C. FOUC. -BIOGRAFIAS RESUMIDAS 

C. DE FOUC. POR PEDRO PAULO

 (FRAT. LEIGA)


Paz!

O texto falará um pouco da vida de Foucauld no meu estilo de ver e escrever e um pouco da Fraternidade Leiga.

PP (Pedro Paulo, Fraternidade Leiga)

Uma criança rica e órfã, de pai e mãe criada pelos avós, francesa que nasceu dia 15 de setembro de 1958. Seu nome é Charles de Foucauld também conhecido no Brasil pelo nome de Carlos de Jesus.

Seu avô era militar e por isto incentivou o conde Charles de Foucauld a seguir a mesma carreira. Ele o fez. Tinha um gênio indomável, preguiçoso, comilão, e luxurioso. Sua amante Mimi quem o diga pois ao completar 28 anos a deixou porque algo mais forte, mais atraente o seduziu.

Esta sedução tem um caminho paralelo que foi confeccionado pela prima Marie de Bondy e que o levou até Huvelin, um padre da Igreja de Santo Agostinho – Paris.

Sua única oração antes do encontro com Huvelin era: Senhor, se existis faça com que te conheça. Depois da primeira conversa/confissão que fez com Huvelin, ele afirma:

Depois que conheci que existia um DEUS não pude fazer mais nada a não ser viver por ele.

Dizendo adeus a sua amante, procura um lugar pobre, simples onde pudesse melhor servir a este Deus que encontrou. Vai para trapa. Mas por ser uma pessoa muito inquieta continua a procura de um lugar mais simples e pobre. Sai da trapa e vai a Nazaré viver uma vida de empregado de jardinagem das monjas clarissas.

Lá, na vida simples de oração, vai procurando seu devido caminho e lugar na construção do Reino e vence todas as tentações que seu imaginário provoca. Enfim percebe que em qualquer lugar do mundo se pode vier viver NAZARÉ, pois isto significa escolher Deus em primeiro lugar, estar sempre ao lado dos pobres, ver Jesus na pessoa do outro (eucaristia do cotidiano), sair em busca do ultimo lugar social pois lá está Jesus.

Parte então para o Saara e no deserto faz muitas viagens a pé ao lado dos muçulmanos e percorre o país da Argélia. Não prega. Vive o evangelho. Por isto ele vai diz: Gritar o evangelho com a vida.

Toda esta vida de compromisso o faz posicionar contra o governo Frances que mantinha a escravidão, a lutar para que todos sejam livres, e enquanto fazia isto construía um dicionário linguístico Frances-tuaregue e tuaregue-francês para que as pessoas que por lá fossem não tivessem dificuldade em relacionar-se com este povo que ele tanto amava.

Por causa do seu compromisso e pelas circunstâncias políticas da época, morreu assassinado no dia 1º de dezembro de 1916.

Por sua exigência e compromisso com a causa do Evangelho, morreu só e sem nenhum seguidor.

Mas o grão de trigo que morre nunca fica só.

Muitas pessoas e grupos seguem seus ensinamentos que ficaram escrito. Um dos grupos , e este eu pertenço, chama-se Fraternidade Secular Charles de Foucauld. Ele é formado por pessoas casadas, solteiras, viúvas enfim por todas as pessoas que querem seguir o Evangelho nos ensinamentos que Charles deixou: simplicidade de vida, acolhimento do outro, construção do Reino tal que vejam que existe uma família humana que tem um único Pai: Deus. A construção da amizade transparente sem medo de apresentar nossas fragilidades, .... 

Assim, o conde rico, o gorducho, guloso, preguiçoso, farrento e cheio de luxuria, cientista geógrafo, vai-se tornando um pobre, simples, colocando=se ao serviço na sua pesquisa linguística antropológica, e chega a ser chamado de ‘marabout’ o enviado de Deus pelos muçulmanos.

O REINO ficou visível para os tuaregues. Não precisa mudar de religião pois DEUS é único e pai de todos. Uma forma nova de construir a missão.


RESUMO BIOGRÁFICO DE CARLOS DE FOUCAULD

Por Ir. Inácio Valle

Beato Charles de Foucauld


"Logo que descobri que existe Deus entendi que não podia mais fazer outra coisa a não ser viver por Ele: minha vocação religiosa começa no exato momento em que despertou a minha fé".

Charles Eugène de Foucauld (Irmão Carlos de Jesus-Irmão Universal) nasceu em Estrasburgo, França, em 15 de setembro de 1858. Órfão aos seis anos de idade, ele e sua irmã Marie foram criados por seu avô o coronel Beaudet de Marlet em cujos passos ele seguiu tomando-se por uma carreira militar.

Parte de sua vida viveu sem fé. Por perda da fé ele não levou uma vida fácil e foi bem conhecida de todos e mesmo assim ele mostrou que poderia ser obstinado e constante em situações difíceis. Ele empreendeu uma exploração arriscada em Marrocos (1883-1884). Vendo a forma como os muçulmanos expressaram sua fé, o seu íntimo foi abalado com uma grande interrogação sobre esse mistério e do Criador e ele começou a repetir: “Meu Deus, se você existe, me deixou vir a conhecê-lo”.

Em seu retorno à França, boas-vindas que recebeu de sua família profundamente cristã o faz continuar sua busca. Sob a orientação do Padre Henri Huvelin ele redescobriu Deus em outubro 1886. Foi, então, aos 28 anos. “Assim que eu acreditava em Deus, compreendi que eu não poderia fazer outra coisa senão viver só para ele”, disse Charles.

Padre Henri Huvelin se tornou o seu pai espiritual, e tenta acalmar o seu entusiasmo. Ele alerta para uma vocação religiosa muito rapidamente discernido, e pediu-lhe para tomar o seu tempo.

Logo, surgem dificuldades para a fé de Charles [A 41] : "No início, a fé tinha muitos obstáculos a superar. Eu, que tinha alguma dúvida, eu não acredite em tudo em um dia. Os milagres do Evangelho parecia ncrível[2]. Padre Henri Huvelin convida Charles de se agarrar à imitação de Cristo e da meditação do Evangelho. Padre Henri Huvelin diz que "Jesus tomou o lugar mais baixo para que ninguém jamais foi capaz de roubar-lhe"[A 42][B 27]. 

Esta é uma segunda revelação de Charles de Foucauld, que então quer imitar Cristo. Depois de mais de 18 meses de espera e de obediência ao Padre Henri Huvelin, Charles aprofundou sua vocação religiosa: ele quer entrar em uma ordem que "imitar a vida oculta do trabalhador pobre e humilde de Nazaré" sentimento indigno de ser um padre e pregar.

A peregrinação à Terra Santa revelou sua vocação para seguir Jesus de Nazaré. Lá passou 7 anos como um trapista, primeiro na França e depois em Akbès na Síria. Mais tarde, ele começou a levar uma vida de oração e de adoração, sozinho, perto de um convento de clarissas em Nazaré.

Ordenado sacerdote em 09 de junho de 1901, na capela do Seminário Maior da diocese de Viviers, partiu para o Saara, vivendo primeiro em Beni-Abbès e mais tarde em Tamanrasset entre os tuaregues do Hoggar. 

Ele queria estar entre aqueles que foram, “o mais afastado, o mais abandonado”. “Ele queria que todos os que se aproximassem dele para encontrar nele um irmão”, um “Irmão Universal”. Tinha um grande respeito pela cultura e fé das pessoas com quem ele vivia, o seu desejo era "gritar o Evangelho com a sua vida". Eu gostaria de ser suficientemente bom com as pessoas e dizia: “Se tal é o Mestre, assim deve ser o servo”.

No seu eremitério em Tamanrasset vive a fortaleza da fé e a dimensão missionária de Jesus de Nazaré. Sua vida é radical no projeto do Reino de Deus.

O cerne da sua espiritualidade é cristocêntrica. Jesus de Nazaré é o fundamento para comunhão de todos na face da terra, essa é visão do irmão Charles.

Na noite de sexta-feira do dia 01 dezembro de 1916, seu eremitério foi cercado por um bando de 40 saqueadores que resultou em seu assassinato. Irmão Charles ficou sob a guarda de um rapaz de 15 anos. No momento de tumulto o jovem se apavora e encosta o cano do fuzil na cabeça do irmão Charles e de repente dispara. Tudo aconteceu tão rápido como também sua morte.

Ele sempre sonhou partilhar a sua vocação com os outros: depois de ter escrito várias regras para a vida religiosa, ele chegou à conclusão de que esta "vida de Nazaré" poderia ser conduzida por todos. Hoje, a "família espiritual do beato Charles de Foucauld" engloba diversas fraternidades e associações de fiéis, comunidades religiosas e dos institutos seculares para pessoas leigas e sacerdotes.

Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005. 

Medite nesse pensamento do beato Charles: “O amor é inseparável da imitação: quem ama quer imitar: é o segredo de minha vida. Apaixonei-me por esse Jesus de Nazaré crucificado, e passo a vida tentando imita-lo”.

Ir. Inácio José do Vale Da Fraternidade Sacerdotal Charles de Foucauld Professor de História da Igreja Instituto Teológico Bento XVI Sociólogo em Ciência da Religião 


Breve resumo da vida de Charles de Foucauld 


Charles de Foucauld, ou Irmão Universal, ou ainda Irmão Carlos de Jesus como popularmente é conhecido, foi monge trapista, padre, missionário, eremita e um ex-militar convertido que nos deixou uma verdadeira espiritualidade do escondimento, do deserto, do serviço aos mais humildes e de uma intimidade profunda com Deus a partir do Evangelho de Jesus e de Sua presença eucarística. A Espiritualidade de Nazaré proporciona viver no último lugar demolindo toda ostentação pelo poder. 


A imagem dominante no mundo de Carlos de Foucauld foi à de Jesus carpinteiro de Nazaré. Carlos de Foucauld preferiu ver Jesus Salvador do mundo como obscuro carpinteiro de remota aldeia da desprezada Nazaré, encontramos essa imagem em todas as dimensões de sua busca espiritual. 


Nasceu com o título de visconde no dia 15 de setembro de 1858, em Estrasburgo, França. Aos seis anos ficou órfão e fora criado por seu avô, o coronel de engenharia, Morlet Beaudet. Seguiu carreira militar. Em 1878 o encontramos na mais aristocrata das instituições francesas, a Escola de Cavalaria de Saumur. Em 1880, como tenente do regimento de Hussardos, vai para a Argélia, colônia norte-africana francesa. Durante esta primeira juventude de jovem aristocrata, o futuro beato, teve uma vida dissoluta de amantes, luxos e prazeres, onde começou a dilapidar sua fortuna. 


O contato com o deserto do norte de África, porém, lhe deu novas perspectivas de vida. Após ajudar a sufocar algumas revoltas, em lugar de voltar para França, preferiu ficar no deserto da Argélia e do Marrocos, onde escreveu dois livros de valor científico e estratégico-militar: “Reconhecimento do Marrocos” e “Itinerários do Marrocos”. Para isto fez longas incursões a cavalo percorrendo milhares de quilômetros pelos desertos que o colocaram em contato com a hospitalidade tradicional dos muçulmanos e aquele Saara que o fascinou por sua imensidão, solidão e silêncio, e onde os muçulmanos rezam três vezes por dia ao Deus misericordioso e clemente. 


Neste momento em que descobre o Deus sempre presente na fé dos muçulmanos, ele se pergunta por sua própria fé e começa a procurar a luz de Deus num cristianismo decadente. Até o momento em que, já em Paris, encontra o Padre Henri Huvelin, vigário da Igreja de Santo Agostinho. Numa conversa com ele lhe comunica: “Padre, não tenho fé. Peço-lhe que me instrua”. O padre o cortou e disse apenas: “Ajoelhe-se e se confesse! Então, crerá!” Contrariado, Charles respondeu: “Mas, eu não vim aqui para isso…” “Confesse-se!” ordenou o velho e cego padre… A partir deste momento a conversão como mudança de vida, aconteceu e aquele jovem aristocrata, mulherengo, dado aos luxos e aos prazeres, se abandona nas mãos de Deus. 


Entrou num mosteiro trapista na França, mas, pouco depois, foi enviado para a Terra Santa, onde ele pretende imitar a vida oculta de Jesus em Nazaré. Após uma passagem, como jardineiro de um mosteiro de clarissas, volta para a Europa, para concluir seus estudos e se ordenar sacerdote. Em 1901 o encontramos, na fronteira da Argélia com o Marrocos no meio dos muçulmanos, no oásis de Benni-Abbes. Ele não quer fazer proselitismo cristão, apenas ser uma testemunha vital de Jesus Cristo. Em 1904 vai viver no meio dos muçulmanos mais pobres, os tuaregues nômades. 


Em 1916, apesar da estima e do reconhecimento da população tuaregue e muçulmana, o eremita sacerdote Charles de Foucauld se encontra no fogo cruzado da primeira guerra mundial entre franceses e alemães. No dia 1 de dezembro deste ano foi assassinado. 


Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de novembro de 2005. 


Disse o erudito Bento XVI que “nós podemos resumir a nossa fé nas seguintes palavras: Jesus Caridade, Jesus Amor” (Angelus, 25 de Setembro de 2005), que são as mesmas palavras que Charles de Foucauld escolheu como mote para exprimir a sua espiritualidade. 


“Ele fez da religião um amor”. Assim escreveu em 1889 ao seu diretor espiritual Pe. Huvelin. 


Para uma profunda reflexão 


Foi chamado o “Irmão Universal” porque abrangeu o mundo todo e todos os povos, a partir da intensidade da presença entre os tuaregues. A universalidade tem, portanto, duas vertentes: uma é representada pela potencialidade e a intensidade da presença e a outra pela extensão e abertura até os confins da terra. 


O último lugar e o aniquilamento representam o caminho mais simples do seguimento de Jesus que se fez pobre e para todos ofereceu sua vida. O esvaziamento é o processo de diminuição para que, como João Batista, o servo deixa que Deus possa agir na sua vida e na história das pessoas. 


Na vida de Charles de Foucauld, o protagonista que deve sempre mais aparecer e atuar, através do discípulo, é o próprio Deus. Charles doou sua própria vida a Deus de forma radical. Quem guarda a própria vida para si, este a perde, mas quem a entrega, este a ganha. A vontade que levou Charles de Foucauld a viver no deserto do Saara no meio dos pobres é uma chamada especial para vida mística. O místico faz o Cristo revelado pelo testemunho de santidade. 


Os tuaregues chamam Charles de Foucauld de “marabuto branco”, isto é, o homem da oração e o homem de Deus. A missão de Charles de Foucauld foi o inverso do proselitismo. Enquanto este quer conquistar o outro para fazê-lo entrar no mundo do conquistador, Charles, através de sua vida, revela Deus presente e completamente comprometido com os pobres no amor, na liberdade e no respeito pela fé de todos. 


Charles de Foucauld foi pioneiro no apostolados dos leigos para a vida missionária da Igreja. É o homem que antecipou a primavera da Igreja, aquela espiritualidade do caminho que nos possibilita ver, de novo, o futuro da Igreja e de sonhar, de novo, com a presença do Reino no meio de nós. 


Charles de Foucauld viveu e nos ensina uma Igreja de saída, ir ao encontro dos excluídos nas periferias, ser presença do amor de Cristo nos lugares mais distantes e abandonados. Ser liberto de toda ostentação de poder religioso e secular. Com a vida mostra justiça, paz, fraternidade, alegria e esperança. Seu testemunho é um convite para mergulhar nas profundezas do amor e da graça de Deus. 


Ir. Inácio José do Vale 

Professor e conferencista 

Sociólogo em Ciência da Religião 

Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas 

Bem-aventurado Charles de Foucauld 


Fontes: 

https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=it&u=http://www.charlesdefoucauld.org/it/biographie.php&prev=search 

https://fraternidadecharlesdefoucauld.wordpress.com/category/artigos/ 

https://facasualuzbrilhar.wordpress.com/2015/12/23/charles-de-foucauld/

FOUCAULD, Charles de. Meditações sobre o evangelho. Tradução de Nuno de Bragança. Lisboa: Círculo do Humanismo Cristão, 1962. 

CHATELARD, Antoine. Charles de Foucauld, o caminho rumo a Tamanrasset. Tradução de Marcelo Dias Almada. São Paulo: Paulinas 2009. 

SIX, Jean-François. Charles de Foucauld: o irmãozinho de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2008. 


IRMÃO CARLOS DE JESUS

 “Quando amamos alguém, estamos de verdade nele, estamos nele com o amor, vivemos nele com o amor, não vivemos mais nós mesmos, somos desprendidos de nós mesmos, fora de nós mesmos”. 


Beato Charles Foucauld (1858-1916) (1) 


Apóstolo e eremita do Deserto do Saara 


Há pessoas que habitam na Acrópole do amor em prol do bem comum e fazem muita gente triunfarem e deixam um monumental legado de bênçãos para posteridade, dentre elas, está o maravilhoso Beato Charles de Foucauld, visconde de Foucauld ou simplesmente irmão Carlos de Jesus. 


Charles de Foucauld é conhecido como irmão Carlos de Jesus, Irmão Universal, Apóstolo e eremita do Saara e o missionário da beleza ecumênica. 


O irmão Carlos vivia num amor radical ao Senhor Jesus Cristo. Partia da sua abissal experiência com Deus Pai, sua renúncia das glórias mundanas e materiais, para prática missionária, diálogo inter-religioso, vida eremítica, até chegar ao martírio. 


A sua profunda visão era buscar o que muitos não querem: o último lugar e o “batismo de sangue”. Seu testemunho é provocador, renovador empreendedor para aqueles que falam, pregam e escrevem muito, no entanto, pouco faz prol do Reino de Deus. 


É com propriedade que o seu legado é de eficaz exemplo para seus fiéis seguidores. Sua vida leva de fato e de verdade a ser imitada com ardente paixão e caridade. Viveu e ensinou pelo testemunho a transparência evangélica, ardente amor pela Eucaristia, adoração, vigília de oração, jejum, dedicação as Sagradas Escrituras, silêncio, missionaridade e caridade. 


Toda obra do irmão Carlos tinha um único objetivo: a glória da Santíssima Trindade. No contexto da glória trinitária, estava a comunhão de todos os filhos de Deus. Tudo pela fraternidade universal. 


Escreve ele: “Quero acostumar todos os habitantes, cristãos, muçulmanos, judeus, idólatras, a considerar-me com seu irmão começando a denominar a casa ‘a fraternidade’ (a KHAOVA em árabe) e isto é um prazer para mim” (2). 


Para o irmão Carlos, a vida cristã tem como fundamento o zelo da vivência evangélica. É fazer ruptura com o parcial, artificial, banal, superficial e infernal. É mergulhar na providência divina e no abandono total ao Todo-Poderoso. Irmão Carlos entende a vida como uma entrega radical ao absoluto de Deus. Daí, sua experiência concreta de morar no deserto para ser presença entre os últimos. No deserto, cheio da plenitude do Pai Celestial, morre aos 58 anos, assassinado por um único disparo de um rapaz de 16 anos, de uma organização terrorista do Saara, no entardecer do dia 01 de dezembro de 1916. 


Escreve o irmão Carlos de Jesus: “Sede de Vós ofertar o maior sacrifício que fosse possível fazer por Vós, abandonando para sempre a minha família que era toda a minha felicidade e apartando-me para viver e morrer muito longe dela”. 



Ir. Inácio José do Vale, FCF 

Professor e conferencista 

Sociólogo em Ciência da Religião 

Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas 

Bem-aventurado Charles de Foucauld 



Notas: 

(1) Charles de Foucauld. Scritti Spirituali, VII, Citta Nuova, Roma 1975, p.110. 

(2) Charles de Foucauld. Jean – Fraçois Six. São Paulo: Edições Loyola, 1981, p. 43.