Natural de Fartura – SP, nasceu aos 25 de janeiro de 1901.
Era filho de Salomão e Maria Kahil, imigrantes libaneses recém chegados ao Brasil e se estabeleceram com loja de tecidos na cidade e se tornaram fazendeiros de café na região, onde iniciou seus primeiros estudos.
Com a morte trágica do pai, sua mãe Dona Maria, vendeu as propriedades e com seus seis filhos (Zike, Samuel, Adib, Asma, Salim e Alilo) mudou-se para a cidade de São Paulo, bairro da Penha.
Na capital, o jovem Salim, durante o curso ginasial, passou a demonstrar seu gosto pela musica na Corporação Musical da região, onde tornou-se instrumentista de clarineta e saxofone.
Ao término do ensino ginasial, matriculou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, então na Avenida São João.
Com a mesada recebida da mãe, ficou difícil conciliar os dois estudos.
Normalista do segundo ano, abandonou-o para seus estudos no Conservatório, onde ampliou seus conhecimentos em piano, instrumentos de cordas e metais, composição, harmonia, contra-ponto e regência.
Ao saber da verdade, sua mãe cortou-lhe a mesada.
Para manter-se, juntou-se a amigos que para angariar alguns trocados, apresentavam-se nas praças da Sé, São Bento e Largo do Piques (hoje Praça da Bandeira), onde tocavam valsas, chorinhos e ao final, passavam o chapéu.
Com os trocados, alimentavam-se em restaurantes chamado “do China”, abundantes na Praça João Mendes, cujos preços eram irrisórios.
Aos 17 anos, faltando pouco mais de um ano para terminar o curso, recebeu convite para reger a primeira sinfônica na cidade de Avaré (SP), cuja região desenvolvia-se acentuadamente com a cultura do café e algodão.
Diante da situação em que se encontrava, não havia como deixar de aceitar o convite.
Regeu a primeira sinfônica da cidade.
Tornaram-se difíceis a sua vinda à Capital para a continuidade dos estudos.
Em 1919, última vinda à Capital para tentar continuar os estudos, foi ao porto de Santos esperar sua prima, a jovem Wadiah Name, que chegava de Beirute.
Apaixonaram-se, e ele convidou-a para conhecer seu trabalho em Avaré, tomaram o trem em São Paulo, mas o dinheiro da passagem só dava para ir até Rubião Junior, onde desembarcaram e ele ligou para um amigo de Avaré vir buscá-los, e em curto relacionamento, devido à distância, contraíram matrimônio, recebendo a esposa, naturalizada brasileira, o nome de Odete Kahil.
Tiveram nove filhos: Salomão, Dirce, Wladimir, Dinorah, Wagner, Mozart e Hugo.
Na década de 1920, apesar das tentativas de concluir o curso no Conservatório da Capital, na qualidade de Maestro, formou no Instituto Espírita “Anália Franco” da cidade de São Manuel (SP), Corporação Musical e Jazz Band de Moças, chamada de Operárias do Bem, tendo percorrido em apresentações em cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A banda se apresentava em coretos das cidades. Ao término, as moças apresentavam-se em teatros com peças escritas pelo maestro. Depois o Jazz-Band abrilhantava bailes nos clubes.
Por vários anos, o grupo percorreu grande parte do Brasil. Com o passar do tempo, dirigiu bandas nas cidades de Itatinga, Avaré, Cerqueira César, Bandeirantes (PR), Assis e Botucatu.
Percorreu ainda parte do Brasil com apresentações musicais em Parque de Diversões pertencente ao seu irmão Zike, juntamente com seu filho Wladimir (Miro), jovem trompetista, cantor e sapateador muito em voga na época.
Maestro, compositor, poeta e escritor é autor de dobrados, como São José, Escoteiros e Bandeirantes, este com versos de sua autoria dedicados ao escotismo de quem fora instrutor por longo tempo, a sinfonia “Primavera” para solo de clarineta, entre outras.
Musicas populares : O amor dói, Assim como o rio corre para o mar, Beija-florzinho, e muitas valsas, marchinhas carnavalescas, como “Castelinhos no ar”.
Lamenta-se a perda da opereta “Vilma”, dedicada à sua filha.
É autor do “Hino à Botucatu”, com versos de Pinheiro Machado, a parte de piano pelo professor de música Aécio de Souza Salvador, que foi editada e exposta na Casa Bethoven.
Alguns de seus alunos de piano e violino ocuparam lugar de destaque na Capital. Muitas obras de sua autoria, perderam-se em acidente fatal de seu filho primogênito.
Foi quem organizou e regeu a Corporação Musical “Dr. Damião Pinheiro Machado” fundada em 1948, pelo Sr. Damião Pinheiro Machado, advogado e político botucatuense.
Durante a maior parte dos anos 60, foi dirigida pelo maestro Salim Kahil.
Organizou, em 1954, a Corporação Musical do Distrito de Espírito Santo do Rio Pardo, hoje Pardinho, cujo regente foi seu filho Salomão kahil.
Em 1954, participou, ao lado de Vicente Moscogliato, Aécio de Souza Salvador, do Conjunto Orquestral Botucatuense.
Residia na rua General Telles, onde mantinha escola de música.
Acometido de tumor cerebral, faleceu ao não resistir à cirurgia no Hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu em 10 de março de 1975.