Foi um botucatuense muito afeiçoado à história de seu torrão natal.
Acostumado desde cedo a ouvir de seus pais e dos inúmeros amigos e fregueses da barbearia do Sr. Vicente, situada em sua própria casa na rua Curuzú que constantemente comentavam fatos curiosos acontecidos nestas plagas.
Antonio Maria, com sua memória e excelente prosa discorria sobre datas importantes, nomes completos de incontáveis botucatuenses e contava, com muita verve, casos engraçados e pitorescos de antigamente.
Apreciou desde cedo a leitura: enciclopédias, livros e álbuns infantis eram por ele guardados com grande desvelo.
Adulto e com os diplomas de Contador (1944) – Escola técnica de Comércio N. Sra. De Lourdes; professor (1952) – Escola Normal Oficial e Administrador de Empresas (1973) – Associação de Ensino Mal. Rondon – Araçatuba, amealhou um conhecimento geral respeitável. Deixou anotações e escritos sobre os mais variados assuntos. Muitos deles a Elda, sua irmã inseriu-os em suas crônicas, publicadas na Gazeta de Botucatu com o título “Dos Cadernos de Antonio Maria”.
Trabalhou desde cedo os 14 anos: foi entregar pacotes das Casas Pernambucanas; aos 17 anos ingressou como Mensageiro na Diretoria dos Correios e Telégrafos de Botucatu, até 1941; de 1941 a 1948 foi Carteiro (sabia de cor os nomes de todos os assinantes, como também dos jornais e revistas que distribuía e também de todas as ruas e bairros da cidade; de 1948 a 1952 foi Radioperador e depois Radiotelegrafista.
Em 1954, por concurso, tomou posse na carreira de Contador Nível Universitário na ECT – Botucatu permanecendo nela até a aposentadoria em 1974.
Em 19/07/1955, casou-se com a professora Norma Pinheiro Machado.
Colaborou, por muito tempo, voluntário, como Contador, na Misericórdia Botucatuense.
Lecionou História e Geografia no Sesi e Mecanografia no Curso de Contador do então Ginásio N. Sra de Lourdes e depois La Salle onde se aposentou.
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A pesquisa contida neste livro foi idealizada quando Antonio Maria presenciou na ECT desta cidade uma cena que muito o comoveu: um colega tendo nas mãos uma caixa cheia de retratos ¾ dos antigos e novos funcionários dos Correios cujo destino era a inceneração.
Estupefato com a notícia pediu com insistência ao amigo que não levasse avante o ato, e subiu apressadamente ao Gabinete do Diretor, solicitando que lhe desse aqueles retratos. Com a aquiescência do Chefe, tornou-se, a partir dali, proprietário daquela documentação histórica. Assim, trabalhou tempo na elaboração de uma pesquisa com o fim precípuo de tornar público as fotos dos servidores que labutaram na antiga e notável Diretoria dos Correios e Telégrafos desta cidade.
Adoeceu e não conseguiu realizar esse projeto. Eu, sua irmã, cuidando dele em sua enfermidade garanti-lhe e prometi que tornaria público o seu trabalho.
Hoje o sonho tornou-se realidade graças a insistência, a colaboração e a determinação de nossos caríssimos amigos João Carlos Figueiroa e José Sérgio Turriani Marques que compilaram, digitalizaram e trabalharam nas histórias da ECT – Botucatu.
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Agradecimentos especiais à Prefeitura Municipal, na pessoa de seu ilustre prefeito João Cury Neto e ao Sr. Secretário de Educação pelo patrocínio concedido a este pequeno trabalho de meu irmão.
Deus lhes pague.
Obrigada
Marianna Moscogliato
Memórias de um carteiro 2.pdf
Homenagem do Museu a Céu Aberto "Portal das Cruzes"