subida” ao céu; é um apelo a “descer”, a retornar à cidade, a deixar as alturas, os montes e as nuvens. É preciso olhar a terra, é preciso mobilizar as mãos em favor da mesma obra de Jesus, verdadeira sinfonia incompleta.

O cristão que tem os olhos fixos em Jesus também saberá olhar o chão, fazendo-se presente, de maneira cristificada, na realidade cotidiana. Esta é a desafiante missão de todo(a) seguidor(a) de Jesus: submergir-se na realidade, fazer-se cidadão(ã), “mundanizar-se”, unir-se a outros, lançar-se a gritar pelas ruas e praças que Jesus tinha razão e que seu projeto de humanização ainda é realizável, que ainda é possível recompor este velho quebra-cabeças da família humana, verdadeira Babel de egoísmo e falta de solidariedade, e acabar com esta onda de desigualdade, violência e miséria.

Construir um mundo de irmãos e não de “soberanos”: este é o desafio e a missão de todo cristão; o movimento despertado pela Ascensão significa um verdadeiro apelo a olhar o chão da vida e descer à realidade até transformá-la por dentro.

Assim fez Jesus que, na sua encarnação, vida e morte, desceu, misturou-se com o mundo, fez-se solidário com todos os sofredores da história.

Uma igreja fechada, entrincheirada sobre si mesma, é uma igreja assustada que continua vivendo no cenáculo. Jesus tirou seus seguidores do templo, dos cenáculos e das estruturas eclesiásticas petrificadas: “ide por todo o mundo”.

Tal apelo não faz referência somente a uma questão geográfica, mas humana: ide por todas as culturas, raças, crenças, trabalhe pelo diálogo ciência e fé, situações políticas e compromisso evangélico, anúncio da Boa Nova e cultura.

A evangelização implica uma dinâmica missionária de desinstalação, de agilidade e criatividade, de esperança.

A ascensão aos céus passa pela “descida aos infernos” da desumanização. Jesus, na sua encarnação, vida e morte, desceu ao mais profundo da condição humana, da miséria e da dor, da injustiça e da violência...

Nossa Ascensão passa pela descida ao baixo mundo dos empobrecidos, deprimidos, pisoteados, violentados, marginalizados; também é preciso descer às nossas próprias profundezas, marcadas, muitas vezes, por pesadas culpas, angústias, traumas e feridas. É preciso, em primeiro lugar, levar a boa-notícia do evangelho às dimensões esquecidas e excluídas de nossa vida interior.

Para meditar na oração:

Para entrar no fluxo da Ascenção de Jesus é preciso, antes, “descer” até às profundezas de seu ser, até sua Galileia interior, abrindo espaço para que, também aí, chegue a luz do Evangelho.

Iluminado(a) pela Boa Notícia, “suba” em direção ao serviço e o compromisso com aqueles que estão à margem.

É preciso construir o “céu” neste chão da vida; sobre esta terra, no menor de nossos atos de amor, no menor de nossos gestos de gratuidade, a eternidade já está presente. Que esta eternidade seja saboreada desde agora.



Festa da Ascensão do Senhor - Novo começo- José Antonio Pagola


Os evangelistas descrevem com diferentes linguagens a missão que Jesus confia aos Seus seguidores. Segundo Mateus eles devem «fazer discípulos» que aprendam a viver como Ele lhes ensinou. Segundo Lucas, hão de ser «testemunhas» do que viveram junto Dele. Marcos resume tudo dizendo que hão de «proclamar o Evangelho a toda a criação».


Quem se aproxima hoje de uma comunidade cristã não se encontra diretamente com o Evangelho. O que se apercebe é do funcionamento de uma religião envelhecida, com graves sinais de crise. Não podem identificar com clareza no interior dessa religião a Boa Nova proveniente do impacto provocado por Jesus há vinte séculos.


Por outro lado, muitos cristãos não conhecem diretamente o Evangelho. Tudo o que sabem de Jesus e da Sua mensagem é o que podem reconstruir de forma parcial e fragmentada, recordando o que escutaram de catequistas e predicadores. Vivem a sua religião privados do contato pessoal com o Evangelho.


Como o poderão proclamar se não o conhecem nas suas próprias comunidades? O Concílio Vaticano II recordou algo demasiado esquecido nestes momentos: «O Evangelho é, em todos os tempos, o princípio de toda a sua vida para a Igreja». Chegou o momento de entender e configurar a comunidade cristã como um lugar onde o primeiro é acolher o Evangelho de Jesus.


Nada pode regenerar o tecido em crise das nossas comunidades como a força do Evangelho. Só a experiência direta e imediata do Evangelho pode revitalizar a Igreja. Dentro de uns anos, quando a crise nos obrigue a centrar-nos só no essencial, veremos com clareza que nada é mais importante hoje para os cristãos que nos reunirmos a ler, escutar e partilhar juntos os relatos evangélicos.


O primeiro é acreditar na força regeneradora do Evangelho. Os relatos evangélicos ensinam a viver a fé não por obrigação, mas por atração. Fazem viver a vida cristã não como dever, mas como irradiação e contágio. É possível introduzir nas paróquias uma dinâmica nova. Reunidos em pequenos grupos, em contato com o Evangelho, iremos recuperando a nossa verdadeira identidade de seguidores de Jesus.


Havemos de voltar ao Evangelho como novo começo. Já não serve qualquer programa ou estratégia pastoral. Dentro de uns anos, escutar juntos o Evangelho de Jesus não será uma atividade mais entre outras, mas a matriz de onde começará a regeneração da fé cristã nas pequenas comunidades dispersas no meio de uma sociedade secularizada.


Tem razão o papa Francisco quando nos diz que o princípio e motor da renovação da Igreja nestes tempos temos de encontrá-lo em «voltar à fonte e recuperar a frescura original do Evangelho».


Comunicadores de esperança - Ana Maria Casarotti


Celebramos a festa da Ascensão de Jesus, que antecede a Solenidade de Pentecostes, que vivenciaremos no próximo domingo. Esse evento, que representa um marco na comunidade cristã do primeiro século, é narrado por Lucas em seu evangelho e no livro de Atos dos Apóstolos, mas com grandes diferenças. Sem analisar os detalhes, percebemos que a intenção do evangelista não é nos dar uma descrição pictográfica de um evento. Para ter um pouco mais de acesso ao seu conteúdo, temos em mente a cultura greco-romana, onde encontramos relatos de pessoas importantes que foram "levadas para o céu", por exemplo, Hércules, Augusto, Alexandre, o Grande, Cláudio, que foram glorificados após sua morte, ascendendo ao céu. 

Neste domingo, a liturgia nos oferece o texto do Evangelho de Marcos com a descrição de Jesus que, estando com seus discípulos, os envia ao mundo inteiro para proclamar a Boa Nova. No final do texto, que é quase o fim do Evangelho, será dito que, depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e se sentou à direita de Deus. Jesus não está mais no meio da comunidade de forma visível e perceptível aos sentidos como estava desde a ressurreição. O Jesus ressuscitado come com a comunidade, dialoga com ela, ensinando-a a viver e a proclamar o Reino. Até esse momento Ele "apareceu e desapareceu", e semeou nos presentes uma alegria indescritível. Lembremos que os discípulos de Emaús falam de "seus corações ardendo", em outras ocasiões se dirá que "tinham uma alegria e um júbilo que não podiam acreditar"... e assim a presença do Ressuscitado irradia uma alegria que transborda, que supera o medo, que se enche de uma paz nova e profunda.  

 "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade”  

Antes de "subir ao céu", Jesus deixa claro qual é a missão da comunidade: anunciar a Boa Nova para toda a humanidade. Ao longo de seu evangelho, Marcos comunica e conta de forma simples o que é a Boa Nova e quem é Jesus, o filho de Deus. Já no primeiro versículo, ele nos diz: "o princípio da Boa Nova de Jesus Cristo, o Filho de Deus". Hoje ele estende toda essa realidade à comunidade nascente: são eles que vão comunicar essa boa notícia, são eles que têm a missão de levar a vida de Jesus, o seu Mistério, a sua presença ressuscitada em nosso meio a toda a humanidade, a todas as pessoas do mundo inteiro, sem discriminação, sem exceções, mas o Evangelho é estendido a todos.  

Na JMJ em Lisboa o Papa Francisco deixou uma mensagem clara da necessidade não só de comunicar a Boa Nova em nosso mundo e em nossa sociedade, mas o fez de forma contundente quando disse: “Na Igreja cabem todos, todos, todos”. Porque não pode haver Igreja sem inclusão. A Igreja de Jesus é, por sua própria natureza, uma Igreja mãe ou, como costuma dizer o próprio Papa (em outra de suas inesquecíveis cunhagens), um hospital de campanha. Para recolher todos os feridos da vida” (cfr. O grito inclusivo do Papa: “Todos, todos, todos”) Porque a Igreja do Nazareno não é nem pode ser uma alfândega.

Na Igreja de Jesus não há sócios. E, claro, não há parceiros preferenciais. Ninguém pode, portanto, passar pela vida de crente distribuindo cartões de mais ou menos (melhores ou piores) crentes. 

Desde a triste tragédia ambiental ocorrida no Rio Grande do Sul, nós nos perguntamos o que significa anunciar as Boas Novas? Como é possível ser uma mão estendida para milhares de pessoas que perderam tudo por causa das enchentes que destruíram cidades inteiras, gerando consequências que ainda são difíceis de mensurar? Jesus nos convida a sermos mensageiros de uma vida que nasce mesmo onde parece que nada pode ser feito, onde a dor e a tristeza estão no ar. 

Não somos chamados a ser profetas da calamidade ou a dar respostas inoperantes, mas somos convidados a reunir a vida e sustentá-la para que não se deteriore, a ser semeadores de esperança para apoiar e confortar quando a dor parece ser a única coisa no ar. Lemos que “Em mais de 400 municípios afetados, incluindo Porto Alegre, mais de 160 mil pessoas foram retiradas de suas casas. Quase 100 mil casas foram danificadas ou destruídas (Numero de mortos no RS chega a 100). Diante dessa dura realidade, Jesus nos chama mais uma vez a proclamar a Boa nova a partir da pobreza em que cada grupo se encontra. 


A Ascenção do Senhor - Raymond Gravel (1952-2014)

Tradução Susana Rocca.


Festa da Ascensão é a segunda face da Páscoa. Todavia, constitui a primeira face, quando tomado cronologicamente em relação aos discípulos, que experimentaram primeiro a Ausência de Jesus, a sua Ascensão, antes de experimentar a sua Presença nova, a sua Ressurreição, no coração da Igreja nascente. Em outras palavras, se a Ressurreição de Cristo marca o começo de um mundo novo, o início da criação nova, foi preciso a Ascensão para que os primeiros cristãos o realizem. 

Nesta festa da Ascensão do ano B, os textos bíblicos que nos são propostos comportam belas mensagens de esperança que exprimem essa dupla realidade da nossa fé cristã: Cristo está, ao mesmo tempo, no céu e na terra, assim como nós estamos, ao mesmo tempo, na terra e já no céu.


Uma Ausência que se faz Presença: A Páscoa é a festa da Presença

Jesus está ressuscitado, ele está vivo, seus próximos o encontraram. Por outro lado, como falar dessa presença, quando foi difícil reconhecer o Cristo Ressuscitado? Era ele mesmo, mas era diferente do Jesus com quem eles tinham se encontrado, conhecido, amado e servido. Jesus morreu, ele partiu; isso é uma evidência. 

É preciso viver essa realidade para descobrir que ele está presente de outra maneira, mas realmente. Além do mais, não foi preciso que Jesus partisse para que ele nos desse seu Espírito? Não disse o Cristo do evangelho de João: “Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei” (Jo 16,7)?

Isso não pode ser mais claro: foi preciso a Ascensão para que o Pentecostes chegasse. O teólogo Michel Deneken escreve: “A Ascensão é uma maneira de morrer aos olhos e de nascer ao coração”. E ele acrescenta: “Isso traz uma verdade psicológica básica. A ausência é uma condição necessária para viver... como a morte. A ausência de Jesus é abertura da liberdade a esse vento que sopra onde ele quer e quando ele quer. Jesus se retira do olhar psíquico dos humanos para iluminar todos aqueles e aquelas que o Espírito habita”.


Se Cristo é vivo e presente, não pode sê-lo senão de nós


As narrativas da Ascensão são sóbrias como aquelas da Páscoa. O evangelho de Marcos não trazia nem narrativas de aparições nem a narrativa da Ascensão. O evangelho de Marcos conclui-se com o medo das mulheres no túmulo e com o silêncio delas (Mc 16,1-8). Um escriba do século II, que achava que o final de Marcos era insustentável, compôs uma narrativa que se inspira nos outros evangelhos e o acrescentou ao evangelho de Marcos (Mc 16,9-20). 

Encontramos, então, nesse acréscimo alusões à aparição à Maria Madalena do evangelho de João (Mc 16,9), à dúvida dos discípulos, quando as mulheres vieram lhes anunciar que o Jesus do evangelho de Lucas estava vivo (Mc 16,10-11), aos discípulos de Emaús do evangelho de Lucas (Mc 16,12), à aparição aos Onze dos evangelhos de Lucas e de João (Mc 16,14), ao envio para missão do evangelho de Mateus (Mc 16,15-16), e finalmente aos sinais que acompanham a realização da missão cristã do evangelho de Marcos (Mc 16,17-18).

Esse autor do século II, que escreveu tardiamente e que refletiu sobre a Páscoa, disse, ao mesmo tempo, que o Cristo ausente fica presente através dos seus discípulos: “Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus" (Mc 16,19). “Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e, por meio dos sinais que os acompanhavam, provava que o ensinamento deles era verdadeiro” (Mc 16,20). É o que fez dizer a Santo Agostinho no século IV: “Cristo não deixou o céu quando ele desceu até nos, e ele não nos deixou quando ele subiu ao céu”.

 

Jesus, novo Elias


Lucas começa o livro dos Atos dos Apóstolos como ele tinha começado seu evangelho, dirigindo-se a certo Teófilo, personagem real ou literária, mas seguramente teológica, que significa: amigo de Deus. Contrariamente ao seu evangelho, onde São Lucas situa a Ascensão na noite da Páscoa (Lc 24,50-53), aqui, no início do livro dos Atos dos Apóstolos, ele a situa quarenta dias após a Páscoa, isto é, o tempo teológico necessário para que os discípulos possam realizar a sua missão cristã. São duas maneiras de apresentar, no tempo, um mistério que escapa ao tempo.

Para São Lucas, Jesus foi o profeta por excelência, o novo Elias. É por isso que a realização do evento da Ascensão nos remete à cena da ascensão do profeta Elias, no segundo livro dos Reis (2R 2,1-14), onde o profeta Eliseu, seu discípulo, receberia a plenitude do espírito profético de Elias, se ele visse a elevação celeste do seu mestre. E ela a viu! Da mesma maneira, os apóstolos herdam o Espírito de Cristo porque eles o veem elevar-se até o céu: “Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu à vista deles” (At 1,9). 

Para São Lucas, sendo que se trata da segunda face da Páscoa, os dois homens de branco que se dirigiam às mulheres na manhã da Páscoa para lhes dizer: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5), são as mesmas que dizem aos apóstolos que olhem para o céu: “Homens da Galileia, por que vocês estão aí parados, olhando para o céu?” (At 1,11). No fundo, não é a hora de contemplação nem de nostalgia; mas a hora da missão: “Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os extremos da terra” (At 1,8). Eis a missão cristã de todos os tempos.


A unidade na diversidade


O tema da carta aos Efésios é a unidade na diversidade: “Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito” (Ef 4,3). Mas atenção! A uniformidade não é garantia de unidade; a unidade se constrói na diversidade. Há, certamente, os dons de cada um para que se construa o corpo de Cristo que nós formamos: “Foi ele quem estabeleceu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros como evangelistas e outros como pastores e mestres” (Ef 4,11). Todos esses dons foram dados por amor e devem ser recebidos no amor. É por isso que São Paulo convida toda a Igreja a adotar o seguinte comportamento: “Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos outros no amor” (Ef 4,2). É a única maneira de construir a unidade e de realizar a missão cristã que é a nossa: “A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo”(Ef 4,13).

Para concluir, a Boa Nova a anunciar é sempre atual, pois Cristo está sempre vivo e ele fala e age através das mulheres e dos homens do nosso tempo. Se hoje a mensagem não tem sido transmitida e as pessoas parecem indiferentes, sem dúvida é porque como Igreja nós temos dificuldade em atualizar a Palavra de Deus às novas realidades vividas pelas mulheres e pelos homens. O problema não é a Páscoa nem a Ascensão, tampouco o Pentecostes. O problema está na linguagem para falar nesta realidade do mistério pascal. No fundo, o problema não está do lado de Deus nem de Cristo. Mas do nosso lado: nós somos frequentemente incapazes de falar de Deus e de testemunhar o Cristo Ressuscitado ao mundo atual.

Gostaria de terminar com esse bonito comentário do exegeta francês Jean Debruyenne que diz: “Antes da sua partida do visível para entrar no invisível, Jesus lança um último apelo aos crentes. Jesus chama a crer. Ele chama a mostrar sinais e a não se fechar numa ideologia. Os sinais do crente não são um sistema ou uma mágica, trata-se de um começo, de uma boa nova que não é simplesmente boa mas que é também novidade. É uma mudança de mundo que perde seu mau espírito, que fala um sermão novo, que não tem mais medo de nada porque ele tem confiança e porque ousa curar o Homem”.


Ascensão do Senhor - O anúncio do Evangelho a toda a criação.- Thomas McGrath

Baseado nas reflexões de Enzo Bianchi, e

Frei Carlos Mesters, Circulo 43 “Caminhando com Jesus”


O trecho evangélico que a Igreja nos propõe para a solenidade da Ascensão do Senhor é tirado da conclusão, adicionada mais tarde, ao Evangelho segundo Marcos. São versículos que não se encontram nos manuscritos mais antigas. Contudo, a Igreja os acolheu como inspirados. 

De acordo com essa conclusão, Jesus aparece ao grupo dos Doze sem Judas, aos Onze. Aqueles que, chamados por Jesus ao seu seguimento, estiveram envolvidos na sua vida e haviam aprendido dele um ensinamento de autoridade por pelo menos três anos, mas que, na hora da paixão, haviam fugido e o abandonaram. No dia da Páscoa tinham ouvido de Maria de Magdala o anúncio da ressurreição de Jesus (cf. Mc 16, 9-10), mas “não acreditaram” nela; os dois discípulos de Emaús também tinham contado como o Ressuscitado havia se manifestado na estrada “com outra aparência” (cf. Mc 16, 12-13), “mas não acreditaram nem mesmo neles” (v. 13).

Por isso, quando Jesus finalmente “apareceu aos Onze discípulos enquanto estavam comendo, ele os repreendeu por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (Mc 16, 14).

Essa é a verdade que deve ser dita. Os Onze estavam tomados pela dúvida profunda, estavam incrédulos após a morte de Jesus, assim como tinham estado durante seu seguimento, quando ele havia sido obrigado a se voltar para a sua comunidade, dizendo: “Vocês ainda não entendem e nem compreendem? Estão com o coração endurecido? Vocês têm olhos e não veem, têm ouvidos e não ouvem?” (Mc 8, 17-18). Os Onze, na verdade, ainda estão na situação de incredulidade que Jesus havia repreendido aos seus opositores - os escribas, os fariseus, os habitantes da sua cidade de origem, Nazaré. Uma situação, portanto, desesperadora. Como poderão anunciar a boa notícia, se nem eles acreditam?

Nesse momento – preste bem atenção – depois das repreensões, Jesus não mostra sinais para levar seus discípulos a acreditar como, por exemplo, a perfuração das mãos e dos pés, ou a do lado, mas, apesar da persistência dessa pouca fé, ele envia justamente eles para uma missão sem fronteiras, verdadeiramente universal: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura”.

Onde quer que vão, em todas as terras e em todas as culturas, os discípulos de Jesus devem anunciar a boa notícia, proclamar o Evangelho a toda a criação. Desse modo, Jesus certamente indica a orientação universal da pregação, esclarecendo que a boa notícia diz respeito a toda criatura, animada e inanimada, até aos animais, aos anjos e aos demônios. O Evangelho não pode ser contido nem em um povo, nem em uma cultura, nem mesmo em um modo religioso de viver fé no Deus único e verdadeiro. 

O que se pede é uma obra de despojamento muito difícil. Isto é, abandonar as certezas, os apoios intelectuais e culturais, as estruturas religiosas praticadas até aquele momento e mergulhar entre os povos. Certamente, para fazer isso, é preciso fé no “poder divino” do Evangelho. Quanto mais despojados vamos, mais o Evangelho é anunciado com franqueza e, como semente não revestida caída na terra, germina imediatamente e mais facilmente.

Jesus não pede para convencer nem para impor, mas para viver o Evangelho com alegria, porque esse é o testemunho. Devemos apenas “testemunhar”! Melhor aqueles cristãos cotidianos, às vezes duvidosos, como os Onze, que simples e humildemente tentam, a cada dia, ser seguidores de Jesus onde se encontram, vivendo o Evangelho e amando a Jesus Cristo acima de tudo e de todos. É desses cristãos e cristãs que precisamos, de discípulos e discípulas, não de militantes!

Certamente, diante do anúncio do Evangelho, é possível “crer” ou “não crer”, aderir ao Senhor Jesus ou rejeitá-lo. Jesus diz: “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado”, mas somente ele, o Senhor, pode ver e julgar quem crê e quem não crê. 

Continua sendo verdade que o compromisso da fé torna os cristãos participantes das energias da ressurreição, habilitando-os a realizar aqueles sinais que o próprio Jesus operava na sua vida: “sinais” que, em nome de Jesus, significa o recuo do demônio e das potências do mal, significa também possibilidades de comunicação entre povos e línguas diferentes, significa além disso saúde e vida plena para os doentes.

Depois desse mandato aos Onze, “o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Essa é a conclusão do Evangelho segundo Marcos: como Elias, e como todos os justos e santos que caminharam com Deus, Jesus foi elevado pelo poder de Deus ao céu, ao lado dele, e se sentou à sua direita como Messias - Salmo 110:

1 O Senhor Deus disse ao meu senhor, o rei: 

"Sente-se do meu lado direito, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés."

2 Ó rei, o Senhor Deus estenderá desde Jerusalém o poder do senhor. 

"Domine os seus inimigos" — disse o Senhor Deus.

3 No dia em que o senhor, ó rei, os combater, o seu povo se apresentará como voluntário. Como o orvalho da madrugada, os jovens se encontrarão com o senhor nos montes sagrados.

4 O Senhor Deus fez este juramento e não voltará atrás: 

"Você será sacerdote para sempre, na ordem do sacerdócio de Melquisedeque."

5 Ó rei, Deus está do seu lado direito e derrotará reis no dia em que se irar.

6 Ele julgará as nações, cobrirá de mortos os campos de batalha e, no mundo inteiro, derrotará reis.

7 No caminho, o rei beberá água de um ribeirão e se levantará vitorioso.


Os discípulos, não mais incrédulos, mas sempre homens e mulheres frágeis e tentados pela incredulidade, desde então, vão pelo mundo para pregar em todos os lugares. Eles não estão sozinhos, o Senhor ressuscitado está com eles, age com eles e confirma a palavra do Evangelho com sinais capazes de indicar sua autoridade e verdade.

Os sinais são os seguintes: expulsar demônios, falar línguas novas, pegar em serpentes sem ser molestados pelo veneno, curar doentes. E isso acontece até a presente data:

Expulsar demônios: combater o poder do mal que estraga a vida. A vida de muitos ficou melhor depois de entrar na Comunidade e ter começado a viver a Boa Novada presença de Deus na vida.

Falar línguas novas: comunicar com os outros de maneira nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que nunca vimos antes, mas parece que nós nos conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua – a língua do amor.

Vencer o veneno: Há muita coisa que envenena a convivência. Muita fofoca, mentira e fake news que estraga o relacionamento entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus dá volta por cima para não ser molestado por este veneno terrível.

Curar doentes: em todo canto onde aparece uma consciência mais clara e mais viva da presença de Deus aparece também um cuidado especial para com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo os idosos e os doentes. O que mais favorece a cura é a pessoa sentir-se acolhida e amada.

“Depois de falar com eles, o Senhor Jesus foi levado para o céu e sentou-se do lado direito de Deus.20 Os discípulos foram anunciar o evangelho por toda parte. E o Senhor os ajudava e, por meio de milagres, provava que a mensagem deles era verdadeira.” (16, 19-20).

O mesmo Jesus que viveu na Palestina, acolhendo os pobres do seu tempo, revelando assim o amor do Pai, continua vivo no meio de nós, nas nossas Comunidades. Por meio de nós ele continua a sua missão para revelar a boa nova do amor de Deus para com os pobres. Até hoje a ressurreição acontece, a ressurreição que nos leva a cantar: “Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo, quem nos separará”. Poder nenhum deste mundo é capaz de neutralizar a força que vem da ressurreição. Uma comunidade que quer ser testemunha da ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável a vida. Essa comunidade, deve crer que um outro mundo é possível. Sobretudo aqui no Brasil e a América Latina onde a vida do povo corre perigo por causa do sistema de morte que nos está sendo imposto em todos os cantos, as nossas comunidades devem ser uma prova viva da esperança que vence o mundo, sem medo de ser feliz! 


Provar o céu  - José Antonio Pagola

publicado por Religión Digital,

22-04-2024


o "O céu não pode ser descrito, mas podemos saboreá-lo. Não podemos alcançá-lo com a mente, mas é difícil não desejá-lo. Se falamos do céu não é para satisfazer a nossa curiosidade, mas para reacender o nosso desejo e a nossa atração por Deus. Sim "Lembramo-nos para não esquecer a última saudade que levamos no coração."

o “Ir para o céu não é chegar a um lugar, mas entrar para sempre no Mistério do amor de Deus. Finalmente, Deus não será mais alguém escondido e inacessível. e desfrutar do seu ser mais íntimo, com a sua verdade mais profunda, com a sua infinita bondade e beleza. Deus nos fará apaixonar para sempre.


O céu não pode ser descrito, mas podemos saboreá-lo. Não podemos alcançá-lo com a mente, mas é difícil não desejá-lo. Se falamos do céu não é para satisfazer a nossa curiosidade, mas para reacender o nosso desejo e a nossa atração por Deus. Se nos lembrarmos disso, é para não esquecer a última saudade que carregamos no coração.

Ir para o céu não é chegar a um lugar, mas entrar para sempre no Mistério do amor de Deus. Finalmente, Deus não será mais alguém oculto e inacessível. Embora nos pareça incrível, poderemos conhecer, tocar, saborear e desfrutar do seu ser mais íntimo, da sua verdade mais profunda, da sua infinita bondade e beleza. Deus nos amará para sempre.

Esta comunhão com Deus não será uma experiência individual. O Jesus ressuscitado nos acompanhará. Ninguém vai ao Pai senão por meio de Cristo. “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). Somente conhecendo e desfrutando do mistério encerrado em Cristo poderemos penetrar no mistério insondável de Deus. Cristo será o nosso “céu”. Ao vê-lo, “veremos” Deus.

Seja o 'céu' para os outros

Cristo não será o único mediador da nossa felicidade eterna. Incendiados pelo amor de Deus, cada um de nós se tornará “céu” para os outros à sua maneira. Da nossa limitação e finitude tocaremos o Mistério infinito de Deus, saboreando-o nas suas criaturas. Desfrutaremos seu amor insondável provando-o no amor humano.

A alegria de Deus nos será dada encarnada no prazer humano.

O teólogo húngaro Ladislaus Boros tenta sugerir esta experiência indescritível: "Sentiremos o calor, experimentaremos o esplendor, a vitalidade, a riqueza transbordante da pessoa que hoje amamos, com quem desfrutamos e por quem agradecemos a Deus. Todo o seu ser, a profundidade da sua alma, a grandeza do seu coração, a criatividade, a amplitude, a excitação da sua reação amorosa nos será dada".

Que plenitude alcançará em Deus a ternura, a comunhão e a alegria do amor e da amizade que aqui conhecemos. Com que intensidade aqueles de nós que já se amam tanto na terra se amarão então? Poucas experiências nos permitem prever melhor o destino último para o qual somos atraídos por Deus.


TEXTO De Dom Damián Nannini, Argentina

(Traduzido automaticamente pelo tradutor Google sem nossa correção)

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR. CICLO "B"

FESTA DA ESPERANÇA E COMPROMISSO MISSIONÁRIO


Primeira leitura (Hb 1,1-11): “Jesus foi elevado dentre vós ao céu”

O livro dos Atos dos Apóstolos começa com um tema claramente cristológico: os «quarenta dias» de encontros que os discípulos têm com o Senhor Ressuscitado antes da sua Ascensão ao Céu. E diz que durante estes dias Jesus deu aos seus discípulos provas abundantes de que estava “vivo”, em referência às aparições que Lucas narra no final do seu evangelho. Como observa J. Ratzinger1, "O significado das aparições é claro em toda a tradição: trata-se sobretudo de reunir um círculo de discípulos que possam testemunhar que Jesus não permaneceu no túmulo, mas que está vivo. O seu testemunho concreto torna-se essencialmente uma missão: devem anunciar ao mundo que Jesus é o Vivente, a própria Vida.".

O número “quarenta” tem um valor simbólico na Bíblia porque indica a passagem para uma nova geração, éo tempo necessário para Deus transformar uma situação. Este tempo termina precisamente com a história da Ascensão, que aqui é descrita como uma elevação aos céus (use o verboanalambanopassivo –ser elevado, ser carregado alto- da mesma raiz do termoanáliseusado em Lc 9,51).

Segue-se então, como em Lc 24,49, a ordem de Jesus de permanecer em Jerusalém para aguardar a Promessa (ἐπαγγελία) do Pai, o Espírito Santo, na qual os apóstolos serão "imersos" (no sentido amplo de " batizado": não batizado em He 1:5). Assim, este “batismo no Espírito” excede em muito o “batismo com água” de João Baptista, orientado apenas para a conversão dos pecados.

A pergunta dos discípulos -“Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?”- revela que elesainda não compreenderam plenamente a missão universal e transcendente da Igrejapois eles ainda aguardam a restauração do reino terrestre de Israel. Jesus remete esta restauração de Israel ao julgamento final, ao fim dos tempos, ao “tempo e ao momento” (χρόνους ἢ καιροὺς) que só o Pai conhece e que não lhes será revelado (Hb 1,7). De certa forma, Jesus os leva a focar no presente e não no futuro; Mas para isso devem receber a força do Espírito Santo para expandir ao mesmo tempo a sua mente e os seus horizontes missionários, pois devem ser testemunhas”.até os confins da terra" (Ele 1,8).

Depois de unir a missão universal dos apóstolos com o dom do Espírito Santo, Jesus é “elevado ao céu”. A palavra “céu” aparece quatro vezes em Hebreus 1:10-11. Assim como para nós hoje, a afirmação de que Deus “está no céu"Era de uso comum na época de Jesus e já é encontrado no Antigo Testamento apresentando o céu como a morada ou residência de Deus. Diga que Deus está no céuÉ uma forma de expressar a sua transcendência invulnerável ao mesmo tempo que a sua omnipresença em torno do homem..

Ao dizer que Jesus foi levado ao céu (Hb 1:11), afirma-se que ele agora está em uma nova situação ou estado, pois está na Morada de Deus. Mas embora seja no céu' em contraste com 'a terra' destacando assim a sua transcendência, a proximidade e o relacionamento mútuo, por quanto a ação do céu ou do céu é sentida na terra(cf. Hebreus 2:2). Da mesma forma, embora o livro de Atos nos apresente Jesus feito Senhor (Qual) ressuscitado e exaltado à direita do Pai que está nos céus, ao mesmo tempo nos mostrará queNesta nova situação Jesus continua a agir na terra e esta atividade consiste em operar a salvação.

 A referência à nuvem que o esconde da vista reforça esta ideia, pois tem valor teológico e "apresenta o desaparecimento de Jesus não como uma viagem às estrelas, mas como uma entrada no mistério de Deus. Isso se refere a uma ordem de grandeza completamente diferente, a outra dimensão do ser."2.

Ao mesmo tempo, nesta nova situação ou etapa, a Igreja deve viver na expectativa ativa do retorno glorioso do próprio Jesus, como afirmam os anjos no final da história (Hb 1,11). Aqui o regresso do Senhor é apresentado como uma certeza, mas sem alimentar expectativas sobre algo iminente, pelo contrário, os “homens de branco” convidam-nos a não olhar para o céu;

Segunda leitura (Ef 1,17-23): “valorizar a esperança à qual fomos chamados”.

Depois do hino de bênção e de louvor com que começa esta carta (Ef 1,3-14), seguido de uma breve ação de graças (1,15-16), passamos à intercessão em favor dos cristãos pelos quais ela é implorada. do pai"um espírito de sabedoria e revelação que permite que você realmente O conheça"(1,17). Trata-se dodom de compreender e provar os mistérios de Deus e descobrir assim a grandeza da esperança à qual foram chamados e os benefícios que receberam como fruto do mistério pascal de Cristo, que inclui a Ascensão. Precisamente a situação de Cristo depois da Ascensão é a de estar acima de toda a criação, que lhe está sujeita, e de serChefe do Corpo da Igreja. F. Pastor nos fala desta apresentação de Cristo como Cabeça do Corpo da Igreja3: "Esta metáfora e a metáfora correspondente da Igreja como corpo de Cristo são usadas pela primeira vez. Sendo esta comunidade beneficiária do plano de Deus realizado em Cristo, ela é também a plenitude do cosmos e participa da condição do Senhor Jesus. A partir dessa breve declaração teremos que compreender mais tarde o ser e a missão da Igreja. Não será tanto – embora também – uma organização, mas uma plenitude de todo o novo mundo que participa da regeneração universal através de Cristo, Senhor e Cabeça (cf. Col 1, 15-20).".

Evangelho (Mc 16,15-20): “Ide por todo o mundo, anunciai a Boa Nova a toda a criação”

O texto de hoje abre com as palavras do envio de Jesus Ressuscitado aos Onze. Eleo frete é universal, sem limites geográficos:A todo o mundo(quem, ouse); e elea propaganda é direcionada a toda criação(kti,sij). Das outras duas recorrências do termo “criação” em Marcos (10,16; 13,19), onde se refere ao início ou origem do mundo, deduzimos que se refere ao mundo inteiro criado por Deus. Estas expressões são uma forma de acentuar a universalidade do mandato missionário:vá a todos os lugares e pregue a todos os homens.

A pregação do Evangelho é seguida pela resposta humana com uma dupla possibilidade: “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não acredita será condenado". Antes do anúncio do Evangelho e, especialmente, antes do anúncio da Ressurreição de Jesus (cf. 16,11,13-14), devemos escolher, decidir, acreditar, aceitar ou rejeitar. Mas estas diferentes respostas têm consequências. . definitivo: salvação ou condenação.

Depois, Jesus Ressuscitado refere-se a prodígios ou acontecimentos extraordinários (shmei /on) que acompanhará aqueles que acreditam. É um poder para obras extraordinárias (exorcizar; falar novas línguas; controlar cobras; curar doentes) e uma proteção particular (não ser ferido por venenos). Podemos notar que “Quatro dos cinco sinais que acompanham os crentes também aparecem nos Atos dos Apóstolos: (a) expulsar demônios (Atos 16,16-18); (b) falar em outras línguas (Atos 2:1-11); (c) agarrar cobras (Atos 28:3-6); (d) curar os enfermos (Atos 3:1-10)”4. O que chama a atenção é que a participação deste poder não parece ser exclusiva dos Onze Apóstolos, mas de cada crente, de cada discípulo. Embora seja verdade que o texto não é totalmente claro porque no final, quando os Onze cumprem o mandato missionário, diz-se que “O Senhor os ajudou e confirmou sua palavra com milagres(shmei/on)que a acompanhou"(Mc 16,20). Aqui refere-se apenas aos Onze e especifica que milagres ou prodígios são obra do Senhor e têm a função de confirmar a Palavra pregada.

Entre o mandato e a partida missionária, num só versículo, Marcos descreve a Ascensão de Jesus: “o Senhor Jesus foi elevado ao céu e está sentado à direita de Deus". Para se referir ao fato de ter sido levado ou elevado ao céu, usa-se o verboanalambanona passiva, como em Hb 1.2.11. A este respeito, O. Vena observa que “É importante manter os verbos na passiva, pois Jesus ressuscitou e foi levado ao céu. Deus é sempre o sujeito dos verbos de ressurreição e ascensão, enquanto Jesus é o objeto”5. Além disso, como em Atos, a ausência física de Jesus não implica separação, pois o Senhor Ressuscitado ainda está presente etrabalhando junto com(sune, rgew) seus apóstolos na missão da Igreja.

Algumas reflexões:

Em algum momento da vida, mais cedo ou mais tarde, surgirão algumas perguntas que teremos que nos fazer e responder: Qual é o fim ou prazo da minha vida? A morte é a última e definitiva coisa que nos espera? Existe vida após a morte? De que se trata a vida?

Perguntas perturbadoras, sem dúvida, mas que precisam ser respondidas para vivermos uma vida autêntica, sem nos enganarmos. E também porque a orientação que hoje damos às nossas vidas depende muito das respostas a estas questões, porque viver sem Esperança não é o mesmo que ter o seu farol que nos guia e nos incentiva a continuar a caminhar. Como disse o Papa Bento XVI emSalvo pela esperança: “O presente, mesmo que seja um presente cansativo, pode ser vivido e aceito se conduzir a um objetivo, se pudermos ter certeza desse objetivo e se esse objetivo for tão grande que justifique o esforço ao longo do caminho [... ] a mensagem cristã não era apenas “informativa”, mas “performativa”. Isto significa que o Evangelho não é apenas uma comunicação de coisas que podem ser conhecidas, mas uma comunicação que envolve fatos e muda vidas. A porta escura do tempo, do futuro, foi escancarada. Quem tem esperança vive de forma diferente; foi dada uma nova vida”.

Pois bem, Jesus, com a sua morte, ressurreição e ascensão ao céu, deu-nos a resposta a estas perguntas, porque o que Ele viveu é uma antecipação e um sinal do que teremos de viver.

O mistério da Ascensão nos fala sobrea glorificação da humanidade de Jesus que entra definitivamente no reino divino. A Ascensão é, portanto, o coroamento do triunfo de Cristo; É o ponto de chegada definitivo da sua Ressurreição.

Mas ao mesmo tempo é um triunfo para a humanidade, para todos os homens, porque JesusEle abriu-nos o caminho para o céu, para a vida eterna, porque na sua humanidade inclui todos os homens. Isto é, graças a Jesus, o fim da nossa caminhada por este mundo está no céu, é o fim da nossa peregrinação terrena depois de cruzar as fronteiras da morte. Esta é a nossa esperança como cristãos, é o que esperamos do Senhor no final da nossa vida terrena.

Agora, dada uma certa confusão frequente entre otimismo, expectativas humanas e Esperança, é bom perguntar-nos: o que há de específico e característico da Esperança Cristã e como ela influencia a nossa vida pessoal e social?

Em primeiro lugar, digamos que a esperança é inseparável da fé, pois a Palavra de Deus tem uma dimensão de “chamado” e outra de “promessa”. Portanto, a féSendo memória de promessa, é capaz de abrir-se ao futuro, de iluminar os passos do caminho. Desta forma, a fé, como memória do futuro,memória futura, está intimamente ligado à esperança”(LF nº 9). Mais ainda,  "Na fé, dom de Deus, virtude sobrenatural por Ele infundida, reconhecemos que nos foi dado um grande Amor, que uma boa Palavra nos foi dirigida e que, se acolhermos esta Palavra, que é Jesus Cristo, o Verbo encarnado, o Espírito Santo, nos transforma, ilumina o nosso caminho para o futuro e dá asas à nossa esperança de percorrê-lo com alegria. Fé, esperança e caridade, numa trama admirável, constituem o dinamismo da Existência cristã rumo à plena comunhão com Deus”(LF nº 7). Em breve, "a fé é a substância da esperança”(Salvo pela esperança, nº 10).

Então, a fé nos apresenta, de certa forma, a realidade da vida eterna prometida que esperamos porque “A esperança, no sentido próprio da palavra, é a certeza de que receberei o grande amor, que é indestrutível, e que a partir de agora sou amado por esse amor.”. E esta certeza de sermos amados, ainda mais, esperados por Deus, permite-nos superar as angústias da vida humana, pois “A angústia de toda angústia é o medo de não ser amado, de perder o amor; O desespero é a convicção de ter perdido para sempre todo o amor, o horror da solidão total”6.

Ou seja, quem já se sente amado pelo Pai com o dom do Espírito Santo, e tem através da Esperança a certeza e a garantia da plenitude futura daquele Amor, que é a vida eterna, pode enfrentar a vida com uma atitude positiva. Mesmo no meio das maiores trevas e com falta de expectativas diante de um futuro incerto que obscurece o nosso olhar para o futuro. A esperança cristã dá-nos a nossa própria luz para caminhar rumo às trevas do futuro com a certeza de superá-lo. E esta luz não provém da realidade social, nem de um estado de espírito ou temperamento optimista; mas do fogo do amor de Deus que arde no próprio coração.

É por isso que é uma esperança ativa que nos lança para fora e para frente; Move-nos para a missão com horizonte universal, como Jesus nos pede no evangelho de hoje. A este respeito, o Papa Francisco disse emRainha do Céude 16 de maio de 2021:“Uma grande alegria! Jesus foi para o céu: o primeiro homem antes do Pai. Ele saiu com as suas feridas, que foram o preço da nossa salvação, e reza por nós. E depois ele nos envia o Espírito Santo, ele nos promete o Espírito Santo, para irmos evangelizar. Por isso a alegria de hoje, por isso a alegria deste dia da Ascensão.

Irmãos e irmãs, nesta festa da Ascensão, enquanto contemplamos o Céu, onde Cristo ascendeu e está sentado à direita do Pai, peçamos a Maria, Rainha do Céu, que nos ajude a ser valentes testemunhas do Senhor Ressuscitado. no mundo.”.

Por fim, celebra-se neste domingo o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, cujo lema é: “Inteligência artificial e sabedoria do coração para uma comunicação totalmente humana”. Podemos ficar surpresos com o tema escolhido, mas na mensagem deste ano o Papa Francisco destaca que “A chamada “inteligência artificial” está a modificar radicalmente a informação e a comunicação e, através delas, alguns dos fundamentos da coexistência civil.”. Nesta mensagem o Papa Francisco diz-nos, citando um texto de R. Guardini de há um século, que devemos ter uma atitude de abertura ao novo, às novas tecnologias que surgem como resultado da inteligência humana. Depois ele descreve o que é a sabedoria do coração, a saber: “aquela virtude que nos permite entrelaçar o todo e as partes, as decisões e suas consequências, as capacidades e as fragilidades, o passado e o futuro, o eu e o nós”. E então ele afirma: “Não podemos esperar esta sabedoria das máquinas. Embora o termo inteligência artificial tenha suplantado o termo mais correto utilizado na literatura científica,aprendizado de máquina, o próprio uso da palavra “inteligência” é enganoso. Sem dúvida, as máquinas têm uma capacidade incomensuravelmente maior que os humanos para armazenar dados e correlacioná-los entre si, mas cabe ao homem, e somente a ele, decifrar o seu significado. Não se trata, portanto, de exigir que as máquinas pareçam humanas; mas sim despertar o homem da hipnose em que caiu devido ao seu delírio de onipotência, acreditando ser um sujeito totalmente autônomo e autorreferencial, separado de todos os laços sociais e alheio à sua condição de criatura.”. Depois de analisar as oportunidades e os perigos que isso representa para a humanidade e as comunicações, conclui dizendo que: “A utilização da inteligência artificial pode contribuir positivamente para o campo da comunicação se não anular o papel do jornalismo no terreno, mas, pelo contrário, apoiá-lo; se o profissionalismo da comunicação aumenta, responsabilizando cada comunicador; se devolver a cada ser humano o papel de sujeito, com capacidade crítica, em relação à mesma comunicação”.

Por fim, a solenidade deA Ascensão reaviva a Esperança e realiza a alegria pascal. É um dia de glória, de vitória, para Jesus e para todos os crentes. E é também um firme apelo ao compromisso missionário, para sermos testemunhas de Cristo Ressuscitado. Em sintese: "As três leituras da solenidade de hoje giram em torno de um único mistério: que o regresso de Jesus ao Pai é ao mesmo tempo o envio da Igreja ao mundo inteiro"7.E a Conferência das Comunicações convida-nos a valorizar a “sabedoria do coração humano”, pois só ela pode orientar o uso ético da inteligência artificial aplicada às comunicações sociais.


PARA ORAÇÃO (RESSONÂNCIAS DO EVANGELHO EM ORAÇÃO):


Bravos locutores 

Este tempo presente único e eterno passa 

No momento em que ouvimos a Voz que nos habita 

Quando a alma está calma e a paz se torna infinita. 

Aquele som quente de verdadeira novidade 

Tão ouvido e repetido, mas também perdido no mato 

Silenciado pelo barulho deste mundo e sua escuridão. 

Somos nós, Senhor! Sem a aconchegante canção de ninar da sua respiração 

A respiração que inunda o interior do homem e o acorda 

Isso leva você à ação, ao testemunho e ao estado de alerta. 

É a BOA NOVA, o tesouro, a pérola, a sua herança 

Dá-nos o teu poder e a tua força, para nos levantarmos em oração 

E seguir em frente sem olhar para o que hoje nos pesa. 

Se você está com o Pai também é por nós 

e para quem espera, que te procura sem saber 

enganado por forças estranhas, distanciado da sua Igreja. 

Abra nossas mentes e compreensão, instrua-nos, 

Faça-nos servos fiéis, orações e adoradores 

Y de tu Evangelio, valientes anunciadores. AMEN 

7H.U. de Balthasar,Luz da palavra. Comentário às leituras de domingo(Reunião; Madrid 1998) 160.




[1] Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección (Planeta; Buenos Aires 2011) 323.

[2] Un Cristo Resucitado en Tiempo Pascual (San Pablo; Buenos Aires 1995) 93.

[3] J. Ratzinger, Jesús de Nazareth, 328.

[4] L. H. Rivas, La obra de Lucas II. Los Hechos de los Apóstoles; Ágape; Buenos Aires, 2013, 30.

[5] Corpus Paulino II (DDB; Bilbao 2005) 29-30.

[6] Jesús de Nazareth, 329.

[7] Escuchad al Hijo amado, en él se cumple la Escritura (Sígueme; Salamanca 2011) 191.

[8] E. Bianchi, Escuchad al Hijo amado, en él se cumple la Escritura. Ciclo B (Sígueme; Salamanca 2011) 87.

[9] Luz de la Palabra. Comentarios a las lecturas dominicales (Encuentro; Madrid 1994) 160.