Dolores Maria Bruno ou “Nena”, como também era chamada, nasceu no dia 1 de fevereiro de 1926 em Itapecerica da Serra-SP, apesar de ter sido conhecida como “aviadora sorocabana”.
Ela foi a primeira mulher a brevetar no Aeroclube de Sorocaba, em 1944, e a primeira mulher a obter licença de instrutora de voo na América do Sul, formada na sexta turma de instrutores de voo do Aeroclube de São Paulo.
Dolores desfrutou de um brilhante programa de treinamento, surpreendendo colegas e professores com o seu desempenho, além de ter tido a honra de ter sido aluna de Alberto Bertelli, o melhor e mais famoso piloto acrobata da época, que não foi apenas um instrutor, mas também um grande amigo e incentivador.
Seus brilhantes feitos se tronaram matérias de grandes jornais da época, como A Gazeta (SP), Correio Paulistano (SP), Cruzeiro do Sul (SP), entre outros.
Após a obtenção de suas licenças, Dolores entrou para a Escola Paulista de Aviação, sediada no Campo de Marte, na capital de São Paulo, onde atuou como instrutora até sofrer um acidente fatal em um avião modelo CAP-4, mais conhecido como “Paulistinha”., em 21 de junho de 1947. Na ocasião ela estava instruindo o seu aluno João Grandnoll, de 19 anos, que estava fazendo a sua última aula antes do check. A aeronave foi encontrada na região do Tucuruvi e o ocorrido ceifou a vida dos dois ocupantes e de uma pessoa no solo.
Infelizmente, as causas do acidente nunca foram esclarecidas pelas autoridades. Sua morte precoce, aos 21 anos de idade, comoveu a comunidade aeronáutica de todo o Brasil na época.
Dolores foi uma grande instrutora de voo, acrobata e amiga de todos os que passaram pela sua vida.